quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Risco de epidemia de dengue no Rio preocupa o Cremerj


Risco de epidemia de dengue no Rio preocupa o Cremerj

Fechamento de hospitais pode dificultar o atendimento

Rio - O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) está preocupado com a possibilidade de uma epidemia de dengue no verão e o fechamento de hospitais públicos, como o estadual Pedro II, em Santa Cruz; o do Fundão (federal); e o Leonel de Moura Brizola, do município em Mesquita. 

A gota d’água foi a divulgação, semana passada, dos índices de infestação do mosquito transmissor da dengue. Dezoito municípios estão em alerta para a doença, incluindo a capital, onde há bairros com altos índices, como Freguesia, na Ilha do Governador. Lá, a cada grupo de 100 casas, 19 têm focos. O considerado seguro é de até 1 foco. “Se já faltavam leitos antes, com uma epidemia a demanda vai ser maior. Temos que nos preparar”, diz Pablo Queimadelos, da Comissão de Saúde Pública do Cremerj.

Fumacê na Zona Sul

Uma das estratégias da Secretaria Municipal de Saúde do Rio para diminuir o risco de uma epidemia é o uso do carro fumacê. Hoje, o veículo circulará por Botafogo. Amanhã, estará no Leblon. Quinta-feira, no Jardim Botânico, Gávea e Glória. Sexta, o carro passará pelo Jardim Botânico, Urca, São Conrado e Humaitá. Outras áreas da cidade também serão beneficiadas. O ideal é que as pessoas abram as janelas quando o carro passar para que as gotículas cheguem às casas.

Toxina botulínica pode ser usada no tratamento contra incontinência urinária


Toxina botulínica pode ser usada no tratamento contra incontinência urinária

Rio - A mesma toxina utilizada para a aplicação de botox em cirurgias plásticas pode ter um uso importante na urologia. Estudos recentes mostram que a toxina botulínica pode ser aplicada em casos de incontinência urinária.

A doença afeta cerca de 30% da população brasileira e, em maior escala, as mulheres. Ela pode ter duas origens. A primeira seria por esforço quando as perdas ocorrem quanto a pessoa realiza alguma ação súbita, como levantar e tossir. A segunda é quando a pessoa sente necessidades constantes de urinar.

Pesquisas da área de urologia abordam o uso da Toxina Botulínica tipo A como um procedimento indicado e eficaz para o tratamento da disfunção. Quando aplicada na bexiga, a toxina promove o relaxamento temporário do músculo, impedindo contrações involuntárias.  

O produto é aplicado diretamente na bexiga e, por este motivo, não apresenta os efeitos colaterais comuns aos medicamentos orais, podendo ainda prevenir e postergar a necessidade de procedimento cirúrgico.
 
A ação terapêutica do produto dura em média seis meses – e a toxina botulínica deve ser reaplicada após esse período. O principal benefício é a melhora acentuada na qualidade de vida dos pacientes, que recuperam a autoestima e retomam suas atividades rotineiras.

Jovem deve ingerir menos sal Retirar 3g por dia da substância da dieta reduz em 43% a hipertensão na idade adulta


Jovem deve ingerir menos sal

Retirar 3g por dia da substância da dieta reduz em 43% a hipertensão na idade adulta

POR PÂMELA OLIVEIRA
Rio - A redução de três gramas de sal no consumo diário durante a adolescência pode fazer a diferença no futuro. Um estudo apresentado pela Associação Americana do Coração, em Chicago, mostrou que a diminuição dessa quantidade de sal por dia pode diminuir em até 43% o risco de ter hipertensão na idade adulta. O trabalho, feito com ajuda de computadores, apontou ainda redução no risco de ter problemas cardíacos e derrames aos 50 anos.

Segundo o trabalho, adolescentes que consomem menos sal serão mais saudáveis na vida adulta. O risco de ter problemas nas coronários diminui em até 12%. A chance de ataques cardíacos também cai em até 15%. Assim como a possibilidade de derrames, que diminui 8%. Nos EUA, o consumo diário recomendado é de 3,8 gramas. “O sal aumenta a retenção líquida no organismo, que causa aumento da pressão. Com o tempo, a pressão danifica os vasos. O risco de problemas circulatórios e cardiovasculares é maior entre o que consomem mais sal”, explica a nutróloga Tamara Mazaracki. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o consumo de sal diário deve ser de até 5 gramas, o que equivale a 2 gramas de sódio. Entre os brasileiros, o consumo médiode sal é de 11 a 13 gramas diárias. “O benefício adicional de um menor consumo de sal prematuramente é que podemos alterar as expectativas sobre que sabor os alimentos deveriam ter para algo menos salgado”, disse Kirsten Bibbins-Domingo, uma das autoras do estudo. 

Orientações

- Substitua o sal por temperos naturais como ervas, salsinha, orégano, manjericão, coentro e cominho. 
- Prepare os alimentos com pouco sal e retire o saleiro da mesa.
- Evite conservas como picles, azeitona, patês e palmitos. Além de enlatados como extrato de tomate, milho e ervilha.
- Evite carnes gordas, linguiças e embutidos como salsicha e salame.
- Evite carnes artificialmente salgadas como bacalhau, carne-seca e defumados. Prefira queijo branco, como minas.

‘Não sabemos por onde começar’, diz médica brasileira no Haiti


‘Não sabemos por onde começar’, diz 

médica brasileira no Haiti

Tais Lara, especialista em UTI do Einstein, está tratando vítimas do cólera.
Expectativa é de surto na capital Porto Príncipe daqui a duas semanas.

Do G1, em São Paulo
Kit para combater a cólera consiste em soro para reidratação endovenosa, cateter, lençois, luvas descartáveis e álcool em gelKit para combater o cólera consiste em soro para reidratação endovenosa, cateter, lençóis, luvas descartáveis e álcool em gel (Foto: Emilio Morenatti / AP)
Os médicos voluntários que foram ao Haiti para tratar as vítimas do cólera estão de mãos atadas por problemas logísticos. A avaliação é de Tais Rodrigues Lara, médica especializada em cuidados intensivos do Hospital Israelita Albert Einstein. “A gente não sabe nem por onde começar, e fica frustrado porque queria ajudar mais”, disse Tais, por telefone, aoG1. A intensivista, que chegou ao Haiti quinta-feira (12) e retorna ao Brasil sexta (19), já esteve no país no início do ano para ajudar os feridos pelo terremoto de 12 de janeiro. “A situação é muito parecida com a que vimos aqui oito meses atrás. Há cerca de 1,3 milhão de pessoas vivendo em tendas, não há saneamento, coleta de lixo ou rede de água e esgoto.”
Não é nada fácil ajudar em um contexto como esse, lamenta a médica. “A chegada dos insumos e equipamentos para tratar o cólera leva muito tempo, e a chave para salvar as vítimas é justamente conter a desidratação rápida, a principal característica da doença”, diz.
O cólera é uma infecção intestinal causada pela bactéria Vibrio cholerae, que provoca diarreia grave. O tratamento precoce com antibióticos elimina as bactérias e costuma parar a diarreia em 48 horas. Mais de 50% dos pacientes com cólera grave morrem se não forem tratados. Mas, com hidratação rápida, a mortalidade é inferior a 1%. A cepa (variedade) do vibrião do cólera que está circulando no Haiti pode matar em apenas 4 horas, segundo Tais.
O kit para combater o mal não é nada sofisticado: soro para reidratação endovenosa, cateter (tubo para injetar o soro na veia), lençóis, luvas descartáveis e álcool em gel. Mas qualquer deslocamento, mesmo mínimo, leva no mínimo 45 minutos, conta a médica. “O tráfego está caótico, absolutamente parado. Nós perdemos 4 a 5 horas só no trânsito, todos os dias.”
Ainda segundo Tais, a ONG Médicos Sem Fronteiras e outras entidades estão agora se preparando para a subida dos casos de cólera na capital Porto Príncipe nas próximas duas semanas. “A correria, no momento, é para tentar que as pessoas tenham acesso em tempo hábil ao tratamento, que é relativamente simples.”