segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Área ambiental expande mercado de trabalho para os biólogos


Área ambiental expande mercado de 


trabalho para os biólogos

Para trabalhar com meio ambiente é necessário dominar leis e ser proativo.
Guia de Carreiras destaca profissão nesta terça-feira, 5/10.

Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Se há pouco tempo, o mercado de trabalho ficava restrito às áreas da saúde ou ensino, hoje a realidade dos biólogos é outra. Quem gosta de plantas e animais, domina a legislação e possui perfil empreendedor tem boas chances de conquistar uma vaga na área ambiental, que ampliou as oportunidades aos biólogos e criou um nicho que absorve também os recém-formados.
Institutos de pesquisa na iniciativa pública ou privada, museus zoológicos e reservas naturais são locais que empregam os profissionais que estudam a vida e se enveredam para o meio ambiente. Também há opção de trabalhar como autônomo prestando consultoria a empreendimentos que têm de construir sem desrespeitar a natureza.
“Um biólogo pode trabalhar no diagnóstico da área, levantar o impacto ambiental que será gerado pela ação até o final da cadeia produtiva, e fazer a compensação ambiental, por exemplo”, diz Daniel Martins, de 31 anos, biólogo do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, localizado no Parque Anhanguera, em São Paulo.
Para Martins, o profissional formado em biologia não sai da faculdade pronto, por isso após a graduação, é necessário se especializar, conhecer a dinâmica do que está fora da sala de aula para buscar oportunidades de trabalho que não faltam para quem tem curiosidade e vontade de aprender.
No Centro de Reabilitação, que funciona como uma espécie de setor de fisioterapia animal, Martins cuida de bichos machucados encaminhados pela Prefeitura que precisam voltar para a natureza. Atualmente há 180 – a maioria é ave de rapina. Alguns precisam reaprender a voar, outros a caçar. Eles são treinados por cerca de quatro meses para, enfim, serem soltos.
(Foto: Arte/G1)
Xodó
Como fama de adular poucos os bichos para não domesticá-los, Martins se rendeu aos encantos de uma coruja que chegou ao centro recentemente. A ave é a única que recebe carinhos do biólogo. Com o restante dos bichos, tem um contato “cirúrgico.” “Preparo o animal para a natureza, não para ser meu pet. Não dá para humanizá-lo. Num zoológico ou num santuário teria outra atitude, mas aqui não”, afirma.
Batizada de Estrela, a ave está com a asa esquerda deteriorada e completou a terceira semana de treino de falcoaria. Estrela pega a comida na mão de Martins e responde aos comandos de um apito. Só come quando consegue parar na mão do biólogo. Quando não consegue, retorna o banco e tenta um novo voo, como espécie de punição.
Estrela não vai voltar para natureza porque a lesão na área a impede de fazer grandes voos. Martins pretende aproveitar a coruja para um trabalho de educação ambiental que está sendo estudado.
Cerca de 50% dos animais que chegam ao local são recolocados à vida livre. A taxa é considerada acima da média, se comparada aos demais centros de triagem do país.
(Esta reportagem foi originalmente publicada em 05/10/2010, às 9h.)

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