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Aqui você encontra: Cultura, Educação, Artigos Científicos e sugestões para o seu estudo. O que irá diferenciar está revista eletrônica, ter, em um futuro breve, seus artigos em áudio, lidos pelos autores e/ou por programas e projetos de extensão como: 'Biblioteca Falada' - A UNESP/ FAAC, faz adaptação de textos e vídeos para áudios. Permitindo assim que DISLÉXICOS e DEFICIENTES VISUAIS tenham acesso ao conhecimento proposto. http://www.acessibilidadeinclusao.com.br/ José Robson de Almeida.
domingo, 7 de novembro de 2010
José Rodrigues Coura (FIOCRUZ)
José Rodrigues Coura costumava frequentar a Biblioteca de Manguinhos na década de 1950, enquanto cursava Medicina. Professor da UFRJ, em 1972 foi convidado pelo Ministério da Saúde a fazer um diagnóstico da Fiocruz, criada havia dois anos por meio de um decreto do governo militar. Sua história como membro da Fundação, porém, começaria sete anos mais tarde, quando outro convite o trouxe para assumir a vice-presidência de Pesquisa da Fundação e a diretoria do IOC. Reconhecido como um dos mais importantes tropicalistas do país, Coura dirigiria o Instituto mais uma vez, entre 1997 e 2001. “Conheço o Instituto Oswaldo Cruz “por dentro” desde o início de 1952, quando entrei para a então Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, hoje Faculdade de Medicina da UFRJ. No curso básico tive como mestres, oriundos de Manguinhos, Carlos Chagas Filho, Professor de Biofísica, de quem comemoramos o centenário de nascimento este ano, Olympio da Fonseca Filho, Professor de Parasitologia, e Thales Martins, Professor de Fisiologia. Todos falavam com orgulho e carinho de suas origens científicas – o Instituto Oswaldo Cruz ou “Manguinhos”, como habitualmente chamavam o IOC. O deslumbramento daqueles mestres quando falavam das suas origens, de seus trabalhos ou de outros feitos na Casa de Oswaldo Cruz, como às vezes referiam-se ao Instituto, nos contagiava e nos induzia a visitar o Castelo, que de longe, quando passávamos pela Avenida Brasil, povoava as nossas mentes com o sonho de visitá-lo, mesmo que nos parecesse difícil ou inatingível. Lembro-me bem, era uma sexta-feira à tarde em março de 1952, quando, livre de aulas, decidi visitar “Manguinhos”. No almoço, no restaurante ao lado da Faculdade, onde hoje localiza-se a Escola Superior de Guerra Naval, na Praia Vermelha, convidei alguns colegas para irmos visitar o Instituto. Em resposta alguns disseram: “Você está maluco, ir naquele fim de mundo”. Não desisti. Tomei o bonde Praia Vermelha-Centro e de lá tomei outro bonde para São Cristóvão, de onde acho que fui de ônibus até perto do portão principal de Manguinhos. De fato era “o fim do mundo”. A Avenida Brasil era bem mais estreita, não tinha passarela e tínhamos que atravessar entre os poucos carros e ônibus até o portão do Instituto. Identifiquei-me e disse que gostaria de ir à biblioteca. Subi a ladeira e parei um pouco no topo para olhar os bustos de Carlos Chagas e Oswaldo Cruz. Em seguida, subi a escadaria até o primeiro andar do Castelo, quando começa o meu deslumbramento: os lustres coloridos, as paredes com os seus desenhos, as placas comemorativas, o “pé-direito” alto e as enormes portas laterais, que davam, no passado, entrada para os laboratórios de Carlos Chagas, à direita, e Adolpho Lutz, à esquerda. Subi ao terceiro andar onde fiquei encantado pela biblioteca, com uma grande mesa central com as revistas da semana, expostas em fileiras, e várias mesinhas laterais onde estavam sentados alguns pesquisadores, com seus aventais brancos e pilhas de livros e revistas. Concentrados em suas leituras, através de suas lentes espessas e arredondadas, exalavam ciência naquele silêncio, quebrado apenas pelo tilintar dos pendentes dos lustres açoitados pelos ventos constantes naquele andar. Entrei sem ser notado, peguei uma das revistas expostas e, fingindo que a lia, admirava aquele cenário que me encantou na juventude e que ainda hoje me encanta após mais de meio século. Fiz amizade com a chefe da Biblioteca de Manguinhos, Emília Bustamante, e com alguns dos seus funcionários e me tornei seu assíduo frequentador. Ali preparei muitos dos seminários que tive que fazer quando estudante, obtive as referências para as minhas Teses de Doutorado e Livre Docência, para duas teses de cátedras e diversos trabalhos científicos. Emília Bustamante conseguia trabalhos para mim que eu não conseguia em outras bibliotecas do Rio de Janeiro. Aquela biblioteca foi uma inesquecível fonte de saber na minha formação e no que transmiti a centenas de alunos nos últimos 50 anos. Como exposto, convivo no Instituto Oswaldo Cruz há mais de 58 anos, portanto, mais da metade de sua existência, e espero continuar aqui convivendo até o final da minha vida, se assim os seus dirigentes me permitirem. O meu contato mais direto com o Instituto Oswaldo Cruz ocorreu em 1972. Como Professor Titular e Chefe do Departamento de Medicina Preventiva da UFRJ, fui convidado pelo então Ministro da Saúde, Mario Lemos, para que fizesse um diagnóstico da situação da Fiocruz (na época Fundação Instituto Oswaldo Cruz) que, criada pelo Decreto nº 66.624 do Governo Militar, de 22 de maio de 1970, não se desenvolvia. Me licenciei por três meses da UFRJ e solicitei ao Ministro um economista para fazer um plano orçamentário e um especialista em pessoal para fazer um plano de carreira para a instituição. Percorremos todas as unidades incorporadas à Fiocruz. O primeiro contato foi com o presidente da Fundação na época, Oswaldo Cruz Filho, que nos perguntou se éramos os “interventores do Governo Federal”. Respondi que não, estávamos apenas fazendo um diagnóstico da situação para um plano de recuperação. Após visitarmos todas as unidades, chegamos à conclusão de que a Fiocruz era uma ficção, um verdadeiro caos. Não havia uma carreira profissional, não tinha orçamento, os salários eram miseráveis e poucos trabalhavam. Apresentei o relatório ao Ministro e disse-lhe que havia duas opções: ou ele fechava a Fiocruz e fazia do Castelo o Museu Oswaldo Cruz ou implementava um plano audacioso de recuperação. Ele convidou-me para implementar esse plano, mas não aceitei. Estava bem na UFRJ. Antes de ingressar como servidor do Instituto Oswaldo Cruz me tornei amigo de vários dos seus pesquisadores, entre os quais Olympio da Fonseca Filho, Lobato Paraense, Herman Lent, Mario Vianna Dias, Gobert Araújo Costa, Ernesto Hofer, Hermann Schatzmayr e vários outros entre os mais jovens. No livro que organizei com Luiz Fernando Ferreira e Lobato Paraense, em comemoração ao centenário do Instituto Oswaldo Cruz, no ano 2000, quando eu era seu diretor, constam a história e as principais realizações do Instituto até aquela data. Este livro contém uma breve biografia de Oswaldo Cruz, que intitulei “Oswaldo Gonçalves Cruz: uma vida, uma obra, uma escola”, retirado do capítulo “Notícia histórica sobre a Fundação do Instituto Oswaldo Cruz (Instituto de Manguinhos)”, de autoria de Henrique Beaurepaire Aragão (pesquisador e ex-diretor do Instituto), que compõe o volume 48 das Memórias do Instituto, editadas em comemoração ao cinquentenário da fundação do IOC. O livro contém, ainda, uma extensa descrição da “Escola de Manguinhos”, de autoria de Olympio da Fonseca Filho, transcrita da coletânea Oswaldo Cruz Monumenta Histórico (Volume II), 12 trabalhos de pesquisadores de Manguinhos que julgamos de grande importância, além de um resumo do histórico, das linhas de pesquisa e das perspectivas para os 16 departamentos que compunham o IOC na época, estrutura que criamos em 1980, e que foram extintos em 2005, substituídos por áreas de pesquisa que, até hoje, em sua maioria, não funcionam adequadamente. Minha chegada ao Instituto Oswaldo Cruz data de março de 1979, a convite do então Ministro da Saúde Mario Augusto de Castro Lima, para exercer os cargos de Vice-Presidente de Pesquisa da Fiocruz e Diretor do Instituto Oswaldo Cruz. Encontrei o Instituto – e a Fiocruz como um todo – em péssimas condições de organização e baixíssima produção científica. Visitei as unidades pelas quais iria ser responsável: os centros de pesquisa Aggeu Magalhães, em Recife, Gonçalo Moniz, em Salvador, René Rachou, em Belo Horizonte, e o Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro. Analisei, também, os poucos grupos de pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz, que desenvolviam os chamados “projetos prioritários”, instituídos pela Presidência anterior da Fiocruz. Havia um desestímulo total e um quase abandono daqueles que não tinham “projetos prioritários”, ou seja, projetos de aplicação imediata. Levantamos as necessidades de todas as unidades e fizemos um relatório enviado ao novo Presidente da Fiocruz, Guilardo Martins Alves, e ao próprio Ministro, que me perguntou: “Dr. Coura, o que podemos fazer para reerguer Manguinhos?”. Respondi que era muito fácil. Precisávamos contratar “boas cabeças” e colocar os “meninos” junto a elas para aprenderem. E assim foi feito. Contratamos diversos líderes de pesquisa que estavam disponíveis no Brasil ou no exterior, entre os quais Leonidas e Maria Deane, que estavam desterrados na Venezuela, Luis Rey, que estava se aposentando da OMS, Helio e Peggy Pereira, que estavam se aposentando na Inglaterra, Zigman Brener, que aposentou-se na UFMG para ficar em tempo integral no René Rachou, Zilton e Sonia Andrade, que se aposentaram na UFBA para ficarem no Gonçalo Moniz, Eloi Garcia, que saiu da UFF para se integrar ao grupo de Carlos Morel no IOC, Henrique e Jane Lenzi, que vieram da Harvard nos Estados Unidos, Samuel Goldenberg, que veio para se integrar ao grupo do Morel, e tantos outros que repovoaram o IOC e a Fiocruz. Criamos os cursos de pós-graduação em Biologia Parasitária e Medicina Tropical, além do Curso de Técnico de Pesquisa, para colocarmos os “meninos” junto às “boas cabeças”, como prometemos ao Ministro. Recuperamos as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, que estavam com três anos de atraso, e instituímos os Conselhos Deliberativos do IOC e das outras unidades. No final da minha gestão, em março de 1985, o IOC e a Fiocruz eram outras instituições: produtivas e respeitadas no Brasil e no exterior. Quando convidado para vir para Manguinhos, coloquei como única condição ocupar o Pavilhão Arthur Neiva (que estava abandonado na época) com os meus projetos de pesquisa e instalar os cursos de pós-graduação aos quais já me referi. Aquele Pavilhão, como alguns pensam, não foi construído especificamente para o ensino. Foi construído por Henrique de Beaurepaire Aragão para albergar os laboratórios de fisiologia e bacteriologia e o setor de fotografias do IOC. Paralelamente, foram construídos um anfiteatro para aulas teóricas e duas salas para aulas práticas do Curso de Aplicação de Manguinhos. As instituições brasileiras vivem de avanços e recuos. O Instituto Oswaldo Cruz nos seus primeiros 15 anos teve o seu maior avanço. Nos primeiros anos da gestão de Carlos Chagas como diretor, de 1917 a 1934, teve um bom período de estabilidade. Mas, a partir de 1920 até o final da década de 1930, teve um grande recuo devido a disputas internas, seguido de estagnação. Nas décadas de 1940/1950, principalmente na administração de Henrique Aragão, o Instituto teve um importante avanço, com a construção de novos laboratórios e renovação dos seus quadros. Foi a segunda Instituição do mundo a produzir a penicilina, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. A partir de 1964, com intrigas internas, cassações e perseguição de pesquisadores, o IOC decaiu de forma dramática, inclusive interrompendo em 1969 o seu Curso de Aplicação, que era o celeiro de sua renovação. Esse recuo durou até 1980, quando começou a se recuperar e progrediu durante os próximos 25 anos. Desde então, a Fiocruz como um todo e o IOC em particular estão sofrendo uma “crise de crescimento”, com disputas internas e excesso de burocratização muito perigosa, inclusive notada pela comunidade científica interna e externa. Isso não é uma crítica, que jamais faria à minha instituição, e sim uma constatação de um pesquisador experiente, inserido em várias instituições brasileiras e estrangeiras, que, como bom ouvidor, espera ser ouvido pelos nossos dirigentes, em prol da nossa instituição que amamos como parte de nossas vidas.”
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110 Anos de História do Instituto Oswaldo Cruz.
12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose
12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose
Especialistas nacionais e estrangeiros estiveram reunidos no Rio de Janeiro, de 5 a 8 de outubro de 2010, para o 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose. Organizado pela Fiocruz e com o apoio do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o evento recebeu cerca de 400 participantes. Entre os convidados estavam representantes da OMS, pesquisadores de sete estados brasileiros e gestores.
Estratégias de combate marcam último dia do evento Palestrantes discutem estratégias de combate e prevenção de infecções helmínticas em países em desenvolvimento marcando o fim do 12º Simpósio Internacional de Esquistossomose | |
Hospedeiro do S. Mansoni é tema de debate Estudos relacionados ao controle e à resistência do caramujos da família Biomphalaria foram apresentados em mesa-redonda e entre especialistas |
Avanços da genômica do Schistosoma são destaque A educação e saúde para o controle da doença também foram debatidos | |
Prevenção e controle são tema de debate Convidados apresentam experiências bem sucedidas em diversas regiões do país e apontam os principais desafios na área | |
Esquistossomose em pauta Iniciado nesta terça-feira, 05/10, o 12º Simpósio Internacional de Esquistossomose reúne representantes da OMS. A doença atinge 2,5 milhões de brasileiros em 18 estados | |
Homenagem para Domingos Artur Machado Filho (FIOCRUZ)
Homenagem para Domingos Artur Machado Filho
Em 1970, dez pesquisadores de destaque da Fiocruz entraram para a história por motivos, infelizmente, nada científicos: eles foram cassados pela ditadura militar, abandonando seus trabalhos de pesquisa, muitas vezes tendo seus laboratórios desativados. Um dos cassados neste episódio, que ficou conhecido como Massacre de Manguinhos, é Domingos Artur Machado Filho, um helmintologista que atuava no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Ele acaba de receber uma homenagem póstuma, dando nome ao Espaço de Desenvolvimento Infantil inaugurado em Manguinhos na vizinhança da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O equipamento municipal, que integra creche e pré-escola em um mesmo espaço, teve as atividades iniciadas em 10/09.
Arquivo COC |
Domingos Arthur Machado Filho (o primeiro da direita para esquerda) recebeu uma homenagem póstuma, dando nome ao Espaço de Desenvolvimento Infantil inaugurado em Manguinhos na vizinhança da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro |
Aluno de Lauro Travassos e de Hugo de Souza Lopes, Domingos Machado Filho ingressou no IOC em agosto de 1935, como estagiário da Divisão de Zoologia Médica. Em 1951, ainda em Manguinhos, foi contratado como bolsista e, posteriormente, como pesquisador e professor. Além disso, atuou como subchefe e chefe da seção de helmintologia, onde dedicou-se principalmente ao estudo dos acantocéfalos, que é um filo de parasitas, encontrados em muitas espécies de peixes, anfíbios, pássaros e mamíferos.
Em 1970, devido ao Ato Institucional Número 5 (AI-5), as pesquisas de Domingos foram lacradas e ele teve seus direitos políticos cassados. Pelo AI-10, o pesquisador também foi impedido de exercer atividade de pesquisa e ensino em qualquer instituição que tivesse financiamento do governo brasileiro, obrigando-o a aposentar-se. O pesquisador foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz em 1986, mas não voltou a trabalhar na instituição. Morreu em 1990.
Delir Corrêa Gomes, chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, que trabalhou com o pesquisador na década de 60, falou sobre a homenagem e destacou a personalidade humanitária do pesquisador. “Domingos Machado Filho não foi importante apenas para a Helmintologia, ele era caridoso e pensava no cuidado com o outro. Lembro que antes do início do expediente no IOC, na década de 60, ele realizava um trabalho social no Morro do Amorim, comunidade localizada no entorno da Fiocruz, atendendo gratuitamente as crianças. Essa homenagem é o reconhecimento pelo trabalho que ele realizou na região”, disse a pesquisadora.
Cristiane Albuquerque
28/10/2010
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
Prêmio inédito coroa 30 anos de trajetória(FIOCRUZ)
Prêmio inédito coroa 30 anos de trajetória
A Coleção de Leishmania do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) recebeu em setembro, na capital catarinense, o mais relevante prêmio de seus 30 anos de história na 12º Conferência Internacional de Coleções de Culturas, organizada pela World Federation for Culture Collection (WFCC). O evento também foi oportunidade para uma aproximação França-Brasil, abrindo caminho para a integração virtual com a Coleção de Leishmania do Centro Nacional de Referência de Leishmania da França, a maior deste tipo no planeta.
Prêmio internacional
A 12º Conferência Internacional de Coleções de Culturas premiou o trabalho "Productivity indicators of Leishmania collection of Oswaldo Cruz Institute (CLIOC, WFCC/WDCM731)" na categoria "Resource Centers: preservation, quality management, legal and safety issues". Ao todo, 44 trabalhos de instituições da Austrália, Bélgica, México, Venezuela, França, Argentina, Alemanha, entre outros países, concorreram a três premiações nesta categoria.
Gutemberg Brito |
Laboratório de Pesquisas em Leishmanioses do IOC |
A curadora da Coleção e pesquisadora do Laboratório de Pesquisas em Leishmaniose, Elisa Cupolillo, declara que o prêmio consolida um trabalho de décadas. “Já foi uma conquista terem inserido nossa Coleção na Rede Global do Centro de Recursos Biológicos, o que sinaliza que trabalhamos nos mesmos parâmetros de coleções do mundo todo”, frisa.
Ela considera que o prêmio inédito foi mérito da equipe.“É uma satisfação muito grande para os estudantes e para os funcionários, porque traz um reconhecimento para nossas atividades e mostra que estamos acompanhando todo o trabalho da iniciativa global”, comemora.
Gutemberg Brito |
Laboratório de Pesquisas em Leishmanioses do IOC |
A Coleção de Leishmania, criada em 1980, é dedicada à preservação, armazenamento, distribuição, caracterização taxonômica, identificação de protozoários do gênero Leishmania, representando as espécies patogênicas e não-patogênicas para humanos. A Coleção está cadastrada na WFCC, sendo também reconhecida como Fiel Depositária pelo Ministério do Meio Ambiente.
Conexão Rio-Montpellier
Durante o evento da WFCC, a pesquisadora Elisa Cupolillo e Jean-Pierre Dedet, diretor da Coleção de Leishmania do Laboratório de Parasitologia do Centro Nacional de Referência de Leishmania da França, discutiram sobre a possibilidade de parceria entre as coleções do Rio de Janeiro e de Montpellier, uma pequena cidade no sudeste da França. “Estamos pensando, como primeira iniciativa, em unificar as duas coleções virtualmente”, afirma Elisa. Neste momento ela está na França para discutir possibilidades de colaboração com Patrick Bastien, curador da Coleção francesa.
A Coleção de Leishmania do Centro Nacional de Referência de Leishmania da França opera desde 1975 e possui mais de 6 mil cepas de 72 países de quatro continentes. É, portanto, a maior coleção deste tipo no planeta, abrigando diversas espécies do Velho e Novo Mundo.
Projeto a caminho
Elisa Cupolillo está envolvida diretamente na estruturação de um Centro de Recursos Biológicos em Saúde (CRB-Saúde) na Fiocruz, que visa integrar as diversas coleções microbiológicas. Claude Pirmez, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, lidera a iniciativa. Desde 1999, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) vem discutindo os desafios e as oportunidades de se estabelecer uma rede global de centros de recursos biológicos, tendo em vista a importância do acesso ao material biológico de qualidade no desenvolvimento da bioeconomia.
O objetivo, segundo Elisa, “é que as diversas coleções compartilhem o mesmo espaço físico, otimizando recursos humanos e o parque tecnológico, para que sejam centro de excelência na condição de serviços.”
Nos últimos anos, a Fiocruz vem reorganizando a infraestrutura e recursos humanos de suas diversas coleções biológicas, com o apoio da Vice-Presidência e Serviços de Referência. A direção do IOC tem sido parceira neste processo, já que a maioria das coleções biológicas da Fiocruz se encontra nesta Unidade.
“É uma ideia inovadora”, diz. “Esperamos que este CRB-Saúde venha a ser um centro de pesquisas, de recursos biológicos e que sirva ao país, fornecendo e recebendo linhagens, investigando novas metodologias de preservação e identificação e realizando pesquisas de alto nível dentro do escopo do acervo que vier a compor este Centro. A maioria das coleções microbiológicas do IOC e algumas das outras Unidades da Fiocruz já estão em processo final de informatização e vêm trabalhando na implantação do sistema de gestão da qualidade, o que é um grande avanço”, afirma.
João Paulo Soldati
29/10/2010
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
29/10/2010
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
RAIC reconhece jovens talentos (FIOCRUZ)
RAIC reconhece jovens talentos
O Auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz, em Manguinhos (RJ), ficou pequeno diante de todos os estudantes, professores e profissionais da Fiocruz que lotaram o espaço para assistir a cerimônia de premiação da 18ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica da Fiocruz (RAIC). Foram premiados os melhores trabalhos de Iniciação Científica e Tecnológica de 2010, reconhecendo os bolsistas que se destacaram durante o ano.
Gutemberg Brito |
Olhares atentos durante a premiação da 18a edição da RAIC |
Orientado pelo pesquisador Márcio Félix, do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o aluno de ensino médio da rede pública do Rio de Janeiro, Marcos Vinício da Silva, recebeu o prêmio de Melhor Trabalho pelo Programa de Vocação Científica (PROVOC) da Fiocruz com o título “Morfologia comparada de Lissoscarta beckeri e Propetes schmidti: cigarrinhas que mimetizam vespas.”
Na área Ciências da Vida, o segundo lugar foi conquistado pela aluna Daniella Bianchi Reis com orientação do pesquisador Vinícius de Frias Carvalho, do Laboratório de Inflamação do IOC. O terceiro lugar ficou com a estudante Paula Fernandez Ferreira, bolsista da FAPERJ. Ela foi orientada pela pesquisadora Roberta Olmo Pinheiro, do Laboratório de Hanseníase do IOC. Outros estudantes da Fiocruz foram premiados nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, Desenvolvimento Tecnológico, além da premiação de Melhor Trabalho na categoria Bolsista Egresso de Iniciação Científica e Tecnológica.
Gutemberg Brito |
Estudantes premiados e pesquisadores |
“Foi uma semana extremamente intensa, com palestras e apresentações”, afirmou Maria Cristina Pessolani, coordenadora geral do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica da Fiocruz (PIBIC/PIBIT). “Escutei muitos elogios dos avaliadores sobre a alta qualidade dos trabalhos apresentados pelos estudantes”, destacou.
Claude Pirmez, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, parabenizou todos os estudantes, professores orientadores e a equipe que organizou e coordenou a RAIC. “É prazeroso ver a movimentação de todos esses jovens talentos que oxigenam a ciência com novas pesquisas científicas”, concluiu.
Todos os anos o PIBIC/PIBIT realiza uma reunião anual na qual os bolsistas apresentam os resultados obtidos nos laboratórios da Fundação. Neste ano, 237 estudantes do IOC apresentaram trabalhos científicos na XVIII RAIC. No site oficial do evento você tem acesso aos trabalhos apresentados pelos alunos. Clique aqui.
João Paulo Soldati
João Paulo Soldati
29/10/2010
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
Versão
I Simpósio em Doenças Bacterianas e Fúngicas
I Simpósio em Doenças Bacterianas e Fúngicas
Especialistas nacionais e estrangeiros estiveram reunidos na Fiocruz, entre os dias 4 e 5 de novembro de 2010, para o I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas. Organizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o evento recebeu cerca de 150 participantes.
De hospitais ao fundo do mar Especialistas debateram aspectos relacionados a bactérias multirresistentes em ambientes hospitalares e em criações de camarões para consumo humano | |
Antibióticos no solo: riscos e efeitos Pesquisadora alemã apresentou estudo sobre os efeitos de antibióticos introduzidos no solo pela adubação empregada na agricultura, o que pode contribuir para bactérias mais resistentes a medicamentos | |
Ecos de 11 de setembro Uso de Anthrax como arma biológica foi tema de debate no I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas | |
Desafio milenar Controle da hanseníase, doença com indícios de ocorrência em 600 a.C., permanece como obstáculo para a ciência | |
Avanços da vacina contra tuberculose em destaque Vacinologia reversa e vacina brasileira contra a doença foram temas de mesa-redonda | |
Doenças Bacterianas e Fúngicas em debate O estudo de novas vacinas para tuberculose foi destaque na abertura do Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas |
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