sábado, 11 de dezembro de 2010


Nasa divulga foto de nebulosa na 


constelação de Gêmeos

Nuvem de poeira e gás surgiu a partir de explosão de estrela supermassiva.
'IC 433' está a 5 mil anos-luz de distância da Terra.

Do G1, com informações da AP
Nebulosa Gêmeos 1A nebulosa IC 443 é vista na imagem gerada pela sonda WISE, da Nasa, e divulgada nesta sexta-feira (10). A região contém nuvens de poeira e gás originadas a partir de uma supernova, estágio da vida de uma estrela muito massiva que habitava aquela área do espaço. Distante 5 mil anos-luz (aproximadamente 47 quintilhões de quilômetros), a área se encontra na direção de Eta Geminorum, estrela próxima à Castor, uma das duas mais famosas da constelação de Gêmeos e visível a olho nu. Chamada em inglês de "água-viva", a nebulosa mostra como explosões estelares afetam o ambiente que as cerca. (Foto: Nasa / AP Photo)

Só elite dos alunos faz nota do país subir em avaliação internacional de leitura

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DE SÃO PAULO
A melhora das notas do Brasil em leitura na avaliação internacional divulgada nesta semana foi puxada pelos alunos que já possuíam bom desempenho. Entre os estudantes com mais dificuldade, o ganho foi quase nulo. A informação é de matéria de Fábio Takahashi publicada na edição da Folhadesta sexta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
A constatação aparece no detalhamento do rendimento dos países no Pisa, exame da OCDE (organização de nações desenvolvidas) que avaliou a situação de 65 países.
Na média, a nota do Brasil em leitura cresceu 16 pontos (4%) entre 2000 e 2009, o que foi classificado no relatório como "impressionante".
O avanço, porém, foi impulsionado pelos estudantes que estão entre os 10% mais bem avaliados, cujas médias subiram 30 pontos. Já entre os 10% mais mal avaliados, o avanço foi de 5 pontos.
Leia a reportagem completa na Folha desta sexta, que já está nas bancas.
Editoria de Arte/Folhapress

Alunos do ProUni vão participar de programa de intercâmbio no Japão

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DA AGÊNCIA BRASIL

Eles nunca saíram do Brasil, mas em janeiro embarcam em um navio para passar 51 dias viajando pelo mundo. Onze bolsistas do ProUni (Programa Universidade para Todos) foram convidados pelo governo japonês para participar de um programa de intercâmbio ao lado de universitários de dez nacionalidades. Eles conhecerão Tóquio e outras importantes capitais mundiais enquanto participam de diversas atividades e projetos dentro da embarcação.
O Brasil já participou seis vezes do programa Ship for World Youth. Os estudantes brasileiros sempre foram selecionados pelas universidades federais, mas este ano o MEC (Ministério da Educação) optou pelos participantes do ProUni. Eles foram escolhidos pela nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2008 e a fluência em inglês, uma exigência do projeto. Nesta semana, estiveram em Brasília participando de um treinamento e preparando documentos. Também foram recebidos na embaixada japonesa.
O goiano Fernando Iglesias Pereira, estudante de ciências econômicas, inicialmente achou que o convite fosse trote. Ele está ansioso e conta que a família prepara uma festa de despedida para a sua primeira viagem ao exterior. Amanda Freitas, aluna do curso de arquitetura na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), sempre gostou da cultura japonesa, sabe um pouco do idioma e acha que a oportunidade será importante para a sua formação. Moradora da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, ela é a primeira da família a entrar no ensino superior, caraterística comum a boa parte dos selecionados para o intercâmbio.
Os alunos acreditam que a viagem será importante para que eles ampliem o conhecimento sobre diferentes culturas e realidades. Um dos mais animados é Matheus Romero Lima, 22 aluno, de relações internacionais. Para ele, a experiência será útil aos trabalhos que pretende desenvolver no futuro como voluntário, inclusive em outros países. "Vou aproveitar o máximo a viagem, conhecer a cultura deles e a disciplina que os leva a ser uma das maiores economias mundiais", conta.
Adriano Lira, estudante de jornalismo na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), conta que o pai dele foi quem mais se emocionou com a notícia de que o filho havia sido selecionado para o intercâmbio. "Minha mãe tem o ensino fundamental e meu pai só completou a 3ª série. Foi ele quem mais chorou e ficou orgulhoso". Ele conta que não teria a oportunidade de conhecer outros países por conta própria e acredita que a viagem vai "mudar a maneira de enxergar o mundo". "Eu conheço o interior de São Paulo e a cidade dos meus pais, no Ceará. Dá para ter ideia do quanto essa oportunidade é importante", diz.
Os alunos embarcam no dia 9 de janeiro e chegam ao Japão no dia 11. De acordo com o governo japonês, o objetivo do programa é aprofundar a cooperação internacional e a amizade entre os jovens para o desenvolvimento da capacidade de liderança.

Brasil é o primeiro país emergente a fixar limite absoluto de CO2

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MARCELO LEITE
CLAUDIO ANGELO
ENVIADOS ESPECIAIS A CANCÚN
Agora está regulamentado em lei: o Brasil chegará a 2020 emitindo no máximo 2,1 bilhões de toneladas de CO2 por ano. Mais que isso: fica obrigado a publicar anualmente estimativas do total de emissões do país, que facilitarão a verificação do compromisso assumido.
O decreto de regulamentação da Política Nacional de Mudanças Climáticas foi assinado na quinta-feira pelo presidente Luiz e anunciado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na conferência do clima em Cancún.
Com a lei regulamentada, o Brasil se torna o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer um limite absoluto para o quanto vai poluir. O teto autoimposto pelo
Brasil representa ainda uma redução absoluta de 6% em relação a 2,2 bilhões de toneladas que o país emitia em 2005, ano do último inventário de gases-
estufa.
Roberto Escobar/Efe
Índígenas bolivianos participam da conferência da ONU para mudanças climáticas; evento deve terminar nesta sexta
Índígenas bolivianos participam da conferência da ONU para mudanças climáticas; evento deve terminar nesta sexta
"O Brasil definiu seu espaço de carbono em 2020", disse Tasso Azevedo, consultor do Ministério do Meio Ambiente. "Assim, provoca outros países a fazer o mesmo." O anúncio feito pela ministra não arrancou mais do que os aplausos protocolares em seu discurso na plenária.
Mas foi um dos poucos avanços do dia, em que predominou o pessimismo quanto a algum acordo em Cancún. O decreto prevê que o teto será desmembrado em metas para 12 setores da economia.
Cada um deles terá de apresentar um plano de ação até o final de 2011, que passará por revisão a cada três anos. O decreto, porém, abre a possibilidade de que os planos sirvam de base para um mercado nacional de créditos de carbono. Caso um setor economize mais emissões do que estava obrigado a fazer, poderia obter algum rendimento com isso.
Se isso funcionasse hoje, o desmatamento --que cai mais rápido do que o projetado-- poderia gerar créditos para setores que têm maior dificuldade de reduzi-las, como a siderurgia.
A própria indústria, porém, não ficou satisfeita. 'Não aceitamos que o processo seja feito assim', diz Paula Bennati, coordenadora de mudança climática da Confederação Nacional da Indústria.
Segundo ela, não está claro como essas metas setores serão fixadas.

Cúpula de Cancún surpreende na reta final e toma decisões sobre clima

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COM ASSOCIATED PRESS
A conferência da ONU para o clima, a COP-16, terminou em Cancún, no México, na madrugada deste sábado de uma forma inesperada. Contra a expectativa de que não haveria anúncios relevantes ao final do encontro, foram firmadas duas decisões: a criação do Fundo Verde e a extensão do Protocolo de Kyoto para além de 2012, quando expira o tratado.
Embora os acordos sejam limitados e já viessem sendo discutidos, eles restauraram um pouco da credibilidade perdida em Copenhague. No "trabalho em duplas", coube ao Brasile ao Reino Unido buscar o consenso sobre Kyoto e lidar principalmente com a resistência japonesa quanto ao tratado--na sexta-feira, o Japão, a Rússia e o Canadá haviam dito que não participariam da segunda fase de Kyoto.
Roberto Escobar/Efe
Homem deixa centro de convenções da COP-16 no dia 10; cartaz diz em inglês "grandes coisas podem acontecer"
Homem deixa centro de convenções da COP-16 no dia 10; cartaz diz em inglês "grandes coisas podem acontecer"
Renovar ou não o Protocolo de Kyoto foi o grande debate na conferência. Os países opositores a Kyoto exigiam que fossem incluídas reduções das emissões para economias emergentes como Índia e China --esta é um dos maiores poluentes do planeta.
Já os grandes países emergentes dizem que não aceitariam um ônus tão grande quanto das nações ricas. Há, ainda, a questão dos Estados Unidos, que até agora não ratificaram Kyoto e a questão segue sem definição. Apesar do consenso, não houve fixação de datas e prazos.
A Bolívia foi o único a se posicionar contra as decisões da COP-16, argumentando que o plano não é suficiente para combater as mudanças climáticas. Segundo a delegação boliviana, elas são tão fracas, que poderiam colocar o planeta em risco. O país vai recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia para contestar o resultado da COP-16.
Às 4h no horário local, o presidente mexicano, Felipe Calderon, declarou em discurso que a COP-16 foi um "sucesso". Ele acrescentou que a "inércia da desconfiança" foi superada finalmente.
"O que temos agora é um texto. Se não é perfeito, é certamente uma boa base para ir em frente", disse o chefe das negociações da ONU, Todd Stern.
criação do Fundo Verde, que ajudará as nações em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas, também foi anunciada. A UE (União Europeia), Japão e Estados Unidos prometeram doações de até US$ 100 bilhões até 2020. A curto prazo, os países se comprometeram também com uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões.
O pacote de medidas inclui ainda um mecanismo de proteção das florestas tropicais do planeta, cujo maciço desmatamento provoca 20% das emissões de gás do efeito estufa no mundo, e novos meios de dividir tecnologias de energia limpa.

Brasil deve lançar foguete de médio porte no domingo

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DA AGÊNCIA BRASIL
O CLA (Centro de Lançamento de Alcântara) deve lançar neste domingo (12) ao espaço o foguete de médio porte VSB-30, desenvolvido por técnicos brasileiros. O equipamento vai levar para testes em ambiente de microgravidade cerca de dez experimentos de universidades, de institutos de pesquisas e de alunos do ensino fundamental que fazem parte dos programas desenvolvidos pelo IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço).
De acordo com o coronel engenheiro Eudy Carvalhaes da Costa e Silva, coordenador-geral da operação, grande parte dos experimentos é voltada às áreas de tecnologia e biologia e alguns são diretamente relacionados ao desenvolvimento de sistemas para atividades espaciais. Ele explicou que objetivo da operação é colocar os experimentos a 100 km de altitude.
"O que interessa nesse lançamento é o tempo que o foguete ficará acima de 100 km de altitude, que é caracterizado um ambiente de microgravidade", disse Carvalhaes em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Segundo o coordenador, o foguete é projetado para percorrer 250 km e carregar 400 kg. O tempo de voo total do foguete é de 18 minutos, incluindo o seu retorno à Terra, no paraquedas.
"Dividindo em fases, há o lançamento, com a propulsão dos motores, que dura entre 29 e 30 segundos. Depois, entra em fase de voo balístico, em que ele [foguete] vai no embalo. Com dois minutos atingirá o ambiente de microgravidade, voará seis minutos nesse ambiente e depois reentrará na atmosfera", explicou Carvalhaes.
Os técnicos envolvidos na operação vão fazer neste sábado uma simulação da contagem regressiva para o lançamento e conferir todas as etapas do processo. A previsão é que o lançamento seja realizado amanhã, entre as 10h e as 15h, no horário de Brasília.
"Não temos um horário preciso porque o lançamento depende das condições meteorológicas", explicou o coordenador-geral da operação.

Ministro de Ciência e Tecnologia lança livro sobre a atividade de pesquisa no país

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SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
O ministro Sergio Rezende (ciência) lançou hoje uma coletânea de 70 artigos com análises pessoais das últimas quatro décadas da ciência do país.
A obra, "Momentos da ciência e da tecnologia no Brasil", conta com prefácio do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que o define como o "comandante do PAC da ciência" [Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional].
"Não é nenhuma grande obra literária, mas os artigos dão uma ideia do que aconteceu na política científica nacional nos últimos anos", brincou Rezende durante o lançamento.
Ele contextualiza em mais de 400 páginas a entrada tardia do Brasil na atividade científica, institucionalizada principalmente a partir da década de 1950 -- quando foram criadas a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o Cnpq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Rezende aborda o desenvolvimento ciência no país desde a década de 1970, durante o período ditatorial, passando pela recessão econômica na década de 1980 e pela chamada "Era FHC" na década de 1990.
Mas boa parte da obra é dedicada mesmo às propostas de ciência e tecnologia do Governo Lula, a maioria comandadas pelo próprio Rezende. Ele está à frente do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia) desde julho de 2005.
Na última década, os dispêndios do MCT aumentaram em cerca de seis vezes (entre 2000 a 2010) e a produtividade científica atingiu o 13o lugar no ranking mundial.
PASSANDO O BASTÃO
No lançamento da obra, Rezende contou que resolveu no começo do ano juntar e editar os documentos para publicá-los. Isso porque ele sabia que deixaria o comando do ministério no final de 2010 e queria deixar a obra como um registro do final da sua gestão.
"O livro quase não saiu neste ano. Procurei uma primeira editora que disse que não daria tempo, depois acabou dando certo", contou.
O ministro deve deixar a pasta em 31 de dezembro e, diz, deve voltar à universidade -- ele é professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
O posto deve ser assumido pelo o senador Aloizio Mercadante (PT).