quinta-feira, 22 de janeiro de 2015









·                   INTRODUÇÃO
Modificações biológicas causadas quando uma pessoa está apaixonada
Coração acelerado, tremedeira, mão suada, aquecimento do corpo. Quem nunca sentiu ou viu alguém sofrer de alguns desses sintomas antes?  A paixão é uma emoção de ampliação quase patológica.
O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde parcialmente a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.
            O trabalho aborda as modificações biológicas causadas às pessoas apaixonadas. Com os hormônios, como  o cérebro, o corpo, em geral, reage a esse sentimento que, mais cedo ou mais tarde, afeta todas as pessoas sem exceção. O que a biologia entende desse assunto, aprofundando esse tema muito comum não só nos dias de hoje, mas também na antiguidade. Com o objetivo de mostrar que o amor e a paixão não é apenas um sentimento comum, mas sim um dos mais complexos que podemos sentir. Tendo várias reações e consequências que variam individualmente
            O tema foi escolhido para entender o que ocorre com o corpo humano quando as pessoas envolvidas estão apaixonadas, a diferença entre amar e estar apaixonado.Temos como objetivo descobrir e explorar o corpo humano buscando a resposta dos efeitos causados por uma paixão.
Paixão e alterações
            A paixão é resultado de várias alterações químicas que mexe com toda estrutura corporal, se torna mais comum por volta dos 16 anos quando nossa química cerebral e hormônios sexuais estão completamente maduros. Durante a paixão o lado mais primitivo do cérebro é que toma “conta” de toda situação deixando as pessoas meio “bobas”.
Quando apaixonados uma série de modificações fisiológicas e biológicas ocorrem. Segundo, o cientista britânico, Francis Crick todos os sentimentos desencadeados nada mais é do que um enorme conjunto de células nervosas.

            Mas na verdade o que ocorre é uma série de hormônios e substancias que juntos fazem diversas modificações fisiológicas e biológicas como: aumento da temperatura corporal, tremor muscular, aumento do consumo de glicose pelas células. A feniletilamina, por exemplo, da família das anfetaminas é a maior responsável pelo coração disparado, mão suada, pupilas dilatadas e pelas “borboletas” no estômago. Já vasopressina atua no controle da pressão sanguínea, na freqüência cardíaca (taquipnéia e taquicardia) e da força da contração do músculo cardíaco. Já a adrenalina é liberada acelerando ainda mais o coração, deixando a pessoa alerta e com uma sensação de bem-estar, também inibindo o sono e a apetite.

            Os sentidos também são muito importantes para que alterações biológicas ocorram, por exemplo, um beijo combina os três sentidos: o tato, paladar e olfato. Favorecendo o aparelho circulatório, aumentando de 70 para 150 os batimentos do coração e beneficiando a oxigenação do sangue. Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca de saliva, a boca é invadida por cerca de 250 bactérias, 9 miligramas de água, 18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de albumina, 711 miligramas de materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais.

            Atualmente pesquisadores estão fazendo ressonâncias magnéticas em pessoas apaixonadas e observando que modificações ocorrem e que áreas do cérebro são "ativadas” quando uma pessoa vê a foto do parceiro. Os resultados mostram que o sistema límbico e que a partes do cérebro responsáveis pelos órgãos sensoriais são "ativadas". Ocorre também aumento do fluxo sanguíneo no cérebro com altas taxas de concentração de dopamina, sendo essa uma das substancias responsáveis pela euforia, agitação e vício.

            Existe um limite de tempo para homens e mulheres sentirem os arroubos da paixão? Segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, sim. Ela diz: "seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que a paixão possui um "tempo de vida" longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança. Entendendo a paixão como um desequilíbrio humoral, imagine seus efeitos ao longo do tempo, se não fosse transitória e sim permanente? Quais seriam seus efeitos? Sobreviveríamos? Com ou sem sequelas?

*Taquipnéia: aumento do ritmo da respiração.
*Taquicardia: aumento do ritmo cardíaco.

Conclusão
            A paixão pode ou não estender-se e tornar-se uma relação mais duradoura. O que acontece com o corpo depois de "tudo acabar" é que  algum tempo depois  o organismo se acostuma com os efeitos da  feniletilamina e da noradrenalina e tem-se a sensação que a relação "esfriou". Concluísse que o indivíduo adquiriu certa resistência às doses do hormônio liberadas, e passa a necessitar cada vez mais quantidades do mesmo para ter a mesma sensação de quando a relação começou.

Estágio
Conceito
Substância mais associada
Atração
Desejo despertado pelos sentidos é despertado a libido.








Testosterona (aumento da libido – desejo sexual)
Paixão
Amor no estágio de euforia, envolvimento emocional e romance.
--Altos níveis de dopamina e noradrenalina e feniletilamina: ligadas à inconstância, exaltação,euforia, a falta de sono e a apetite.

--Baixos níveis de serotonina: tendo em vista a ação da serotonina na diminuição de fatores liberadores de gonadotrofinas pela hipófise, quanto mais serotonina menos hormônio sexual.
Amor
Atração que evolui para uma relação calma, duradoura e segura.

Ocitocina (associada ao aumento do desejo sexual, orgasmo e bem-estar geral) e vasopressina (ADH), associada à regulação cardiovascular, atuando no controle da pressão sanguínea.




A ocitocina (mulheres) e a vasopressina (homens) só "entra em ação" depois que tem a queda da feniletilamina são eles os responsáveis que interferem na relação e fazem daquele turbilhão de acontecimento e torna-se uma relação calma e duradoura.
Existem pessoas que não conseguem se manter muito tempo no estágio seguinte que é o amor pois são "viciadas" pelos efeitos causados pela feniletilamina que é a fase confusa,agitada.
Concluímos que a paixão é um conjunto de substancias que resultam ao descontrole de certa forma mental e biologia aproximando duas  pessoas por um determinado período de tempo, com o objetivo da reprodução, ou seja, a manutenção da espécie humana.


Bibliografia:
SABBATINI, Renato "Paixão envolve grande transformação no cérebro",19 de Julho de 2005, São José do Rio Preto:São Paulo,Disponível em:  http://www.diarioweb.com.br/noticias/imp.asp?id=62561> Acesso em: Março de 2012
CALLEGARI, Jeanne "Amor-Início",Maio 2010, São Paulo,Site Revista Superinteressante, disponível em:< http://super.abril.com.br/ciencia/amor-566654.shtml> Acesso em: Março de 2012
---------------------  "Amor-Meio", Maio 2010, São Paulo,Site Revista Superinteressante, , disponível  em:< http://super.abril.com.br/ciencia/amor-meio-566656.shtml> Acesso em: Março de 2012

---------------------  "Amor-fim", Maio 2010, São Paulo,Site Revista Superinteressante, disponível em:< http://super.abril.com.br/ciencia/amor-fim-566660.shtml> Acesso em: Março de 2012

ALVES, Líria "Química do amor" Site Brasil Escola disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/a-quimica-amor.htm>Acesso em Março 2012.


PEASE, Allan et al. "Porque os Homens fazem sexo e as mulheres fazem amor"–, Ed. Sertane, 2002.


Artigo feito por:
MOTA, Jamile;
TORRES, Juliana;
SOUSA, Juliana;
SOUZA, Thayná;
VIEIRA, Thayná;
PROENÇA, Victor.
Todos na época todos eram alunos do Ensino Médio, no Colégio Santa Mônica, Unidade São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil.
Orientadora: Profª Jaqueline Petito
Referee: Dra Daniele Nunes Peixoto de Almeida

                   Causas da homossexualidade

Sandy Honorato DiasLeonardo Ross Monnerat; Rhaiany da Silva SoaresAnselmo Rodrigues; Luiz Guilherme Millar. 

 Resumo
    Homossexualidade (LGTB), também chamada de homossexualismo, refere-se ao atributo, característica ou qualidade de um ser, humano ou não, que sente atração física, estética ou emocional por outro ser do mesmo sexo. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade se refere a "um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente entre pessoas do mesmo sexo"; o termo também se refere a indivíduo com senso de identidade pessoal e social com base nessas atrações, manifestando comportamentos e aderindo a uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma orientação sexual." (Wikepédia, 2000)
As analises foram baseadas no período de 2000 a 2006, em uma época que a homossexualidade não tinha tanta aceitação como nos dias atuais, aspectos foram destacados nesta analise como: (i)aspectos genéticos; (ii) aspectos mutacionais; (iii) aspectos psicológicos; (iv)cuidado parental; (v) controle populacional dentre outros. Com base nos resultados analisados, não encontramos uma definição científica para tal modificação comportamental.
Palavra-chave: Mutação genética. Homossexualismo. Preconceito

                              
1 Introdução
           Homossexualismo: tema bastante abordado, porém pouco aceito.
 A análise do contexto descrito ressaltou a busca de informações sobre as possíveis causas dessa alteração comportamental. Existem algumas especulações e estudos, que supõem que as possíveis causas da homossexualidade são, por exemplo, aspectos genéticos, Anomalias, aspectos psicológicos, tipo de criação ou até mesmo uma tentativa de controle populacional.
 Nossas pesquisas são difíceis de serem concluídas ou até mesmo argumentadas porque não existe nada com peso na afirmação, o trabalho foi feito a base de hipóteses  pois normalmente os homossexuais não querem se assumir por medo da reação da família, amigos , a todos que estão ao seu redor , vi uma reportagem no Fantástico no dia 29 de abril de 2012 (Rede Globo de Produções  , 2012) que falava sobre um gay que fazia um curso de Drag Queen e por ser exposto na forma em que ele realmente é , perdeu seu emprego e o pior sem justa causa esse fato me fez pensar um pouco sobre o que uma pessoa preconceituosa pensa , essa repulsa que eles sentem por estas pessoas que não deixam de ser pessoas só não são  exemplos do perfil habitual que esta sociedade machista deseja .                     
   A homossexualidade poderia, por exemplo, obedecer a um padrão de herança multifatorial, onde vários genes interagem com o ambiente para determinar uma característica. Entretanto, a identificação de genes responsáveis por traços multifatoriais é extremamente difícil. Só para se ter uma idéia, até hoje não foram ainda identificados os muitos genes que determinam a estatura e sabe-se com certeza que trata-se de um traço com grande influencia genética. Por outro lado, durante muito tempo, o autismo também era atribuído ao ambiente e hoje sabe-se que o comportamento autístico é uma característica genética, embora a busca para os genes responsáveis ainda continue. Apesar da atração pelo mesmo sexo manifestar-se às vezes só na idade adulta, todos nós conhecemos crianças que já demonstravam um comportamento típico do sexo oposto desde a mais tenra idade. Há meninos que gostam de brincar com bonecas ou usar as joias, sapatos de salto ou maquiagens de suas mães e meninas que preferem carrinhos ou brincadeiras violentas, mais agressivas. Muitos deles sofrem, e muito, com isso, porque percebem que são diferentes, mas não conseguem mudar suas preferências. Acredito que isso também fale a favor de uma predisposição genética. Para quem é heterossexual às vezes é difícil entender, mas o fato de observar-se um comportamento semelhante em animais sugere também que existe uma predisposição genética. Eles não sabem o que a sociedade espera deles, o que é considerado "certo" ou "errado". É interessante que em camundongos já foi observado que há um aumento de homossexualismo quando há uma superpopulação – talvez uma forma da natureza de controlar a explosão populacional.  (Mayara Zatz – Veja Abril) 

2 Desenvolvimento
    As origens da orientação sexual humana, principalmente homossexual, colocam questões ainda não respondidas que apresentam genuíno interesse científico. No Brasil, 9% dos brasileiros (sendo 14% dos homens e 5% das mulheres) declararam já haver se envolvido em relações homossexuais (Datafolha Instituto de Pesquisas, 1998). Segundo Trevisan (2002), em temas polêmicos como a sexualidade, pode-se esperar que os dados obtidos estatisticamente sejam bastante inferiores que a realidade. Contraposto a isso Jones (1996) afirma que 10% da população geral não só defenderia a manipulação genética caso esta pudesse evitar o nascimento de indivíduos homossexuais como aprovariam o aborto de futuros homossexuais caso houvesse um exame pré-natal que possibilitasse a identificação dessa característica. Tais informações refletem o modo paradoxal como à sociedade em geral lida com o tema. (Menezes, 2005)
 O comportamento homossexual tem sido objeto de estudos variados, enfatizando questões de saúde, etiológicas, terapêuticas, sociais, políticas, culturais, religiosas e econômicas. Muitas pessoas acreditam que a homossexualidade é, simplesmente, um comportamento anticonvencional que muitas pessoas escolhem externar. Outros indivíduos acreditam que a homossexualidade é uma das orientações sexuais normais, ou seja, o indivíduo simplesmente é. (Menezes, 2005)
   O primeiro grande estudo estatístico sobre a homossexualidade foi realizado pelo zoólogo e sexólogo americano Alfred Kinsey entre 1948 – 1953 e estabeleceu um marco no estudo do fenômeno com a então chamada Escala Kinsey. O método empregado pelo pesquisador descarta como premissa à exclusividade da preferência homossexual ou heterossexual e toma a orientação exclusiva para uma ou outra tendência como comportamento situado num dos extremos de uma “escala" gradativa de possibilidades, que leva em conta fantasias e quantidades de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo e entre sexo oposto. Estas categorias são subdivididas em valores inteiros de zero a seis (o zero indica relações e fantasias exclusivamente heterossexuais, enquanto o seis indica exclusivamente homossexuais) indicando assim uma tentativa de classificação da orientação sexual humana. Na elaboração desta escala foram consideradas as experiências sexuais e as reações psicológicas dos indivíduos, em diferentes etapas de suas vidas. Com um resultado prático dos estudos de Kinsey, em 1971, a Associação Americana de Psiquiatria removeu a homossexualidade da lista de desordens mentais, recusando-se a continuar considerando os homossexuais como diferentes ou passíveis de correção. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia já tinha situado a homossexualidade dentro das orientações sexuais e não entre os distúrbios e doenças psicológicas. O mesmo aconteceu com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que também passou a não considerar a homossexualidade como uma doença, a partir de 1986.  Na área da Medicina e Psicologia no Brasil a homossexualidade foi tratada como patologia até muito recentemente. Apenas em 1985, o Conselho Federal de Medicina passou a não considerar a homossexualidade como doença, enquanto o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e outras entidades da área não se manifestaram a este respeito até mais recentemente. (Tenson, 1989)
                                  
3 Atualizações sociais sobre o homossexualismo
 O homossexualismo hoje em dia por mais que ainda haja preconceitos é um assunto mais discutido, nos tempos de hoje, por exemplo, é aceitável o casamento gay, que casais do mesmo sexo adotem crianças e o assunto e bastante retratado em novelas, jornais, revistas etc..
 Homossexualismo na TV, o ator Marcelo Serrado faz o papel de um homossexual assumido na atual novela das 9 da Rede Globo de Produções, o ator tem recebido muitos elogios e tem feito um ótimo trabalho ( Fina Estampa 2011-2012).


4 Conclusão
 Pode-se então concluir, que ainda não existem estudos científicos suficientes para se determinar a origem da homossexualidade humana, até porque os estudos sobre o tema (que não o reconhecem como patologia) vêm crescendo e tomando espaço no cenário científico há pouco mais de 30 anos. Assim, é clara a importância de pesquisas sérias e éticas nesta área já que várias tentativas foram feitas no sentido de "explicar" a homossexualidade no sentido de "curá-la" produzindo preconceitos e restrições impiedosas a pessoas homossexuais, e que deveriam ser considerados como atentatórios à natureza humana.

Opinião do grupo
  Artigo criado por alunos da turma 1323 do Colégio Santa Mônica, pedido por nossa professora de Biologia: Jaqueline Petito, organizadora do projeto de artigos científicos nas turmas de 1° e 2°. Nesse ano, uma pequena diferença: além de o trabalho valer 10 pontos, geralmente é o que vale, um novo incentivo foi implantado. Os melhores artigos científicos serão exibidos em uma revista criada pelo diretor da unidade de São Gonçalo prof. José Robson de Almeida que além de diretor também é formado em biologia e juntamente com a professora Jaqueline, nos orientou.
Referee: Dra Daniele Nunes Peixoto de Almeida
5 Referências Bibliográficas

Formação de professores de ciências: o estágio supervisionado como momento de reflexão sobre a prática docente

1.     Revista Tecné, Episteme y Didaxis: TED. Año 2014, 
2.     Número Extraordinario. ISSN Impreso: 0121- 3814,  ISSN web: 2323-0126.
3.     Memorias, Sexto Congreso Internacional sobre Formación de Profesores de Ciencias. 08 al 10 de octubre de 2014, Bogotá.
4.     Temática 6. Docencia Universitaria y Educación Superior 1091.
5.     Formação de professores de ciências: o estágio supervisionado como momento de reflexão sobre a prática docente.
6.       Silva, Carla Mercês; Ribeiro, Alice Melo2; Gastal, Maria Luiza de Araújo 3.
7.       Categoria 2. Trabalho de investigação.


Resumo
O estágio é um momento enriquecedor na formação docente, período em que o estudante tem maior aproximação com sua futura profissão e que possibilita aprendizado, troca de experiências e discussão. Momento oportuno também para a reflexão sobre a prática docente, pois integra teoria, prática e visão de mundo de cada professor. Neste trabalho, apoiamo-nos em António Nóvoa, Marie-Christine Josso e Selma Garrido como referencial teórico; utilizamos as narrativas de vida com ênfase na formação e nas aprendizagens como processo de formação e metodologia da pesquisa. Acompanhamos um grupo de licenciandos durante os estágios supervisionados no ensino de ciências e de biologia. As narrativas dos estágios possibilitaram a alguns licenciados desenvolver uma postura reflexiva sobre sua prática docente.

Palavras chave: Formação de professores, Estágio Supervisionado, Reflexão sobre a prática docente.


Objetivos
O presente estudo tem como objetivo investigar a contribuição do estágio supervisionado para que os estudantes do Curso de Licenciatura em Biologia à distância (CLB a D) da UnB desenvolvam uma postura reflexiva sobre a prática docente.

Marco teórico
A formação de professores continua ligada a modelos tradicionais que dão pouca importância à prática e a sua reflexão, e a superação destes modelos é um enorme desafio para a profissão (Nóvoa, 2007). Para enfrentar esta dificuldade, a formação de professores deve articular os conhecimentos produzidos pelas universidades com as experiências vivenciadas pelos docentes, de modo a contribuir de forma mais significativa para a reflexão sobre a ação docente.
Nóvoa (2007) afirma que: “a formação do professor é, por vezes, excessivamente teórica, outras vezes excessivamente metodológica, mas há um déficit de práticas, de refletir sobre as práticas, de trabalhar sobre as práticas, de saber como fazer” (pág. 14). Assim, a formação do professor deve contribuir para o desenvolvimento da capacidade de reflexão sobre a própria prática docente, e este momento de reflexão, de análise sobre a própria atuação, pode levar o professor a mudar sua atuação docente.
Acreditamos que o estágio seja um momento oportuno para que os licenciados enriqueçam uma postura reflexiva, momento este da formação profissional que integra teoria, prática e visão de mundo de cada professor. Segundo Pimenta e Lima (2011), o estágio possibilita ao professor em formação aproximação com sua futura profissão, sendo espaço de discussão, troca de experiências, aprendizado e reflexão – o que consideramos momentos privilegiados na formação de professores.
O estágio, para estudantes que não possuem experiência profissional como professores, torna-se o espaço de iniciação à profissão e de reflexão sobre a prática docente. Permite a imersão no campo de trabalho, possibilitando a aquisição e aprimoramento de conhecimentos e de habilidades fundamentais ao exercício profissional, como assinalam Pimenta e Lima (2011). Segundo essas mesmas autoras, para os estudantes que já atuam como professores, o estágio é uma possibilidade de reflexão sobre a prática docente, pois a partir de experiências que já trazem é possível projetar novos conhecimentos que ressignifiquem sua atuação.
A formação do professor por meio da prática reflexiva permite melhor
compreensão da realidade educacional, bem como a construção de significados a partir das experiências vivenciadas (Pimenta e Lima, 2011; Pimenta e Ghedin, 2012). Ainda que, a reflexão deva ocorrer durante todo o curso de formação de professores, temos os estágios supervisionados como um espaço privilegiado para o desenvolvimento desta capacidade com maior intensidade. 
Acreditamos que o estágio supervisionado na formação de professores é uma oportunidade de reflexão sobre a prática docente, pois os estudantes têm contato direto com a sua futura profissão, conhecendo relações de trabalho a qual serão submetidos, bem como dificuldades e possibilidades para realizar o seu trabalho, além de terem a oportunidade de dialogar com os seus pares e conhecer a cultura docente.
No CLBaD da UnB, os Estágios no Ensino de Ciências e de Biologia foram ofertados, respectivamente, no 7° e 8º semestres do ano letivo de 2012; atuando como professoras e tutora nos estágios percebemos as dificuldades dos licenciandos em refletir sobre a prática docente.
Nesse estudo, apoiamo-nos em Selma Garrido, que estuda questões ligadas ao estágio supervisionado e à formação do professor reflexivo  no Brasil, em Antonio Nóvoa, referência na formação de professores. Apoiando-nos também em Marie Christine Josso, utilizamos as narrativas de vida com ênfase na formação e nas aprendizagens como processo de formação e metodologia da pesquisa. Este estudo consiste em parte de uma pesquisa qualitativa que se encontra em desenvolvimento no curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Universidade de Brasília.

Metodologia
Esta pesquisa situa-se no contexto da pesquisa qualitativa e acompanhou um grupo de licenciandos durante os estágios supervisionados no ensino de ciências e de biologia, quando os estudantes produziram narrativas, quatro em cada um dos estágios.

Resultados
No decorrer dos estágios, solicitamos aos licenciandos que escrevessem narrativas que consistissem em reflexões sobre os momentos vivenciados durante os estágios. A escolha das narrativas deve-se ao fato de que valorizam e exploram as dimensões pessoais dos sujeitos, possibilitando a reflexão e a tomada de consciência sobre a existência e o momento em questão. Trabalhando com as narrativas nos estágios identificamos dificuldades dos estudantes em desenvolver reflexão sobre a atuação docente, o que fez com que alguns trechos das narrativas valorizassem mais a descrição de fatos ocorridos nos estágios do que reflexões dos professores em formação. Nas narrativas de alguns estudantes foi possível identificar pontos em comum, no que se referem a acontecimentos, desafios, obstáculos, assim como pontos divergentes, ligados principalmente a questões políticas, econômicas e pedagógicas. Durante análise das narrativas percebemos que, ao realizarem os estágios, alguns fazem menções e comparações com momentos vivenciados como estudantes no ensino fundamental e médio, conforme observamos no depoimento abaixo.
Buscando fazer um paralelo sobre como era o nosso professor durante os ensinos fundamental e médio, podemos ter lembranças daqueles que marcaram com suas aulas descontraídas e interessantes e também aqueles com a sua aula tradicional, onde falava, escrevia e mandava copiar. Com esses parâmetros podemos  então pensar em que tipo de professor eu quero ser, que tipo de aula eu quero dar e que metodologias quero aplicar.

A partir desse trecho percebemos que alguns licenciados referem influências de seu passado como estudantes para a sua atuação como docente.
No decorrer das narrativas produzidas ao longo dos estágios supervisionados, passamos a identificar elementos que revelam a cultura docente – hábitos, qualidades, vícios, influências recebidas e reações às mudanças educacionais que vêm ocorrendo nas últimas décadas. Elementos que indicam reflexão sobre a prática docente são encontrados  ancoradas nas relações de trabalho, dificuldades  e possibilidades para desenvolver um bom trabalho, conforme observamos no comentário abaixo.

(Estudante 1)
Eu estou achando bem proveitoso esse momento que estou tendo de  estágio, no entanto, cada dia que passa eu fico mais preocupada com o modelo de educação que está sendo disponibilizado por nossas escolas, preocupada com a educação que nossos alunos não estão aprendendo em casa, infelizmente, desculpe o desabafo, vejo a escola hoje como um local onde vão alunos que cumprem seu horário lá dentro sem nenhum objetivo, e por esse motivo, desestimulam o trabalho de professores, que por sua vez estão se tornando cada vez mais escassos.  É claro que há alunos bons e professores bons, mas a maioria está vencendo e não é a melhor parte. Agora eu entendo o desinteresse hoje em dia das  pessoas em tornarem-se professores, ninguém quer chegar numa sala desinteressada, onde pessoas gritam, fazem brincadeiras sem graça, ninguém quer ficar tendo que ficar gritando com aluno. 

Eu acredito que para a educação assumir seu  papel de maneira
eficiente  muita coisa deveria ser mudada. Esta semana estou me preparando para a regência, acredito que desta vez será bem mais complicado do que semestre passado, e confesso, estou bem preocupada de como vai ser, mas estamos agora por pouco. (Estudante 2)

Identificamos também que a reflexão, nos estágios, deu-se através do diálogo com seus pares, com alunos e professores, no trabalho que realizam e no troca de experiências proporcionada pela profissão.
Os estudantes representaram e refletiram sobre situações da sua prática docente que marcaram seu desenvolvimento pessoal e profissional e proporcionaram novos aprendizados. Nas primeiras atividades desenvolvidas os estudantes relembraram pessoas importantes em suas vidas. As principais pessoas mencionadas foram familiares. Uma estudante afirmou que não havia como definir,  especificamente, quem tivesse contribuído para sua formação,  já que todos os que passaram por sua vida teriam contribuído direta ou indiretamente para a construção da pessoa que é:
Foram muitas pessoas e muitas marcas, marcas boas e ruins. Marcas boas, que quando relembradas trazem saudade e felicidade, marcas  ruins que trazem aprendizagem e conhecimento. 

Ainda não estou completa, mas já consigo manter  um certo equilíbrio na minha
personalidade, e essas conquistas não podem ser atribuídas a uma única pessoa ou a poucas pessoas. Acredito que aprendemos e crescemos com cada pessoa que passa por nosso caminho, atribuímos os maiores créditos as que deixaram ou deixam marcas mais profundas e visíveis. (Estudante 3)

Durante os estágios alguns estudantes mencionaram que o desejo de ser professor iniciou desde a infância e que se sentem realizados com a escolha profissional. Outros relatam que a escolha pela carreira docente deu-se através a influência de familiares e amigos e das oportunidades ou possibilidades encontradas. 

No meu caso acho que começou já na infância! Sempre quis ir à escola, onde eu morava no interior do MS não tinha, depois por volta dos sete anos apareceu uma professora que ensinava para uma turma multi-seriada de primeira a quarta séries, todas juntas, mas com poucos meses a professora foi embora e a escola fechou. Com dez anos mais ou menos peguei a trocha fui para a cidade trabalhar e tentar estudar e jurei a mim mesmo que ajudaria quem quisesse estudar e tivesse as dificuldades que tive. É o que procuro
fazer da melhor forma possível até hoje! (Estudante 4)

Os licenciandos também produziram biografias educativas, nas quais refletiram
sobre as vivências dos estágios de Ciências e de Biologia. Alguns sugerem que, a partir do estágio, foi possível refletir sobre a própria prática: Tornei-me mais perspicaz, passei a elogiar em momentos oportunos e criticar com cuidado, a ser enérgica sem ser rude. Convivi com o medo do fracasso, com minhas próprias falhas (algumas ideias não davam tão certo), mas superando o medo de errar, fui experimentando e acho que será assim sempre: observando, conhecendo, criando, experimentado, compartilhando...  A  vontade de  fazer a diferença sempre superando o desânimo, a força para passar   pelos obstáculos da falta de recursos, da má vontade, do desinteresse, sempre se renovando. O estágio mostra que a prática ensina muito, ajuda a criar confiança e coragem para enfim iniciar o próprio  caminho como professor. (Estudante 5)

Nas narrativas observamos, na produção de alguns estudantes, elementos de
reflexão sobre a prática docente ancorada em relações de trabalho, dificuldades enfrentadas e possibilidades de mudança. Percebemos também que alguns estudantes refletiram a partir do diálogo entre os pares e com a cultura docente.

Conclusões
Relacionar as dimensões pessoal e profissional da formação é um importante passo para uma postura reflexiva na formação de professores. Uma vez que refletir não é um exercício simples e nem um processo mecânico, percebemos que os estágios foram momentos importantes para o desenvolvimento desta capacidade nos estudantes. Visando superar as dificuldades de licenciandos em  refletir sobre sua prática docente e formação, consideramos fundamental que uma postura reflexiva seja estimulada desde o início da graduação e não apenas no decorrer dos estágios supervisionados, que geralmente são ofertados nos últimos semestres.

Referências bibliográficas
Nóvoa, A. (2007). Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo.
Palestra de António Nóvoa. Sindicato dos Professores de São Paulo.
Retirado http://www.sinprosp.org.br/arquivos/novoa/livreto_novoa.pdf

Pimenta, S. G., e Lima, M. S. L. (2011). Estágio e docência. 6. ed. São Paulo: Cortez.

Pimenta, S. G., e Ghedin, E. (Orgs.). (2012). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 7. ed. São Paulo: Cortez.