segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ciências atuariais


Estatística e matemática são bases de conhecimento do atuário

Profissional é responsável por fixar preço de seguros e planos de saúde, entre outros.
Mercado de trabalho de ciências atuariais é promissor.
Luísa BritoDo G1, em São Paulo
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Gostar de matemática, finanças e ter uma boa formação em conhecimentos estatísticos são características essenciais de um bom atuário. Estar atualizado das mudanças no dia-a-dia da cidade e da população também são importantes na vida desse profissional.
Pouco conhecida dos jovens, a área de ciências atuariais- tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (19)- é responsável por colocar preço em valores de seguros, previdência, planos de saúde, títulos de capitalização entre outros produtos financeiros. É esse profissional que calcula o valor do seguro do carro das pessoas e quanto elas devem receber caso haja um sinistro.

O profissional que trabalha com isso estima tanto o preço que o consumidor paga, quanto o que vai receber no futuro. O atuário também é responsável por calcular o que as empresas arrecadam e quanto devem ter em caixa para arcar com suas obrigações com os clientes e garantir sua auto-sustentabilidade.

“É uma profissão que exige uma responsabilidade muito grande porque o erro de um atuário pode atrapalhar muita gente”, afirma o professor Sérgio Rangel, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Com um mercado de trabalho promissor, a atuária tem como principais setores de atuação companhias de seguros, fundos de pensão, empresas de capitalização, previdência social, perícia técnica-atuarial, auditoria atuarial e planos de saúde.



De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), há cerca de dois mil profissionais registrados no país, mas apenas 1.200 atuam na área. Desses, 33% trabalham em fundos de pensão e 32% em seguradoras. Os demais profissionais se dividem nas outras áreas. No entanto, segundo o instituto, novos campos estão surgindo, como resseguro e análise de risco financeiro, e os recém-formados devem investir nessas áreas.

Pela lei, todos os fundos de pensão, seguradoras, planos de saúde e previdências públicas são obrigados a contar com serviços de atuários.

Não há um piso salarial fixo para a categoria, nem tampouco existem sindicatos que fixem esse valor. O IBA estima que um atuário em início de carreira em São Paulo recebe de R$ 2.500 a R$ 3.000.
 Prova
Para trabalhar como atuário, o aluno deve ter registro no Ministério do Trabalho. É necessário fazer uma prova no IBA logo após concluir o curso de graduação. Só quem passa na prova, tem o pedido de registro encaminhado ao ministério.

De acordo com Daniela Rezende Furtado de Mendonça, presidente do IBA, o índice de aprovação no último exame, realizado em 2006, foi de 33%, o que, na visão dela, foi um índice adequado. “É um bom percentual porque as universidades estão muito abaixo do nível que nós gostaríamos”, afirmou.
 Curso
Existem 13 cursos de ciências atuarias no país, segundo o Ministério da Educação (MEC). Os dados não contabilizam graduações de universidades estaduais, pois elas não são submetidas ao MEC e sim a instâncias estaduais de educação. Por ter poucos alunos, o curso não participou do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Exame) -antigo Provão.

A graduação, em geral, dura de quatro anos a quatro anos e meio. Nos primeiros períodos o aluno tem disciplinas introdutórias da formação como cálculo, computação, economia, noções de direito, entre outras. Após o primeiro ano de curso, são ensinadas matérias mais profissionais como demografia, estatística, matemática atuarial, introdução à previdência social e complementar, finanças corporativas.

Em geral, as faculdades não exigem estágio obrigatório, mas incentivam os estudantes a procurar obter prática durante o curso e também contam com disciplinas que simulam casos práticos, como é feito na Universidade Federal do Ceará (UFC), por exemplo.

Para concluir a graduação, algumas faculdades exigem monografia e outras um trabalho diferente de conclusão de curso, como faz a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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