segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Importãncia da Mãe no Desenvolvimento da Criança.

Nossa sociedade vive momentos difíceis no que diz respeito às relações familiares. Muito se diz que as famílias estão se degenerando e colapsando na sociedade brasileira. As mulheres, hoje mais do que em qualquer outra época, devem conseguir conciliar seu tempo entre a carreira profissional, a casa, o marido e os filhos. Os avanços tecnológicos que foram pensados como formas de se economizar tempo e garantir mais liberdade e maior interação entre as pessoas, acabaram se transformando numa forma de facilitar o trabalho fora do horário de expediente normal e promoveram uma verdadeira epidemia de pessoas que levam trabalhos para fazer ou para terminar em suas casas.

Com isso tudo, as relações entre mães e filhos, passam por transformações que podem representar avanços ou perdas irreparáveis que dependerão muito de cada família para consolidarem-se como um ou como outro.

No entanto uma coisa é importante que a mãe moderna entenda: se ela escolheu ter uma vida profissional e ter filhos; cabe a ela encontrar tempo e maneiras de desempenhar essas duas funções da melhor maneira possível. Também c abe a ela possuir a devida maturidade para compreender que a formação adequada de uma criança e o conseqüente adulto em que ela se transformará, dependerá quase exclusivamente de como se dá a sua relação com seu filho.

É fato comprovado por inúmeras pesquisas e por diversos estudiosos que crianças afastadas do convívio de suas mães ou que têm pouco contato com elas tendem a apresentar mais problemas de desenvolvimento e mais entraves a seu desempenho acadêmico e social. Isso, sem qualquer dúvida, se refletirá numa vida adulta repleta de inseguranças, timidez excessiva e problemas para adaptarem-se as situações que a modernidade impõe para qualquer pessoa.

Prestar atenção nos filhos, participar de seu desenvolvimento motor, psíquico, intelectual e físico podem parecer coisas atávicas e naturalmente simples. Contudo, para algumas mães, essa tarefa pode ser um trabalho hercúleo e extremamente difícil de ser realizado. As consequências disso, como já falamos, se refletirão no futuro.

É pelo contato com a mãe que as crianças dão seus primeiros passos em direção a descoberta do mundo que as cerca e das melhores formas de interagir com ele. Da mesma forma, é a mãe que normalmente apresenta aos filhos a “ideia” de interação com pessoas de fora do círculo familiar e as melhores práticas para que as crianças sejam bem sucedidas nessa “aventura”. Isso assegura um desenvolvimento psicológico correto e garante que a criança estará plenamente apta a captar informações que sejam apresentadas por outras pessoas ou mesmo por situações que ela viva ao longo de sua existência; igualmente as tornarão capazes de fazer frente a esses desafios.

Para as mães é importante que além de se sentirem bonitas, amadas e plenas de sucesso profissional ou financeiro, a importância delas se sentirem parte integrante da educação de seus filhos é muito maior do que qualquer outra necessidade que posam ter. Pois, negar-se o dever de educar e preparar corretamente um ser humano que você colocou no mundo é o mesmo que enviar alguém que você ama para o sofrimento e para o desamparo.

A figura materna é tão importante para o desenvolvimento intelectual e emocional das crianças que supera, de longe, a figura do pai. Podendo facilmente substituí-la a qualquer hora.

Portanto, pense sempre em dar o melhor de si e garantir para o seu filho todo o amor, o carinho e o apoio que ele precisará para tornar-se uma pessoa completa e livre de recalques e frustrações.

Importância da Mãe na Educação Infantil


Importância da Mãe na Educação Infantil
Antigamente, a relação entre mães e filhos era muito mais impositiva e relegada a uma situação de autoridade pura e simples do que nos dias de hoje. Castigos, surras e toda sorte de punições eram aplicados pelas mães que tinham, como função principal, “educar” seus filhos para que obedecessem cegamente as normas e convenções sociais.

Hoje vemos as jovens mães muito mais ligadas a seus filhos e desempenhando um papel de orientadoras através de uma relação muito mais de amigas do que de censoras. O principal problema que elas enfrentam é conciliar suas atividades profissionais e sociais com a educação dos filhos e a vida numa sociedade extremamente competitiva e que exige da mulher uma enorme versatilidade e compromisso pessoal. Hoje, uma mulher que deseja ter filhos, deve entender antes de qualquer outra coisa que deverá educar a criança e ainda manter-se suficientemente ativa e disponível para galgar melhores condições e oportunidades em sua vida profissional. Algo que é muito diferente do que as mães experimentavam há pouco mais de trinta anos.

Em certo ponto, essa mudança e essa exigência de versatilidade e de maior qualificação das mulheres, foi extremamente benéfica para seus filhos. Hoje, nossas crianças são muito mais capazes e preparadas; podendo expressarem-se mais livremente e dar asas a criatividade e a inventividade sem serem tolhidas por preconceitos e ideias errôneas que eram considerados verdadeiros bastiões maternos no passado.

No entanto, podemos observar que a necessidade de conciliar a vida profissional com a criação de filhos ainda exerce alguns pontos negativos sobre algumas mães. A concessão de limites necessários a uma boa educação e ao convívio social sadio são os maiores problemas enfrentados pelas mães atuais. Entender que não há culpa pela necessidade de se ausentarem cada vez mais do convívio com seus filhos para que possam satisfazer as suas próprias necessidades profissionais seria a chave para acabar com a verdadeira permissividade que muitas mães adotam em relação a seus filhos e que, no futuro, poderá representar uma sucessão de dissabores e a formação de adultos imaturos e incapazes de conviver socialmente de forma plena. Essa “culpa”, muitas vezes, provoca o surgimento nas famílias de verdadeiros déspotas mirins e representam um risco sério para a vida adulta das crianças.

Portanto, entender que a relação entre mães e filhos mudou e que essas mudanças foram importantes e “para a melhor”; é apenas o primeiro ponto a ser considerado pela mulher que deseja ser mãe. Ao mesmo tempo ela deve ser capaz de perceber que, mesmo tendo necessidade de batalhar uma vida profissional e ausentar-se do convívio de seus filhos, não há “culpa” nesse evento. São as mães e seus esposos que devem tomar as rédeas da educação de seus filhos e exercerem os papéis de proteção e de punição quando necessário. Impor respeito e impor limites às crianças é algo que não pode ser feito com violência ou com barbarismo. Mas é algo a ser executado tendo como certeza que seus filhos se tornarão adultos mais seguros e mais aptos para fazer frente aos desafios da sociedade moderna.

Escola é Complemento???

Educação dos Filhos 
A vida moderna vem colocando desafios cada vez mais urgentes e complexos em nossas vidas. Um desses desafios é praticamente impostos às mulheres que se tornam mães: conciliar a vida profissional com a educação dos filhos.

Para as mães é importante entender que a sua importância na educação infantil é total. A relação entre mães e filhos determinará de forma decisiva como a criança receberá as informações que comporão a sua educação e a sua instrução; como ela reagirá ao contato social e como encarará os desafios e problemas levantados pela vida em comum que experimentará fora do âmbito familiar.

Quando as mães (principalmente as “de primeira viagem”) sentem-se tristes e preocupadas quando deixam seus filhos pela primeira vez na creche ou na escolinha. Muito longe de preocuparem-se apenas nesses momentos, as mães devem ter em mente que a participação e a importância delas para a educação e o desenvolvimento de seus filhos é algo enorme e que deve ser exercido e cultivado dia após dia; de forma ininterrupta e constante.

Outro aspecto importante na relação entre mães e filhos, no que tange a educação, é a participação delas no levantamento de deficiências que as escolas apresentem e na busca de formas de superação dessas deficiências. Ao mesmo tempo, elas devem ser capazes de perceber alterações comportamentais em seus filhos e verificar se essas alterações estão diretamente ligadas a problemas de convivência na escola ou fora do meio familiar. Quanto mais tempo a mãe puder passar com seu filho e mais íntima e constante for sua relação com ele; mais facilmente ela poderá detectar esses problemas e saná-los de forma rápida e segura. Concorrendo de forma primordial e fundamental para evitar que a criança forme em sua personalidade traços que a levem a tornar-se um adulto inseguro e temeroso do mundo que a cerca – é importante garantir que a educação da criança seja plena e eficaz.

Para uma boa relação entre mães e filhos, a mãe deve ter em mente que a educação correta é o acúmulo de informações que garantirão as crianças uma vida plena futura. E esse acúmulo tanto de deve dar no campo intelectual quanto no emocional. Brincar com seus filhos, participar das atividades na escola, conversar e desenvolver uma parceria sadia com as crianças é o ponto fundamental para dar-lhes a segurança de que são amados sem estender-lhes uma cobertura de proteção exagerada e perniciosa, que os transformará em crianças mimadas e incapazes de agir em sociedade de forma perfeita e completamente enquadrada aos costumes sociais de seu meio.

As mães são o alicerce fundamental sem o qual a educação das crianças seria enormemente prejudicada e, em alguns casos, até impossibilitada; tala enorme importância que a mãe tem para seu filho.

Por isso, você que é mãe, não se furte ao prazer e a obrigação de garantir que seu filho se transforme em um adulto plenamente capaz de levar uma vida satisfeita e feliz. Participe ativamente de sua educação e dê-lhe todas as oportunidades de aprender, com você e com o mundo que o cerca, tudo o que será necessário para que ele desfrute do melhor possível em matéria de desenvolvimento de suas capacidades.

A Importância da Educação Física Escolar.

A Educação Física é uma área do conhecimento que trabalha com o corpo e o movimento como parte da cultura humana. Nessa perspectiva cultural na qual a Educação Física escolar está inserida, não se deve associar seus benefícios apenas a questões fisiológicas dos seres humanos, mas também ao seu autoconhecimento corporal, melhora na auto-estima, no auto-conceito, entre outros. A Educação Física favorece aos alunos a compreensão de seu próprio corpo e de suas possibilidades, conhecendo e experimentando um número diversificado de atividades corporais para que os alunos futuramente possam escolher a atividade mais conveniente e prazerosa para auxiliar no seu desenvolvimento pessoal e na melhoria de sua qualidade de vida ao longo de suas vidas.

O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. Antes mesmo de nascer o ser humano se movimenta e devido as suas experiências e influências do meio, adquire maior controle sobre seu próprio corpo e dessa forma vai se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo.

De acordo com PAIM, (2007):

“Ao movimentarem-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamento, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que um simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. Trabalhar com movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor.”

Dentre as produções da cultura vivenciadas pelo corpo humano ao longo de sua existência, algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos, como: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica, a luta entre outras. Que apresenta em comum a representação corporal, com características lúdicas, de diversas culturas humanas; todos esses fatores favorecem o fortalecimento da cultura corporal humana.

Já no que diz respeito às habilidades motoras na Educação Física, acrescenta-se que: “O trabalho as habilidades motoras e capacidades físicas deve estar contextualizado em situações significativas e não deve ser transformados em exercícios mecânicos e automatizados (PCN, 1997, p.62)”. Durante as aulas de Educação Física, o processo de ensino e aprendizagem deve dar oportunidade aos envolvidos para que façam a utilização de sua motricidade enquanto ação intencional, que é extremamente necessária e significativa durante a construção de conhecimento e é proporcionada pela integração sujeito-objeto.

As aulas devem proporcionar ao aluno a aprendizagem por meio da abstração reflexiva, ou seja, deve-se dar a ele a oportunidade para ira além da inteligência prática sobre e por meio desse conteúdo, considerando-o como um conhecimento socialmente construído e historicamente contextualizado. Pois, para que os objetivos das aulas sejam alcançados é necessário que as crianças sejam desafiadas a solucionar problemas ou enfrentar situações que necessitem de formas de pensar diferentes daquelas usadas até então. Uma aprendizagem significativa exige, além da interlocução e da experimentação do movimento do corpo no espaço e da utilização das estruturas mentais para relacionar os estímulos recebidos formando conceitos claros. Assim sendo, para Delore (2000), desde a infância o ser humano precisa saber e adquirir o aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

Atualmente, a área da Educação Física evoluiu de tal forma que abrange múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade em geral relacionados ao corpo e do movimento. Entre eles, se consideram fundamentais as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e ainda com possibilidades de manutenção, promoção e recuperação da saúde. Kunz (2001), também acredita que a Educação Física deve desenvolver a Função Social e Política, e afirma que ela é inerente a toda a sua ação pedagógica, e que através dessa ação, sua especificidade prática poderá ser transformada em tarefas pedagógicas desejáveis.

De acordo com Santin (1995), “Ninguém duvida de que o desenvolvimento humano consiste na realização e aperfeiçoamento de todas as capacidades do se humano (p.14)”, assim sendo, os professores de Educação Física devem motivar e incentivar os praticantes a descobrir seus limites e capacidades, a fim de que o potencial de cada aluno seja revelado e valorizado. Em face dessas reflexões o presente artigo tem como objetivo, verificar qual à visão que os professores de Educação Física da rede pública de Santa Maria têm sobre a importância da Educação Física Escolar.

Caminhos percorridos

Este trabalho encontra-se ancorado na abordagem de pesquisa qualitativa. Conforme Demo (2000), a pesquisa qualitativa deseja fazer jus à complexidade da realidade. A abordagem qualitativa requer que os investigadores desenvolvam empatia para com as pessoas que fazem parte do estudo e que façam esforços concertados para compreender os seus vários pontos de vista (BOGDAN e BIKLEN, 1994).

Bogdan e Biklen (1994), afirmam que, “a abordagem qualitativa é utilizada de forma a ajudar a clarificar perspectivas conflituosas acerca da educação e a estimulá-los a questionar suas hipóteses...” seguimos esta metodologia principalmente por acreditarmos que através dela poderemos nos tornar mais conscientes, pois, somos motivados a criticar e analisar com consistência e assim explorar mais profundamente as circunstâncias a serem estudadas.

Fizeram parte da amostra de nosso estudo 24 professores de Educação Física de 10 escolas da rede pública de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Como instrumento de coleta, utilizou-se um questionário com questões abertas e fechadas, na qual as perguntas versaram sobre o tema Educação Física Escolar. O questionário foi respondido individualmente, e entregue no mesmo dia para a pesquisadora. Para a análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo.

Apresentando e discutindo os resultados

O objetivo desse estudo foi verificar qual à visão que os professores de Educação Física da rede pública de Santa Maria têm sobre a importância da Educação Física Escolar. Os dados foram organizados em categorias, de maneira a responder os objetivos do estudo, são elas: 1) Entendimento de Educação Física Escolar; 2) O que compete a Educação Física escolar ensinar; 3) A importância do Planejamento escolar

1. Entendimento de Educação Física Escolar

Os professores colaboradores da pesquisa ao serem questionados sobre qual o entendimento de Educação Física escolar, revelaram diferentes pontos de vista, e conceituaram-na, de maneira geral, como:

“É uma disciplina que leva o aluno ao conhecimento do seu próprio corpo, das suas possibilidades e limitações. A Educação Física escolar desperta o vigor físico, a capacidade psico-motora e influencia numa vida sadia às crianças.” (Diário de campo, Santa Maria, julho de 2008. Professor A/I)

“Todos nós sabemos da importância de fazer uma atividade física e de se manter ativo. Em minha opinião é a disciplina mais importante desenvolvida na escola, porque trabalha o aluno como um todo.” (Diário de campo, Santa Maria, julho de 2008. Professor J/II)

Os PCNs (1997) afirmam que:

“ por suas origens militares e médicas e por seu atrelamento quase servil aos mecanismos de manutenção do status quo vigente na história brasileira, tanto a prática como a reflexão teórica no campo da Educação Física restringiram os conceitos de corpo e movimento – fundamentos de seu trabalho – aos seus aspectos fisiológicos e técnicos.”

Com isso, percebe-se que, a opinião do professor A/I não se encontra de toda forma errada, e sim um pouco desatualizada; pois atualmente, a Educação Física corre em busca pela sua superação e valorização, através da concepção que a remete a diferentes dimensões como: a cultural, a social, a política e a afetiva, porque acima de tudo, ela trabalha com seres humanos que durante todo seu ciclo vital se movimentam e agem como sujeitos e cidadãos, interagindo e modificando o contexto social ao qual estão inseridos. Percebe-se que a visão do professor se deve ao fato de ter sofrido influências de uma Educação Física tecnicista, pois já está na escola há mais de 25 anos. O modelo tecnicista tem como objetivo principal a busca da aptidão física e desportiva. Saviani (2005) diz que, ”temem a competência técnica aqueles que, encontram-se ainda sob a influência dominante das teorias educacionais que convencionei chamar de “crítico-reprodutivistas.” Concordamos com Saviani, porque entendemos que é o mínimo que um professor de Educação Física deve ensinar, mas, desde que o professor não ensine e cobre apenas a competência técnica, mas que essa competência técnica venha acompanhada de cooperação, tolerância, superação de limites, crescimento pessoal, entre outros.

A Educação Física evolui com a história, acompanhou as mais diversas situações históricas, surgiu nos primórdios, onde o Ser Humano usava suas habilidades motoras para se locomover, alimentar e sobreviver. Com os Gregos na antiguidade, incorporou-se o desenvolvimento físico e moral; já os romanos, pouco se dedicavam a moral e a cultura intelectual, preocupavam-se mais com o desenvolvimento das massas musculares. Já na idade média, os exercícios físicos eram considerados como maneiras bárbaras de manifestações influenciadas pelas ordens da cavalaria.

Atualmente a Educação Física de acordo com Saviani (2005), serve para auxiliar e instaurar na escola saberes científicos, técnicos, estéticos, dentre outros, e assim revelar algo de diferente na vida dos envolvidos e da sociedade, na qual o ponto de partida da prática enquanto educação é revelar algumas situações de equilíbrio da hierarquia educacional, onde se revela importante não apenas o professor como formador de idéias, mas sim o professor – aluno – escola - sociedade responsável pela construção do conhecimento comum.

2. O que compete a Educação Física escolar ensinar

De acordo com os resultados verifica-se que os professores demonstraram, através de suas falas que percebem a Educação Física como um componente curricular rico em conteúdos e possibilidades específicas de movimento. A escola é parte integrante da vida de cada um, é possível afirmar que na escola nada deve ser isolado, principalmente na Educação Física, onde o corpo não é apenas um corpo isolado, onde podemos fazer dele, enquanto professores, “o que bem entendemos”, e sim, compete a Educação Física compreendê-lo na sua essência para assim proporcionar o movimentar-se e estimular a formação bio-psico-social de cada aluno. Assim pode-se perceber em algumas falas que:

“A prática de atividade física oportuniza ao educando assimilar os momentos de competição como forma de crescimento pessoal e melhora da auto-estima, bem como valorizar a cooperação e construir e reconhecer regras que remetem a valores e noções de sociabilidade. Enfim, tornar-se um ser atuante na sociedade.” (Diário de campo, Santa Maria, julho de 2008. Professor G/II)

“Educação Física é importante porque através dos diferentes conteúdos, como, exercícios formativos, jogos, esportes, ginásticas, entre outros apoiando-se em bases científicas, biológicas, pedagógicas e psicológicas, desenvolve e forma o indivíduo físico, mental e espiritualmente sadios.” (Diário de campo, Santa Maria, julho de 2008. Professor D/III)

Através de tais opiniões percebe-se que a Educação Física escolar tanto para os professores entrevistados, quanto para os pesquisadores e autores como Voser e Giusti (2002), além de desenvolver os aspectos físicos e disciplinares, pode promover a autoconfiança através de suas práticas delegadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e dessa maneira também auxilia a expandir os conhecimentos motores, a valorizar a cultura, o movimento e a integração com seus companheiros de grupo.

Lembrando as palavras de Shugunov Neto e Maciel, (2002), que afirmam que: “ser professor” passa a abranger outras virtudes muitos mais exigentes do que apenas dar aula. Precisa desaparecer, desde logo, toda a tática de encurtamento, abreviação, banalização, porque formação é fenômeno que acarreta certa plenitude, implicando de mais tessituras técnicas, políticas e éticas. Ou seja, os professores não devem se considerar apenas transmissores de conhecimento e sim formadores de opiniões, assim sendo, o professor deve tomar o máximo de cuidado para que através de suas aulas ele possa usar de maneira representativa e significativa a valorização individual e do coletivo, transmitindo valores aliados aos conhecimentos técnicos e táticos possibilitados através da prática da Educação Física Escolar.

Conforme Arroyo (2000), “Em outras instâncias e experiências de nossas vidas outras imagens se acrescentam e com todos esses aprendizados, por sua vez resistindo a eles, fomos construindo nossa identidade pessoal e profissional.” Ou seja, deve-se ser considerado que para a construção de nosso conhecimento sofremos influências das mais distintas áreas e possibilidades, e a Educação Física Escolar tem como principal função auxiliar na formação bio-psico-social de todos aqueles que estiverem envolvidos na relação ensino-aprendizagem; mais precisamente os alunos, que é através da escola que pode ser possibilitada as mais diversas informações e relações sociais.

Já Voser e Giusti (2002), acreditam que atualmente a globalização mundial e a evolução da tecnologia proporcionam um aprendizado rápido e dinâmico; porém é imprescindível cuidar do aspecto físico, psíquico e social, mesmo que trabalhado de maneira lúdica, quer por meio da prática de algum esporte ou outro tipo de atividade física.

Não podemos esquecer que, embora estes professores entrevistados pensem desta forma a realidade atual da Educação Física nas escolas não é homogênea, pois através deste estudo constatou-se um grande descaso vindo dos entrevistados, no qual, 30% dos entrevistados não responderam ao questionamento, muitos destes se mostraram desmotivados com o salário, desatualizados, com pouco recurso físico e material e mesmo com toda a argumentação da importância de sua opinião acabaram não contribuindo com a pesquisa. Arroyo (2000), afirma que é muito mais fácil jogar a responsabilidade para o capitalismo, o neoliberalismo, do que assumir a responsabilidade que toca ao professor.

Já os autores Campagna e Shwartz (2007) dizem que, “a reflexão que o profissional faz sobre si e sobre seu estar no mundo não se dissocia de sua ação sobre o mundo e, sendo assim, esta indissociabilidade ação-reflexão traz para o foco, complexas e abrangentes questões relacionadas ao papel mediador que deve balizar sua práxis na perspectiva aludida. A competência é uma destas questões que vem a desafiá-lo.” Ou seja, não se deve deixar que as situações externas como baixos salários, falta de material, entre outros abalem suas bases, pois se isso acontecer todos os envolvidos serão atingidos; neste caso, os alunos seriam os mais prejudicados, pois dependendo da práxis pedagógica do professor, esta prática pode influenciar negativamente o envolvimento dos alunos na Educação Física escolar, a motivação para a prática, a construção da autoconfiança e auto-estima dos alunos, entre outros.

3. A Educação Física e o planejamento escolar

De acordo com os resultados verifica-se que os professores demonstraram, através de suas falas que vêem no planejamento das aulas Educação Física a possibilidade de desenvolvimento de capacidades e competências nos alunos. Como pode ser visto na fala do professor:

“Infelizmente, alguns professores ainda desperdiçam o tempo de aula dando uma bola aos alunos para que eles joguem futebol, vôlei, enfim, ou o que acharem melhor. Há muitos profissionais que não se preocupam em motivar os alunos. Não planejam as aulas e não tem um objetivo ou finalidade pré-determinada da aula. A Educação Física não se resume em correr, brincar, jogar bola. Fazer ginástica... A Educação Física deve sim, integrar o aluno na cultura corporal de movimento, mas de uma forma completa, transmitir conhecimentos sobre a saúde, sobre várias modalidades do mundo dos esportes, adaptando o conteúdo das aulas a individualidade de cada aluno e a fase de desenvolvimento em que estes se encontram. É uma oportunidade de desenvolver as potencialidades de cada um, nunca de forma seletiva e sim, incluindo todos os alunos no programa.”(Diário de campo, Santa Maria, julho de 2008. Professor J/II)

A opinião do professor está inteiramente ligada a toda a sua vivência e inquietações, pois além de promover sua educação continuada também busca por em prática seus afazeres, ou seja, ele analisa a realidade da escola em que está incluído e revela as dificuldades dos professores que por muitas vezes, ou não acompanharam a evolução da Educação Física ou simplesmente não assimilaram a vital importância, que assumem, na atualidade para a garantia da qualidade de vida dos seres humanos. Visto que a Educação Física não é apenas utilizada para a cultura do corpo, pois vai além, porque promove uma melhoria física na aptidão, na motricidade, entre outros benefícios... pode também promover qualidade de vida e de saúde, enriquecimento de conhecimentos múltiplos através de suas práticas ou até mesmo com o auxílio da interdisciplinariedade, melhorar a auto-estima, auto-confiança, dentre outros fatores tão ou mais importantes que a Educação Física pode promover na vida do ser humano.

Através dessa fala percebe-se que os professores pensam que tanto o planejamento das aulas, quanto a educação continuada do professor são fatores que andam juntos e causam grande influência na práxis pedagógica de cada professor, pois o curso de Educação Física exige intensa atualização, pois é um curso que acompanha as tendências políticas, culturais e sociais que por vezes costumam ser altamente inconstantes, por variarem de acordo com o avanço da sociedade envolvida.

O planejamento, é um ato no qual o professor deveria tornar evidente a importância da opinião dos alunos no desenvolvimento, por exemplo da aula de Educação Física para que a adesão futura a atividade física seja maior e com mais consciência, e dessa maneira ele não apenas imponha sua opinião e sim auxilie na formação de seres críticos e reflexivos.

De acordo com Libâneo (1992, 9.221):

“... Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. “É um processo de racionalização organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.”

Conforme salientou Lunardi (2005) o planejamento é assumir uma atitude séria, ter clareza e principalmente sabermos definir a diferença entre a multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Planejamento escolar consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definição da necessidade de atender objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, como tempo de execução e formas de avaliação.

Kunz (1999) citando os PCNs, diz que deve ser evidente a responsabilidade e consciência, por parte dos professores de Educação Física, quanto ao estabelecimento dos objetivos para o trabalho com essa disciplina e para a priorização de métodos de ensino visando contemplá-los. Já para Libâneo (1992) o planejamento Escolar é a melhor maneira de definir as melhores possibilidades para alcançar os objetivos; e nele deve envolver o processo de reflexão, avaliação, organização do funcionamento e a proposta da instituição.

Com o auxílio do planejamento escolar e de suas informações contínuas os professores podem compreender as diferentes formas, pontos de vista e linhas da comunicação existentes no universo, interagindo e desenvolvendo a auto-expressão e a socialização sob o ponto de vista crítico e reflexivo, desafiando assim os processos de criação e vivências, tendo como ponto de partida a realidade social e o comprometimento intelectual com o novo permanente, com sensibilidade e criatividade; e assim poder sensibilizar o educando para a importância da atividade física como meio de oportunizar uma melhor qualidade de vida. Ampliar a visão sobre a cultura corporal de movimento que viabiliza a autonomia para o desenvolvimento de uma prática pessoal e a capacidade para interferir na comunidade, seja na manutenção ou na construção de espaços de participação em atividades culturais, ou com a finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e ainda possibilitar a promoção, recuperação e manutenção da saúde.

Considerações finais

O presente estudo teve como objetivo verificar qual à visão que os professores de Educação Física da rede pública de Santa Maria têm sobre a importância da Educação Física Escolar. Através da análise dos resultados pode-se inferir que:

Os professores de Educação Física, sujeitos da pesquisa, percebem a Educação Física como um componente curricular rico em conteúdos e possibilidades específicas de movimento, fundamental para o desenvolvimento dos alunos e vê no planejamento das aulas Educação Física a possibilidade de desenvolvimento de capacidades e competências nos alunos.

Atualmente não podemos negar que ainda é grande a marginalização da disciplina de Educação Física nas escolas, por vezes até mesmo dentre os seus profissionais, que não conseguem ver a plenitude de conteúdos e vivências de movimentos que pode ser desenvolvida através da Educação Física escolar, e essa realidade deve ser mudada.

Através deste estudo constatou-se que a visão dos professores sobre a Educação Física e a sua importância no contexto escolar é de suma importância para traçarmos estratégias de ensino que venha colaborar para a melhoria da qualidade das aulas de Educação Física na rede pública de ensino. Percebe-se que embora tenha havido descaso de alguns entrevistados e opiniões bem diferenciadas não encontramos professores com visão errônea do que seria a Educação Física escolar e sua importância, e sim pôde ser concluído que alguns estavam apenas desatualizados sobre a nova concepção de educação integral e de qualidade.

O professor de Educação Física deve ter sua responsabilidade social pautada na ética, para dessa maneira assumir o seu papel de co-responsável pela qualidade da educação brasileira e da valorização de uma área que ainda hoje encontra-se desvalorizada que é a Educação Física escolar. Através de sua atuação, o professor, pode reiterar a relevância do papel da Educação Física na escola e atender a seu compromisso de maneira sublime e com qualidade, afirmando seu valor como educador/educando.

A Educação Física escolar é uma das mais eficientes formas para promover o ensino-aprendizagem de maneira completa, complexa e lúdica, além de ser capaz de através do próprio movimento, colocar em evidência as diferenças culturais, corporais e sociais da população envolvida.

Referências bibliográficas

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LIBÂNEO, J. - Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1992.

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PAIM, M.C.C. Caderno Universitário de Ritmo, Ludicidade e Motricidade. ULBRA/SM, 2007.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações Coleção Educação Física, 9ª Ed., Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

SILVA, E. N. Recreação e Jogos. 2ª ed. Rio de Janeiro, Sprint, 1999.

SHIGUNOV NETO, A. & Maciel L. S. B.- Reflexão sobre a formação de professores. Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico Campinas, SP: Papirus, 2002.

VOSER, R. C. & GIUSTI, J. G. - O futsal e a escola: uma perspectiva pedagógica. Porto Alegre: artmed, 2002
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