quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vietnã cria reserva para o raro 'unicórnio asiático


Saola foi descoberto pela ciência há menos de 20 anos.
Pesquisadores nunca conseguiram observá-lo na natureza.

Do Globo Natureza, em São Paulo
Saola capturado no ano passado, poucos dias antes de morrer. (Foto: Divulgação)Saola capturado no ano passado, poucos dias
antes de morrer. (Foto: Divulgação)
Uma nova esperança de sobrevivência surgiu para uma das mais raras espécies de mamíferos, o saola, também conhecido como “unicórnio asiático” (apesar de ter dois chifres), depois que o Vietnã anunciou, nesta quinta-feira (14), a criação de uma reserva perto da fronteira com o Laos para proteger este bovino.
O saola foi identificado pela ciência somente em 1992. Devido à sua extrema raridade, essa foi uma das maiores descobertas da zoologia no século XX. Os cientistas descreveram o animal com base em duas caveiras encontradas na casa de moradores locais.
Até o ano passado, no entanto, nenhum pesquisador tinha tido contato com este animal ainda vivo. Em 2010, um exemplar foi capturado por aldeões no Laos, mas morreu pouco depois da chegada dos especialistas. A carcaça está sendo estudada.
Por viverem escondidos na floresta e raramente serem vistos, os saolas ganharam o apelido de “unicórnios”. Calcula-se que existam menos de mil destes animais na natureza, o que o torna o mamífero de grande porte mais raro e ameaçado do planeta. Nenhum zoológico no mundo tem este animal e jamais pesquisadores puderam observá-lo livre em seu habitat natural.
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Estudo mostra que há canções de sucesso também entre as baleias


Cientistas não entendem o motivo, já que elas deveriam tentar se destacar.
Conclusão veio depois de 11 anos de pesquisa.

Da France Presse
Baleia Jubarte é observada em Abrolhos, em julho deste ano (Foto: Banco de Imagens Instituto Baleia Jubarte)Baleia Jubarte em Abrolhos (Foto: Banco de
Imagens Instituto Baleia Jubarte)
As baleias jubartes ou corcundas (Megaptera novaeangliae) também produzem seus sucessos musicais e as canções mais pegajosas são as preferidas pela espécie, assinala um estudo australiano divulgado nesta quinta-feira nos Estados Unidos.
Os machos são os únicos que as cantam, talvez na esperança de cativar uma fêmea, de acordo com o estudo publicado na revista "Current Biology".
Se houver uma versão do "rei do pop" Michael Jackson entre as baleias, ele provavelmente reside no litoral leste da Austrália, porque é onde sempre se origina a melodia mais popular da temporada, segundo os pesquisadores.
O hit depois viaja ao longo do Pacífico Sul, da Austrália à Polinésia Francesa, expandindo-se entre os distintos grupos de baleias, que começam a cantar a mesma melodia durante a época da cria.
Como acontece com as canções da moda, essas melodias não são muito originais, mas parecem "pegar" facilmente, explicou a pesquisadora Ellen Garland, da Universidade de Queensland.
O estudo, realizado ao longo de 11 anos, acrescenta que ainda é um mistério por que todas as baleias cantam a mesma canção quando seus esforços deveriam estar destinados a destacar-se ante o grupo.

14/04/2011 14h59 - Atualizado em 14/04/2011 15h18 Instituto do Câncer de SP apresenta ultrassom capaz de destruir tumores


Pulsos de ondas sonoras queimam o tecido doente.
Instituto vai pesquisar aplicação da técnica em tumores malignos em ossos.

Mário Barra

Do G1, em São PauloO Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) inaugurou nesta quinta-feira (14) um serviço de ultrassom - ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é incapaz de escutar - para destruir células cancerígenas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia. O novo equipamento estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar até mil feixes em um único ponto - com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. Com o calor, as células cancerígenas são queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.
Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão. Segundo Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas - tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.
MRgFUS 1 (Foto: Mário Barra / G1)Aparelho de ultrassom de alta frequência (em azul), ligado a uma esteira para receber pacientes durante ressonâncias magnéticas (Foto: Mário Barra / G1)
O Icesp já solicitou protocolos de pesquisa para testar a eficiência da técnica em metástases - câncer que se espalharam pelo corpo - ósseas.
"Essa tecnologia ainda é experimental, não só no Brasil, como em outros centros do mundo", afirma Marcos. "No caso das metástases, a aplicação seria um paliativo, mais indicada para reduzir as dores causadas pelo tumor e aumentar a qualidade de vida do paciente."
Como funciona
O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.
"Dois fatores que são levados em conta na escolha das pacientes são o local do tumores e o tamanho deles", explica o médico do Icesp.
A técnica dispensa o uso de anestésicos. "As pacientes ficam conscientes durante toda a operação, recebem apenas sedativos", explica Marcos. Segundo o médico, o procedimento não causa dor intensa. "As pacientes costumam reclamar de dores parecidas com cólicas menstruais, mas isso somente durante o exame."
Infográfico MRgFUS 1 (Foto: Arte / G1)
No caso do uso da terapia contra miomas, as pacientes deitam, de bruços, em uma esteira usada comumente em exames de ressonância magnética. O aparelho de ultrassom fica logo abaixo da cintura.
A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca onde é necessário"
Marcos Roberto de Menezes, diretor do
setor de diagnóstico por imagem do Icesp
O diagnóstico por imagem permite conhecer as áreas onde estão os miomas. Após definir os pontos que serão destruídos pelo calor, os médicos começam a disparar as ondas sonoras em pequenos pontos dos tumores. Cada pulso demora apenas alguns segundos. Vários são necessários para queimar uma área inteira. Toda a operação pode levar até, no máximo, 2 horas.
O ultrassom eleva a temperatura das células cancerígenas até 80º C.
"Esse calor destrói qualquer tipo de célula", diz Marcos. "A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca o que é necessário."
Novo laboratório
O Icesp também inaugurou o Centro de Investigação Translacional em Oncologia - uma rede com 20 grupos de pesquisa em câncer. O espaço foi aberto em cerimônia que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e de Paulo Hoff, diretor do instituto.
Com uma área de 2 mil metros quadrados, o andar no Icesp vai permitir o avanço em estudos sobre o câncer que reúnam conhecimentos de áreas diversas como a biologia molecular, epidemiologia e a engenharia genética. O custo do investimento foi de R$ 2 milhões.
O objetivo, segundo Roger Chammas, professor de oncologia do Icesp e responsável pelo espaço, é reunir todo o conhecimento que se encontra espalhado nas frentes de pesquisa de órgãos como a USP, o Hospital A.C. Camargo e Instituto do Coração.
MRgFUS 2 (Foto: Mário Barra / G1)Sala do recém-inaugurado Centro de Investigação
Translacional em Oncologia.(Foto: Mário Barra / G1)
Entre os equipamentos disponíveis para receber os grupos de pesquisa estão microscópios a laser, sequenciadores de DNA e centrífugas. Haverá também um banco de amostras de tumores, que serão congelados para conservação.
Essa troca de informações é o que classifica o laboratório como "translacional".
"Essa palavra quer dizer que os conhecimentos de uma área em medicina são traduzidos para outra, com o objetivo de fazer o progesso das pesquisas ser integrado", explica Chammas.
Segundo Giovanni Guido Cerri, secretário estadual de Saúde, a importância do espaço está na busca futura de novos tratamentos contra o câncer. “Este novo laboratório e o serviço de ultrassom de alta frequência colocam São Paulo em uma posição privilegiada na rede nacional de atenção ao câncer”, afirma o secretário.