terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Tempestade cria enorme filamento no Sol

PUBLICIDADE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma tempestade solar, que começou no domingo, criou uma enorme massa de plasma que se estende por todo o resto da estrela.
Com uma extensão de aproximadamente 700 mil quilômetros, quase o dobro da distância entre a Terra e a Lua, o megafilamento cruzou a região sul do Sol, segundo um site que monitora tempestades solares e eventos celestes.
A agência espacial norte-americana Nasa divulgou nesta semana a imagem do filamento.
"A estrutura maciça é um alvo fácil para ser visto de telescópios amadores", lembra o site. Para isso, os observadores não podem olhar diretamente para o Sol ou pelo telescópio, já que o ato provoca pode prejudicar a visão --há necessidade de equipamento para filtros e óculos especiais.
Como outros fenômenos do gênero, o filamento não deve durar muito tempo. "Até agora, a estrutura maciça paira quieta acima da superfície solar, mas agora mostra sinais de instabilidade", comentou um repórter do site.
SDO/Nasa
Filamento (embaixo, à esq.) tem cerca de 700 mil quilômetros, quase o dobro da distância entre a Terra e a Lua
Filamento (embaixo, à esq.) tem cerca de 700 mil quilômetros, quase o dobro da distância entre a Terra e a Lua

Escamas flexíveis explicam velocidade do tubarão-mako

PUBLICIDADE
SINDYA N. BHANOO
DO "THE NEW YORK TIMES"
O tubarão-mako é um dos mais rápidos, talvez devido à variação em tamanho e flexibilidade de escamas que se parecem com dentes incrustadas em seu couro.
Amy Lang, engenheira aeroespacial da Universidade do Alabama, e colegas descobriram que escamas flexíveis do tubarão permitem que ele mude rapidamente de direção, mantendo uma alta velocidade.
Recentemente, ela apresentou um trabalho no encontro anual da Divisão de Dinâmica de Fluidos da Sociedade Americana de Física em Long Beach, na Califórnia (EUA).
SXC
Uma das razões para explicar velocidade do tubarão-mako pode ser as escamas, parecidas com dentes incrustados na pele
Uma das razões para explicar velocidade do tubarão-mako pode ser as escamas, parecidas com dentes incrustados na pele
Trabalhando com biólogos e com recursos da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, Lang estudou tubarões mortos.
Embora todo o corpo do tubarão seja coberto pelas escamas, feitas do mesmo esmalte duro dos dentes do animal, as escamas da parte superior e inferior do corpo são maiores e não tão flexíveis.
"As escamas possuem cerca de 0,2mm de tamanho nos lados desses tubarões", diz Lang. "Em outras espécies, elas podem ser muito maiores."
As pequeninas escamas são flexíveis a um ângulo de 60 graus ou mais, e permitem que o tubarão controle a separação do fluxo d'água pelo corpo.
Agora Lang está tentando criar modelos das escamas dos tubarões em laboratório, na esperança de encontrar aplicações para a vida real.
"A separação de fluido é uma problema em muitas aplicações de engenharia", explica ela. "Pode ser usada nos rotores de uma palheta de hélice de helicóptero, partes de um submarino ou torpedo'.'

Estudo indica relação entre células-tronco e tuberculose

PUBLICIDADE
DA REUTERS
Certas células-tronco impedem a destruição do bacilo da tuberculose, o que explica por que a doença pode passar anos ou décadas incubada no organismo, disseram pesquisadores na última terça-feira.
O sistema imunológico humano produz células-tronco capazes de matar a tuberculose, mas o corpo também mobiliza células-tronco mesenquimais (MSC, na sigla em inglês) para os locais de infecção pela tuberculose, segundo o estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".
"As MSC são recrutadas para os locais da infecção. O que acontece é que essas células-tronco formam uma barreira (...) separando as células-tronco que deveriam matar as bactérias das bactérias propriamente ditas", disse Gobardhan Das, do Centro Internacional de Biologia e Engenharia Genética, em Nova Déli, na Índia.
As MSC são células produzidas na medula óssea, capazes de dar origem a diversos tipos de tecidos no organismo (como ossos e cartilagens).
Das e seus colegas contaminaram ratos com tuberculose e descobriram as MSC em todos os locais onde havia o bacilo, como nos pulmões e no baço. Eles também localizaram essas células em nódulos linfáticos de humanos tuberculosos.
"A MSC produz óxido nítrico que mata as bactérias, mas a quantidade não é suficiente para matar as bactérias da tuberculose, o que apenas as deixa latentes", disse Das.
"O óxido nítrico também desativa as células-tronco. Então a presença da MSC inibe a proliferação das bactérias e das células-tronco, e um equilíbrio se estabelece. Por isso a incubação é prolongadíssima e pode se manter por toda a vida."
Mais de 2 bilhões de pessoas --um terço da população mundial-- já foi contaminada pelaMycobacterium tuberculosis, que provoca a doença. Quase todos os casos ficam latentes --os portadores não sentem sintomas nem transmitem a tuberculose.
Ao longo da vida, cerca de 10% das pessoas expostas ao bacilo adoecem, principalmente se tiverem uma queda no seu sistema imunológico.
Das e seus colegas defenderam que haja mais pesquisas voltadas para combater esse efeito da MSC. "A MSC cria um microambiente supressor (...), quase como um ninho. Se (as bactérias da tuberculose) não tiverem um ninho, ficarão expostas ao nosso sistema imunológico regular, e serão mortas por nosso sistema imunológico. Se você alvejar o MSC, pode matar o ninho."
A tuberculose matou 1,77 milhão de pessoas em 2007 no mundo inteiro, e 1,8 milhão no ano passado.

Estudo britânico descobre forma de "reparo" da esclerose múltipla

DA BBC BRASIL
Cientistas britânicos identificaram uma forma de estimular o sistema nervoso a regenerar-se nos casos de esclerose múltipla.
Os estudos, publicados na revista "Nature Neuroscience", foram realizados em ratos nas Universidades de Cambridge e Edimburgo, na Escócia. A pesquisa identificou uma forma de ajudar as células-tronco no cérebro a reparar a camada de mielina, necessária para proteger as fibras nervosas.
A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica que destrói a mielina, uma camada que isola as fibras do sistema nervoso central, causando sintomas como visão embaçada, perda de equilíbrio e paralisia.
Em cerca de 85% dos casos, os pacientes têm uma forma de esclerose múltipla chamada de recaída/remissão, na qual as "crises" que incapacitam a pessoa são seguidas de uma recuperação de um nível da função física perdida. Nesta forma da doença, parece haver um reparo natural da mielina.
Mas cerca de 10% das pessoas são diagnosticadas com a forma progressiva da esclerose múltipla, na qual o declínio avança sem qualquer período de recuperação.
Além destas pessoas, os pacientes com a forma recaída/remissão da doença também podem desenvolver a chamada esclerose múltipla progressiva secundária, que afeta o paciente da mesma forma que a progressiva.
Os cientistas têm tentado desenvolver tratamentos justamente para estes dois grupos.
REGENERAÇÃO
Nos casos de esclerose múltipla a perda da camada de mielina, que funciona como uma camada de isolamento, leva ao dano nas fibras nervosas do cérebro.
Estas fibras são importantes por enviarem mensagens para outras partes do corpo.
A pesquisa britânica identificou uma forma de estimular as células-tronco do cérebro para que elas regenerem estas fibras. E também mostraram como este mecanismo pode ser explorado para fazer com que as células-tronco do cérebro melhorem sua capacidade de regeneração da mielina.
Com isso, os cientistas esperam poder ajudar a identificar novos medicamentos que estimulem o reparo da mielina nos pacientes que sofrem com a doença.
"Esta descoberta é muito animadora, pois pode abrir o caminho para elaborar medicamentos que vão ajudar a reparar o dano causado a camadas importantes que protegem as células nervosas no cérebro", afirmou o professor Charles ffrench-Constant, da Sociedade para Pesquisa em Esclerose Múltipla da Universidade de Edimburgo.
"Terapias que reparam o dano (causado pela doença) são o elo perdido no tratamento da esclerose múltipla", afirmou o professor Robin Franklin, diretor do Centro para Reparo de Mielina na Universidade de Cambridge.
"Neste estudo identificamos um modo pelo qual as células-tronco do cérebro podem ser estimuladas a fazer este reparo, abrindo a possibilidade de um novo medicamento renegerativo para esta doença devastadora", acrescentou.
ANOS
Instituições de caridade britânicas, voltadas para tratamento de esclerose múltipla, afirmaram que, apesar de ser uma notícia animadora, ainda serão necessários alguns anos antes de um tratamento ser desenvolvido.
"Este é o começo de um estudo, em roedores, mas será muito interessante observar como se desenvolve", afimou Pam Macfarlane, diretora-executiva da instituição de caridade voltada para pacientes com esclerose múltipla MS Trust.
A pesquisa britânica foi financiada por instituições americanas, a MS Society e National MS Society.
"Para pessoas com esclerose múltipla esta é uma das notícias mais animadoras dos últimos anos", afirmou Simon Gillespie, diretor-executivo da MS Society.
"É difícil colocar em palavras como esta descoberta é revolucionária e como é importante continuar com as pesquisas em esclerose múltipla."


Nobel exige humor, criatividade e paciência de cientistas, dizem premiados

PUBLICIDADE
DA ASSOCIATED PRESS
Uma dose de criatividade, humor e paciência, combinada a uma pequena aspiração a ganhar o Nobel, é a essência para receber esse prestigioso reconhecimento mundial, dizem os cientistas premiados neste ano.
Segundo o professor de origem russa Konstantin Novoselov, que divide o Nobel de Física com Andre Geim pelo condutor de grafeno, o desejo de receber o prêmio pode, muitas vezes, até prejudicar o desenvolvimento do trabalho científico.
Reuters/Efe
Holandês de origem russa André Geim e o russo-britânico Konstantin Novoselov, que ganharam Nobel de Física deste ano
Holandês de origem russa André Geim e o russo-britânico Konstantin Novoselov, que ganharam Nobel de Física deste ano
Já Geim diz que ajuda não se levar muito a sério. Em 2000, ele recebeu o prêmio alternativo Ig Nobel, que escolhe pesquisas inusitadas ou engraçadas, por levitar sapos.
O Nobel de Economia deste ano, Dale Mortensen, salienta os momentos "eureca", mas lembra que as ideias geniosas podem levar décadas para surgir.
Os comentários dos três estudiosos ocorreram nesta terça-feira, um pouco antes da cerimônia de entrega do Nobel, marcada para o próximo dia 10.
O britânico Robert G. Edwards, "pai" do primeiro bebê de proveta e Nobel de Medicina, não participará do evento por estar doente.
Na entrega na cidade de Estocolmo, serão nove os agraciados. Na de Olso, apenas o Nobel da Paz, o dissidente chinês Liu Xiaobo --China e outros 18 países não estarão presentes.