domingo, 12 de junho de 2011


10/06/2011 10h20 - Atualizado em 10/06/2011 11h55

Sondas lançadas em 1977 atravessam 'mar magnético' no espaço para sair do Sistema Solar

Naves Voyager estão há 33 anos revelando dados sobre planetas distantes da Terra.

Da BBC
As sondas Voyager, da agência espacial americana Nasa, estão atravessando um "mar magnético" para tentar sair do Sistema Solar.
As duas naves foram lançadas em 1977 e são responsáveis por colher alguns dos dados mais extraordinários da história da Nasa. Elas agora estão a mais de 14 bilhões de quilômetros da Terra, se aproximando do limite do Sistema Solar.
As sondas Voyager continuam enviando dados para o centro de controle da Nasa, no Estado americano no Texas. Cada mensagem demora 16 horas para atravessar a distância no espaço.
Nas palavras do astrônomo Eugene Parker, da Universidade de Chicago, a fronteira do Sistema Solar possui atividades energéticas intensas, como se fosse uma "banheira de hidromassagem agitada".
Sonda Voyager (Foto: BBC)Sondas Voyager descobriram características desconhecidas do campo magnético do Sol (Foto: BBC)
Vários fragmentos de campos magnéticos passam como uma espécie de "vento" pelas sondas. Este processo está formando bolhas de magnetismo com dezenas de milhares de quilômetros de largura.
Os pesquisadores afirmam que estas descobertas têm impacto na forma como se entende os raios cósmicos - que são as tempestades de partículas de alta energia que se aceleram na direção da Terra, oriundas de explosões de estrelas e buracos-negros.
É provável que a massa de estruturas magnéticas torne o Sistema Solar mais poroso e suscetível a raios cósmicos.
Nova missão
A observação é de interesse não só para astrônomos, como também para astronautas - que precisam se precaver contra os efeitos dos raios cósmicos na sua saúde - e para engenheiros - preocupados em construir naves e componentes resistentes às partículas de alta energia.
Os pesquisadores foram surpreendidos por alguns dos dados revelados pelas sondas Voyage. Eles esperavam que os limites do Sistema Solar seriam mais serenos e com menos atividades magnéticas.
Esta é mais uma demonstração entre tantas das capacidades extraordinárias das sondas Voyagers, que continuam gerando dados e novos questionamentos mais de três décadas depois de seus lançamentos.
A Voyager 1 chegou ao espaço no dia 5 de setembro de 1977, e a Voyager 2, no dia 20 de agosto do mesmo ano.
Sonda Voyager (Foto: BBC)Naves foram direcionadas rumo ao centro da Via Láctea (Foto: BBC)
A missão inicial das sondas era pesquisar os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A tarefa foi completada em 1989. Elas então foram direcionadas rumo ao centro da Via Láctea.
O professor Ed Stone, que trabalha com as Voyager desde o começo da missão, diz que nenhuma outra operação durou tanto tempo. Já são 33 anos de funcionamento, e a Voyager ainda possui energia suficiente para durar mais uma década.
A tecnologia da Voyager é rudimentar para os padrões de hoje. Os transmissores consomem a energia equivalente a de uma lâmpada comum. Um telefone celular moderno possui 10 milhões de vezes mais memória do que a Voyager.
A sua nova missão é explorar os limites do Sistema Solar. Os cientistas não têm certeza sobre o limite final do Sistema, onde começaria uma zona de espaço inter-estelar.

11/06/2011 10h49 - Atualizado em 11/06/2011 14h03

Ameaça de 'E. coli' persiste após localização de foco na Alemanha

Fonte de infecção de bactéria estava em broto de feijão no norte do país.
Autoridades de saúde elevaram o alerta para pepinos, alfaces e tomates.

Do G1, com informações da EFE e da Reuters
Autoridades de saúde alemães advertiram neste sábado (11) que a ameaça da variante letal da bactéria E. coli, que provocou 31 mortes na Alemanha, persiste apesar de a fonte de infecção ter sido localizada em brotos de feijão de uma fazenda da Baixa Saxônia, no norte do país. O estabelecimento foi fechado, mas não sofrerá processos nem punições pelo início do surto.
Apesar de as suspeitas do Instituto Robert Koch sobre a origem do patógeno terem sido confirmadas, permanece o perigo de infecção por contato físico, disse um porta-voz do Ministério de Assuntos Sociais do estado de Hesse, no centro da Alemanha.
E coli Alemanha (Foto:  REUTERS/Ivan Milutinovic (SERBIA HEALTH AGRICULTURE POLITICS FOOD))Homem vende vegetais em feira de Belgrado, na Sérvia. Alemanha estendeu alerta de 'E. coli' para pepinos, tomates e alfaces (Foto: Reuters/Ivan Milutinovic (SERBIA HEALTH AGRICULTURE POLITICS FOOD)
As autoridades de saúde e o governo alemão estenderam na última sexta-feira (11) o alerta para pepinos, alfaces e tomates como foco de infecção, após confirmarem a presença da variante letal nos brotos de feijão. Cerca de 500 amostras ainda estão sendo examinadas, incluindo algumas sementes da fazenda que vêm da Europa e da Ásia.
Falhas de higiene na cadeia produtiva alimentar pode levar a novos surtos da perigosa variante O104 da bactéria E. coli, advertiu do ministério, que fez um apelo para que haja prevenção e manutenção das normas de higiene entre a população.
Após semanas de uma crise de saúde que resultou em um prejuízo de vários milhões de dólares à produção agrícola de toda a Europa, verificou-se a presença desse micro-organismo agressivo em um pacote de brotos de feijão encontrado no lixo de uma família que vive na região de Bonn, oeste da Alemanha. Dois membros dessa família contraíram a infecção.
Os vegetais vinham de uma fazenda orgânica da Baixa Saxônia, citada segundo o Instituto Robert Koch como "a fonte mais provável" do surto, que já atingiu 2.800 habitantes do país. Desses, 722 desenvolveram a chamada síndrome hemolítica urêmica (HUS, na sigla em inglês), doença marcada por fortes diarreias com sangue e lesões graves nos rins.
O problema ocorre por uma diminuição no número de plaquetas – estruturas responsáveis pela coagulação do sangue – e pela destruição das células vermelhas (hemácias) no organismo.
 

10/06/2011 06h45 - Atualizado em 10/06/2011 06h45

Descoberta de como nicotina causa perda de peso pode render remédio

Cientistas desvendaram como substância age para emagrecer.
Pesquisador ressalta, no entanto, que fumar faz mal à saúde.

Marília JusteDo G1, em São Paulo
Proteína fluorescente destaca as células cerebrais que controlam o apetite e são afetadas pela nicotina (Foto: Science/AAAS)Proteína fluorescente destaca as células cerebrais
que controlam o apetite e são afetadas pela
nicotina (Foto: Science/AAAS)
Uma das principais reclamações de quem para de fumar é o ganho de peso. Apesar de todos os males para a saúde, o cigarro emagrece e muitos desistem de largar o hábito se a troca for por uns quilinhos a mais. Agora, os cientistas entenderam porque isso acontece, em um estudo publicado na revista "Science" desta semana. A descoberta pode resultar, no futuro, em remédios para emagrecer feitos a partir de drogas parecidas com a nicotina.
De acordo com o líder do estudo, a perda de peso causada pelo cigarro é real, mas não é muito grande e não deveria servir de desculpa para continuar fumando.
“A perda de peso média é consistente e estatisticamente relevante, mas moderada, entre 2 kg e 3 kg”, disse ao G1 Yann Mineur, psiquiatra da escola de medicina da Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Com uma droga parecida com a nicotina, o grupo de Mineur descobriu que receptores no cérebro são ativados pelo cigarro na região do hipotálamo – que controla, exatamente, a alimentação. O resultado é a diminuição da fome e, por consequência, perda de peso. Como a ação é bastante específica, os pesquisadores conseguiram também impedir a ativação dos receptores pela droga e, com isso, manter o peso dos camundongos usados na pesquisa.
Segundo Mineur, a descoberta indica que algumas propriedades de alguns compostos da nicotina podem ser usados como medicação no tratamento de desordens alimentares ou mesmo como maneira de limitar o ganho de peso em quem deixa de fumar. Isso, no entanto, teria que ser feito com cuidado.
“Talvez possa ser algo parte de um programa de dietas, mas efeitos colaterais devem ser esperados e o custo-benefício deve ser considerado com cautela”, diz ele.
O cientista também ressalta que a pesquisa não defende o hábito de fumar. Ele lembra que “a dose é o que faz a diferença entre um veneno e um remédio”. “Os compostos de nicotina são tóxicos e letais”, afirma.