sábado, 2 de abril de 2011

SÁBADO, AGOSTO 29

PRODUÇÃO TEXTUAL

– Desenvolvendo ideias - Organizando ideias
A produção de um texto dever sempre levar em consideração o conhecimento já
existente.
Temos a capacidade de questionar e podemos repensar, refazer, reestruturar e
aperfeiçoar nossas ideias. Mas às vezes temos dificuldade para expressá-las, porque:
· não amadurecemos nossas ideias suficientemente;
· não temos as informações e os dados necessários para desenvolver nossas
ideias;
· não estamos explorando nossa capacidade de pensar.
Aprende-se a escrever, escrevendo. Não comece um texto sem antes fazer um esboço,
mesmo sabendo que este inicialmente só vai ter a função de roteiro e que sofrerá
modificações antes e durante a redação.
Um método simples para encadear ideias começa com a anotação de todas elas, sem
se preocupar com uma sequência. Escreva tudo que tem em mente numa folha de
papel, não se preocupe com a lógica, nem com a gramática. Isso surgirá mais tarde no
processo quando for avaliar e organizar as ideias.
Pensar supõe diálogo e ao escrever precisamos sempre ter presente que nossa meta
são os leitores. Quando se sabe para que o receptor precisa das informações que se
tem a transmitir, é possível chegar à organização ideal do texto. Isso permite
dimensionar o valor que cada uma das informações tem para o leitor naquele momento,
o que é fundamental para se determinar quais as que merecem maior destaque, quais
as que devem ficar em segundo plano ou mesmo que detalhes devem ser desprezados.
Se você tiver informações, será capaz de deixar as ideias fluírem.
Pensar nos permite mentalmente, fazer interação com o mundo à nossa volta.
Por meio do pensamento, elaboramos todas as informações que recebemos e
orientamos as ações que interferem na realidade e organização de nossos escritos. O
que lemos é produto de um pensamento transformado em texto.
Cada um de nós tem seu modo de pensar e, quando escreve, procura organizar as
ideias de um modo que facilite a compreensão do leitor.
Comunicação através da escrita
Para haver comunicação deve existir um espaço, um vazio, uma lacuna entre o que o
emissor tem a dizer e o que o receptor sabe.
A finalidade de escrever é comunicar totalmente o que você quer dizer. Só o medo
pode impedir um indivíduo de escrever se ele é capaz de ler ou fazer uma
apresentação, ou ambos. Todo mundo é um escritor. Qualquer indivíduo alfabetizado
escreve de vez em quando bilhetinhos para os filhos, cartas para os pais, memorandos
para os colegas de trabalho, relatórios para a diretoria.
A escrita é usada para representar os sons. Você controla totalmente as palavras
quando escreve. Pode dizê-las em voz alta primeiro e ouvir como soam aos seus
ouvidos, perguntando se fazem sentido. Pode pronunciá-las subvocalmente e perguntar
se transmitem o que deseja, e mais ainda, pode ter várias chances de acertar antes de
mandar a mensagem a alguém, reescrevendo o que já escreveu.
A comunicação escrita é a transmissão da mensagem através da mão e não pela boca.
A principal vantagem desse tipo de comunicação está no controle total da forma como
as palavras saem, cada um as controla mesmo que estejam envolvidas por filtros que
obscurecem seus significados ou estejam carregadas de valores pessoais. Com a
palavra escrita a pessoa tem a chance de dizer o que pretende e transmitir o significado.

Criando estrutura para as ideias
As partes que compõem o texto – a introdução, o desenvolvimento e a conclusão,
devem se organizar de maneira equilibrada.
A introdução é uma entrada no assunto e caracteriza-se como um argumento inicial.
Apresenta a ideia central do texto. Essa apresentação deve ser direta, evite “rodeios”
para entrar no assunto, bem como os “chavões”, por exemplo: “Desde os primórdios da
civilização que o homem...”.
O tamanho da introdução raramente excede a 1/5 do texto. Essa proporção não vale
para textos muito curtos, nestes, a introdução pode ser o próprio título. Nos textos
longos, de várias páginas, a introdução pode ser um capítulo ou uma parte precedida
por subtítulo. Nesse caso, poderá ter vários parágrafos. Em textos curtos, de 25 a 80
linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
O desenvolvimento é a parte maior do texto, responsável pela relação entre a
introdução e a conclusão. Nessa parte são apresentadas as ideias, os dados, os
argumentos que sustentam e explicam as posições do autor.
Podemos comparar o desenvolvimento a uma ponte. De um lado está a introdução. Do
outro, a conclusão. Essa ponte é formada por ideias bem organizadas numa sequência
que permite a relação equilibrada entre os dois lados.
Desenvolvimento
introdução conclusão

No desenvolvimento o autor do texto revela sua capacidade de argumentar, defende
seus pontos de vista e tem de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Esta parte do
texto tem a função de fundamentar as conclusões.
Para uma boa redação do texto, é necessário que se tenha clareza de qual será a
conclusão. Por isso é tão importante planejar o texto.
O desenvolvimento ocupará aproximadamente 3/5 do texto, no mínimo. Em textos
longos, o desenvolvimento pode ter capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Em
textos curtos, terá alguns parágrafos.
Existem duas principais falhas no desenvolvimento:
· o desvio da argumentação – o autor toma um argumento secundário e se
distancia da discussão inicial, ou então, concentra-se em apenas um aspecto do
tema e esquece a sua amplitude (toma a parte pelo todo);
· a argumentação desconexa – acontece quando o autor tem muitas ideias ou
informações sobre o tema e não consegue encadeá-las. Ele também pode ter
dificuldade para estruturar suas ideias e definir uma linha lógica de raciocínio.
A conclusão é a parte mais importante do texto, é o seu ponto de chegada. Os dados
utilizados, as ideias e os argumentos convergem para este ponto em que a discussão
ou a exposição se fecha.
Na sua estrutura normal, a conclusão não deve deixar abertura para continuidade da
discussão, tem o valor da síntese. Evite repetir argumentos já utilizados, por exemplo:
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão...”.
Proporcionalmente o tamanho da conclusão é equivalente ao da introdução, ou seja,
1/5. Essa é uma qualidade dos textos bem redigidos.
Programa CIEE de Educação a Distância
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Nas conclusões que ficam muito longas, é possível que haja um dos seguintes erros:
· o desenvolvimento não foi suficientemente explorado e invadiu a conclusão;
· o desenvolvimento não foi suficiente para fundamentar a conclusão e há
necessidade de mais explicações;
· o autor está “enrolando”, “enchendo linguiça” ou fica girando em torno de ideias
paralelas ou redundantes;
· o autor usa frases vazias, perfeitamente dispensáveis;
· a autor não tem clareza de qual é a melhor conclusão e se perde na
argumentação final.
A conclusão não pode ser uma abertura para novas discussões, exceto quando:
· o autor apresenta ideias polêmicas e deixa a conclusão em aberto para não
influenciar o posicionamento do leitor;
· o autor não fecha a discussão propositalmente, estimulando o leitor a ler uma
possível continuidade do texto, como um outro capítulo;
· o autor não deseja mesmo concluir, mas apenas apresentar dados e
informações sobre o tema que está desenvolvendo;
· o autor quer que o próprio leitor tire suas conclusões e enumera perguntas no
final.
As falhas num texto podem ser evitadas se antes da redação o autor fizer um plano do
que irá escrever. O plano é o roteiro em que organizamos, ou indicamos para nós
mesmos, as ideias e a sequência que utilizaremos no texto. Ele deve ser o mais enxuto
possível.
Para o leitor, o texto deve parecer uma redação inteligente e bem estruturada, que
constrói uma argumentação sólida e lhe permite conclusões enriquecedoras.

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