segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Amor pelos animais não basta para ser um bom veterinário


Amor pelos animais não basta para ser um bom veterinário

Segundo profissionais ouvidos pelo G1, o trabalho do veterinário é mais amplo.
São quatro grandes áreas de atuação.
Fernanda BassetteDo G1, em São Paulo
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Foto: Eliana Assumpção/Unesp
Cavalo passa por cirurgia no hospital veterinário da Unesp (Foto: Eliana Assumpção/Unesp)
Você sente um amor incondicional por seu animalzinho de estimação e por isso acredita que a profissão mais adequada é ser médico veterinário, certo? Não, errado. E é errado porque só o amor pelos animais não basta para a formação completa de um médico veterinário. Aliás, pode até atrapalhar. A formação do médico veterinário é o tema do Guia de carreiras do G1desta terça-feira (14).


Segundo especialistas, a medicina veterinária é a ciência que trata dos animais, mas vai muito adiante: ela se dedica à prevenção, ao controle, erradicação e tratamento das doenças, traumatismos ou qualquer outro agravo à saúde dos animais, além da ciência que promove o controle da qualidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo humano. 

"Gostar de animais é um pré-requisito para a pessoa se tornar um bom profissional, mas não é o único. O médico veterinário tem um leque de atuação muito extenso. E às vezes, quem só gosta de animais, pode sofrer quando se encontrar em uma situação delicada, como uma em que será preciso sacrificar o animal", disse o professor Renato César Sacchetto Tôrres, vice-diretor da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
Foto: Eliana Assumpção/Unesp
Cachorro recebe atendimento veterinário dos alunos da Unesp. (Foto: Eliana Assumpção/Unesp)
A mesma opinião é compartilhada pelo professor Gilson Hélio Toniollo, coordenador de um dos três cursos de medicina veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp). "É claro que o veterinário tem que gostar de animais, só que o médico veterinário vai muito além disso. Não dá para um adolescente entrar faculdade porque tem um cachorrinho de estimação e por isso acha que vai cuidar de animais. Tive alunos que viram sangue e saíram chorando da sala de aula", afirmou o professor.
  
 Quatro grandes áreas de atuação
Por exigência do Ministério da Educação (MEC), todos os cursos de medicina veterinária do país - ao todo são 129 cursos, segundo a última divulgação do MEC - promovem uma formação generalista para o aluno, que deve sair da faculdade com o mínimo de conhecimento em todas as áreas que um médico veterinário pode atuar.

Segundo os professores ouvidos pelo G1, as disciplinas são obrigatórias e o percentual de desistência nos cursos de medicina veterinária é quase nulo. São quatro as grandes áreas de atuação: 
  1. Medicina e cirurgia: Destinada para os profissionais que querem se dedicar ao atendimento médico e cirúrgico para animais de pequeno e de grande porte. Seria o médico veterinário "tradicional", que atua em clínicas e hospitais.
  2. Inspeção de produtos de origem animal: Área destinada para médicos veterinários que serão responsáveis pela avaliação e inspeção de produtos de origem animal - como leite e seus derivados, carnes, ovos, etc - que serão comercializados para consumo humano. O médico veterinário é o único profissional capacitado para garantir a qualidade e a segurança desses produtos.
  3. Medicina veterinária preventiva: Destinada para os profissionais que vão dedicar os seus estudos à pesquisa e à produção de novas vacinas para erradicação de doenças provocadas pelos animais, como leptospirose, hantavirose etc. É uma das áreas de atuação voltada para a saúde pública.
  4. Produção: Área em que os médicos veterinários vão trabalhar na criação de bovinos para corte, para produção de leite, de aves para corte, suínos, coelhos, ovelhas e caprinos para abate, além da criação de peixes. É uma área muito abrangente que envolve o agronegócio. 


 O curso de veterinária
Normalmente, o curso de medicina veterinária é dividido da seguinte maneira: disciplinas básicas nos primeiros três semestres do curso e disciplinas profissionalizantes - que podem ou não incluir o estágio supervisionado obrigatório - nos demais meses de estudo.

Nos primeiros anos os alunos terão matérias como bioquímica, biofísica, anatomia, citologia, histologia, farmacologia, parasitologia, São as disciplinas consideradas básicas para o entendimento do curso.

O restante das matérias são mais profissionalizantes, onde o aluno terá contato com disciplinas mais aplicadas, como patologia dos animais, técnicas cirúrgicas de animais de pequeno, médio ou grande porte, aulas de química fisiológica, clínica de caninos e felinos, principais doenças dos animais, disciplinas de corte e produção de leite, entre outras. "O aluno vai ter a noção perfeita, por exemplo, de como é feito o parto de um animal de grande porte", disse o professor Toniollo.

 
  • Kelly |19/10/200919h23
    Quando soube das práticas das cadeiras de medicina veterinária desisti da profissão. Professores que estimulam os alunos a sacrificar, usar cobaias e testar em seres vivos estão ensinando o desrespeito pela vida. E o pior, mentem aos alunos sobre os métodos substutivos e eficazes. 
  • naninha|04/10/200913h56
    adorei essa reportagem....
    estou saindo do colegial e agora estou com mais certeza do eu quero... 
  • Luana |05/06/200913h46
    Sou de Salinas da margarida e sou louca para fazer mdcina veterinaria no momento estou fazendo ADM mais meu sonho é ser veterinaria e com esta reportagem me interessei ainda mais 

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