segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Meus Mestres: Maria José Conceição e José Rodrigues Coura!


Esquistossomose online

Segunda doença parasitária mais devastadora do ponto de vista socioeconômico, atrás apenas da malária, a esquistossomose acaba de ganhar uma importante contribuição com a publicação online de um livro de referência aberto para acesso gratuito. A obra ‘Schistosomiasis’ reuniu pesquisadores da Fiocruz, dentre eles do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e de outras importantes instituições de ensino e pesquisa do mundo. Para ler a publicação online, clique aqui.

Organizado por Mohammad Bagher Rokni, do Departamento de Parasitologia Médica e Micologia, da Universidade de Ciências Médicas (Irã), o livro é dividido em seis partes, que vão desde o diagnóstico até aspectos da malacologia, passando por temas como o tratamento, controle, manifestações clínicas e epidemiologia da doença. Indicado para estudantes, pesquisadores ou até mesmo aquele que busca apenas mais informação e conhecimento, a publicação traz informações atualizadas sobre o agravo.

A pesquisadora do IOC Tereza Favre, do Laboratório de Ecoepidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses, é uma das autoras do capítulo que trata das orientações de controle da esquistossomose em áreas endêmicas no Brasil. A autora aborda, dentre outros aspectos, as estratégias capazes de facilitar o acesso e a cobertura das ações de controle da doença voltadas para o grupo em idade escolar de uma área endêmica. Juntamente com Favre, participaram Carolina F. S. Coutinho, Kátia G. Costa, Aline F. Galvão, Ana Paula B. Pereira, Lilian Beck, Oswaldo G. Cruz e Otavio S. Pieri.

Enfatizando os aspectos históricos da presença do Schistosoma mansoni no Brasil, como o significativo aumento dos casos da doença a partir da migração do Nordeste para as regiões Sul e Sudeste, o capítulo relacionado à epidemiologia da doença no país, escrito pelo pesquisador do IOC José Rodrigues Coura, chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias, juntamente com a especialista Maria José Conceição, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresenta, ainda, recomendações para a melhoria das condições de saneamento, abastecimento de água potável e educação em saúde, objetivando a redução de reinfecções frequentes.

Os pesquisadores do IOC Rosana Gentile e Paulo S. D’Andrea, do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, Magali Barreto, do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, e Margareth Gonçalves, do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, apresentaram estudo que mostra o papel de roedores silvestres na transmissão de S. mansoni em território brasileiro.

Além dos pesquisadores do IOC, especialistas do Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz Minas) também contribuíram na elaboração do livro.

Visão geral

A esquistossomose é uma doença crônica causada por parasitas do gênero Schistosoma. O agravo está entre as doenças negligenciadas catalogadas pelo Plano Global para Combater Doenças Tropicais Negligenciadas (2008-2015) e é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a segunda doença parasitária mais devastadora socioeconomicamente, atrás apenas da malária. De acordo com a OMS, a esquistossomose afeta pelo menos 200 milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 700 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas e mais de 200 mil mortes são reportadas anualmente.


14/02/2012
Vinicius Ferreira
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)