quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Educação, Aqui, É Sinônimo de Cultura!!!: Mudança climática não pode ser desculpa para falta...

Educação, Aqui, É Sinônimo de Cultura!!!: Mudança climática não pode ser desculpa para falta...: "DA BBC Brasil O aumento da incidência de chuvas em consequência das mudanças climáticas globais não pode servir de desculpa para os govern..."

Mudança climática não pode ser desculpa para falta de ação contra enchentes

DA BBC Brasil O aumento da incidência de chuvas em consequência das mudanças climáticas globais não pode servir de desculpa para os governos não agirem para evitar enchentes, na avaliação de Debarati Guha-Sapir, diretora do Cred (Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres), de Bruxelas, na Bélgica. "Não é possível fazer nada agora para que não chova mais. Mas temos que buscar os fatores não ligados à chuva para entender e prevenir desastres como esses (das enchentes no Brasil e na Austrália)", disse ela à BBC Brasil. "Dizer que o problema é consequência das mudanças climáticas é fugir da responsabilidade, é desculpa dos governos para não fazer nada para resolver o problema", critica Guha-Sapir, que é também professora de Saúde Pública da Universidade de Louvain. O Cred vem coletando dados sobre desastres no mundo todo há mais de 30 anos. Guha-Sapir diz que eles indicam um aumento considerável no número de enchentes na última década, tanto em termos de quantidade de ocorrências quanto em número de vítimas. Segundo ela, as consequências das inundações são agravadas pela urbanização caótica, pelas altas concentrações demográficas e pela falta de atuação do poder público. "Há muitas ações de prevenção, de baixo custo, que podem ser adotadas, sem a necessidade de grandes operações de remoção de moradores de áreas de risco", diz, citando como exemplo proteções em margens de rios e a criação de áreas para alagamento (piscinões). Para a especialista, questões como infraestrutura, ocupação urbana, desenvolvimento das instituições públicas e nível de pobreza e de educação ajudam a explicar a disparidade no número de vítimas entre as enchentes na Austrália e no Brasil. "A Austrália é um país com uma infraestrutura melhor, com maior capacidade de alocar recursos e equipamentos para a prevenção e o resgate, com instituições e mecanismos mais democráticos, que conseguem atender a toda a sociedade, incluindo os mais pobres, que estão em áreas de mais risco", afirma. Para ela, outro fator que tem impacto sobre o número de mortes é o nível de educação da população. "Pessoas mais educadas estão mais conscientes dos riscos e têm mais possibilidades de adotar ações apropriadas", diz, Apesar disso, ela observa que a responsabilidade sobre as enchentes não deve recair sobre a população. "Isso é um dever das autoridades. Elas não podem fugir à responsabilidade", afirma.

Estímulo de nervo no pescoço pode reduzir zumbido crônico nos ouvidos, diz estudo

DA FRANCE PRESSE Cientistas norte-americanos conseguiram eliminar zumbidos (conhecidos como acúfeno) nos ouvidos e crânio de cobaias, através do estímulo de um nervo no pescoço. Isso abre caminho para um tratamento da síndrome, segundo estudos. O estímulo ao nervo vago ou pneumogástrico é uma terapia que parece ajudar as zonas do cérebro que interpretam sons a reprogramar-se, retornando ao estado inicial e fazendo desaparecer a fonte do zumbido, indica a pesquisa. "Pensamos que a região do cérebro que se ocupa dos sons, a córtex auditiva, utiliza muitos neurônios, células nervosas, para algumas frequências, e o sistema começa a se desordenar", explica Michael Kilgard, professor adjunto de ciências cerebrais da Universidade do Texas (EUA) e principal autor do trabalho, publicado na revista britânica "Nature". A terapia equivale a apertar um botão no cérebro para reiniciar circuitos, como se faz no computador, comentou Kilgard. "O tratamento atual para o acúfeno consiste basicamente em aprender a ignorá-lo", disse James Battey, diretor de um instituto americano para a surdez e problemas de comunicação, que financiou a maioria dos trabalhos. No entanto, a síndrome --sofrida por 23 milhões de americanos, 10% dos anciãos e 40% dos veteranos de guerra-- parece derivar, em algumas pessoas, na perda da definição auditiva.

Genômica não rende patentes ao Brasil, mostram dados da USP

SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO O Brasil saiu na frente em biologia molecular quando sequenciou o genoma da Xylella fastidiosa, causadora do "amarelinho" da laranja, em 2000. Mas os resultados do investimento, pelo menos em número de patentes, foram abaixo do esperado. É isso que mostra um levantamento feito pelo cientometrista da USP Rogério Meneghini e pelo seu orientando Estêvão Gamba. Brasil deveria extrair lições da trajetória sul-coreana Em um artigo que será publicado em maio nos anais da ABC (Academia Brasileira de Ciências), eles revisaram dez anos de patentes de biologia molecular, de 1996 a 2007 (em geral, esse tipo de análise se debruça a partir dos últimos três anos). A base verificada foi a americana USPTO, em que são registradas marcas e patentes de todo o mundo. Nesse período, o Brasil teve um total de 279 registros de patentes em biologia molecular. O número é menos da metade do México (776) e de um terço da China (996). Mesmo assim, o crescimento de patentes do país na área foi de 3.700%. "É preciso lembrar que partimos praticamente do zero em patentes de biotecnologia. Sob esse ponto de vista, crescemos muito", explica o engenheiro agrônomo Sérgio Salles-Filho. Ele é especialista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em política científica. No entanto, o aumento da China no mesmo período foi de 5.275%. Em 1996, esse país só tinha quatro patentes em biologia molecular. "Os números do Brasil mostram que a atividade de produção tecnológica é baixa", explica Salles-Filho. De fato, em termos de produção científica em biologia molecular, ou seja, artigos publicados, os números são bem diferentes. Num ranking feito por Meneghini a partir da base de dados bibliográfica "Scopus", o país teve um crescimento de 515% em artigos na área --e só perdeu para a China (que cresceu 1.243%). "Isso se deve a uma questão cultural. Ainda temos pouca cultura de patenteamento", complementa Salles-Filho, da Unicamp. PIONEIRISMO Em 2000, o sequenciamento da bactéria do "amarelinho", que causa o entupimento dos vasos da planta e atinge cerca de 30% dos laranjais paulistas, foi capa da revista "Nature" e colocou o Brasil como protagonista na genômica internacional. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) investiu cerca de US$ 12 milhões nas pesquisas da Xylella, que reuniram quase 200 cientistas em 35 laboratórios do país. Hoje, porém, a rede de sequenciamento foi desfeita, e a doença do citrus continua sem cura --apesar de que a "cura" não era um objetivo inicial das pesquisas. O foco, de acordo com a Fapesp, era formar pessoas na área. Além disso, algumas empresas de base tecnológica emergentes acabaram mudando de percurso. Exemplos disso são a Allelyx e a Canavialis, compradas pela multinacional Monsanto em 2008 por R$ 612 milhões. Ambas foram fundadas em 2002 com capital de risco da Votorantim. Para o biólogo Fernando Reinach, fundador da Allelyx e diretor-executivo da Votorantim Novos Negócios, é esperado que empresas de fundo de risco sejam vendidas. Mas, na época, a negociação foi criticada pelo governo e, conforme a Folha apurou, acabou retraindo os investimentos públicos em empresas de base tecnológica. De acordo com Reinach, a Allelyx teve cerca de 30 patentes registradas na USPTO entre 1996 e 2007. "Mas não basta analisar número de patentes. É preciso ver o que elas geraram de lucro", diz. Em editorial recente publicado na "Nature", a revista cobrou uma postura mais agressiva da ciência brasileira na área de biotecnologia. Mas afirmou: "A Xylella mudou a percepção do Brasil de si mesmo e seu lugar no mundo da ciência."
HÉLIO SCHWARTSMAN ARTICULISTA DA FOLHA A figura é insuspeita: Daryl J. Bem é professor emérito de psicologia social da prestigiosa Universidade Cornell, em Nova York. Também já lecionou em Harvard e Stanford, entre outras instituições de elite dos EUA. Ele, entretanto, escreveu um artigo no qual afirma ter demonstrado a existência da percepção extrassensorial (PES), isto é, da capacidade de pressentir o futuro. Bem relata nove experimentos nos quais colocou um total de 1.100 universitários para adivinhar o futuro. Eles tinham de realizar tarefas como predizer se uma fotografia vai aparecer do lado esquerdo ou direito da tela do computador ou descobrir onde está a imagem erótica. Em oito dessas nove situações, sustenta o psicólogo, os alunos se saíram um pouco melhor que o autorizado pelo acaso. Para completar, o "paper" foi aceito para publicação pelo "Journal of Personality and Social Psychology", um dos mais influentes periódicos dos EUA nessa área. Como não poderia deixar de ser, a notícia está causando polêmica. O "The New York Times" dedicou uma página especial com nove artigos de opinião sobre a suposta descoberta. As blogosferas cética e parapsicológica também estão agitadas. Entre os cientistas mais ortodoxos, as opiniões também se dividem entre dois extremos: os que acham graça e os que estão furibundos. Para os representantes da primeira categoria, é importante preservar a liberdade de acadêmicos seniores de investigar o que quiserem. Além disso, não há mal na publicação de uma pesquisa assim, pois seus resultados não serão replicados por nenhum laboratório, e ela cairá no esquecimento, a exemplo de várias outras tentativas de dar credibilidade à parapsicologia. Por enquanto, três tentativas de reproduzir os experimentos fracassaram. Há outras em curso. Cada vez mais presentes no mundo da ciência, os estatísticos têm sua própria linha de crítica. Um grupo liderado por Eric-Jan Wagenmakers, da Universidade de Amsterdã, foi convidado para escrever uma revisão na mesma edição da revista em que sairá o polêmico artigo. Para os holandeses, o professor emérito errou ao tratar dados colhidos de forma exploratória com um instrumental estatístico concebido para confirmar hipóteses. Ao fazê-lo, ele inadvertidamente superestimou as evidências contrárias à hipótese de que o fenômeno não existe. Outros, porém, fazem críticas mais severas a Bem e, em especial, ao periódico que decidiu publicar seu artigo. Para eles, a existência de PES é uma teoria extraordinária e, como tal, só poderia ser publicada num "journal" se fosse sustentada por evidências extraordinárias --o que não seria o caso mesmo se as conclusões de Bem fossem aceitas pacificamente. Douglas Hofstadter, professor de ciência cognitiva da Universidade de Indiana, coloca o problema de forma veemente na página de debates do "New York Times". "Se algo disso [a PES] fosse verdade, então todas as bases da ciência contemporânea ruiriam, e nós teríamos de repensar a natureza do universo. Por essa razão, publicar um artigo como esse é um ato muito grave." Pelo menos no que diz respeito à natureza do universo, Hofstadter tem razão. Se a PES é uma realidade, então o futuro afeta o presente (retrocausalidade), o que torna urgente modificar todos os livros de física, segundo os quais o tempo é linear. O professor Bem, é claro, discorda e, a exemplo de homeopatas e novos gurus, recorre à mecânica quântica para explicar seus achados.

Agência espacial europeia registra ondas cósmicas na Via Láctea

DA FRANCE PRESSE A ESA (sigla em inglês da agência espacial europeia) divulgou uma imagem feita pelo telescópio Planck Suveyor, que mostra a Via Láctea em ondas de radiação cósmica em micro-ondas. Um rastro de poeira é visível no sentido horizontal. Ao norte e ao sul da imagem, a variação de temperatura da radiação cósmica também pode ser observada. Lançado em maio de 2009, o telescópio providenciou, desde então, um catálogo de imagens com aproximadamente 15 mil novos objetos celestiais, além de mais 30 aglomerados de galáxias, informaram cientistas durante uma conferência que acontece em Paris nesta terça-feira. O Planck, que está a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, é essencialmente designado para captar até as menores variações de energia liberadas depois do Big Bang. Ainda em andamento, o estudo sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (também conhecida como CMB) --a radiação remanescente do Big Bang e uma de suas maiores evidências-- deve ser publicado em 2013. ESA/AFP A ESA, agência espacial europeia, divulgou imagem feita por satélite que mostra radição cósmica na Via Láctea PLANCK Uma das tarefas que o telescópio tem superado é remover uma "névoa" de emissões de micro-ondas --um brilho difuso que durante décadas tem distorcido a visão de regiões empoeiradas do espaço profundo. Os dados coletados pelo Planck confirmam a teoria de que a "névoa" vem dos grãos em escala nanométrica espalhados ao rodopiar várias dezenas de bilhões de vezes por segundo, por colisão com átomos em grande movimento ou com raios de luz ultravioleta. Os cientistas agora devem ser capazes de filtrar este sinal, podendo se concentrar nos vestígios genuínos de CMB nas ricas quantidades de dados do Planck. "Estes novos resultados são peças vitais de um quebra-cabeça que pode nos dar um quadro completo da evolução do próprio quintal cósmico em que vivemos, a Via Láctea, bem como do início da história de todo o Universo", afirmou David Parker, diretor de ciência espacial da ESA. A grande ferramenta do Planck é um telescópio de 1,5 metro de comprimento que concentra a radiação em dois conjuntos de detectores, que são refrigerados a quase zero absoluto. O telescópio realizou missão de 15 meses, mas as suas operações já foram prorrogadas por dois anos. Seu nome é em homenagem ao físico alemão Max Planck, fundador da teoria quântica