quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Inca lança novas recomendações que pretendem evitar o câncer de mama


Inca lança novas recomendações que pretendem evitar o câncer de mama

POR CLARISSA MELLO
Rio - Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou ontem sete recomendações para diminuir a mortalidade por câncer de mama no Brasil. Entre elas, está a indicação de que mulheres com idades entre 50 e 69 anos devem se submeter a exames de mamografia a cada dois anos. Além disso, segundo o órgão, pacientes que têm nódulos nos seios não devem esperar mais do que 60 dias para ter o diagnóstico.
“O País tem perfeitas condições de cumprir as recomendações. Existem cerca de 3,4 mil mamógrafos em todo o Brasil, sendo que cerca de 1,3 mil estão à disposição do Sistema Único de Saúde”, afirma o técnico da Rede de Atenção Oncológica do Inca, Ronaldo Corrêa. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, só no estado são mais de 300 mamógrafos.
“Temos o papel de articular, junto às secretarias municipais, campanhas para educar as mulheres sobre os riscos do câncer de mama”, explica o superintendente de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Alexandre Chieppe.
Campanhas, entretanto, não são suficientes. Segundo Correa, é fundamental que a população esteja sempre atenta aos sintomas do câncer de mama, como: nódulo palpável, mudanças na pele, secreção no mamilo e, em alguns casos, vermelhidão e dor.
As outras recomendações são: acesso à informações sobre o que causa a doença e quais são as formas de prevenção, qualidade dos mamógrafos e rigoroso acompanhamento médico para quem faz terapia de reposição hormonal.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, qualquer unidade de saúde pode fazer o primeiro atendimento à mulher e encaminhar a uma unidade própria para o tratamento do câncer. Mais informações pelo 3523-4025.

Cientistas criam técnica para apagar memórias traumáticas


Cientistas criam técnica para apagar memórias traumáticas

Rio - Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos EUA, descobriram uma maneira de eliminar permanentemente as memórias dolorosas da mente das pessoas. Os cientistas afirmam que a droga pode ser eficiente no combate ao transtorno de estresse pós-traumático.
Foto: Reprodução 'Daily Mail'
Imagem do momento em que o personagem de Jim Carrey resolve apagar a ex da memória | Foto: Reprodução 'Daily Mail'
A equipe removeu uma proteína da região do cérebro responsável pelo medo em testes com camundongos. Os animais foram, então, incapazes de recordar a sensação de medo associada ao som alto, mecanismo utilizado do teste.

Este tipo de técnica inspirou o cinema no filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", no qual os personagens interpretados por Jim Carrey e Kate Winslet decidiram apagar a memória do relacionamento entre os dois após um rompimento doloroso. O método utilizado pelos pesquisadores tem algumas semelhanças com aquele imaginado na obra de ficção.

O relatório divulgado na revista Science Express explica que a técnica pode ter implicações importantes para os pacientes cujas vidas foram arruinadas pelo medo.

"Quando um evento traumático ocorre, cria-se uma memória relacionada ao medo que pode perdurar por toda uma vida e ter um efeito debilitante sobre as escolhas de uma pessoa", disse o pesquisador Richard Huganir.

Este estudo foi financiado pelo Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos e pelo Instituto Médico Howard Hughes.

Laboratório cria técnica para regenerar órgãos


Laboratório cria técnica para regenerar órgãos

Inaugurada ontem, unidade usará de forma pioneira células-tronco para transplantes

Madri - A Espanha, país líder em transplantes de órgãos, inaugurou ontem em Madri um laboratório pioneiro na criação de órgãos bioartificiais com células-tronco. Segundo a ministra da Ciência e Inovação, Cristina Garmendia, será “o primeiro laboratório do mundo destinado a produzir órgãos bioartificiais com células-tronco adultas para transplantes”.

A técnica a ser implementada no laboratório consiste em retirar o conteúdo celular de órgãos que não estejam aptos para transplantes e “recelularizá-los com células-tronco dopaciente para reconstruir o interior do órgão”, explicou o médico Francisco Fernández Avilés, chefe do serviço de cardiologia do hospital Gregorio Marañón, que abriga o novo laboratório. 

O diretor da Organização Nacional de Transplantes da Espanha, Rafael Matesanz, acredita que a criação de órgãos bioartificiais é mais uma chance de esperança para quem aguarda nas filas, juntamente com o transplante de órgãos humanos e o implante de órgãos artificiais. 

Matesanz acredita que esse tipo de cirurgia possa começar a ser realizada em até dez anos, acabando com dois problemas: a falta de doadores e de órgãos idôneos para o transplante; e a rejeição do órgão transplantado por parte do paciente. 

A Espanha é líder mundial na doação de órgãos para transplantes desde 1991 e tem omelhor modelo de transplantes do mundo.

Chip devolve visão a cegos


Chip devolve visão a cegos

Três pacientes voltaram a enxergar depois de ser submetidos a implantes oculares

POR PÂMELA OLIVEIRA
Rio - Três pacientes cegos recuperaram a visão depois de ser submetidos a uma cirurgia pioneira que implantou um chip em suas retinas. Dias depois do procedimento, eles já foram capazes de enxergar formas e objetos. Segundo os cientistas que desenvolveram o implante ocular, em 5 anos o dispositivo poderá ter seu uso aprovado no tratamento de pacientes cegos por retinite pigmentosa, doença que afeta cerca de 200 mil pessoas no mundo.
 
“Essa doença provoca a degeneração da retina, levando à cegueira. Hoje, não há tratamento eficaz que consiga deter o curso da doença que afeta os pacientes na adolescência e leva, em média, entre 15 e 20 anos para deixar a visão muito ruim. Esse implante é uma possibilidade promissora”, avalia Rogério Neurauter, coordenador do serviço de oftalmologia do instituto Benjamin Constant.

O chip, criado por alemães, é colocado por baixo da retina lesionada e funciona substituindo os receptores de luz destruídos pela doença. Após o implante, que leva cerca de 4 horas para ser concluído, o dispositivo capta a luz e a converte em sinais elétricos que são enviados ao cérebro, onde são transformados em imagem

Mikka Terho, 44, um dos pacientes submetidos ao implante, conseguiu identificar frutas e objetos como garfos e colheres. O finlandês, que perdeu a visão há mais de cinco anos, também pode reconhecer pessoas a cerca de 6 metros, ler seu nome, ver as horas e distinguir tons de cinza.

“Mostramos que as pessoas podem receber visão útil suficiente para o dia a dia”, disse Eberhart Zrenner, diretor do Hospital Oftalmológico da Universidade de Tübingen, na Alemanha, e da empresa Retinal Implant AG, que está desenvolvendo a tecnologia.
Cura devolve prazer de viver
Médicos e pacientes estão otimistas com a possibilidade de cura. “Agora, quando discuto doenças nos olhos com os pacientes, eu posso, pelo menos em alguns casos, garantir alguma esperança. Para o paciente, isso tornará mais fácil lidar, de alguma forma, com o prognóstico de que eles irão perder a visão”, afirmou Robert MacLaren, professor de oftalmologia da Universidade de Oxford.
Zrenner contou ter ficado emocionado durante um teste. “Um jovem me disse como ele olhou para sua namorada e viu seu sorriso. Isso devolve a eles não só a mobilidade, mas o prazer”, afirmou.