segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Estatístico deve ser um bom comunicador


Estatístico deve ser um bom comunicador

Profissional trabalha com situações de incerteza, tomando decisões.
Ele precisa saber se comunicar para transmitir os resultados das pesquisas.
Fernanda BassetteDo G1, em São Paulo
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Foto: Divulgação/Ence
Alunos durante aula de estatística na Ence, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Ence)
Você já parou para pensar por que o seguro do carro de um jovem de 20 anos é bem mais caro do que o seguro do pai desse jovem? E como é que uma pesquisa eleitoral consegue apontar corretamente o que pensa a maioria dos eleitores? E como a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo sabe quando é necessário implantar o rodízio de veículos? 


A resposta é simples: por trás de todas essas perguntas está a estatística, que nada mais é do que um conjunto de técnicas e métodos de pesquisa que nos ajuda a lidar com situações sujeitas a incertezas. "O estatístico, em geral, trabalha tomando decisões. Ele é o responsável por um levantamento que vai te dar argumentos para que você possa tomar a decisão correta", explicou Dóris Satie Fontes, coordenadora geral do Conselho Regional de Estatística da 3ª Região.

As áreas de atuação do estatístico são bastante variadas. Eles podem trabalhar nas seguintes áreas:
  • Indústria (na melhoria da qualidade de produtos, avaliação das reações do consumidor);
  • Demografia e saúde (atuando em pesquisas da evolução populacional, novos remédios, tratamento de doenças);
  • Pesquisas científicas (em universidades, como professores e consultores);
  • Recursos humanos (desenvolvendo planos de avaliação e desempenho, planos de previdência complementar);
  • Pesquisas de opinião (para empresas que vão lançar novos produtos, pesquisas eleitorais)
  • Setor financeiro (em bancos, fazendo análise de bancos de dados, previsões econômicas, avaliando riscos de investimentos).


 Muitos cálculos e matemática
Segundo o professor José Matias de Lima, coordenador do curso de estatística da Escola Nacional de Ciências Esatísticas (Ence), instituição federal mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a procura pelo curso de estatística é muito baixa. Para ele, a falta de informação e o medo da carreira são os principais responsáveis por esse quadro.

"Há uma carência muito grande de profissionais habilitados na carreira. As pessoas têm medo de cursar estatística. Muitos pensam que é preciso ser um matemático nato e isso não é verdade. Claro que a carreira está fundamentada em cálculos, matemática e informática, claro que o aluno tem que ter afinidade com essas áreas, mas não é preciso ser um mestre", afirmou o professor Matias.

Segundo Matias, o ciclo básico da graduação é "o que pega". "O curso de estatística é um curso pesado, o aluno tem que se dedicar muito porque nos primeiros anos [ciclo básico] há muitas disciplinas de cálculo, álgebra linear, computação, estatística, probabilidade. Se o aluno passar do ciclo básico, ele termina a graduação", disse.

A professora Laura Rifo, coordenadora associada do curso de estatística da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) concorda. "É no primeiro ano de curso que o aluno vai descobrir se ele quer mesmo ser um estatístico. Ele terá contato com muitas disciplinas de cálculo, estatística, técnicas de amostragem. Se ele não tiver afinidade com exatas, ele não continua no curso", disse.

 Bom comunicador
Segundo os profissionais ouvidos pelo G1, o ideal é que o aluno de estatística tenha aptidões para ciências exatas, goste de desafios, de informática, de trabalhar em equipe e, principalmente, que seja um bom comunicador. "O bom estatístico não pode ser uma pessoa calada. Ele vai sempre trabalhar em equipe e precisa ser um bom comunicador para traduzir para o bom português termos muito técnicos de pesquisa", disse Dóris.

"O estatístico vai trabalhar com informações muito técnicas e precisa saber transmiti-las para o leigo. Não adianta nada ele fazer uma super pesquisa e não saber repassar isso de forma clara para o cliente", alertou Matias.

"De fato, o profissional precisa saber se comunicar. Ele vai descobrir alternativas metodológicas e precisa saber levar para frente essa análise para os leigos", finalizou a professora Laura.  


  • Edgard Rocha|24/01/200922h36
    Excelente reportagem sobre o curso de Estatística, que é tão pouco elucidado. Tenho 18 anos e estou estudando para passar no vestibular para essa profissão na UnB (Universidade de Brasília). Sempre tive dúvidas sobre qual curso escolher: Economia ou Estatística. Obrigado pela ajuda. 
  • Edilene|23/09/200819h25
    Sou estatística formada pela USP e amo a minha profissão.
    Desde que me formei trabalho na área.
    Quando pedem a minha opinião recomendo esse curso.
    Estatística é nota dez !!!!!
  • jOSILEIDE O. COSTA|03/06/200819h52
    SOU GRADUADA EM ESTATÍSTICA DESDE 1982 PELA UFPE, E NUNCA CONSEGUI TRABALHAR NA ÁREA, NÃO SEI ATUALMENTE, MAS QDO. TERMINEI TINHA EMPREGADOR QUE NÃO SABIA NEM QUE CURSO ERA ESSE. ME DECEPCIONEI MUITO COM O MERCADO DE TRABALHO. FIZ PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM ESTATÍSTICA, MAS NÃO TRABALHO NA AREA. 

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