Casal que vazou Enem tem 20 anos de
magistério, diz secretária de Educação
Professores de Remanso (BA) foram indiciados pela Polícia Federal.
Segundo o MEC, filho do casal deve ser eliminado do exame.
O casal indiciado pela Polícia Federal por ter vazado informações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem cerca de 20 anos de magistério, segundo a secretária da Educação de Remanso, na Bahia, Veroneide de Brito Almeida.
"Ele já tem uns 20 anos de magistério e ela também", disse a secretária.
Os dois são professores concursados da rede municipal desde 2004, mas atuam na rede há mais tempo, de acordo com a secretária. O professor também trabalha na rede estadual.
As investigações da PF foram encerradas na terça-feira (23). O inquérito já foi encaminhado à Justiça Federal. A professora e o marido foram indiciados por violação de sigilo funcional, de forma qualificada. Se confirmada a culpa, eles podem ser condenados a até seis anos de prisão.
De acordo com Veroneide, o professor indiciado está afastado de suas funções na rede municipal por ter um cargo no sindicato do município. Já a professora dá aulas a turmas da 5ª à 8ª série (6º ao 9º ano) do ensino fundamental. O professor dá aulas de química e física para o ensino médio na rede estadual.
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Veroneide disse conhecer o casal e afirmou estar surpresa com o caso. “Estou estarrecida como educadora. Temos uma profissão que devemos zelar por ela. Não dá para entender a atitude. O município não pode concordar com uma coisa dessa. Temos que tomar as providências legais”, afirmou.
A Secretaria Estadual de Educação afirmou que o professor continuará trabalhando normalmente. De acordo com a secretaria, ele trabalha sob contrato por tempo determinado desde 2009 na rede. O contrato tem vigência de dois anos.
Procurado por telefone, o casal não foi encontrado pela reportagem.
Vazamento
Segundo nota divulgada pela PF, em 7 de novembro, segundo dia de provas do Enem, a professora, que estava aplicando a prova, teve acesso a um texto de apoio da redação, depois que abriu um caderno de provas destinado a deficientes visuais. De acordo com a polícia, em depoimento, ela contou que, cerca de duas horas antes do início do exame, ligou para a casa de sua sogra, falou com o marido e passou o tema – "O trabalho e a escravidão" – que havia lido.
Segundo nota divulgada pela PF, em 7 de novembro, segundo dia de provas do Enem, a professora, que estava aplicando a prova, teve acesso a um texto de apoio da redação, depois que abriu um caderno de provas destinado a deficientes visuais. De acordo com a polícia, em depoimento, ela contou que, cerca de duas horas antes do início do exame, ligou para a casa de sua sogra, falou com o marido e passou o tema – "O trabalho e a escravidão" – que havia lido.
O marido, então, teria feito uma pesquisa na internet e avisado o filho, que estava em Petrolina (PE). O candidato consultou professores que estavam no local de prova, pergutando como escrever sobre o assunto.
O caso foi denunciado por um professor que conversou com o filho do casal. Mais de dez pessoas foram ouvidas pela polícia durante os dez dias de investigações. Também foram realizadas perícias e houve quebra do sigilo telefônico dos supostos envolvidos.
Segundo a PF, o tema passado pela professora fazia parte apenas de um dos textos que poderiam servir de base para os estudantes. O tema efetivo da redação era "O trabalho na construção da dignidade humana".
O Ministério da Educação (MEC) disse que o filho do casal deve ser eliminado. Para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia ligada ao MEC que organiza a prova, o sigilo da redação foi mantido, porque o candidato teve acesso a apenas um dos textos de apoio e não houve vazamento do tema principal.
Outros problemas
Esse não foi o único problema referente à aplicação da prova do Enem neste ano. Logo após as provas do primeiro dia, no sábado, dia 6, os alunos reclamaram de um erro de impressão na folha de respostas e também de confusão no caderno de provas amarelo.
Esse não foi o único problema referente à aplicação da prova do Enem neste ano. Logo após as provas do primeiro dia, no sábado, dia 6, os alunos reclamaram de um erro de impressão na folha de respostas e também de confusão no caderno de provas amarelo.
Na folha de respostas, os cabeçalhos indicando as áreas de estudo foram trocados e alguns estudantes se confundiram ao preencher o gabarito. O Ministério da Educação abriu um espaço, na internet, para que eles pedissem a correção invertida.
Em relação à prova amarela, o ministério admitiu que parte dos cadernos tinha questões repetidas, faltantes e até páginas da prova branca. Os alunos que não trocaram os cadernos com problemas devem fazer uma nova prova, em 15 de dezembro. De acordo com nota oficial divulgada na terça-feira, foram identificados pelo menos 2.817 inscritos nessa situação.
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