Mistérios do universo fortalecem área
de pesquisa na astronomia
Guia de Carreiras destaca profissão nesta terça-feira, 13/07.
Para se dar bem, estudante precisa gostar de ciências exatas.
Os mistérios do universo que ainda precisam ser desvendados tornam a área da pesquisa um dos principais nichos de mercado da astronomia. Mas engana-se quem pensa que a carreira exige somente curiosidade e admiração pelo céu. Para ser astrônomo, é necessário ter muita habilidade com as ciências exatas. Conheça mais sobre a profissão no Guia de Carreiras desta terça-feira (13).
“Em função dos avanços tecnológicos, a pesquisa se tornou uma área muito forte. Os sistemas planetários podem ser melhor estudados com sondas espaciais. Na parte espacial, podemos decobrir planetas fora do sistema solar. Também há a astrobiologia, que explora as condições de vida fora da Terra”, afirma Jane Gregorio Hetem, chefe do departamento de astronomia da Universidade de São Paulo (USP).
Além de investir na área de pesquisa ou na vida acadêmica, o astrônomo pode trabalhar em museus, observatórios e indústrias de tecnologia avançada.
Apesar do cenário promissor, as opções de instituições de ensino ainda são escassas. O curso mais antigo do país é o do Observatório Valongo, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, que existe há 52 anos. No ano passado, cada uma das 20 vagas disponíveis no vestibular foi disputada por uma média de seis candidatos.
A USP criou a graduação em 2009 e oferece apenas 15 vagas anuais. No último vestibular, a concorrência foi de 11,3 candidatos por vaga. A oferta restrita é proposital. Jane Gregorio diz que o mercado para o astrônomo é amplo em opções, mas o número de vagas ainda é reduzido. "Além do mais, prezamos pela qualidade. Queremos um profisssional bem preparado", afirma.
O curso, com quatro anos de duração, é bastante teórico, mas exige visitas a observatórios, de preferência longe de São Paulo, onde o céu é mais limpo. "A iluminação pública provoca um brilho no céu, que chamamos de poluição luminosa. Isto atrapalha a visualização de estrelas”, diz o astrônomo Mairan Teodoro.
Teodoro, que sonhava em ser astrônomo desde menino, conta que o profissional de hoje passa mais tempo dentro de uma sala processando imagens captadas pelos telescópios do que observando o céu. “O astrônomo usa teorias físicas e modelos matemáticos para tentar entender o universo. Também é preciso desenvolver uma capacidade de trabalhar muitas horas em frente ao computador", diz.
A carreira exige conhecimento avançado em tecnologia. Os telescópios gravam as imagens como se fossem fotografias e as transfere ao computador em forma de arquivos. Depois, é necessário tratá-las para eliminar ruídos.
A tecnologia também ajuda o astrônomo a se aproximar de universos do mundo todo. Na USP, há uma estação de observação onde são reproduzidas as imagens de observatórios no Chile.
(Esta reportagem foi publicada em13/07/2010, às 09h38)
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