segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Na turma dos piores

Avaliação da OCDE ressalta que o ensino no Brasil avançou na última década - mas não o suficiente para aproximar o país dos melhores na sala de aula Malu Gaspar Revista Veja – 15/12/2010 Share 3 É consenso que o Brasil tem muito que avançar na sala de aula para ombrear com os melhores países do mundo em educação. Três novos rankings divulgados na semana passada, resultado do mais abrangente levantamento internacional existente sobre a qualidade do ensino, ajudam a mensurar quanto exatamente o país precisa caminhar. Não é pouco. Na prova aplicada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mediu o conhecimento dos estudantes de 65 países, os brasileiros figuram nas piores colocações tanto em ciências e leitura (53ª) como em matemática (57ª). Os jovens submetidos ao exame, todos na faixa dos 15 anos, foram sorteados em escolas públicas e particulares. É verdade que as médias do Brasil melhoraram como as de poucos países na última década - um fato a comemorar, fazendo-se as necessárias ressalvas diante da espantosa situação trazida à luz pelo relatório da OCDE. Ele mostra que uma parte dos brasileiros está chegando ao fim do ensino fundamental com lacunas tão graves quanto não conseguir interpretar textos indicados para os primeiros anos escolares, ter dificuldade em discernir órgãos do corpo humano e tropeçar em operações de soma e subtração. Diante disso, olhar para os países que encabeçam a lista é lição de casa mais do que obrigatória para o Brasil. Pela primeira vez presente na avaliação da OCDE, a China está no topo dos três rankings. Ponderado o fato de que a prova foi aplicada apenas na cidade de Xangai (a mais rica do país), o feito é ainda assim notável. Reflete o pragmático esforço que os chineses vêm fazendo nas últimas três décadas para proporcionar bom ensino a milhões de estudantes. Um ponto central para o salto chinês foi canalizar esforços para o aprimoramento dos professores, que receberam treinamento maciço, assim como salários mais atrativos - a ponto de hoje essa carreira figurar entre as mais cobiçadas pelos estudantes de Xangai. Em contraste, no Brasil o ofício é tão desprestigiado que apenas 2% dos alunos de ensino médio manifestam algum interesse em segui-lo. Atenta a especialista Maria Helena Guimarães: "A experiência internacional mostra que conseguir atrair os melhores cérebros para a docência é o único caminho realmente eficaz rumo à excelência acadêmica". Sem exceção, todos os países que habitam o topo da pirâmide do ensino se beneficiam de uma situação da qual o Brasil está ainda muito longe: nesses lugares, a qualidade não se restringe a um reduzido grupo de escolas particulares, mas se irradia por todo o sistema educacional. O caso brasileiro é justamente emblemático do contrário - aqui saltam aos olhos as enormes discrepâncias de nível entre os colégios particulares e os da rede pública. De acordo com o estudo da OCDE, elas só se agravam. Eis o dado: enquanto os alunos de escolas privadas brasileiras alcançam notas semelhantes às de países como Estados Unidos e Inglaterra (em posição mediana no ranking), os de colégios públicos estão mais próximos do Cazaquistão e da Albânia, na rabeira do ranking. É preocupante, segundo alerta Claudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA: "Massificar o bom ensino é condição básica para qualquer país ascender economicamente". Os reflexos do ainda sofrível ensino básico brasileiro se fazem sentir em outros indicadores ruins. Para se ter uma ideia, o Brasil responde por exíguos 2,6% dos artigos publicados em periódicos científicos de relevo internacional (um quarto da participação da China) e por não mais que 0,3% dos pedidos internacionais de patentes. O país deveria mirar-se aí no exemplo das nações asiáticas em destaque nos rankings da OCDE, como Japão e Coreia do Sul, onde, desde muito cedo, os estudantes são apresentados a tais disciplinas de maneira disciplinada - e atraente. Resume o matemático Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências: "Não dá para almejar avanço tecnológico e inovação sem uma boa aula de ciências no ensino fundamental". AVANÇO LENTO A mais recente avaliação do ensino em 65 países, conduzida pela OCDE, mostra que o desempenho dos estudantes brasileiros melhorou um pouco na década passada — mas não o suficiente para tirar o Brasil das últimas colocações MATEMÁTICA 1º China* 2º Singapura 3º Hong Kong 4º Coreia do Sul 5º Taiwan 57º BRASIL Média dos estudantes brasileiros (numa escala de zero a 1 000) 2000 - 334 Hoje – 386 LEITURA 1º China* 2º Coreia do Sul 3º Finlândia 4º Hong Kong 5º Singapura 53º BRASIL Média dos estudantes brasileiros (numa escala de zero a 1 000) 2000 - 396 Hoje – 412 CIÊNCIAS 1º China* 2º Finlândia 3º Hong Kong 4º Singapura 5º Japão 53º BRASIL Média dos estudantes brasileiros (numa escala de zero a 1 000) 2000 - 375 Hoje – 405 *A avaliação foi realizada na cidade de Xangai

Alerta sobre os enxaguatórios bucais no Brasil

O uso de enxaguatórios bucais no Brasil cresceu 2.277% de 1992 a 2007, mostra um levantamento realizado pelo cirurgião-dentista Marco Antônio Manfredini, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), baseado em informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. De 2002 a 2007, o aumento foi de 190%. Para Manfredini, o incentivo ao consumo indiscriminado de enxaguatórios deve ser criticado. "Observamos um grande investimento na indução ao uso do produto. E é importante dizer que, ao contrário da pasta, da escova e do fio dental, o colutório não tem indicação universal. É preciso concentrar a utilização para casos específicos." Além de não ser essencial à saúde oral, o uso frequente de enxaguatórios bucais com álcool aumenta os riscos de câncer de boca e da faringe. Uma revisão científica publicada no fim de 2008 na revista da Academia Dental Australiana compilou estudos do mundo todo que encontraram essa relação. De acordo com os pesquisadores, há evidências suficientes para aceitar a ideia de que enxaguatórios bucais com álcool contribuem para aumentar a taxa de câncer oral. Grande parte dos produtos comercializados no Brasil contém álcool. Um estudo brasileiro realizado com 309 pacientes e publicado no ano passado na "Revista de Saúde Pública" também encontrou a mesma associação. "Algumas marcas chegam a ter 26% de álcool, e há pessoas que usam todos os dias. Hoje existem produtos no mercado sem álcool, que devem ser os escolhidos", diz o oncologista Luiz Paulo Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo e um dos autores do trabalho. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), fabricantes são obrigados a informar na embalagem a presença de álcool na composição. O álcool presente nos enxaguantes contribui para o aumento das taxas de câncer oral de forma similar às bebidas alcoólicas –e sabe-se que o álcool é o segundo fator de risco para a doença, depois do tabagismo, aumentando de cinco a nove vezes os riscos. "Brinco que a pessoa bebe sem usufruir da parte boa da bebida. O produto tem álcool não porque é um antisséptico, mas porque é um veículo muito eficiente, industrialmente conveniente e muito barato. Por isso as versões sem álcool tendem a ser mais caras", explica o dentista Alberto Consolaro, professor de patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP. O álcool não é um agente causador de câncer isoladamente, mas uma enzima do organismo o transforma em acetaldeído, substância que pode alterar as células da boca e causar tumores na região. "O problema é usar diariamente o produto, pois o dano constante não dá tempo de as células se repararem. O uso de enxaguatórios bucais [com álcool] precisa ser mais estudado, mas é algo parecido com o que ocorre com o cigarro: quanto mais exposição, maior o risco", diz Kowalski. Por isso, dentistas recomendam o uso do produto sem álcool, seja manipulado, seja de marca. "O produto é um bom auxiliar na limpeza da boca, mas não deve conter álcool. As pessoas acham que um enxágue que queima a boca é melhor, mas produto bom não precisa dar essa sensação. A substância antisséptica não é o álcool", diz Consolaro. Indicações Dentistas recomendam o uso de enxaguatórios após cirurgias, raspagem de dente, casos de alta incidência de cárie, doenças da gengiva e para pessoas que não têm coordenação motora para realizar uma boa escovação. Para o restante da população, o uso é opcional, apesar de boa parte da publicidade desse tipo de produto sugerir que ele combate mau hálito. "Do ponto de vista da higiene bucal, não é necessário. Quem tem boa higiene bucal geralmente não tem halitose –e, se tiver, não será o enxaguatório que vai resolver o problema", afirma Manfredini. Especialistas ouvidos pela Folha criticam a falta de controle desse tipo de produto por parte da vigilância sanitária. Os enxaguatórios são registrados como cosméticos na Anvisa, e fabricantes de produtos que não contêm flúor, ação antiplaca nem antisséptica não são obrigados a registrá-los –somente notificá-los à agência. Leia mais: http://www.bondinho24horas.com/2010/09/alerta-enxaguante-bucal-favorece-cncer-de-boca/1843#ixzz1AgJrY5yd

Hiperatividade x Boa Noite de Sono

Uma boa noite de sono pode reduzir a hiperatividade e o mau comportamento entre crianças, segundo um estudo feito na Finlândia. Já se sabia que crianças que não dormem bem podem, apesar de nem sempre demonstrar cansaço, apresentar mudanças de comportamento. O novo estudo, publicado na revista científica Pediatrics, obteve dados concretos que parecem comprovar a teoria. Boa noite de sono reduz hiperatividade e mau-comportamento Ele concluiu que, entre as 280 crianças participantes, as que dormiam menos de oito horas por noite eram as mais hiperativas. Os especialistas responsáveis acreditam que o sono adequado poderia melhorar o comportamento das crianças saudáveis e reduzir os sintomas das que sofrem do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (ADHD na sigla em inglês). A equipe por trás do novo estudo disse que pouco se sabe sobre o papel do sono nas vidas das crianças, mas segundo estimativas, um terço das crianças nos Estados Unidos não dormem o suficiente. Monitoramento A equipe da University of Helsinki e do National Institute of Health and Welfare da Finlândia estudou 280 crianças saudáveis com idades entre sete e oito anos. Os especialistas queriam saber se as crianças saudáveis que dormiam menos eram as mais propensas a apresentar sintomas associados com ADHD. Nenhuma das crianças participantes sofria de transtorno de atenção. Os pais preencheram questionários sobre os hábitos de dormir dos filhos e depois anotaram a quantidade de horas que as crianças dormiram durante um período de sete noites. As crianças foram equipadas com actigraphs, pequenos dispositivos eletrônicos que registram a atividade física do portador – e também períodos de repouso – 24 horas por dia. Ligação As estimativas dos pais dos períodos de sono dos filhos se revelaram maiores do que as medidas. Segundo os pesquisadores, isso pode ocorrer porque as estimativas dos pais foram baseadas no horário habitual de os filhos irem para a cama, ou porque os pais achavam que a criança estava dormindo quando na verdade ela estava acordada na cama ou lendo. Os pais também responderam perguntas sobre o comportamento dos filhos, baseadas em questionários usados para diagnosticar o transtorno de déficit de atenção. As crianças com períodos médios de sono inferiores a 7,7 horas por noite apresentaram maior hiperatividade e maiores índices de comportamento impulsivo. Elas também apresentaram mais sintomas de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. "Nós fomos capazes de demonstrar que o sono de duração curta e a dificuldade para dormir estão associados a sintomas de ADHD", disse a pesquisadora responsável pelo estudo, Juulia Paavonen, do Finnish National Institute of Health and Welfare. "Os resultados indicam que manter horários de sono adequados entre crianças pode ser importante na prevenção de sintomas comportamentais." Leia mais: http://www.bondinho24horas.com/2010/08/dormir-bem-pode-reduzir-hiperatividade-infantil-diz-estudo/2962#ixzz1AgItCDRG

Estudo vincula, pela 1ª vez , hiperatividade a problema genético

Jane Dreaper Repórter de Saúde, BBC News Estudo descarta que TDAH seja causado por inabilidade dos pais em educar Cientistas britânicos dizem ter encontrado, pela primeira vez, evidências da existência de uma raiz genética para a condição conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH, ou ADHD na sigla em inglês). A equipe, da Cardiff University, no País de Gales, Grã-Bretanha, disse em um artigo na revista científica Lancet que a condição, que afeta crianças em todo o mundo, resulta de um problema no cérebro - como o autismo, por exemplo - e não de uma inabilidade dos pais em educar seus filhos. O estudo envolveu análises de partes do DNA de 366 crianças diagnosticadas com a condição. Outros especialistas, no entanto, questionaram veementemente as declarações da equipe, argumentando que apenas um pequeno grupo das crianças com TDAH estudadas apresentou as alterações no DNA e que, na maioria dos casos, a condição seria resultante de uma combinação entre causas genéticas e fatores externos. Na Grã-Bretanha, estima-se que 2% das crianças sofram do problema. Elas tendem a ser agitadas e impulsivas e podem ter tendências destrutivas, além de apresentar problemas sérios na escola e na vida familiar. Estudo Os pesquisadores compararam amostras do DNA de crianças com TDAH com o DNA de 1.047 pessoas que não sofriam da condição. Eles constataram que 15% das crianças com o distúrbio tinham alterações grandes e raras no seu DNA, em comparação com apenas 7% no outro grupo. Uma das integrantes da equipe da Cardiff University, Anita Thapar, disse: "Descobrimos que, em comparação com o grupo de controle, as crianças com TDAH têm muito maior incidência de pedaços de DNA duplicados ou faltando". "Isso é muito empolgante porque nos dá o primeiro vínculo genético direto com TDAH". "Analisamos vários fatores potenciais de risco no ambiente - como a contribuição dos pais ou o que acontece antes do nascimento - mas não há evidências que confirmem que (esses fatores) estariam associados ao TDAH". "Há muita incompreensão por parte do público em relação ao TDAH", ela disse. "Algumas pessoas dizem que não é um transtorno, ou que o problema resulta da inadequação dos pais". "A descoberta de um vínculo direto deveria corrigir esse estigma". A equipe de Thapar enfatizou que não há um único gene por trás da condição e que a pesquisa está em um estágio muito inicial para que haja algum teste para o problema. Mas o grupo espera que o estudo auxilie na compreensão das bases biológicas do TDAH, o que poderia, um dia, resultar em novos tratamentos. Repercussão Andrea Bilbow, diretora executiva de uma entidade britânica de apoio a famílias que enfrentam o problema, a ADDIS, disse estar animada: "Sempre soubemos que havia um vínculo genético, com base em estudos e evidências empíricas. Esse trabalho vai nos ajudar a lidar com os céticos de maneira mais confiante. Eles estão sempre prontos a culpar os pais ou os professores". Outros especialistas, no entanto, foram bastante críticos em relação ao estudo. O diretor de uma entidade britânica ligada à saúde mental, Tim Kendall, disse que o TDAH é causado por vários fatores, e que associá-lo exclusivamente a causas genéticos poderia resultar em tratamentos incorretos. "Tenho certeza de que esses estudos não vão produzir evidências inquestionáveis de que o TDAH é causado apenas geneticamente". "Estou dizendo que (a condição resulta de) uma mistura de fatores genéticos e ambientais e que o importante é que não acabemos pensando que isto é um problema biológico sujeito apenas a tratamentos biológicos como (o remédio) Ritalina". Um psicólogo infantil, Oliver James, citou estudos anteriores que observaram o efeito da ansiedade entre mulheres grávidas e dificuldades de relacionamento entre mães e seus bebês logo após o nascimento. Ele disse: "Apenas 57 das 366 crianças com TDAH tinham a variação genética que seria a suposta causa da condição". "Isso indica que, na vasta maioria dos casos, outros fatores são a causa principal".

Medicina Ortomolecular: Perguntas e respostas

Quem se beneficia da medicina ortomolecular?Todas as pessoas que desejam prevenir doenças podem se beneficiar da medicina ortomolecular, especialmente as que já sentem os sintomas inespecíficos de desgaste orgânico, e somente depois que forem descartadas outras doenças que também podem dar origem a esses sintomas. Os mais comuns incluem: cansaço maior que o habitual falta de motivação perda de memória dificuldades sexuais sono não reparador infecções repetitivas sinais e sintomas de estresse Muitos atletas, esportistas e freqüentadores de academias de ginástica também procuram a Medicina ortomolecular para aprimorar sua performance e muito especialmente não ficar ingerindo indiscriminadamente aditivos alimentares que podem “detonar” com o organismo. essalto que nenhum complexo de micronutrientes pode substituir um modo de vida adequado, como nutrição equilibrada e atividade física entre outros hábitos de saúde. Mas sem dúvida, a alimentação inadequada, fumo, álcool, radiação, poluição, metais de transição e tóxicos, contribuem para a geração de radicais livres que, em excesso, superam os mecanismos de defesa naturais das células e provocam o estresse oxidativo, onde milhões de células são danificadas e perdem sua função. E aí que a medicina ortomolecular entra, junto com a mudança nos hábitos de vida, em direção à saúde. A medicina ortomolecular procura também retardar o envelhecimento patológico. O uso orientado e individualizado de substâncias antioxidantes fortalece as defesas imunológicas, melhora a qualidade das células e ativa as funções orgânicas que tendem a diminuir com o passar do tempo.O tratamento da medicina ortomolecular é observado somente a longo prazo?Em geral alguns dos efeitos benéficos, como o aumento da disposição e ânimo, aumento da libido, melhora do sono e da performance física aparecem nas primeiras semanas de tratamento. Mas tudo irá depender de cada organismo em particular para que se possa dizer por quanto tempo há necessidade de suplementação, que deve sempre ocorrer junto com mudanças de hábito de vida, como melhorar a alimentação, fazer ginástica, parar com o fumo.São utilizadas doses muito altas, as chamadas “megadoses” de vitaminas? Não. Não existe a necessidade de altas doses de vitaminas, na verdade o mais importante é reconhecer a deficiência, se existir, e administrar de modo harmônico. Muitas pessoas estão ingerindo vitaminas com doses abaixo do ideal. Se tomarmos como exemplo os Estados Unidos, país bem mais desenvolvido que o nosso, veremos que pesquisas sérias já constataram deficiência de vitaminas básicas naquela população. Veja abaixo a percentagem da população norte-americana que está ingerindo doses menores que as mínimas recomendadas. vitamina A vitamina E vitamina B6 cálcio magnésio zinco homens 60,9% 64,4% 52,6% 55,4% 65,7% 67,6% mulheres 59,9% 73,0% 64,2% 78,0% 75,7% 82,6% Essa é a realidade norte-americana. No Brasil não conheço nenhum estudo com essa extensão, imagino que a situação não deve ser tão diferente assim.A Medicina Ortomolecular é conhecida por combater os “radicais livres”. Como é feito esse combate?Sabemos que nossas células são formadas por moléculas, e essas moléculas são constituídas por átomos. De modo característico, os átomos das moléculas das células possuem um número par de elétrons em sua última camada. Diante de certas doenças, e também com a entrada de contaminantes químicos presentes na alimentação ou na poluição do ar, formam-se várias substâncias que possuem um número ímpar de elétrons na sua última camada. Como nosso organismo exige que esses elétrons estejam em número par, várias células começam a “roubar” elétrons de uma outra célula para completar o elétron que está faltando. O resultado final é uma reação em cascata, em que vários átomos da parede da célula “roubam” um elétron de outra célula, e desse modo acaba por provocar lesões em alguns tecidos. Postula-se que certas vitaminas e minerais possuem capacidade de interromper ou dificultar esse processo.O que provoca o aparecimento desses adicais Livres?As mudanças na nutrição, junto com o sedentarismo e o estresse, certamente contribuem para a formação de radicais livres, e o aparecimento de doenças do coração e o câncer, que vem aumentando assustadoramente. Contribuem ainda para o aparecimento das doenças, a ingestão de frutas e verduras poluídas com agrotóxicos, o excesso de sal de cozinha e açúcar refinado, o cozimento excessivo de alimentos, o refinamento dos cereais e a inclusão dos aditivos alimentares. A medicina ortomolecular fornece ao organismo nutrientes anti radicais livres ou mesmo substâncias que facilitam no combate aos mesmos. espiramos ar contaminado por poluentes, nossa água é contaminada com minerais, recebemos radiação o tempo todo. Todos esses fatores produzem radicais livres.E o organismo não consegue sozinho enfrentar essas mudanças?Nosso organismo possue um extraordinário mecanismo de compensação e reequilíbrio contra os radicais livres. No entanto, pela presença de doenças ou pelo simples passar do tempo, o organismo vai perdendo sua eficiência natural. É nesse momento que a Medicina Ortomolecular age, jamais substituindo uma alimentação equilibrada ou a necessidade de atividade física, mas fornecendo ao organismo nutrientes que facilitam o combate, ou mesmo substâncias que são anti-radicais livres. O uso orientado e individualizado de substâncias antioxidantes fortalece as defesas imunológicas, melhora a qualidade das células e ativa as funções orgânicas que tendem a diminuir com o passar do tempo.Sabemos que existe um tipo de exame que é realizado através do fio de cabelo. Como é feito e para que serve?O mineralograma, que pode ser realizado pelo cabelo mas também de outras formas, é um dos exames que são utilizados. Ele mensura a quantidade de minerais pesados (tóxicos) e também nutrientes, e o resultado quando interpretado corretamente pode auxiliar no diagnóstico e no tratamento. Existem também outros exames, como o HLB, um exame que utiliza algumas gotas de sangue do dedo, realizado no próprio consultório, e que serve especialmente como triagem, já que é rápido e barato. Nenhum desses exames substitui o bom exame clínico, que muitas vezes inclui os exames de laboratório habituais, que todo médico costuma solicitar.Qual a importância da alimentação na produção de radicais livres? Somos descendentes de pessoas que tinham alimentação muito diferente da nossa. Temos um sistema digestivo preparado para outro tipo de alimento, Para ilustrar essas mudanças, pode-se lembrar do fato de que durante 2,5 milhões de anos nossos antepassados ingeriram todos os alimentos crus, e nos últimos 500 mil anos passaram a processar a comida pelo calor. Se você parar para pensar, vai ver que do café da manhã ao jantar, a maioria do que ingerimos é de algum modo assada, cozida ou frita. Esse processo não é ruim em si mesmo, foi graças a ele que podemos ingerir e digerir feijão, lentilha ou ervilhas secas, que não conseguimos absorver se não forem modificadas pelo calor. O problema começa no desequilíbrio no uso tanto do calor quanto da ingestão de várias substâncias. Calor em excesso destrói cerca de 40 % das vitaminas A e D, cerca de 60 % da vitamina E, 80% do ácido fólico e da vitamina B1 e 100 % da vitamina C. O problema prossegue com a refinação dos cereais, que chegam a perder de 60 a 80 % de seu valor nutritivo e 90% de suas fibras. Continua com a inclusão de substâncias totalmente estranhas, os aditivos alimentares, a ingestão em excesso do sal de cozinha, e persiste com o excesso de açúcar refinado. Durante milhões de anos, nossos antepassados consumiam algo em torno de 8 gramas de frutose por dia (o tipo de açúcar proveniente das frutas e do mel), e cerca de 300 gramas de glicose, provenientes principalmente de alimentos ricos em amido, e nosso organismo se acostumou a processar essa quantidade por dia. É preciso lembrar que o açúcar comum, ingerido em largas quantidades , quando entra em contato com a água, forma quantidades iguais de frutose e glicose, o que provocou um sério desequilíbrio na proporção dos açúcares que ingerimos, sobrecarregando o organismo com aproximadamente 10 vezes mais frutose do que nosso corpo foi preparado para processar. A lista de problemas é parcial, mas já dá para perceber que não é à toa que as doenças degenerativas, desde o diabetes ou a hipoglicemia até as doenças do coração e o câncer estejam aumentando assustadoramente. Já se tentou argumentar que essas doenças só apareceram porque o homem vive mais que seus antepassados, que morriam antes que elas tivessem oportunidade de aparecer, mas isso não corresponde à verdade dos fatos. Junto com o sedentarismo e o estresse, as mudanças na nutrição certamente contribuem para a geração de radicais livres, e com o aparecimento de doenças. Os suplementos, vitaminas e minerais, precisam mesmo de um médico ou podem ser adquiridos na forma de complemento industrializado? Para se ter idéia da necessidade de que a suplementação seja feita por médico e de modo individualizado, considere o seguinte: A ingestão de vitamina E, por exemplo, traz duas armadilhas: em primeiro lugar, sua ingestão diária, durante um longo período de tempo, pode inibir as defesas orgânicas encarregadas de eliminar radicais livres. Com o tempo o organismo diminui suas próprias defesas! É também importante que vitamina esteja sob a forma de Alfa-TocofeOL (com OL no final). Se estiver sob a forma de Alfa-TocofeIL (com IL no final), convém não ingerir. Algumas vitaminas “importadas” trazem a vitamina E nessa forma, bem mais barata, mas prejudicial à saúde se não for administrada de forma equilibrada com selênio, vitamina C e Beta Caroteno. O Beta Caroteno, que é um precursor da vitamina A, não provoca intoxicação mesmo em doses relativamente elevadas. Já a vitamina A, usada sem controle e durante longos períodos de tempo, pode provocar reações de intoxicação. Infelizmente alguns milagrosos polivitamínicos misturam Beta-caroteno e Vitamina A em doses que podem intoxicar a médio e longo prazo. A ingestão de ferro só está justificada se a pessoa tiver determinados tipos (não todos) de anemia, o que só pode ser verificado por médico através de exame clínico e laboratorial. O ferro é um potente oxidante, ele provoca a formação de radicais livres, que aumentam o desgaste das células e promovem o envelhecimento. Exatamente o inverso do que se procura!!! O complexo B não traz grandes complicações. Mesmo assim, doses altas de vitamina B12 aumenta o apetite e engorda. E mesmo a vitamina C, que parece ser realmente benéfica para aumentar a resistência do organismo, deve ser administrada com cuidado em portadores de cálculo renal e gota, assim como pode interferir no resultado de alguns exames de laboratório. Como você pode perceber, falar em só tomar vitaminas sob controle médico não é apenas um jargão: existem riscos reais e a lista acima é apenas um resumo. A administração de vitaminas e sais minerais pode ser um valioso instrumento terapêutico, mas necessitam sempre de orientação de um médico. Medicina Ortomolecular: Perguntas e respostas | Clique Saúde

O que é Medicina Ortomolecular?

Imagine dois vasos, cada um com uma planta. Num desses vasos você coloca qualquer terra, rega de vez em quando e deixa as coisas acontecerem ao acaso. No outro vaso você coloca nutrientes apropriados na terra, põe o tipo de adubo adequado, na dose correta, rega com água periodicamente, protege do vento forte, expõe ao sol de modo controlado, retira as ervas daninhas, pulgões, fungos e outros agressores. Em qual desses vasos a planta terá melhores condições de se desenvolver? Qual dessas plantas conseguirá crescer melhor, ter mais saúde, enfrentar os agressores do meio ambiente com mais êxito? Claro que a do segundo vaso. E é assim que a Medicina Ortomolecular atua. São administrados complementos de vitaminas, minerais, ervas, e outras substâncias comprovadamente benéficas, com o objetivo de fornecer melhores condições ao organismo tanto para enfrentar as agressões do dia-a-dia quanto facilitar o tratamento médico convencional durante ou após uma doença. Somos formados por substâncias químicas, que o tempo todo reagem umas com as outras visando por exemplo reparar as células, facilitar aos órgãos funcionar de modo harmônico, permitir com isso que nossas capacidades de manter a saúde e a vitalidade estejam num estado ótimo. Essas substâncias químicas naturais constituem o grande arsenal que lanço mão para auxiliar as pessoas, são elas que permitem ao organismo exercer suas funções com excelência. São essas substâncias que são administradas de modo equilibrado, controlado e adequado às necessidades de cada pessoa. Como Funciona? Após alguns exames especializados, é possível inferir o nível de desgaste orgânico, as carências nos componentes químicos de que somos formados, e aí então, se necessário, inicia-se uma suplementação com substâncias que tem por objetivo principal manter o organismo no seu melhor estado. O que busco então, é uma Medicina voltada para a saúde, para o bem estar, para a longevidade. Quais as Vantagens? Do modo como vejo as coisas, não basta estar sem doença, embora esse seja um objetivo importante e jamais esquecido. É preciso também buscar ativamente as melhores condições para se viver com plena vitalidade, bem estar, ânimo e disposição. Precisamos ter um cérebro atuante, capaz de responder aos desafios do dia-a-dia. Desejamos manter a memória em sua máxima capacidade. Queremos um sono reparador, que permita ao organismo reparar o desgaste natural durante a noite. Temos que dispor de um sistema digestivo em ótimo estado, capaz de absorver os nutrientes e eliminar boa parte das toxinas presentes nos alimentos. Devemos possuir plena capacidade de responder aos agressores físicos (como as radiações ionizantes), biológicos (como as bactérias, fungos e vírus), químicos (como os metais pesados ou os poluentes que estão no ar e nos alimentos) e até mesmo aos pensamentos tóxicos. Essas são as principais diretrizes de meu trabalho, e são em linha geral as grandes vantagens de quem mantém o organismo pleno de saúde e vitalidade. Claro que não basta ingerir algumas substâncias para se alcançar esse estado. Muitas vezes alguns hábitos de vida devem ser modificados, como implementar a atividade física adequada, ingerir água na quantidade necessária, manter distância de substâncias tóxicas e também semear a mente com pensamentos positivos e otimistas. O que percebi com muita clareza nos mais de 20 anos de prática médica, é que existe um grande paradoxo que pode ser utilizado a nosso favor. Muitos desses hábitos podem ser mais facilmente alcançados quando os desvios do organismo são corrigidos, quando substâncias tóxicas são retiradas. Desse modo, podemos dar início a um belíssimo círculo virtuoso, aonde mente e corpo, funcionando melhor, facilitam as mudanças para hábitos de vida mais saudáveis, o que leva inexoravelmente a uma melhora no funciomamento da mente e do corpo. Leia mais Medicina Ortomolecular: Perguntas e respostas Medicina Ortomolecular (Médicos) Medicina do Trabalho A Obesidade Continua Vencendo a Medicina O que é Medicina Ortomolecular? | Clique Saúde

Transtorno Bipolar

O que é? O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Provavelmente nos próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão dos diagnósticos. Por enquanto basta-nos compreender o que vem a ser o transtorno bipolar. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva. A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito mais detalhadamente adiante. A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento do paciente bipolar. Características O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade. Tipos Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão. Outros tipos foram propostos por Akiskal, mas não ganharam ampla aceitação pela comunidade psiquiátrica. Akiskal enumerou seis tipos de distúrbios bipolares. Fase maníaca Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.. O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece. Fase depressiva É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também. Exemplo de como um paciente se sente …Ele se sente bem, realmente bem…, na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas. Sintomas Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça. Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante. Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las. Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar. O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo. Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias. A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto freqüente nesses pacientes. A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade. Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz. A fase depressiva Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso. Generalidades Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente. A denominação Transtorno Afetivo Bipolar é adequada? Até certo ponto sim, mas o nome supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada. O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno afetivo bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente. Qual a causa da doença? A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida. Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar. Tratamento O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos os casos. Freqüentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol, o trileptal, o depakene, o depakote, o topamax. Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela antidepressivos. Há pesquisadores que condenam o uso de antidepressivo para qualquer circunstância nos pacientes bipolares em fase depressiva, por causa do risco da chamada “virada maníaca”, que consiste na passagem da depressão diretamente para a exaltação num curto espaço de tempo. O tratamento com lítio ou algum anticonvulsivante deve ser definitivo, ou seja, está recomendado o uso permanente dessas medicações mesmo quando o paciente está completamente saudável, mesmo depois de anos sem ter problemas. Esta indicação se baseia no fato de que tanto o lítio como os anticonvulsivantes podem prevenir uma fase maníaca poupando assim o paciente de maiores problemas. Infelizmente o uso contínuo não garante ao paciente que ele não terá recaídas, apenas diminui as chances disso acontecer. Pacientes hipertensos sem boa resposta ao tratamento de primeira linha podem ainda contar com o verapamil, uma medicação muito usada na cardiologia para controle da hipertensão arterial que apresenta efeito anti-maníaco. A grande desvantagem do verapamil é ser incompatível com o uso simultâneo do lítio, além da hipotensão que induz nos pacientes normotensos Leia mais Transtorno Bipolar | Clique Saúde

Por quê os homen ficam carecas?

Pesquisadores identificaram um novo gene relacionado ao crescimento dos cabelos, uma descoberta que poderá abrir o caminho para futuros tratamentos da calvície masculina e outras formas de queda de cabelo, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (14) na revista “Nature”. A equipe, liderada por Angela Christiano (Universidade de Columbia, EUA), identificou um gene chamado APCDD1, que causa uma forma rara de queda de cabelos, a hipotricose simples hereditária. Essa doença é provocada pela miniaturização do folículo piloso, estrutura da pele que produz pelos. Isso faz com que os cabelos cresçam cada vez mais finos. “A identificação deste gene presente na hipotricose simples nos dá uma melhor visibilidade do processo de miniaturização do folículo piloso, que é observado na queda regular de cabelos no homem”, afirmou Angela Christiano. No entanto, “é importante notar que o gene descoberto para a hipotricose simples não explica a complexidade da calvície masculina”, completou. Famílias A identificação do gene APCDD1 foi feita graças à análise dos dados genéticos de algumas famílias paquistanesas e italianas que têm o gene que provoca a hipotricose simples hereditária. Os pesquisadores descobriram uma mutação do gene APCDD1, situado em uma região do cromossomo 18, já relacionado por estudos anteriores em outras formas de queda de cabelo. Os pesquisadores mostraram que o gene APCDD1 inibe a via de sinalização celular, denominada Wnt, cujo papel no controle do crescimento piloso foi demonstrado em ratos. “A descoberta sugere, pela primeira vez no homem, que a manipulação da via Wnt poderia ter um efeito sobre o crescimento do folículo piloso”, declarou Angela Christiano. Por quê os homen ficam carecas? | Clique Saúde

Estudo traz esperança para a cura da calvíce

Poucas coisas despertam tanto pavor nos homens quanto o aparecimento das famosas “entradas” no cabelo, mas um estudo revolucionário divulgado nesta quarta-feira aponta pela primeira vez para um tratamento genético capaz de curar a calvície. Em experiências com ratos, os cientistas da Universidade da Pensilvânia demonstraram que a pele de animais feridos é capaz de regenerar naturalmente os folículos de onde nascem os fios de cabelo. Os pesquisadores também identificaram o gene vital responsável pelo crescimento normal do cabelo, e conseguiram estimular ou interromper o crescimento do cabelo, através da manipulação da atividade protéica ao nível molecular. Ao contrário de outros tipos de terapia contra a calvície, este método é não-invasivo. Os resultados surpreenderam muitos cientistas, que há tempos haviam concluído que os folículos capilares dos mamíferos não eram capazes de se regenerar. A cabeça humana nasce com cerca de 100 mil desses pequenos órgãos geradores de cabelo, mas uma vez que sua função cesse, o couro cabeludo vai aos poucos ficando exposto. A pesquisa, publicada na revista científica britânica Nature, é mais do que surpreendente porque reproduz resultados semelhantes observados há 50 anos atrás em coelhos, camundongos e humanos, largamente divulgados porém ignorados desde então. Coordenador do estudo, o dermatologista George Cotsarelis, é também co-fundador de uma empresa, a Follica, que obteve licença para usar essa tecnologia para desenvolver tratamentos de restauração capilar. A calvície sempre foi motivo de angústia para milhões de pessoas em todo o mundo. Confrontados com o problema, elas gastam bilhões de dólares todos os anos em medicamentos (em geral fraudulentos ou pouco eficientes) só nos Estados Unidos, de acordo com dados da Federal Drug Administration (FDA), agência federal americana que regula os medicamentos e os alimentos. Pequenas fortunas também são gastas em dolorosos implantes capilares e outros tipos de substitutos mais ou menos convincentes. Durante as experiências com camundongos, os pesquisadores descobriram que remover uma pequena área da epiderme (camada mais externa da pele) entre 1 e 2,5 centímetros de diâmetro, “desperta células tronco” com capacidade de gerar novos folículos. Depois de cicatrizada, a pele volta ao aspecto normal. “Os novos folículos capilares crescem, cumprindo o ciclo capilar, e no fim não é possível sequer distingüí-los do cabelo remanescente”, explicou Cheng-Ming? Chuong, patologista da Universidade da Southern California, em comentário também publicado na Nature. “Estas descobertas inesperadas podem mudar toda a nossa atual compreensão acerca da cicatrização e regeneração em mamíferos adultos”, disse, mas lembrou que a pele do homem e do camundongo cicatrizam de formas diferentes. Para entender o que acontecia ao nível molecular durante o processo, Cotsarelis e sua equipe usaram camundongos nos quais as células que geram os fios foram geneticamente marcadas previamente para que pudessem ser rastreadas depois que o pedaço de pele fosse retirado. A ferida ativou uma via de sinalização de um gene, chamado Wnt, essencial para que o cabelo se desenvolva naturalmente. Quando os cientistas inibiram a sinalização, a renovação capilar foi sensivelmente reduzida. Por outro lado, os camungondos cuja atividade do Wnt foi estimulada tiveram um “aumento significativo” no número de novos folículos capilares. “Isso abre uma janela para a manipulação genética dos folículos capilares, além de tratamentos para feridas, perda de cabelo e outras doenças degenerativas”, concluíram os pesquisadores. Chuong vê aplicações ainda mais abrangentes para o estudo. “A medicina regenerativa promete identificar as capacidades naturais de cicatrização, além de uma mudança positiva da reparação para a regeneração”, declarou. “Se simplesmente alterarmos o ambiente das células tronco durante a cicatrização da ferida, é possível que futuras feridas talvez se regenerem melhor”. Estudo traz esperança para a cura da calvíce | Clique Saúde

Mudanças no cérebro explicam porque adolescentes não têm medo

WASHINGTON, 10 Jan 2011 (AFP) -O cérebro sofre mudanças na adolescência que suprimem os medos aprendidos na infância, revelou um estudo divulgado esta segunda-feira e que pode explicar porque os adolescentes parecem tão destemidos para seus pais. Quando os cientistas compararam a forma com que um rato jovem reage ao medo, com respeito à reação de ratos ainda mais jovens ou mais velhos, os cientistas descobriram que os adolescentes não paralisam na mesma medida e que suprimem suas reações ao medo contextual. Um exame da atividade cerebral em ratos adolescentes demonstraram que as duas áreas do cérebro associadas ao processamento de experiências de medo - a amígdala basal e o hipocampo - tinham menos atividade. Não se trata de que os ratos adolescentes não tenham conseguido aprender a ter medo, mas seus cérebros não enviavam os mesmos sinais que os ratos adultos ou as crianças. "Quando os ratos começam a transição para a adolescência, ocorre uma supressão do medo contextual e da atividade sináptica associada", destacou o estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences. Embora possa ser cansativo para os pais, a resposta destemida pode ser útil porque acontece em um momento em que os adolescentes estão explorando e pondo à prova os limites de sua independência, o que não poderiam fazer caso se sentissem de medo. "De uma perspectiva evolutiva, uma supressão temporária do medo contextual durante a adolescência pode ser altamente adaptativa, pois se produz justamente quando o rato adota condutas exploratórias para sair do ninho", ressaltou o estudo.

Família britânica produziu apenas uma sacola de lixo em 2010

A família Strauss afirma ter produzido apenas uma sacola de lixo em 2010. Reciclagem e plantação de parte da própria comida estao entre os meios que tornaram isso possível Foto: BBC Brasil Reduzir Normal Aumentar Imprimir Uma família britânica diz ter conseguido produzir apenas uma sacola de lixo em todo o ano de 2010. O casal Richard e Rachelle Strauss e a filha Verona, 9 anos, reciclam praticamente tudo, plantam grande parte da própria comida e transformam restos de alimento em adubo. Além disso, eles compram produtos diretamente de produtores locais para evitar embalagens em excesso e quando vão ao açougue, por exemplo, eles levam os próprios recipientes. Em 2009, eles conseguiram reduzir sua produção de lixo para apenas uma lata. Em 2010, os Strauss, que vivem em Longhope, no condado de Gloucestershire, eles decidiram aumentar o desafio e não produzir lixo nenhum. "Estamos muito felizes com o resultado. Nós sabíamos que produção 'zero' de lixo seria impossível, mas se você não colocar as metas lá no alto, nunca vai saber o que pode alcançar", disse Rachelle Strauss. A pequena sacola de lixo continha alguns brinquedos quebrados, lâminas de barbear, canetas e negativos fotográficos. Contaminação por plástico A ideia de reduzir drasticamente a produção de lixo da família surgiu em 2008, mas quando Rachelle falou com o marido sobre sua proposta, percebeu que ele não estava interessado. "Richard só resolveu encampar a ideia depois de ler uma série de artigos sobre os danos causados à vida marinha pela contaminação por plástico. Ele ficou muito impressionado", disse Rachelle à BBC Brasil. Os Strauss começaram o desafio reduzindo o uso de plástico. Depois, passaram a reciclar e reaproveitar cada vez mais, além de usar baterias recarregáveis e painéis solares para gerar energia. A experiência foi contada em um site na internet, o www.myzerowaste.com, que acabou virando referência sobre reciclagem e tem mais de 70 mil visitantes por mês. "Para quem quer reduzir a produção de lixo, minha primeira dica seria pensar no que você está comprando e escolher produtos com menos embalagem e com invólucros que sejam recicláveis. Em segundo lugar, é importante evitar o desperdício de alimento. Aqui na Grã-Bretanha, um terço da comida que compramos acaba no lixo. Em terceiro lugar, tente reciclar o máximo que puder", aconselha Rachelle.

Yoga pode ajudar a amenizar a asma

Até pouco tempo atrás, diziam que asma era uma doença pulmonar. A teoria atual diz que a asma é uma enfermidade alérgica e não um problema exclusivo pulmonar e tem as seguintes características: - obstrução da via aérea total e parcialmente reversível, seja espontaneamente ou com tratamento; - inflamação bronquial com inflamação da mucosa; - hiperatividade bronquial, ou resposta aumentada da via aérea frente a distintos estímulos. Os sintomas mais freqüentes são: tosse, chiado e opressão no peito, secreções e fadiga. Mas a asma também pode ser assintomática. Os sintomas podem durar alguns dias e ceder posteriormente, ou ser contínuos com crises ocasionais mais intensas. De forma atípica, a asma pode manifestar-se em forma de tosse persistente com opressão torácica e não ter nenhum outro sintoma. É característico o predomínio noturno dos sintomas. Há vários mecanismos que desencadeiam uma inflamação alérgica: cheiros fortes, mudanças bruscas de temperatura, estresse, nervosismo, grande esforço físico, alternação da digestão, refluxo gástrico, etc. A evolução esperada é da cura com grande porcentagem de crianças com asma, já que a prevalência da infância é de 11% e no adulto oscila entre 4% e 6%. Por isso, mais da metade das crianças com asma deixa de padecer dessa doença depois da puberdade. A experiência vem demonstrando que as posturas de Yoga abrem o peito, e a que mantém o queixo em contato ou perto do esterno (jalandhara bandha) tem resultados muito eficazes no alívio dos sintomas da asma. Por outro lado, as posturas de relaxamento são muito valorosas, pois também relaxam a mente, outra causa de transtornos como o que estamos vendo. 1. Sukhasana com cadeira 2. Abertura do peito com bloco e peso nas mãos 3. Salamba sarvangasana 4. Uyjjayi pranayama 5. Shavasana com peito elevado

Criador do Digg afirma que iPad 2 chega em poucas semanas

Criador do Digg, Kevin Rose, afirmou aos assinantes de sua newsletter e postou em seu blog pessoal que a Apple deve lançar o iPad 2 dentro de "três ou quatro semanas", e deu a data provável de 1º de fevereiro para que o anúncio ocorra. O executivo sugeriu aos que pensam em comprar um iPad que "adiem por enquanto". Rose afirmou inicialmente que o tablet terá duas câmeras, uma frontal e uma traseira, e que terá tela semelhante a do iPhone, a retina display. Porém, em uma postagem posterior, Rose disse que outra fonte da Apple disse que a tela terá uma resolução maior que a atual, mas que tecnicamente não será igual à do smartphone, com uma definição superior a do tablet da Apple. O site AppleInsider publicou que a Apple está proibindo alguns funcionários de suas lojas de tirarem férias em um perído de três semanas entre janeiro e fevereiro. Esse período em que as férias estariam proibidas começa na última semana de janeiro e vai até a primeira quinzena de fevereiro, o que poderia ser um prenúncio de que um produto significativo poderia chegar às lojas.

Sobreviventes do H1N1 desenvolvem 'superanticorpos' para gripes

Estudo foi divulgado nesta segunda no 'Journal of Experimental Medicine'. Resposta imune incomum pode ser chave para possível vacina. Da Reuters imprimir Um estudo dos anticorpos de pessoas infectadas com o vírus H1N1, da gripe suína, é mais uma indicação de que os cientistas estão perto de uma vacina "universal" capaz de neutralizar muitas cepas do micro-organismo, incluindo também a gripe aviária (H5N1), afirmaram pesquisadores norte-americanos nesta segunda-feira (10). De acordo com os pesquisadores, as pessoas infectadas na pandemia do H1N1 desenvolveram uma resposta imune incomum, produzindo anticorpos capazes de protegê-las de todas as cepas sazonais da gripe H1N1 da última década, da cepa mortal da gripe espanhola de 1918 e mesmo de uma cepa da gripe aviária H5N1. saiba mais Vacina contra H1N1 pode dar falso positivo para HIV, diz Anvisa Imunização contra H1N1 atingiu 81 milhões de pessoas, diz Temporão "Isso mostra que uma vacina universal para a influenza é de fato possível", disse Patrick Wilson, da Universidade de Chicago, que trabalhou no artigo publicado no "Journal of Experimental Medicine". Muitas equipes trabalham numa vacina "universal" da gripe, que seria capaz de proteger as pessoas de todas as cepas de gripe durante décadas ou mesmo durante a vida inteira. Autoridades norte-americanas afirmam que uma vacina universal eficaz contra a gripe teria consequências enormes para o controle da influenza, que mata entre 3.300 e 49 mil pessoas anualmente nos Estados Unidos. A equipe de Wilson começou a produzir os anticorpos em 2009 a partir de nove pessoas infectadas na primeira onda de gripe suína, antes do desenvolvimento da vacina contra o H1N1. A esperança era desenvolver uma forma de proteger os funcionários da saúde. Trabalhando em parceria com pesquisadores da Escola de Medicina da Emory University, a equipe produziu 86 anticorpos que reagiram com o vírus H1N1 e os testou em diferentes cepas. Desses, cinco eram capazes de interferir com muitas cepas de vírus, incluindo a da gripe espanhola de 1918 e a da gripe aviária H5N1. Testes com esses anticorpos em ratos indicaram que os animais estavam totalmente protegidos de uma dose de gripe que poderia ser letal. Links Patrocinados

Amazônia atinge só uma das metas do milênio previstas pela ONU, diz ONG

Imazon avaliou 25 indicadores da Amazônia, atualizando estudo de 2007. Entre 1990 e 2009, pobreza extrema diminuiu de 23% para 17% no bioma. Do Globo Amazônia, em São Paulo Tamanho da letra A- A+ Relatório divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) afirma que o bioma só atingiu até agora uma das 8 metas do milênio estabelecidas em 2000 pelas Nações Unidas sobre condições de pobreza, saúde, educação e meio ambiente para o ano de 2015. Siga o Globo Amazônia no Twitter A única meta atingida no bioma até o momento foi a eliminação da desigualdade entre os sexos na educação infantil, segundo a organização não governamental (ONG). Se o ritmo de resolução das metas for mantido, outras 3 poderão ser alcançadas até 2015, que são reduzir a mortalidade infantil, garantir o acesso à educação fundamental e inverter a perda de recursos ambientais, calcada na redução do desmatamento e no aumento de áreas protegidas no bioma. Mapa mostra incidência de malária em estados da Amazônia, que teve mais de 306 mil casos em 2009, segundo Imazon. (Foto: Reprodução/ Imazon). saiba mais Brecha legal justifica assentamento em floresta nativa no norte de MT Ex-madeireiro, indigenista monitora único sobrevivente de povo massacrado em RO União pode retomar 90 mil quilômetros quadrados na Amazônia Encontradas fotos de índios amazônicos levados para a Europa há um século Mas outros fatores preocupantes estão no relatório do Imazon, feito a partir da análise de 25 indicadores em relação às metas da ONU para 2015 e chamado de "A Amazônia e os Objetivos do Milênio", atualizando o mesmo estudo realizado em 2007. De acordo com o texto, a maioria dos indicadores teve melhoria na Amazônia, comparando número de 2009 em relação a 1990. Mas a "melhoria é insatisfatória e a região está abaixo da média nacional". Um dos pontos críticos é o aumento da taxa de Aids na região, que aumentou entre 1990 e 2008 na Amazônia, indo contra a redução no restante do país. A malária também teve índices altos e mais de 306 mil casos da doença foram registrados no bioma em 2009, segundo o relatório. A pobreza extrema, outro ponto previsto nas metas do milênio da ONU, diminuiu de 23% para 17% entre 1990 e 2009 na Amazônia, mas ainda faltam 7% para o número atingir o objetivo para 2015, de 10%, indica a pesquisa. A taxa de analfabestismo caiu de 20% para 11% no período, aponta o relatório. Mas ainda há uma taxa alta de analfabetos funcionais na região. Já a taxa de mortalidade infantil de crianças até 1 ano caiu 52% entre 1991 e 2009. De acordo com o Imazon, a meta para 2015 poderá ser atingida. O relatório também destaca a gradual diminuição do desmatamento no bioma, que em 2010 teve seu menor índice desde 1988, segundo dados do Instituto Naicional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e ressalta a importância de 44% do bioma ter território protegido por áreas de conservação ou terras indígenas. Segundo a pesquisa, no entanto, apenas 10% da população no bioma tem saneamento básixo e 58% do lixo produzido vai para lixões a céu aberto.

Brasil precisa se preparar para prever desastres climáticos, diz Mercadante

Segundo ele, há 5 milhões de brasileiros expostos ao problema. Ministro da Ciência e Tecnologia fez primeira visita oficial ao Inpe. Iberê Thenório Do G1, em São José dos Campos imprimir O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (10) que uma das prioridades de sua gestão será investir na previsão de desastres climáticos, como enchentes e desmoronamentos. “Estimamos em cerca de 500 as áreas de risco no país e em 5 milhões as pessoas expostas”, disse Mercadante durante sua primeira visita oficial ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). A instituição, considerada uma das mais importantes dentro do ministério, tem como uma de suas atribuições a previsão do tempo e pelo desenvolvimento de satélites. O diretor do Inpe, Gilberto Câmara (com o braço levantado) mostra a Aloizio Mercadante o laboratório onde são testados os satélites brasileiros. (Foto: Iberê Thenório/G1) Segundo o ministro, a capacidade de se antecipar a desastres naturais será ampliada com o uso de um supercomputador adquirido recentemente pelo Inpe, que foi colocado em funcionamento no último dia 28. A máquina é considerada o 29º computador mais rápido do mundo, e o segundo na trabalho com clima e meteorologia. “O Brasil precisa se preparar para esse cenário [de problemas climáticos] não só em investimentos estruturantes, que é o PAC 2, com a macrodrenagem, remoção da população em área de risco, obras de contenção, mas também capacidade de previsão e antecipação”, disse Mercadante. Contratações Ao lado do diretor do Inpe, Gilberto Câmara, o ministro prometeu contratações. “Há uma demanda importante e que eu estou comprometido em buscar equacionar, que é abrir contratações de pesquisadores, cientistas e engenheiros para o Inpe e o CTA [Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, ligado à Defesa]. Há um hiato entre as gerações. A geração dos 50, 60 [anos de idade] está com um peso desequilibrado em relação à instituição. Quase dois terços do pessoal tem mais de 20 anos na instituição.” saiba mais Inpe inaugura supercomputador para melhorar previsão do tempo Mercadante anuncia nomes para Ciência e Tecnologia Além de Câmara, acompanharam o ministro o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp, que foi convidado recentemente pelo ministro a assumir a Agência Espacial Brasileira, e o Chefe de Ciência Terrestre do Inpe, Carlos Nobre, que irá assumir a Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento no ministério. Foguete nacional Mercadante não quis adiantar quais são seus planos para lançamento de foguetes – área que não conseguiu avançar desde o acidente que ocorreu em Alcântara (MA), em 2003. O ministro garantiu, contudo, que o país continuará tentando ter um veículo capaz de colocar satélites em órbita. “Vamos continuar, e vamos avançar. A vinda do Raupp [que é ligado à área aeroespacial] é uma demonstração disso”, disse.

Criança de quatro anos vence batalha contra câncer de mama

Aleisha Hunter é a pessoa mais jovem a ser diagnosticada com a doença. História da canadense foi contada pelo jornal britânico 'Daily Mail'. Do G1, em São Paulo* imprimir Aleisha Hunter, hoje com 4 anos de idade. (Foto: Worldwide Features / Barcroft Media / Getty Images) A canadense Aleisha Hunter, hoje com 4 anos de idade, se recuperou totalmente após dois anos de tratamento contra um câncer de mama. Moradora na cidade de Toronto, a menina é a pessoa mais jovem a ser diagnosticada com a doença. A história começou quando a garota começou a ter inchaços no peito, em dezembro de 2008. A mãe, Melanie, descobriu um caroço do tamanho de uma vagem no local, após um banho. À época, Aleisha ainda não havia completado três anos de idade. Em janeiro de 2009, o inchaço aumentou, gerando uma pequena esfera de 2 cm, que impedia Aleisha de dormir, tamanha a dor. Após o diagnóstico de câncer, uma mastectomia - cirurgia para remoção das mamas - foi feita e a garota teve 16 nódulos linfáticos retirados de seu corpo. O procedimento foi bem sucedido, o câncer foi removido e o tratamento dispensou o uso de quimioterapia e radioterapia. A garota saiu do hospital após três dias da operação. "Eu sei que eu tive câncer no meu peito e que os médicos me fizeram melhorar", diz Aleisha, ao jornal britânico "Daily Mail". "Sei que a doença pode fazer algumas pessoas irem para o céu, mas eu estou melhor agora." Durante a recuperação da cirurgia, Aleisha contou com a companhia de seu ursinho de pelúcia chamado Ash. Na foto, o 'parceiro' está com uma máscara. (Foto: Worldwide Features / Barcroft Media / Getty Images) A médica responsável pela cirurgia, Nancy Down, afirmou nunca ter visto um caso parecido em 25 anos de profissão. "É o caso mais jovem conhecido no mundo", disse a especialista. Os médicos acreditam que o câncer não irá retornar, mas Aleisha passará por check ups constantes nos próximos anos e por uma cirurgia para reconstrução dos seios quando chegar à adolescência. O câncer de mama é raro em crianças pois há pouco tecido no local e os hormônios femininos ainda não se manifestaram. O risco aumenta com a chegada da puberdade, mas afeta normalmente mulheres com mais de 30 anos. Antes de Aleisha, a pessoa mais jovem a ser diagnosticada era Hannah Powell-Auslam, que soube da doença quando tinha apenas 10 anos, em 2008.

Vacina para câncer da mama é testada com sucesso em ratos

Ratos vacinados não desenvolveram doença; versão para humanos pode levar anos. BBC imprimir Cientistas americanos dizem ter desenvolvido uma vacina que impediu o desenvolvimento do câncer da mama em ratos. saiba mais Parlamento Europeu quer expansão de mamografias para prevenir câncer Novo tratamento contra câncer de mama limita radioterapia a uma sessão Os pesquisadores planejam agora fazer testes da droga em humanos. Eles avisam, no entanto, que pode levar alguns anos até que uma vacina esteja disponível para o público. O imunologista que chefiou a pesquisa, Vincent Tuohy, do Cleveland Clinic Learner Research Institute, disse que a vacina age em uma proteína encontrada na maioria dos tumores da mama. "Acreditamos que esta vacina será usada um dia para prevenir o câncer da mama em mulheres adultas da mesma forma como vacinas vêm impedindo muitas doenças da infância", disse Tuohy. "Se (a vacina) funcionar em humanos da mesma forma como em ratos, vai ser monumental. Poderíamos eliminar o câncer da mama". Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Medicine. Desafio No estudo, ratos com grande probabilidade genética de desenvolver câncer da mama foram vacinados. A metade recebeu vacinas contendo a droga a-lactalbumina, a outra metade foi vacinada com uma droga que não continha a substância. Nenhum dos animais vacinados com a-lactalbumina desenvolveu o câncer da mama. Todos os outros ratos apresentaram a doença. Os Estados Unidos aprovaram duas vacinas para a prevenção do câncer, uma contra o câncer do colo do útero e outra contra o câncer do fígado. Entretanto, essas vacinas atuam em vírus - o vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) e o vírus da hepatite B (HBV) - e não na formação do câncer. Câncer é um crescimento desordenado de células do corpo. Por isso, ao contrário de um vírus, não é reconhecido pelo organismo como um invasor ou um corpo estranho. Isso dificulta a criação de uma vacina preventiva. Vacinar o corpo contra o crescimento excessivo de células significa vacinar o paciente contra seu próprio organismo, provocando a destruição de tecidos saudáveis. Futuro Caitlin Palframan, representante da entidade beneficente Breakthrough Breast Cancer, disse que o estudo pode ter implicações importantes na prevenção contra o câncer da mama no futuro. "Entretanto, o estudo está em fase inicial e nós aguardamos com interesse os resultados de experimentos em grande escala para verificar se essa vacina seria segura e efetiva em humanos", acrescentou. Ela disse que há medidas que mulheres podem adotar para reduzir os riscos do câncer da mama, entre elas, diminuir o consumo do álcool, manter um peso saudável e fazer exercícios regulares.

Cuba registra primeira vacina terapêutica contra câncer de pulmão

Eficácia foi testada em mais de mil pacientes, sem efeitos colaterais. Meta da imunização é transformar doença em patologia crônica controlável. Da France Presse imprimir Vacina foi testada em mais de mil pacientes, após 15 anos de pesquisas. (Foto: TV Globo / reprodução) Cuba registrou a primeira vacina teraupêutica contra o câncer de pulmão, após testar sua eficácia em mais de mil pacientes sem que tenham ocorrido efeitos colaterais, informou esta segunda-feira (10) uma autoridade científica. "Foram mais de 15 anos de pesquisas", disse ao semanário "Trabajadores" Gisela González, chefe do projeto da vacina - denominada CIMAVAX-EFG -, cujo objetivo é transformar o câncer de pulmão avançado em uma doença crônica controlável. O registro permite usar a vacina maciçamente no país, bem como nos mil pacientes aos quais foi administrada durante os testes clínicos, e "atualmente seu registro avança em outras nações", disse a especialista. "Uma vez que o paciente termina o tratamento com radioterapia ou quimioterapia e é considerado um paciente terminal sem alternativa terapêutica, neste momento é aplicada a vacina, que ajuda a controlar o crescimento do tumor sem toxicidade associada, e pode ser usada como um tratamento crônico que aumenta a expectativa e a qualidade de vida do paciente", ressaltou. A vacina "está baseada em uma proteína que todos temos: o fator de crescimento epidérmico", acrescentou González. "Igualmente se avalia a forma de empregar o princípio desta vacina em outros tumores sólidos (em próstata, útero e mama), que podem ser alvo deste tipo de terapia. Existem resultados importantes, mas é preciso esperar", concluiu.

Planeta similar à Terra é descoberto e tem potencial para conter vida

Detecção foi feita por equipe de astrônomos norte-americanos. Astro está localizado a 20 anos-luz de distância do Sol. Do G1, com agências internacionais imprimir Um astro com apenas três vezes a massa da Terra foi detectado a 20 anos-luz, orbitando uma estrela da constelação de Libra conhecida como Gliese 581, uma anã vermelha. Astrônomos da Universidade da Califórnia e da Carnegie Institution de Washington afirmam que o planeta é o primeiro a apresentar potencial real para conter vida. A descoberta foi divulgada nesta quarta-feira (29) pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. O astro, chamado Gliese 581g, fica em uma região na qual os astrônomos julgam que um planeta pode apresentar água líquida para formar oceanos, rios e lagos. No local, a distância da estrela permitiria um ambiente com clima ameno, nem tão frio, nem tão quente. A ilustração mostra um formato possível para o exoplaneta que orbita a estrela Gliese 581, a apenas 20 anos-luz de distância da Terra. (Crédito: AP / Zina Deretsky / National Foundation of Science) A órbita do planeta ao redor da estrela Gliese 581 dura pouco mais de um mês terrestre, com as possíveis estações de ano durando apenas dias. Não é o primeiro planeta a ser descoberto na "zona habitável" da estrela. Em 2007, um outro exoplaneta, localizado próximo a mesma estrela, foi catalogado, também com potencial para ser conter vida.

Sonda Kepler detecta menor planeta fora do Sistema Solar

Astro tem 1,4 vez o tamanho da Terra e é rochoso. Descoberta acontece após oito meses de observação entre 2009 e 2010. Do G1, em São Paulo imprimir Concepção artística do exoplaneta rochoso Kepler 10b. (Crédito: Nasa) A agência espacial norte-americana (Nasa) anunciou nesta segunda-feira (10) a descoberta do menor planeta fora do Sistema Solar já detectado. O achado foi possível graças à sonda Kepler, lançada em março de 2009, justamente para detectar exoplanetas possíveis de serem habitados por humanos. A descoberta foi aceita para publicação no "Astrophysical Journal". Chamado Kepler 10b, o astro é rochoso e mede 1,4 vez o tamanho da Terra. Ele teria 4,6 vezes a massa do nosso planeta, orbitando uma estrela chamada Kepler 10. Foi a primeira gigante gasosa a ser cotada para conter planetas pequenos em sua órbita. Foi alvo de observações constantes do telescópio de 10 metros no Observatório W.M. Keck, no Havaí. O instrumento conseguiu detectar pequenas mudanças no espectro da estrela, que confirmaram os indícios apontados pela Kepler de um planeta pequeno no local. Esses indícios foram resultado de oito meses de pesquisa, entre maio de 2009 e janeiro de 2010. O exoplaneta gira ao redor da estrela aproximadamente a cada 20 horas terrestres. Está 20 vezes mais próximos de sua estrela do que o Mercúrio está do Sol. Kepler 10b não está em uma zona que os astrônomos chamam de "habitável", que reuniria as condições ideias para o desenvolvimento de água líquida na superfície e, com isso, a possibilidade de vida. "Todas as ferramentas da Kepler convergiram para a descoberta da primeira evidência sólida de um planeta rochoso orbitando uma estrela diferente do Sol", afirma Natalie Batalha, da equipe do Centro de Pesquisas Ames, órgão ligado à Nasa, responsável pela sonda. "Em 2010, nós firmamos um compromisso de achar rastros de pequenos planetas e agora colhemos os resultados."

Ouvir música provoca liberação de dopamina, diz pesquisa

O estudo ajuda a compreender por que a música pode ser utilizada de forma eficaz em rituais, pelo marketing ou em filmes para induzir estados de humor Música pode auxiliar no tratamento da depressão Música alta em academias de ginástica pode causar danos à audição Música pode ajudar a tratar dores físicas e emocionais, diz pesquisa Por que estudar música é um excelente exercício para a mente Música mostra o poder na reabilitação de pacientes com AVC PARIS, 10 janeiro 2011 (AFP) - O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro, de acordo com um estudo publicado neste domingo. A dopamina é uma substância química da molécula do "sistema de recompensa", que serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou que desempenha um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). Então como pode estar envolvida em um prazer abstrato como o de ouvir música, que não parece ser diretamente indispensável para a sobrevivência da espécie? Para entender isso, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal (Canadá), selecionaram dez voluntários de 19 a 24 anos entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiram "estremecimentos", sinais de extremo prazer, ao escutar música. Graças a vários aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe de Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, bem como sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele. Os resultados publicados na revista científica Nature Neuroscience mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro. Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes, como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro. O nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em comparação com as medições realizadas ao escutar uma música "neutra", isto é, indiferente aos voluntários. "Nossos resultados ajudam a explicar porque a música tem esse valor em todas as sociedades humanas", concluem os pesquisadores. Permitem compreender "por que a música pode ser utilizada de forma eficaz em rituais, pelo marketing ou em filmes para induzir estados de humor", acrescentam. Como um prazer abstrato, a música contribuiria, graças à dopamina, para um fortalecimento das emoções, ao estimular noções de espera (da próxima nota, de um ritmo preferido), de surpresa, de expectativa.

Cientistas chilenos desenvolvem vacina contra alcoolismo

DA FRANCE PRESSE Cientistas chilenos trabalham no desenvolvimento da primeira vacina contra o alcoolismo, baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática que, de forma natural, sofre consequências tão severas ao consumir álcool que isto inibe seu vício, explicou o médico coordenador do projeto. Estas populações não têm um gene que produz a enzima "aldeído desidrogenase", que metaboliza o álcool no organismo. Sem essa enzima, ao beber "ocorre uma reação tão forte que as pessoas não tomam o álcool", explicou o médico da Universidade do Chile, Juan Asenjo, chefe dos pesquisadores, à rádio Cooperativa. A vacina, portanto, aumentaria os enjoos, a sensação de náusea e a vasodilatação nos viciados. "Com a vacina, a vontade de beber será muito pequena devido às reações que terá", disse o médico. O princípio já foi testado com sucesso em ratos alcoólatras, nos quais o consumo do álcool diminuiu em 50%. "A ideia é que nos seres humanos o consumo de álcool diminua entre 90% e 95%", acrescentou. A vacina consiste em induzir a mutação nas células do fígado através de um vírus que transmite esta informação genética. Atua sob o mesmo princípio sobre o qual são elaborados os parches e remédios utilizados para controlar o vício em álcool, mas sua eficácia seria maior porque, diferentemente das fórmulas anteriores, não depende da vontade imediata do paciente e tem menos efeitos colaterais. "A vacina é específica para as células do fígado. Os emplastros (parches) afetam todas as células e têm muitos efeitos colaterais", explicou Asenjo. Após demonstrar seu princípio ativo, os cientistas trabalham agora para cultivar as células necessárias para produzir o vírus em reatores e em grandes quantidades. Depois vem a fase de otimizar a produção, purificar o vírus e a aprovação por parte de diferentes comitês de ética e institutos de saúde pública. "Durante este ano será feita a produção em grande escala e depois serão realizados testes pré-químicos em animais para determinar a dose. Posteriormente, em 2012, serão realizados testes químicos na fase 1 em humanos", explicou Asanjo. Se os resultados em humanos forem bem-sucedidos, bastaria que o paciente tomasse a vacina uma vez por mês para começar a sentir os sintomas por um período prolongado, o que desestimularia o vício. O alcoolismo é o principal fator de risco de doenças entre os chilenos e gera acidentes de trânsito, cirrose e depressões, que são as principais causas de morte no Chile, segundo um estudo oficial divulgado em setembro de 2008.

Novo exame de sangue detecta e captura células cancerígenas

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO DA ASSOCIATED PRESS Um novo exame de sangue que detecta e captura uma única célula cancerígena entre bilhões de sadias está perto de chegar ao mercado. AP Novo teste sanguíneo desenvolvido por cientistas de Boston identifica células cancerígenas entre bilhões de sadias Cientistas de Boston, que inventaram o teste, e a gigante Johnson & Johnson pretendem anunciar nesta segunda-feira uma parceria para produzir o teste sanguíneo. Quatro grandes centros de câncer também devem dar início a estudos sobre o exame neste ano. Células cancerosas dispersas no sangue significam que o tumor se espalhou ou que provavelmente se espalhará, acreditam os médicos. Um teste que pode capturar tais células tem o potencial de transformar o tratamento de muitos tipos de câncer, especialmente de mama, próstata, cólon e pulmão. Inicialmente, os médicos querem usar o teste para tentar prever qual seria o melhor tratamento para o tumor de cada paciente e descobrir rapidamente se eles estão fazendo efeito. "É como uma biópsia líquida" que evita a retirada dolorosa de amostras de tecido e pode monitorar os pacientes de uma forma mais eficiente que tomografias periódicas, disse Daniel Haber, chefe do centro de câncer do Hospital Geral de Massachusetts de câncer e um dos inventores do teste. No futuro, o teste poderá oferecer uma alternativa para detectar o câncer, além da mamografia e da colonoscopia. O único teste disponível no mercado para localizar as células tumorais no sangue conta somente as células doentes, mas não as captura, impedindo que os médicos possam analisá-las para escolher o tratamento mais adequado. O teste usa um microchip que se assemelha a uma lâmina de laboratório coberta de 78.000 cilindros pequenos, como cerdas de uma escova de cabelo. Eles são cobertos com anticorpos que atraem as células tumorais. Quando o sangue atravessa o chip, as células batem nos cilindros como uma bola em uma máquina de pinball. As células cancerígenas ficam presas e um corante faz com que elas brilhem, permitindo que os cientistas possam contá-las e capturá-las para o estudo. O acordo pretende melhorar o microchip e encontrar um preço mais barato de plástico para torná-lo prático para produção em massa. Atualmente, o teste custa centenas de dólares e a meta de preço ainda não foi definida. Segundo o oncologista Paulo Hoff, diretor clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, já existem outros exames que fazem a contagem de células cancerígenas, mas eles não estão disponíveis no Brasil e não capturam as células. "Esse exame tem uma sofisticação. Além de quantitativo, ele é qualitativo e permite analisar as células e escolher o tipo de tratamento que será eficaz", diz Hoff. Carlos Gil Ferreira, coordenador de pesquisa clínica do Instituto Nacional de Câncer, afirma que o teste vai ser útil para os casos de câncer com risco de metástase. "São tumores cujas células podem invadir os vasos e se espalhar pelo organismo. Isso acontece com intestino, próstata, pulmão e mama." Os especialistas estimam que um exame como esse ainda demore cerca de dois anos para ser aprovado pelo FDA, órgão que regula medicamentos nos EUA , e chegar ao Brasil.

Robert Koch: grande descobridor de pequenas bactérias

Robert Koch (1843-1910)em seu laboratório Um dos fundadores da microbiologia, o alemão Robert Koch foi o primeiro a descobrir o agente do carbúnculo e o bacilo da tuberculose. O médico e cientista Robert Koch, um dos precursores da moderna bacteriologia, dedicou-se a pesquisas acerca das relações entre agentes bacterianos e a transmissão de doenças, bem como ao estudo da higiene e de epidemias. Suas teses não aumentaram a expectativa de vida e melhoraram a saúde da população apenas na Alemanha, mas continuam, até hoje, sendo consideradas verdadeiros fundamentos da microbiologia moderna. Durante a Guerra Franco-Prussiana, de 1870 a 1871, Koch trabalhou como cirurgião. Após seu regresso ao país, assumiu a função de médico oficial da cidade na antiga província alemã de Posen (Poznan). Ali começou a estudar a biologia das bactérias. Carbúnculo e tuberculose Naquela época, não havia ainda microscópios eletrônicos e, desta forma, as bactérias eram os menores agentes que podiam ser examinados através do microscópio. Koch descobriu o agente bacteriano causador do carbúnculo e descreveu, pela primeira vez, como a transmissão da doença se dá através dos esporos – este foi seu primeiro grande trabalho científico, publicado em 1876. Mais tarde, Koch foi chamado a Berlim para assumir a direção de um laboratório bacteriológico recém-criado, onde conseguiu detectar o agente causador da tuberculose. Com a Etiologia da Tuberculose, Koch conseguiu, pela primeira vez na história, identificar um micro-organismo patogênico. Por este trabalho sobre a bactéria da tuberculose, ele recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1905. Viagens e descobertas Robert Koch era, acima de tudo, um homem do seu tempo, que viveu em uma era de muitas viagens de descobertas e novas pesquisas. Ele próprio viajou muito, a fim de entender melhor os agentes causadores de doenças e suas vias de transmissão. No Egito e na Índia, Koch pesquisou o causador do cólera; na antiga Rodésia (hoje Zimbábue), dedicou-se ao estudo da peste bovina e da febre aftosa; na Itália, no leste da África e na Indonésia, realizou pesquisas sobre a malária. Robert Koch é reconhecido em todo o mundo como um dos pais da moderna Medicina Tropical e da Microbiologia. Ele desenvolveu métodos de cultivo de bactérias que ainda hoje são aplicados na Microbiologia. Acima de tudo, Koch ainda é considerado o maior descobridor das pequenas bactérias. As Nações Unidas declararam o 24 de março como o Dia Internacional da Tuberculose: neste dia, Robert Koch havia feito seu discurso explicando as formas através das quais ele conseguiu descobrir o agente causador da doença pulmonar. Hoje, o então Instituto Real Prussiano de Doenças Infecciosas, criado para o pesquisador, leva seu nome: Instituto Robert Koch, em Berlim. Autora: Helle Jeppesen (sv) Revisão: Roselaine Wandscheer

Asteróides: o perigo que vem do espaço

Simulação mostra choque ocorrido há 65 milhões de anos e que dizimou os dinossauros A queda de um grande asteróide provocaria uma catástofre na Terra. Mas o astrônomo Detlef Koschny diz que o risco é pequeno e que os corpos celestes que se aproximam do planeta são identificados com muita antecedência. O choque de um asteróide contra a Terra parece mais um cenário de horror num filme de ficção científica do que uma situação real. Mas a ameaça existe, de acordo com especialistas. Por isso, eles querem criar um programa internacional de defesa espacial para proteger o planeta. O assunto foi abordado durante um encontro, em dezembro passado, no Centro Europeu de Operações Espacial, em Darmstadt, na Alemanha. Como resultado do encontro, os especialistas recomendaram às Nações Unidas a formação de um grupo de trabalho internacional, com o objetivo de planejar missões de defesa espacial. Apesar de raras, grandes catástrofes naturais causadas por asteróides já foram registradas na história do planeta. Por exemplo, a queda de um grande asteróide há 65 milhões de anos no México. O choque do corpo celeste com a Terra mudou radicalmente o clima do planeta e resultou no desaparecimento dos dinossauros. Outro caso mais recente, com impactos comparativamente bem menores, foi registrado em 1908, na Sibéria. Koschny: 'É mais importante prestar atenção nos carros quando se atravessa a rua' A cada 200 ou 300 anos há o risco de um asteróide perigoso cair sobre a Terra. O próximo a se aproximar do planeta é o Apophis, de 270 metros de diâmetro, que no dia 13 de abril de 2029 estará a uma distância de 30 mil quilômetros da Terra. No entanto, o risco de um choque é pequeno, como explica o astrônomo Detlef Koschny, coordenador do departamento que monitora asteróides na Agência Espacial Europeia (ESA). Em entrevista à Deutsche Welle, o pesquisador explica que a população mundial não precisa ficar com medo, pois a aproximação de asteróides da Terra sempre é detectada com muitos anos de antecedência. Deutsche Welle: O asteróide Apophis deverá passar perto da Terra em 2029 e em 2036. Isso lhe preocupa? Detlef Koschny: Não, nós não estamos preocupados, porque a probabilidade de uma choque é pequena. Mas tratamos o tema com suificiente seriedade para dar início um projeto no qual nos ocuparemos com a observação e uma eventual defesa contra asteróides. Que tipo de consequências poderíamos sofrer caso um asteróide se chocasse com a Terra nos dias de hoje? Um bom exemplo é o que aconteceu na Sibéria em 1908. Um asteróide com cerca de 40 metros de diâmetro, o equivalente a um décimo do Apophis, explodiu a uma altura de 15 quilômetros acima da Terra. Felizmente, a explosão aconteceu na Sibéria, em Tunguska, uma região onde praticamente não há moradores. O asteróide destruiu uma área florestal equivalente a uma cidade como Berlim ou Londres. Se um corpo celeste semelhante caísse sobre uma cidade grande, ela seria destruída. A probabilidade de um asteróide chocar-se contra a Terra depende do tamanho dele. Um impacto provocado por um corpo celeste de uma grandeza de quilômetros, semelhante ao que dizimou os dinossauros, acontece a cada 65 milhões de anos, do ponto de vista estatístico. Ou seja, é realmente raro. Na Agência Espacial Europeia os asteróides são observados e catalogados. Isso quer dizer que o monitoramento do espaço com telescópios é feito dia e noite pelos astrônomos? Sim, a princípio é exatamente isso. Nós estamos desenvolvendo uma rede de observação composta por muitos telescópios, que rastreiam todo o céu durante a noite. Isso acontece de maneira automática e se os computadores identificarem algo, os astrônomos precisam fazer uma análise mais detalhada. Qual o procedimento no caso de descoberta de um asteróide perigoso para a Terra? Existe um alarme imediato para toda a comunidade internacional? Há um filme no qual Bruce Willis pega o telefone e avisa imediatamente o presidente americano. Naturalmente isso não é verdade, pois seria um problema internacional. Caso houvesse a colisão de um asteróide, o planeta todo seria atingido. Não é possível saber de antemão onde o asteróide cairia. Uma possibilidade seria coordenar a implantação de medidas de segurança por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Como exatamente nós poderíamos nos proteger da queda de um asteróide? Se um asteróide perigoso for descoberto, isso não significa que ele vai se chocar contra a Terra amanhã, isso poderá durar ainda de 10 a 15 anos. É tempo suficiente para planejar uma missão espacial que voe até o asteróide e o desvie. Seria necessário colidir uma grande massa contra o asteróide, para que ele saísse minimamente da sua rota. Os dez anos que faltariam [para a colisão] seriam suficientes para que ele se desviasse da Terra. Então quer dizer que podemos olhar para o céu durante a noite de maneira mais tranquila? Claro. Ninguém precisa ter medo de que uma pedra caia do céu sobre a sua cabeça. É mais importante prestar atenção nos carros quando se atravessa a rua. Autor: Jan Bruck (df) Revisão: Alexandre Schossler

Em SP, maioria faz o 1º teste de HIV depois dos 30 anos

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO Aos 23 anos, o universitário Lucas perdeu a conta de quantas parceiras sexuais já teve. "Acho que foram umas 30 ou mais", gaba-se. Em "quatro ou cinco" relações sexuais, ele diz não ter usado preservativo. "Estava bêbado demais". Ele ainda não fez nenhum teste de HIV. Lucas não é um caso isolado. Levantamento com base em questionários aplicados a 36 mil pessoas que fizeram testes rápidos de HIV revela que 56,8% fizeram o primeiro exame que detecta o vírus da Aids após os 30 anos. Os testes foram feitos durante a campanha "Fique Sabendo", que ocorreu em 309 municípios paulistas, em novembro de 2010. Segundo especialistas, o quadro preocupa porque os jovens começam a fazer sexo cada vez mais cedo, muitas vezes sem proteção, e costumam adiar para o futuro o primeiro teste de HIV. "O diagnóstico tardio prejudica o tratamento. Hoje, temos muito sucesso com as terapias, as pessoas vivem mais e melhor, mas a Aids é ainda uma doença grave, não pode ser banalizada," afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde. Ao menos nove pessoas morrem a cada dia no Estado de São Paulo vítimas das complicações da Aids. No Brasil, 630 mil pessoas estão infectadas com o vírus HIV. Desse total, cerca de 230 mil ainda não sabem que são soropositivos. A maioria ainda tem diagnóstico tardio. CAMPANHA Durante a campanha paulista, foram diagnosticados 403 casos positivos de Aids. Entre os homens, 270. As mulheres responderam por outros 107. Em 26 casos positivos não havia informação sobre o sexo da pessoa testada. A faixa entre 25 e 39 anos foi responsável pela maior parte dos casos confirmados em homens (53%) e em mulheres (46%). Houve dois registros de meninas com 13 anos infectadas. Para Mario Scheffer, doutor em ciências pela USP e presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, é necessário reforçar as medidas de prevenção. Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que 97% dos jovens de 15 a 24 anos reconhecem o preservativo como uma forma eficaz de evitar o HIV. Mas o uso da camisinha na primeira relação sexual avançou relativamente pouco, de 52,8%, em 1998, para 60,9% em 2008. Mas, na opinião de Scheffer, embora seja importante a campanha de checagem na população em geral, é preciso ampliá-la nos grupos mais vulneráveis ao contágio do vírus, como os gays, os profissionais do sexo e os presidiários, entre outros. "A Aids não atinge de forma igual todo mundo. Nas populações mais vulneráveis, o índice de soropositividade é muito maior", diz ele. Segundo o ministério, entre os gays, por exemplo, a taxa de soropositividade é de 10% a 11%. Na população em geral é de 0,6%. Gianna, do programa DST-Aids, afirma que a campanha conseguiu "em parte" incluir populações vulneráveis na testagem. "Os municípios desenvolveram várias estratégias. Mas é importante que essas populações procurem os serviços de saúde." Os exames de HIV são gratuitos no SUS. Para saber os locais que realizam o teste, ligue para o Disque-DST/Aids: 0800-16-25-50.

Química do cérebro determina gosto por música, diz estudo

DE SÃO PAULO O gosto pela música, seja pelos Beatles ou por Beethoven, tem a mesma explicação científica que o gosto por uma determinada comida. É tudo uma questão de química cerebral, diz um novo estudo. Pesquisadores do Canadá descobriram que uma substância química --a dopamina-- está relacionada ao gosto ou repudia das pessoas por uma música. Trabalhos anteriores já sugeriam um papel para a dopamina --uma substância que age na comunicação das células do cérebro. Mas, nessa nova pesquisa, que mapeou o cérebro das pessoas enquanto elas ouviam música, os cientistas notaram que a substância está diretamente relacionada à sensação de prazer ao ouvir uma música. A dopamina ajuda a explicar porque a música é tão popular em diferentes culturas, de acordo com os autores do trabalho Robert Zatorre e Valorie Salimpoor, da Universidade McGill, em Montreal. O trabalho deles está na revista "Nature Neuroscience". O estudo utilizou apenas a música instrumental --o que mostra que as vozes não são necessárias para produzir a resposta da dopamina. "Levará mais tempo para estudar como as vozes podem contribuir para o efeito de prazer", disse Salimpoor. Os pesquisadores mapearam o cérebro de oito pessoas. O levantamento mostrou que os cérebros dos participantes foram mais bombeados por dopamina em uma determina região quando eles escutaram suas músicas favoritas. Os resultados sugerem que mesmo quem gosta de música, mas não sente "calafrios" de emoção, também passa pelos efeitos da dopamina. Os voluntários do estudo optaram por uma vasta gama de música --da clássica ao jazz. Como eles já conheciam as peças musicais que escutariam, não foi possível saber se a reação veio por antecipação da memória ou se as pessoas sentem naturalmente a emoção conforme a música se desenrola. Isso ainda deve ser estudado. A música não é a única experiência cultural que afeta os circuitos de recompensa do cérebro. Outros pesquisadores mostraram, recentemente, uma ligação entre sensação de satisfação e obras de arte.

Casca de banana transformada em pó pode despoluir água

GIULIANA MIRANDA DE SÃO PAULO Esnobada por indústrias, restaurantes e até donas de casa, a casca de banana pode em breve dar a volta por cima. Descobriu-se que, a partir de um pó feito com ela, é possível descontaminar a água com metais pesados de um jeito eficaz e barato. O projeto é de Milena Boniolo, doutoranda em química pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista), que teve a ideia ao assistir a uma reportagem sobre o desperdício de banana no Brasil. Editoria de Arte/Folhapress "Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas por semana. E isso é apenas nos restaurantes", diz a pesquisadora. Boniolo já trabalhava com estratégias de despoluição da água, mas eram métodos caros --como as nanopartículas magnéticas--, o que inviabilizava o uso em pequenas indústrias. Com as cascas de banana, não há esse problema. Como o produto tem pouquíssimo interesse comercial, já existem empresas dispostas a simplesmente doá-las. MASSA CRÍTICA "Como o volume de sobras de banana é muito grande, as empresas têm gastos para descartar adequadamente esse material. Isso é um incentivo para que elas participem das pesquisas", afirma. O método de despoluição se aproveita de um dos princípios básicos da química: os opostos se atraem. Na casca da banana, há grande quantidade de moléculas carregadas negativamente. Elas conseguem atrair os metais pesados, positivamente carregados. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso potencializar essas propriedades na banana. Isso é feito de forma bastante simples e quase sem gastos de energia. "Eu comecei fazendo em casa. É realmente muito fácil", diz Boniolo. As cascas de banana são colocadas em assadeiras e ficam secando ao sol durante quase uma semana. Esse material é então triturado e, depois, passa por uma peneira especial. Isso garante que as partículas sejam uniformes. O resultado é um pó finíssimo, que é adicionado à água contaminada. Para cada 100 ml a serem despoluídos, usa-se cerca de 5 mg do pó de banana. Em laboratório, o índice de descontaminação foi de no mínimo 65% a cada vez que a água passava pelo processo. Ou seja: se for colocado em prática repetidas vezes, é possível chegar a níveis altos de "limpeza". O projeto, que foi apresentado na dissertação de mestrado da pesquisadora no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), foi pensado com urânio. Mas, segundo Boniolo, é eficaz também com outros metais, como cádmio, chumbo e níquel --muito usados na indústria. Além de convites para apresentar a ideia no Brasil e na Inglaterra, a química também ganhou o Prêmio Jovem Cientista. Agora, segundo ela, é preciso encontrar parceiros para viabilizar o uso da técnica em escala industrial.

Estudo canadense prevê aquecimento global por séculos

DA REUTERS O dióxido de carbono já liberado na atmosfera vai continuar contribuindo para o aquecimento global durante séculos, podendo causar o colapso de um enorme lençol de gelo da Antártica e o aumento dos níveis do mar, disseram cientistas canadenses neste domingo. Mesmo o completo abandono dos combustíveis fósseis e a suspensão imediata de emissões não poderão impedir o aquecimento do oceano da Antártica, bem como a desertificação na África do Norte, indica a pesquisa. No entanto, muitas das consequências negativas no Hemisfério Norte, como a redução de gelo no Ártico, são reversíveis. Isso significa que os esforços globais para reduzir os gases de efeito de estufa não são um desperdício de esforço e dinheiro, disse Shawn Marshall, professor de geografia da Universidade de Calgary e um dos autores do estudo. "Mas há alguns elementos do clima que apresentam muita inércia e que levarão muitos séculos para começarmos a revertê-los," disse Marshall. O estudo, liderado por Nathan Gillett, do Centro Canadense de Modelagem e Análise Climática, foi publicado na revista Nature Geoscience. SIMULAÇÕES Usando simulações com um modelo climático, os pesquisadores estimaram os efeitos sobre os padrões de clima para os próximos mil anos, com a interrupção completa das emissões em 2010 e em 2100. As importantes diferenças dos impactos em diversas regiões são devidas aos séculos necessários para o aquecimento da circulação do Atlântico Norte pelas correntes oceânicas, disse Marshall. "A atmosfera se resfria rapidamente quando os gases atmosféricos são reduzidos, assim como a água da superfície do mar, mas o resfriamento não atinge as águas profundas do oceano por um longo tempo," disse ele. Correntes de vento no hemisfério sul também podem contribuir para o processo. EFEITOS Como resultado, nos próximos mil anos, a temperatura média do oceano ao redor da Antártica pode aumentar em até 5 graus Celsius, provocando o colapso do manto de gelo da Antártica Ocidental, de acordo com o estudo. A eliminação do manto de gelo, que cobre uma área do tamanho do Texas e tem até 4 mil metros de espessura, poderá elevar os níveis do mar em vários metros. Os impactos do clima reduzirão a umidade em partes do norte da África em até 30 por cento. As simulações mostram grandes diferenças em algumas partes do mundo. Porém, entre reduzir as emissões em 2010 ou em 2100, surgem variações de temperatura entre 1 e 4 graus Celsius, representando um argumento para a ação de redução imediata das emissões de dióxido de carbono, disse Marshall.