segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Da pesquisa às análises clínicas: biomédico é o primeiro a saber das coisas


Da pesquisa às análises clínicas: biomédico é o primeiro a saber das coisas

Curso de graduação tem disciplinas de ciências exatas e da área de saúde.
Profissão tem 33 habilitações aprovadas pelo Conselho Federal de Biomedicina.
Fernanda BassetteDo G1, em São Paulo
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Tem sempre alguém que sabe antes do que todo mundo o resultado de um teste de paternidade, o diagnóstico de uma doença, a conseqüência de um exame laboratorial e até mesmo se a fertilização in vitro vai virar o tão sonhado bebê. Ele é o biomédico, profissional que está "escondido" aos olhos do público, mas que é o grande responsável pela garantia dos exames laboratoriais e das análises clínicas. Esse é o tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (15).
  
Foto: Divulgação
Alunos durante aula prática na Unesp (Foto: Divulgação)
O biomédico é um profissional da área de saúde com um amplo campo de trabalho: atualmente são 33 habilitações aprovadas pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) -as duas principais são pesquisa/docência e análises clínicas. Segundo Silvio José Cecchi, presidente do CFBM, 90% dos profissionais formados atuam em laboratórios de análises clínicas.

De acordo com o professor João Henrique Kanan, coordenador do curso de biomedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), por causa da diversidade de áreas de atuação, depois de 500 horas de estágio, o biomédico tem competência para assinar um laudo técnico com o resultado de uma análise clínica.

"No caso de uma fertilização in vitro, por exemplo, não é o biomédico que faz a coleta de materiais, mas é ele que cuida de todo o procedimento em si: vai analisar o material e ver se ele é apropriado para o reimplante, é ele que diz se o embrião é ou não adequado, e ele também pode fazer o trabalho de aconselhamento genético junto com uma equipe multidisciplinar", disse o professor Kanan.


 Década de 70
Segundo o professor Kanan, o curso de biomedicina foi criado na década de 70 para atender uma demanda de estudantes de medicina que não queriam ser clínicos ou cirurgiões, mas queriam dedicar seus estudos à pesquisa. "Constatou-se que para ser um bom pesquisador, não havia a necessidade de o aluno passar por uma formação de seis anos no curso de medicina. Foi assim que surgiu o curso de biomedicina, mais técnico, mais voltado para a pesquisa mesmo", contou o professor.


Foto: Divulgação
Estudante de ciências biomédicas da Unesp (Foto: Divulgação)
"Eu diria que o biomédico é um profissional bastante eclético, que dá o suporte necessário para a medicina. Ele é alguém que é apaixonado por saúde, mas não quer ser médico porque não quer clinicar. Por isso ele vai dedicar sua carreira à pesquisa ou às análises clínicas", disse a professora Maria José de Freitas Alves, coordenadora do curso de ciências biomédicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Segundo a professora Maria José, o principal objetivo do curso é formar um profissional habilitado para trabalhar toda a área biológica voltada para a saúde. A principal diferença entre os cursos oferecidos pelas universidades públicas e privadas é que os primeiros são mais direcionados para a pesquisa e os segundos para as análises clínicas.

 No começo do curso, exatas
Nos primeiros meses de curso, o aluno terá contato com as disciplinas básicas da profissão e, entre elas, há matérias de exatas. "O aluno terá aulas de matemática, química, física, biofísica, bioestatística, terá muito conteúdo de ciências exatas. São conteúdos fundamentais para uma boa formação", disse Maria José.

A partir do segundo ano, os alunos terão aulas mais específicas da área de saúde, como farmacologia, fisiologia, microbiologia, parasitologia, anatomia, histologia, genética, patologia, imunologia, análises clínicas, entre outras.

Normalmente, dizem os professores, a partir do terceiro ano de curso o aluno precisa começar a fazer os estágios que são obrigatórios para a formação do profissional e que vão "afunilar" a carreira do biomédico, pois é nesta fase que o aluno escolhe a área que deseja atuar. Após o término do curso, o recém-formado precisa tirar um registro no CFBM para que possa começar a atuar.

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