quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pedagogo tem que gostar de ensinar e de trabalhar com pessoas


Pedagogo tem que gostar de ensinar e de trabalhar com pessoas

Mercado de trabalho oferece muitas oportunidades.
Curso de graduação está entre os cinco que mais formam estudantes no país.
Luísa BritoDo G1, em São Paulo
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Foto: Divulgação
Estudantes assistem à aula no curso de pedagogia da Uneb, em Irecê (BA) (Foto: Divulgação/Uneb)
Ter vocação para ensinar e interesse pela formação das pessoas é essencial para quem pretende ser um pedagogo, dizem profissionais da área. Gostar de lidar com criança, jovem e adulto, ser compreensivo e estudioso são outros requisitos necessários para atuar em pedagogia -a profissão é o tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (10).

“Tem que entender que a educação é algo que se faz todo dia. Tem que ser educador e educando, gostar de ler, estudar e se atualizar sempre”, diz o professor José Henrique de Oliveira, coordenador da graduação de pedagogia da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O curso da instituição, assim como os outros que fazem parte dessa reportagem, tirou nota máxima no Exame Nacional de Desempenhos de Estudantes (Enade).
Outra característica principal é dedicação. “O trabalho do professor não se encerra na sala de aula. Ele sempre leva trabalho para casa porque tem que corrigir os cadernos dos alunos, preparar as aulas, corrigir provas”, afirma a professora Fátima Rotta, coordenadora do curso da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente (a 565 Km de São Paulo).

A formação em pedagogia habilita a pessoa a dar aulas da educação infantil até a 4ª série do ensino fundamental, gerir escolas até o ensino médio, coordenar turnos e equipes, entre outras atividades no âmbito da educação. O profissional pode atuar também fora de escolas, em empresas, organizações não-governamentais (ONGs), hospitais, entre outros locais .

Nas escolas, o professor prepara aulas, elabora e corrigi provas, faz relatórios sobre os alunos e planeja a atividade da turma ao longo de todo o ano. A maioria dos cursos de graduação forma a pessoa para trabalhar no ensino e não nos demais setores. “Nosso curso é para o aluno encarar a docência como um bom campo de pesquisa, um espaço onde se constrói o conhecimento. Ser pedagogo não é só dar aula entre quatro patredes cheias de alunos. É a possibilidade de transformar um espaço social e o próprio ser humano”, define a coordenadora do curso da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Irecê (interior do estado), Cenilza Pereira dos Santos. 

 Mercado de trabalho
Segundo especialistas da área, o mercado de trabalho oferece muitas oportunidades de emprego. O setor público é o que mais contrata. No entanto, de acordo com os profissionais, a remuneração é baixa na maioria dos estados do país. Dados do Ministério da Educação (MEC) mostram que 55% dos professores no Brasil em início de carreira recebem menos de R$ 850 por mês e 39% de todos os docentes têm salário menor do que esse valor.

O Governo federal encaminhou projeto de lei ao Congresso Nacional, neste mês, para fixar um piso único no país de R$ 850 para 40 horas de trabalho na educação básica. A Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) defende um piso de R$ 1.500 para professores com curso superior. O projeto do governo não faz essa diferenciação entre quem tem ou não uma graduação. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, professores que dão aulas para educação infantil e ensino fundamental até a 4ª série podem ter apenas um curso de magistério, segundo informou o MEC.

Na rede particular o piso numa grande cidade como São Paulo também fica abaixo de R$ 850, segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). Para professores da educação infantil, em escolas que só possuem esse tipo de ensino, o valor mínimo é de R$ 590,46 mais 5% de hora-atividade (um adicional estabelecido para pagar o trabalho que o professor tem fora de sala de aula como, por exemplo, correção de prova). Educadores que dão aulas ao ensino infantil e fundamental até 4ª série devem receber, no mínimo, R$ 659,80, mais 5% de hora-atividade.

Entretanto, há também chances de ganhar bem mais que o piso. Um ranking de salários feito pelo Sinpro-SP revela que algumas escolas, em geral voltadas para alunos de classe econômica mais favorecida, pagam até R$ 4.168,68 na educação infantil e até R$ 4.682,40 no ensino fundamental de 1ª a 4ª série. Os valores não levam em conta os 5% da hora-atividade.Veja o ranking aqui. 
 Curso
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), existem 1.524 cursos de pedagogia no país que formam, por ano, 71.662 novos pedagogos. A área de estudo está entre as cinco que mais graduam estudantes no Brasil.

O curso tem duração de quatro anos e, em geral, é feito em meio período. Nos primeiros anos, os alunos aprendem disciplinas mais introdutórias como história da educação, metodologia, sociologia da educação, entre outras.

Nos anos seguintes, há matérias que ensinam prática de aulas em diversas áreas como matemática, português, artes, ciências, história, geografia e educação física. Há também disciplinas como gestão, políticas educacionais, fundamentos de inclusão social, educação de jovens e adultos entre outras.

Pelas diretrizes do MEC, é obrigatório fazer um estágio de 300 horas supervisionado por um professor. A maior parte das faculdades divide esse tempo ao longo dos anos e exige que a experiência seja nas áreas de educação infantil, fundamental até 4ª série e gestão escolar.

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