segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Contábeis tem mercado de trabalho diversificado e boa empregabilidade


Contábeis tem mercado de trabalho diversificado e boa empregabilidade

Lei exige que toda empresa tenha um contador.
País conta com 5,1 milhões de unidades, e 200 mil profissionais.
Luísa Britodo G1, em São Paulo
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Foto: Divulgação
Fachada do prédio da FEA, onde fica o curso de ciências contábeis da USP
Gostar de matemática e ser bom nas ciências exatas não são requisitos obrigatórios para ser um contador, garantem profissionais da área. Ter raciocínio lógico e saber se comunicar bem são características que se encaixam melhor no perfil do profissional de ciências contábeis, tema doGuia de Carreiras desta semana.

Nesta reportagem, você vai saber mais sobre as principais áreas de atuação e as que geram mais emprego. Leia também uma entrevista com Antoninho Marmo Trevisan, dono de umas das maiores empresas de contabilidade do país, com 16 escritórios no Brasil.
O contador é a pessoa responsável por fazer o registro contábil de uma empresa, acompanhar os dados e indicar qual regime tributário a instituição deve seguir, orientando o pagamento de impostos e a divisão de recursos entre os sócios.

Profissional obrigatório em todas as empresas do país, das micro aos grandes conglomerados, o contador tem um mercado de trabalho que hoje conta com 5,1 milhões de entidades no país. Dessas, 98% são micro e pequenas, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

As possibilidades de emprego são bem maiores que o tamanho da categoria que possui cerca de 200 mil bacharéis atuando na área, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC). “É um dos melhores mercados de trabalho. Melhor que administração e economia, que são áreas afins”, afirma a professora Christianne Calado Vieira de Melo, coordenadora do curso da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo ela, muitos dos alunos já terminam o curso empregados.

As áreas de atuação são diversificadas e oferecem diversas possibilidades. O estudante pode optar por abrir seu próprio escritório, atuar em empresas ou tentar um concurso público. Veja as opções no infográfico abaixo.



Segundo profissionais do setor, cada vez mais o mercado exige que o contador tenha uma visão global da empresa e seja capaz de auxiliar o gestor nas decisões. “A contabilidade é um instrumento de gestão. O contador deve ter o papel de consultor do empresário”, afirma José Antônio de França, presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade.

De acordo com profissionais do setor, um bom contador deve ter conhecimento multidisciplinar, saber interpretar dados e ser capaz de sugerir medidas necessárias ao melhor funcionamento da empresa. “Ele detém a informação e deve buscar melhorar a saúde financeira do empreendimento”, diz a presidente do conselho federal, Maria Clara Bugarim.

Outra característica destacada como essencial é a ética no trabalho. Os balanços contábeis e auditorias feitas por um profissional devem refletir a realidade da situação financeira da instituição. “Tem que ser um profissional compromissado em informar à sociedade sobre a receita patrimonial correta de uma empresa”, explica o professor Valmor Slomski, coordenador da graduação da Universidade de São Paulo (USP), primeira curso superior do país na área.

 Não é preciso amar cálculo 

Ao contrário do que muitos pensam, para fazer o curso de ciências contábeis não é preciso ser especialista em matemática, segundo professores e profissionais entrevistados pelo G1. “A pessoa vai usar o básico, as quatro operações, regra de três, razão e proporção”, diz o professor Antonio Miguel Fernandes, que ensina na Faculdade Moraes Júnior-Mackenzie Rio, é presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC) desse estado e ocupa o cargo de gerente de auditoria do BNDES.

O aluno tem disciplinas de matemática apenas no ciclo básico, quando também são vistos conceitos de administração, economia, direito e fundamentos de contabilidade. Na parte profissional, os estudantes aprendem sobre as várias áreas da profissão.

A partir do quarto ou quinto períodos, dependendo da universidade, os professores aconselham os alunos a procurar um estágio. “É importantíssimo vivenciar a realidade na empresa, eles aprendem muito com o dia-a-dia no trabalho”, aconselha a professora Christianne Calado Vieira de Melo, coordenadora do curso da UFPE. No fim do curso, cuja duração varia de oito a nove períodos, os estudantes devem fazer uma monografia.

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