quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Apenas oito universidades formam meteorologistas no país


Apenas oito universidades formam 


meteorologistas no país

Guia de Carreiras destaca profissão nesta terça-feira, 18/5.
Curso exige gosto por física e matemática, dizem especialistas.

Nathália DuarteDo G1, em São Paulo
 Se você adora matemática e física, e quer aliar essa habilidade à prestação de serviços, uma boa escolha pode ser a graduação em meteorologia. Nesta terça-feira, o G1 apresenta em seu Guia de Carreiras o que fazem os meteorologistas e em que diferentes áreas eles podem atuar.
“Um meteorologista, quando se forma, está preparado para trabalhar em duas grandes áreas. Ele pode atuar como pesquisador, no ambiente acadêmico, que é o caminho escolhido pela maioria dos meteorologistas, ou pode optar por trabalhar na parte prática, com a previsão do tempo”, diz o meteorologista Gustavo Escobar, coordenador do Grupo de Previsão de Tempo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe).
Tanto para meteorologistas que serão pesquisadores, quanto para aqueles que farão a previsão do tempo, algumas disciplinas, além da física e da matemática, são importantes.
"Os cursos de meteorologia são, geralmente, divididos em duas etapas. Na primeira, o estudante aprende matemática, cálculos numéricos, física e física das nuvens. Na segunda etapa, ele tem matérias mais profissionais, que abrangem meteorologia básica, climatologia, e previsão do tempo por técnicas numéricas e modelos conceituais. Eles aprendem a interpretar as informações coletadas por radares meteorológicos”, explica o professor Isimar de Azevedo Santos, do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Outras disciplinas importantes durante a graduação são estatística, computação, elementos de cartografia e astronomia e expressão oral e escrita. “É fundamental que o meteorologista saiba falar bem e escrever, porque ele vai produzir boletins meteorológicos para especialistas em diversas áreas, e para o público leigo também”, afirma Escobar.
Atualmente, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), o curso de meteorologia é oferecido em apenas oito universidades pelo país, todas públicas. As durações mínima e máxima do curso ficam a critério da instituição de ensino, desde que respeitada a carga horária mínima de 3 mil horas.
Previsão do tempo
No Cptec/Inpe, a previsão do tempo conta com uma equipe de 12 profissionais, entre graduados, mestres, doutores e técnicos em meteorologia. O primeiro passo para o boletim que chega ao cidadão comum pela televisão, rádio ou internet é fazer um diagnóstico da situação meteorológica em um determinado momento.
“Por meio da análise de dados captados em estações meteorológicas, determinamos o estado da atmosfera em um momento específico. A partir dessa análise, o meteorologista de previsão consegue identificar os diferentes sistemas que estão atuando na atmosfera e só assim conseguirá traçar a previsão para os próximos dias”, explica Escobar.
A previsão, no entanto, não é uma ciência exata, e depende da interpretação do grupo de meteorologistas sobre simulações feitas por computadores. “Equações matemáticas e físicas simulam, por meio de computadores, o comportamento futuro da atmosfera. Essas saídas gráficas propostas pelos computadores são interpretadas pelos meteorologistas. Por isso é tão importante a experiência do grupo.”
Engana-se, porém, quem pensa que escolher a aplicação prática da previsão de tempo restringe as funções do meteorologista. O profissional pode atuar como suporte para equipes de aviação, navegação, agricultura, além da previsão tradicional, para o grande público.
“É uma profissão bastante abrangente e corresponde a uma área que tem precisado cada vez de mais profissionais. A sociedade demanda cada vez mais explicações sobre fenômenos naturais e pesquisas sobre as variações climáticas”, diz Escobar.
(Esta reportagem foi originalmente publicada no dia 18/05/2010, às 08h31.)

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