terça-feira, 18 de janeiro de 2011

SISU

Sisu tem 1 mi de inscritos; bacharelado em ciência e tecnologia é o mais procurado

DA AGÊNCIA BRASIL

Até as 18h desta terça-feira, o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) registrou cerca de 1 milhão de inscritos. O número representa quase um terço do total de candidatos que participaram do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010: 3,3 milhões de estudantes.

Governo adia para o próximo dia 31 o início das inscrições no Fies
Defensoria Pública pede suspensão das inscrições no Sisu
MEC confirma nome de nova presidente do Inep

O bacharelado em ciência e tecnologia da Universidade Federal do ABC (UFABC) foi o mais procurado pelos estudantes até as 15h de hoje, com 9.384 inscrições para 1.500 vagas disponíveis.

O segundo curso com maior número de inscritos foi o de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFCE), com 8.706 candidatos disputando 300 vagas. O mesmo curso nas universidade federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Pelotas (UFPel) aparecem em terceiro e quarto lugares na lista dos mais procurados.

Criada pelo MEC (Ministério da Educação) no ano passado, o Sisu unifica a oferta de vagas em instituições públicas de ensino superior. Nesta edição, são 83.125 vagas em 83 escolas. As inscrições começaram ontem e foram prorrogadas até quinta-feira (20).

Os estudantes relataram problemas de acesso à página de inscrição do Sisu na internet, que estava sobrecarregada em função do grande número de acessos. De acordo com o MEC, hoje não foram registrados problemas no sistema.

Na segunda-feira (17), após manutenção dos equipamentos do sistema, os alunos que acessaram o Sisu se depararam com páginas de inscrição de outros candidatos. Mas o MEC negou que tivesse ocorrido "vazamento de dados" e diz que as informações não puderam ser alteradas por outros estudantes nesse período.

Mudança climática revela cadáveres escondidos na neve

Mudança climática revela cadáveres escondidos na neve

DE SÃO PAULO

O piloto de avião Rafael Benjamín Pabón foi encontrado sentado em seu assento, com o cinto de segurança afivelado e cara de quem estava dando uma cochilada. Seu cabelo preto, não muito curto, caía sobre seu ombro. Pabón estava congelado desde 1990.

Seu avião, um cargueiro, havia se chocado naquele ano contra o Huayana Potosí, uma montanha de mais de seis quilômetros de altitude na região de La Paz (Bolívia).

O boliviano foi encontrado recentemente por um alpinista, que ficou tão chocado ao esbarrar em um cadáver que resolveu carregá-lo montanha abaixo. Sua mãe está viva e vai poder enterrá-lo.

Pabón, que tinha 27 anos ao morrer, entra para a lista de cadáveres revelados pelo aquecimento global, que proporciona degelos inéditos em vários lugares do mundo.

Um deles era o copiloto de Pabón, trazido de volta para fora da neve pelo verão de 1997 --o terceiro membro da tripulação, um mecânico chamado Walter Flores, ainda não foi encontrado.

Além da dupla, já foram encontradas desde três crianças incas nas montanhas da Argentina até soldados austríacos da Primeira Guerra Mundial que morreram lutando nos Alpes italianos.

Os soldados ao menos morreram lutando. Em 2005, foi encontrado o corpo de Leo Mustonen. Ele era piloto de 22 anos da Força Aérea americana e, em 1942, treinava para servir na Segunda Guerra.

Não estava em treinamento à toa: enquanto praticava, acabou batendo o seu avião em uma montanha da Sierra Nevada, na Califórnia. Ficou 63 anos por lá. Em 2006, foi finalmente enterrado em sua cidade natal, em Minnesota (norte dos EUA).

Outros cadáveres, mais antigos, não chegam nem a ser reconhecidos. Um deles é um misterioso e solitário homem que vivia no norte do Canadá, uma região muito fria, há 550 anos.

Todos esse corpos, em função do frio extremo das regiões em que foram encontrados e do ar seco, ficaram mumificados. Trata-se da neve fazendo com os corpos o que os egípcios faziam com resinas e óleos.

A grande preservação dos corpos chama a atenção mesmo dos cientistas. Os cadáveres intactos impressionam.

Ainda assim, não são apenas corpos que estão sendo localizados. Vários pedaços do próprio avião de Pabón, por exemplo, foram desenterrados. Mas o caso mais misterioso é o de um Boeing 727, operado pela empresa Eastern Air Lines, que caiu na Bolívia em 1º de janeiro de 1985.

Em 2006, uma equipe de alpinistas no monte Illimani, segundo ponto mais alto do país, redescobriu os destroços do avião, que caiu no local pouco depois de decolar.
A questão é que nenhum dos corpos dos 29 passageiros foi encontrado, nem na época do acidente e nem durante a escalada de 2006.

Para o alpinista Roberto Gómez, 28, que se deparou com parte da fuselagem do Boeing, porém, trata-se apenas uma questão de tempo --as geleiras estão derretendo como nunca antes, diz.

Ele já achou fotografias e roupas de crianças. "Os corpos e a caixa preta ainda estão em outro lugar no gelo", diz ele, ansioso.

Gerald Holdsworth, glaciologista no Instituto Ártico da América do Norte, na cidade de Calgary (Canadá), também está, se é que se pode usar a palavra, otimista.

"Ainda há grandes bancos de neve em locais promissores e muitas geleiras dos mais diferentes formatos, tamanhos e orientações. Por isso, as descobertas podem continuar acontecendo por um longo tempo."

Com o "The New York Times"

Genes podem interferir até na escolha das amizades

Genes podem interferir até na escolha das amizades, diz estudo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A amizade pode ser influenciada por mais fatores que apenas a identificação ou empatia pessoal. Ela pode ter origem na formação genética de cada pessoa.

Esse é o resultado de uma pesquisa que, baseada em dados coletados por dois estudos independentes, localizou genes que indicam dois padrões de comportamento.

Segundo a descoberta, quem possui o gene DRD2 --associado ao alcoolismo-- tende a se unir com seus semelhantes que carregam o mesmo gene. O mesmo se aplica aos que não o possuem: eles se juntam àqueles que são deficitários no gene.

Já o CYP2A6, relacionado a uma personalidade mais aberta, gera a união de pessoas opostas. Essa associação "negativa", ou atração dos opostos, é mais evidente na escolha de um parceiro, o que poderia indicar que geralmente os casais procuram companheiros diferentes, mas complementares, do seu sistema imunológico --garantindo, com isso, sua saúde e a de seus descendentes.

Por que isso ocorre é uma questão que os pesquisadores envolvidos no estudo --publicado no "Proceedings of the National Academy of Sciences"-- não sabem ainda responder.

Eles especulam, porém, que esses comportamentos representam uma ferramenta de defesa. Uma forma de se evitar um parceiro que seria suscetível às mesmas doenças de um indivíduo.

O professor James Fowler, da Universidade da Califórnia (EUA), diz que os genes podem, de alguma forma, explicar por que frequentemente gostamos instintivamente --ou não-- de uma pessoa que acabamos de conhecer.

Fowler acrescenta que análises adicionais são necessárias para mostrar se a identificação de genótipos similares é feita de modo consciente ou inconsciente, com base biológicas ou genéticas, e não apenas sociais.