quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Movimento Todos pela Educação estabelece cinco bandeiras para a área

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FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
O movimento Todos pela Educação lançou nesta quarta-feira cinco bandeiras para a educação no país, com o objetivo de ajudar a cumprir até 2022 as cinco metas de qualidade que já tinham sido estabelecidas pela ONG.
As bandeiras são a adoção de currículo nas escolas, a valorização do professor (tanto com melhora na carreira quanto com melhor formação), a responsabilização dos gestores, avaliação educacional que leve às escolas mais informações sobre sua situação, e melhores condições dentro da sala de aula, com melhoria na estrutura física e mais tempo de aula para os alunos.
Formado principalmente por empresários, o grupo destacou hoje que essas bandeiras devem acelerar o atendimento de metas de qualidade estabelecidas em 2006, quando o movimento começou.
As metas que devem ser cumpridas são: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola, toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos, todo aluno com aprendizado adequado à sua série, todo jovem com ensino médio concluído até os 19 anos e investimento em educação ampliado e bem gerido.
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Psicólogo usa biologia para ajudar ricos de 30 anos que não conseguem paquerar

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RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
Gente muito tímida esbarra com gente muito traída na sala de espera do consultório de Ailton Amélio da Silva, 62, no Alto de Pinheiros. A maioria dos pacientes, em busca de apoio emocional, frequenta o lugar por um ou dois anos --uma consulta por semana a R$ 260 cada (mas diz que faz por menos se a pessoa não puder pagar).
Amélio, que não gosta de ser comparado com o consultor amoroso do filme "Hitch", é também professor do Instituto de Psicologia da USP, com especial interesse em psicologia evolutiva. Seu curso "Relacionamento amoroso: teoria e pesquisa" é uma das mais disputadas em épocas de matrícula.
Divulgação
O professor de psicologia da USP Ailton Amélio da Silva, que também dá aulas sobre relacionamento amoroso
O professor de psicologia da USP Ailton Amélio da Silva, que também dá aulas sobre relacionamento amoroso
Na conversa abaixo, Amélio vai de Claudia Ohana até "Two and a Half Men", e defende que, em alguns casos, as pessoas deveriam aprender a deixar os seus parceiros um pouco inseguros.
Quando a reportagem da Folha chegou, Amélio se despedia de um rapaz de não mais de 25 anos após uma consulta.
FOLHA - Por que um rapaz jovem assim vem aqui?
AILTON AMÉLIO - Nos jovens, o grande problema costuma ser a timidez...
Atrapalha qualquer tipo de abordagem, né?
É, esse é o grande obstáculo. Especialmente a timidez masculina, embora incidência seja igual entre homens e mulheres. A timidez é vista como mais incompatível com o papel masculino. O homem que é acanhado, que não aborda e faz com que a mulher precise ir abordar, é mal visto.
Enquanto a timidez feminina é até charmosa...
Pois é, estudos mostram que universalmente sinais de timidez estão incorporados à paquera feminina.
E como se faz para tratar a timidez masculina?
Se for timidez mesmo, em geral o rapaz chega aqui e fala "Ailton, como é que eu paquero?". Não é por aí. Ele sabe paquerar! Os estudos mostram que o tímido não tem deficit de habilidade social, só 10% têm. Quando ele está seguro, com amigos, onde está solto, não há problema.
Aquela velha imagem do rapaz falante, seguro, mas que quando aparece uma menina...
Aí ele trava! Então ele senta aqui e diz "eu não tenho habilidade, não sei conversar com ela, não sei o que fazer para paquerar, não sei o que eu falo". E ele pensa "preciso saber exatamente todos os passos, senão qualquer coisa que eu fizer a mulher vai me chutar". Está errado, a mulher está tão a fim quanto ele. Ele tem uma leitura pessimista demais da situação, e parece amedrontador para ele. É bem mais simples. Eu tento fazer o rapaz ver isso.
Porque a natureza é feita para funcionar, não é?
Outro dia um rapaz me escreveu uma longa carta dizendo como adorava as mulheres e tudo mais, e no final dizia "professor Ailton, por favor, escreva algumas frases que eu possa dizer para elas e que me ajudem a conquistá-las" (risos). Eles sempre me perguntam "eu estou lá dançando, o que eu falo para impressionar, para parecer inteligente?". Eu digo "se for para parecer inteligente, fala 'e=mc2'". Então o que você precisa fazer não é decorar frases, mas resolver o problema da timidez. É possível usar o teatro para isso.
Ou seja, no final tudo é uma tentativa de criar confiança.
É, então na hora de chegar na mulher ele sabe que ela quer também. Aí me perguntam, "e se ela não quiser, você sabe o que fazer?". Claro, basta ser bonito, alto, inteligente, divertido, rico, charmoso... (risos)
Qual é o perfil das pessoas que procuram o senhor aqui?
Em geral, quem procura são os de 30, 20 e tanto que nunca namoraram. Homens e mulheres. Pessoas que, em geral, já estão em situação complicada, porque se ela não consegue namorar até essa idade começa a achar que é esquisita, fica com medo de ser gay. A pessoa já sofreu muito. Muitas dessas pessoas têm também características que dificultam, existe a realidade...
Como assim? Não são bonitas?
Um dos motivos pode ser. Já entendi rapaz que tinha menos de 1,60 m, pesava menos de 50 kg e gostava de modelos. A probabilidade de uma modelo gostar dele é pequena. Então existem dificuldades reais, às vezes você não tem o perfil. Eu mesmo era um jovem muito magro. Dentro de um certo limite, você consegue compensar em outra coisa. Mais importante do que ser bonito é não ser feio. Mais importante do que ser rico é não ser pobre. Porque o sujeito pode ser até bonito, divertido, mas e se ele mora na favela e tem só o primário?
Mas imagino que muita gente que frequenta o seu consultório não seja exatamente pobre...
Sim, e claro que o fato de a pessoa ser rica ajuda com o sexo oposto, mas às vezes também existe o chato rico. Status, poder e dinheiro não substituem falhas em outras variáveis: se a pessoa brinca, se é segura, se é charmosa. Tem rico altamente chato, gente poderosa que só fala de negócios. Você se impressiona com o poder do sujeito, mas não aguenta passar um dia perto dele. Em todas as classes tem gente sendo traída, gente tímida.
Mas tímidos só precisam de tratamento em casos extremos, certo? O que faz alguém ser muito tímido?
Sim, a maioria dos tímidos não precisa de ajuda, elas conseguem mudar durante a vida. Muita gente fala que já foi tímido. Existe um fator biológico na timidez, mas ele não o mais importante. O mais importante é ter pais ou muito severos ou muito protetores. O bullying pode tornar a pessoa tímida também. Tive gente aqui extremamente tímida, como um rapaz que tinha a sobrancelha muito grossa e na escola chamavam ele de taturana, e às vezes algo assim faz com que a pessoa fique com muito medo de se expor socialmente. Como existe esse fator social forte, tem cultura em que a incidência de tímidos é muito maior.
Como qual?
Japão. E Israel é um dos lugares com menos tímidos. Existem especialistas que defendem que isso acontece porque, no Japão, quando o jovem erra, ele é muito punido, mas quando ele vai bem o mérito é dos pais e dos mestres. Existe até uma incidência alta de suicídios. Em Israel, seria o contrário. Quando a pessoa acerta o mérito é dela, e quando ela erra é o antissemitismo (risos). Enfim, existem cultura mais punitivas, outras são acolhedoras.
O senhor cita que, para ter o interesse de alguém, três fatores seriam importantes: admiração, esperança de reciprocidade e certa dose de insegurança.
Para todo tipo de amor faz sentido a admiração, se não admira não se apaixona.
Nem que seja uma admiração estética...
É, alguma coisa que fascina, pode ser beleza. A esperança de reciprocidade também está sempre presente.
Por isso não estamos apaixonados aqui pela Angelina Jolie.
Isso! E por isso que os empregados domésticos não estão apaixonados pelo patrões. Exceto se tiver alguma má interpretação de informação. Nesses casos de apaixonamento unilateral não é difícil encontrar o ponto onde a pessoa tirou conclusões erradas. Bom, ela pode também ter sido induzida a isso por alguém que só queria sexo, algo que é um comportamento bem comum. Eu tive a curiosidade de entrevistar os funcionários da USP para ver se eles estavam apaixonados pelas meninas. Não estavam. São meninas lindas, bem cuidadas, estudadas, maravilhosas. Mas eles não estavam apaixonados por nenhuma delas, e elas nem notavam a presença deles. Mas saberiam exatamente como conquistá-los se quisessem: só dar mole.
E é interessante que eu me apaixono genuinamente pelas coisas que tenho chance de obter, não é racional, não é que eu me conformo. É bonito. Uma vez eu estava na Globo, sentei no camarim e ao meu lado tinha uma mulher muito bonita sentada. Não me olhou na cara. De raiva, não olhei na cara dela. Era a Cláudia Ohana. Se ela quisesse sair comigo, eu não sairia. Não tenho dinheiro, não dou conta, ia passar vergonha, ser humilhado. As pessoas em geral se casam, então, com pessoas similares. Envolver-se, mesmo que como amigo, com gente milionária pode ser muito constrangedor, conversas sobre viagens, iates. Mas a natureza é mais esperta, então eu não sofro pela Cláudia Ohana, porque não formei expectativas. Até gente sem dente não acha tão horrível gente sem dente, é maravilhoso como a natureza organiza as coisas, senão seria uma frustração terrível.
A única exceção são as mulheres mais bonitas, que os estudos mostram que conseguem casar com homens de um nível social um pouco acima, mas não muito mais também. A beleza acaba virando moeda de troca pelo econômico. Mas não adianta ela ser linda e o nível de escolaridade, por exemplo, for muito diferente, senão a chance de não dar certo é grande.
E a questão de deixar certa margem de insegurança?
É, para esse ingrediente o pessoal torce um pouco o nariz. Mas faz sentido. Se você chegar no outro e falar que ama muito, que quer muito ficar junto, e o outro nem sabia de nada... Diminui muito, é engraçado, né? Não é só no amor, coisas muito fáceis a gente valoriza menos. A gente tende a não pensar muito naquilo que nos deixa seguros. Nunca chego em casa e penso "nossa, que maravilha, tenho água para tomar banho". Só percebo quando não tenho. Então somos capazes de valorizar pouco mesmo coisas essenciais na nossa vida, elas só voltam a ficar importantes quando ficam inseguras.
É um pouco o que faz tanta gente dizer que o cafajeste é atraente, não? Rapazes pouco experientes, apaixonados demais, acabaram errando nesse terceiro fator.
É, mas isso funciona mais com um tipo de pessoa. Com gente ciumenta e possessiva, isso aí é um veneno. A linha de conquista é essa, o chamado tratamento quente e frio: tem hora que você dá bola, tem hora que não dá. O cara cai na hora. Depende da pessoa.
O senhor tinha dificuldades com as meninas quando era jovem?
Muita, muita. Namorei tarde, a primeira vez que namorei levei uma lista de assuntos (risos). Levei o fora em dez minutos! Eu sofri bastante, muito tímido, gostei de uma menina vários anos e nunca tive coragem de chegar, vi ela se casando com outro. A gente não deixa de ser tímido, mas aprende a lidar. Tanto que, no final, todo mundo se casa - 92% das pessoas.
Além de tímidos, quem vem aqui?
Trabalho muito, bastante mesmo, com traição, casamento que não está dando certo. Muitas vezes o casal vem junto para cá. Mesmo no que se refere a sexo, especialmente para as mulheres, o sexo bom está dentro de um bom relacionamento. Até prostitutas! Já entrevistei prostitutas e perguntei para elas "o que leva vocês a terem um orgasmo?", e elas diziam "se o cara me fizer rir", se o cara conversou um pouco. Então é fundamental resolver esses problemas entre casais.
E são mais mulheres reclamando da traição masculina ou o contrário?
Acho que sim, mas as mulheres estão traindo mais, equiparando-se aos homens. Mas a traição feminina, em geral, é mais dolorida para o homem do que vice-versa.
Porque o homem trai e volta para casa apaixonado, sem misturar sexo com amor?
Exato. O grande problema da mulher que senta aqui é se o marido está envolvido ou se foi só sexo. Mas chega uma mulher para o marido e diz "não, imagina, foi só sexo"... (risos) Mas qualquer traição é muito dolorida. Atendo até amantes.
Pessoas que traem também?
Sim, sim, porque às vezes a amante está exigindo coisas, ou ele não está dando conta da agenda, tem de tudo. Um paciente recomenda para o outro...
E quando comparam o senhor com aquele sujeito do filme "Hitch"?
Eu gosto do filme, mas acho o Hitch meio simplista. A ideia que ele faz e acontece é meio fantasiosa. Bom, é filme.
Mas já li o senhor dizendo que utiliza cenas de filmes e novelas em sala de aula.
Tenho cada vez mais levado. Gosto muito do "Two and a Half Men", é maravilhoso. São geniais. Eles captam coisas que acontecem com as pessoas. Como o personagem Alan, com uma ex-mulher bonita, ele não é o tipo procurado pelas mulheres, não é seguro, talvez algumas gostem, mas ele não é um sucesso. Só essa série daria para dar muitos cursos.
Mas dá para dizer que um dos objetivos aqui é transformar os pacientes em charlies [Charlie Harper é o personagem que, na série, faz muito sucesso com as mulheres]?
O Charlie é outro problemático, né? Ele tem dificuldades para se envolver, se entregar, o modelo de relacionamento dele é mais centrado em sexo. Ele sente prazer pela conquista, pela variação, pela novidade, é um tipo de personalidade. Tenho pacientes com o perfil do Charlie, o sujeito fala "tenho tantas mulheres, conquisto fácil, mas eu quero mesmo é casar". Aí eu pergunto "por que você quer casar?". Todos nós adoraríamos ter uma vida como Charlie. Um disse "quando eu ganho alguma coisa, uma satisfação, não tenho ninguém que realmente compartilhe comigo". O sujeito vem aqui porque quer alguém que se envolva, quer profundidade, comprometimento, mas não consegue.
Mas o Charlie não me parece muito infeliz...
É, eles não apresentam muito esse ponto. Às vezes ela vai na psicóloga, mas não é tão enfatizado.
E dá para mudar um sujeito como o Charlie?
É muito difícil. Tem coisa que conseguimos ajudar muito pouco. E quando chega alguma mulher aqui dizendo que está gostando de alguém como ele, eu digo que é um mau negócio. Se quiser transar, ter aventura, tudo bem, é a pessoa certa. Mas se ela diz que quer casamento, aí essa pessoa precisa de ajuda. Não vou dizer para a pessoa que ela está errada, mas ela precisa avaliar se é isso mesmo que ela quer.
O senhor é casado?
Sou separado. Fui casado por 30 anos. A pessoa virou uma e eu virei outra, cada um vai para um lado, aí é melhor separar. Eu moro com minha filha, ela já terminou a faculdade, namora, para mim é bom. As pessoas esperam que alguém como eu, que fala sobre o assunto, seria ótimo para agir. Mas não, mais do que tudo isso que eu falo, pesa toda a minha genética, minha cultura, minha vida. Antes de ser psicólogo, eu sou humano.
O senhor traiu a sua ex-mulher?
Não, não. Eu acho que vale a pena ser fiel, não vale a pena trair. Existe o impulso, mas não vale. Não só por ser pego, por destruir casamento, mas pelo custo interno. É ruim sentir que não é leal, que está enganando alguém. No começo pode até valer a pena, mas no médio prazo não. Você não precisa enganar alguém, se quiser você pode ser solteiro e ter várias pessoas, ir em casa de swing, não tenho nada contra quem faz.

Agências norte-americanas mostram "imagens artísticas" da Terra

DA BBC BRASIL
A USGS, a agência geológica dos Estados Unidos, divulgou em seu site uma série de fotografias de satélite que mostram paisagens da Terra selecionadas pelo seu valor artístico.
BBC
Coleção "Earth as Art 3" apresenta 40 fotos da Terra tiradas por satélites de agências geológica e espacial dos EUA
Coleção "Earth as Art 3" apresenta 40 fotos da Terra tiradas por satélites de agências geológica e espacial dos EUA
A coleção "Earth as Art 3" apresenta 40 imagens da USGS e da Nasa (agência espacial norte-americana) feitas pelos satélites Landsat 5 e Landsat 7 a cerca de 724 quilômetros da superfície terrestre.
As imagens de lugares extremos, como desertos e áreas cobertas de gelo em vários continentes, mostram paisagens moldadas pelo clima de cada região e por fenômenos naturais.
A coleção de fotos foi criada com base em sua beleza estética e não em seu valor científico.
"Earth as Art 3" é a terceira série de fotografias divulgada pela USGS com paisagens da Terra.

Em coletiva, cientistas confessam ignorar receita da bactéria "ET"

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SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
A Nasa, agência espacial americana, não explicou exatamente como os cientistas chegaram à bactéria capaz de substituir o fósforo pelo arsênio no seu DNA na entrevista para imprensa realizada na tarde desta quinta-feira.
A autora do estudo, Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa e do Serviço Geológico dos EUA, também não revelou ao certo como vai dar continuidade aos estudos e se pretende testar outros elementos químico na bactéria estudada ou em outros micro-organismos. "Tenho muitas ideias", sintetizou.
A bactéria anunciada hoje pela Nasa, encontrada num lago na Califórnia, incorpora no seu DNA o arsênio, um elemento tóxico que, em tese, não deveria fazer parte da química da vida.
Para fazer isso, o micro-organismo substituiu o fósforo -- definido pelos biólogos como um dos seis elementos químicos necessários à vida -- pelo arsênio.
"É como estar vivo de uma maneira completamente diferente", definiu a astrobióloga american Pamela Conrad, que também participou da coletiva.
Felisa disse que sempre foi interessada "em exceções à regra" e que agora serão necessárias muitas novas pesquisas para explicar o fenômeno da bactéria mutante.
Para Conrad, a descoberta abre todo um novo campo de pesquisa. "Nós aumentamos sensivelmente nossas perspectivas", disse.
ESPECULAÇÕES
Desde o anúncio da coletiva à imprensa, surgiram especulações que se duplicaram em fóruns e blogs --alguns leitores, inclusive, esperavam revelações bombásticas sobre um extraterrestre.
A bactéria localizada não é um tipo comum. O micro-organismo pertence ao grupo das halomonadáceas, que vive num lago, em uma região gélida da Califórnia, e substituiu o fósforo por arsênio.
Além do fósforo, os outros elementos químicos essenciais à vida são o carbono, o hidrogênio, o nitrogênio, o oxigênio e o enxofre.
O dado que surpreende é que, mesmo sendo privada desse elemento, em condições parecidas às extraterrestres, a estranha bactéria sobreviveu e se multiplicou.
Como bem explicou Douglas Galante, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, "é uma quebra de paradigma sobre o que realmente é necessário à vida", e esse pode ser só o início para outras descobertas semelhantes.
O artigo sobre a bactéria será publicada numa edição futura da revista "Science".