segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Profissional do cinema é polivalente


Profissional do cinema é polivalente

Cursos de graduação ensinam a trabalhar em diferentes mídias.
Alunos devem assistir à 'enxurrada' de filmes nos primeiros semestres da faculdade.
Fernanda BassetteDo G1, em São Paulo
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"Luzes, câmera, ação". Três palavras tão simples, que indicam o início da gravação de uma cena, simbolizam o mundo do cinema, conhecido como sétima arte e uma das carreiras mais concorridas nos principais vestibulares do país -esse é o tema do Guia de Carreiras desta semana no G1. Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, o curso de audiovisual registrou concorrência de 40,09 candidatos por vaga no vestibular 2007, ficando atrás apenas de publicidade e propaganda e jornalismo.

Foto: Divulgação
Alunos do curso de cinema da UFSC. (Foto: Divulgação)
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), o país possui 26 cursos superiores de cinema, 25 de audiovisual e um de imagem e som. Apesar das nomenclaturas diferentes, a maioria deles tem um único fim: formar profissionais capazes de trabalhar no cinema e na televisão.

De acordo com o professor Henrique Finco, subcoordenador do curso de cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a faculdade tem dois eixos bem definidos: um voltado para crítica e roteiro (para aqueles que preferem dar ênfase para as críticas das produções e também para o lado acadêmico) e outro voltado diretamente para a produção de filmes e audiovisuais.

"Na UFSC, o aluno pode optar por um dos eixos durante o decorrer do curso. Todos saem habilitados para serem críticos, roteiristas ou trabalhar em produções, mas eles têm a chance de cursar disciplinas mais específicas e sair da faculdade com ênfase em alguma das duas áreas", explicou o professor Finco.

Para o professor, a maioria dos alunos entra na faculdade com a opção de direcionar o curso para a produção, mas, logo nos primeiros meses, muitos percebem que têm preferência para a área teórica e crítica. "Esse aluno, com certeza, terá um perfil acadêmico e de pesquisa", disse.

No curso de audiovisual da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP, o aluno tem uma formação clássica em cinema, rádio e televisão. "A idéia é formar um profissional polivalente, que saiba dominar as diferentes mídias", disse a chefe do departamento de cinema, rádio e televisão, professora Esther Hamburger. Segundo ela, no primeiro ano o calouro terá uma carga de matérias teóricas bastante densa, embora haja disciplinas práticas desde o início.

    
 Enxurrada de filmes
O calouro do curso de cinema/audiovisual/imagem e som pode se preparar porque nos primeiros semestres terá de assistir a "uma enxurrada de filmes". "O aluno vai ter contato com clássicos, com documentários, com filmes históricos, enfim, eles são obrigados a assistir filmes que seguem várias tendências e, por isso, muitos não têm tempo de assistir aos lançamentos", disse o professor Finco. 

Foto: Divulgação
Alunos em set de filmagem (Foto: Renato Vian/ ECA/USP)
No curso de imagem e som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o estudante terá disciplinas mais básicas e teóricas nos primeiros três semestres do curso. São exercícios de criatividade, com menos ênfase nas matérias técnicas. "Depois dessa introdução, o aluno terá contato com disciplinas específicas como roteiro, direção, montagem, fotografia", disse a professora Alexandra Lima Gonçalves Pinto, coordenadora do curso.

É no terceiro ano da faculdade que o aluno escolhe a sua "especialização", que pode ser em direção e som, foto e montagem, hipermídia e pesquisa, entre outras. "No quarto ano, o aluno não terá mais contato com as matérias básicas e terá que desenvolver e distribuir um curta-metragem, que será feito em equipe", disse Alexandra.

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