quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


'Terrível mosca peluda' é 


reencontrada no Quênia

Última vez que espécie havia sido avistada fora em 1948.
'Mormotomyia hirsuta' parece aranha, por causa das pernas peludas.

Reuters
Mosca se alimenta das fezes de morcego, e pode pegar carona com 'parceiro' tambémMosca se alimenta das fezes de morcego, e pode pegar carona com 'parceiro' também (Foto: Robert Copeland divulgação via AFP 4-12-2010)
Cientistas no Quênia localizaram uma das moscas mais raras e de aparência mais estranha no mundo, após uma longa busca pelo inseto apelidado de "terrível mosca peluda", anunciaram especialistas nesta quarta-feira (8).
Incapaz de voar, a mosca se reproduz em fezes de morcegos
Cientistas toparam com a mosca de pelos amarelos pela primeira vez em 1933, e então novamente em 1948. Desde então, pelo menos meia dúzia de expedições científicas visitaram um local entre as cidades de Thika e Garissa na tentativa de encontrar a mosca novamente.
Com cerca de um centímetro de comprimento, e encontrada até agora apenas sobre uma única pedra de 20 metros de altura, a mosca Mormotomyia hirsuta tem aparência mais semelhante a uma aranha que a uma mosca, devido a suas pernas peludas, disseram cientistas.
Com suas pernas compridas,
talvez ela consiga se agarrar a
um morcego para pegar carona"
Robert Copeland, do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos
Incapaz de voar, a mosca se reproduz em fezes de morcegos, e acredita-se que ela viva apenas em uma fenda úmida, repleta de morcegos, em uma rocha isolada nos Montes Ukazi. Ela tem olhos minúsculos e asas não funcionais que lembram alças de cinto.
O pesquisador. Robert Copeland, do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos, sediado em Nairóbi, disse que a aparência física da mosca deixou os cientistas perplexos quanto ao lugar que ela ocupa na ordem das Dipteras, ou "moscas verdadeiras".
Acredita-se que ela viva apenas em uma fenda úmida, repleta de morcegos, em uma rocha isolada nos Montes UkaziAcredita-se que ela viva apenas em uma fenda úmida, repleta de morcegos, em uma rocha isolada nos Montes Ukazi (Foto: Robert Copeland divulgação via AFP 4-12-2010)
"Coletamos espécimes novos para submetê-los a análise molecular, para ver onde exatamente a 'terrível mosca peluda' se encaixa no processo evolutivo", disse Copeland à Reuters pelo telefone.
"Ela não apresenta adaptações óbvias para agarrar-se a outros animais, para se deslocar de um lugar a outro. Com suas pernas compridas, talvez consiga se agarrar a um morcego para pegar carona. Ela nunca foi encontrada em nenhum outro lugar."
M. hirsuta é o único membro de sua família biológica, e alguns especialistas em moscas acham que ela acabará provando ser a única família de moscas inteiramente restrita à África.

Fotógrafo mostra insetos como 


alienígenas

Igor Siwanowicz fez macrofotografias de insetos, relacionando os animais com o imaginário sobre aliens.

Da BBC
O fotógrafo e bioquímico polonês Igor Siwanowicz insetos em close-up, para mostrá-los como criaturas de outro planeta.
As imagens incluem animais como o louva-a-deus, mariposas, lagartos, camaleões e aranhas em close up.
Siwanowicz, de 34 anos, passou sete anos coletando, criando e fotografando os animais em seu estúdio em Munique, na Alemanha.
Ele diz que é fascinado por insetos desde criança. Durante o projeto, ele estudou os hábitos e a fisiologia destes animais.
Louva-a-deus em 'pose' alienígena.Louva-a-deus em 'pose' alienígena. (Foto: Igor Siwanowicz/Barcroft Media)
No entanto, o fotógrafo diz que foi difícil conseguir que alguns animais cooperassem com o trabalho.
Siwanowicz cita como sua principal influência no projeto o trabalho do criador do monstro dos filmes Alien, HR Giger. E diz que seus insetos preferidos são os louva-a-deus.
Ele pretende lançar um livro somente com as fotografias destes animais.

Opinião: Pais têm de observar se 


timidez dos filhos é excessiva

Vida social é uma parte importante de todo e qualquer indivíduo.
Crianças muito tímidas têm de ser estimuladas pelos familiares.

Ana Cássia MaturanoEspecial para o G1, em São Paulo
Ilustração psicóloga(Ilustração: Arte/G1)
Na coluna anterior, comentei sobre a importância dos pais participarem das festas de fim de ano nas escolas das crianças. Se para um adulto este tipo de evento parece ser algo sem importância, para elas é justamente o contrário: as atividades escolares é o que há de principal em suas vidas.
Nessas situações, que expõe bastante os alunos, algumas crianças são bem exibidinhas. Passeiam pelo palco (geralmente é alguma apresentação teatral) como se estivessem no quintal de casa. Fazem graça e acontecimentos fora do script e são levados na brincadeira. Conseguem se divertir com suas próprias atrapalhadas.
Nem todas, porém, se sentem à vontade diante de uma plateia. Apesar de saberem toda a sequência da apresentação, estar na frente das pessoas, para algumas delas, é um tanto sofrido. Mesmo assim participam, apesar do desconforto. Com a maioria funciona desta maneira.
No entanto, para outras crianças, a situação muda de figura. Podem estar bem preparadas em seu papel, mas a hora de aparecer para o público se torna tão angustiante, que caem aos prantos. O sofrimento fica estampado em seus rostos e se negam a participar. Agarram-se aos seus pais, principalmente às mães, como se fossem verdadeiros polvos: pernas e braços se engancham no corpo do adulto. Entre elas, algumas já desistem de antemão: nem participam dos ensaios.
Muitas famílias já preveem o comportamento dos pequenos. Sabem que ele irá chorar e o lembram disso: “Vê se não vai chorar na hora!”. Há pais que se angustiam mais que os filhos. Sofrem porque acham que o pequeno não vai aguentar. E não é que suas previsões estavam certas: o garoto pulou fora na hora.
Às vezes, não sabemos quem é que realmente está sofrendo: o adulto, por achar que o filho não consegue; ou o filho, por ser muito tímido. Em situações assim, muitos não sabem como agir: forçar a criança a participar mesmo contra sua vontade ou simplesmente deixar como está, como se essa fosse uma característica sua?
Timidez não é algo necessariamente ruim. Penso não ser muito sábio uma pessoa chegar em um lugar e simplesmente ir ocupando os espaços. Nem tudo é seguro e ir um pouco devagar em situações novas é, no mínimo, prudente. Pode-se, assim, conhecer a situação.
No entanto, para algumas pessoas, qualquer situação que possa colocá-la um pouco em evidência, como cumprimentar alguém em uma festa, por exemplo, pode ser extremamente doloroso. Algumas tendem até a se isolar das outras – não participam de nada além da rotina já velha conhecida. Costumam temer as situações sociais, quando os fantasmas da rejeição e de uma possível avaliação negativa as rondam.
Vida social
Pessoas com essas características carregam isso desde a infância. Por isso, embora ninguém precise participar de um teatro escolar a contragosto, é importante observar se a criança tem apenas uma resistência ao palco ou se as interações sociais são muito sofridas para ela. Caso ela tenha dificuldades nessa área, é necessário cuidar – além de ser sofrido para a criança, isso não tende a melhorar com o tempo (como muitos pensam).
A vida social é uma parte importante de todo e qualquer indivíduo. O desenvolvimento das habilidades sociais depende da interação dele com seus pares. Quanto mais a pessoa se fecha, mais difíceis se tornam essas situações para ela, quando então passa a se considerar uma pessoa incompetente para isso.
Por isso, ao percebermos uma criança muito tímida, é importante que a ajudemos em situações com os outros que não os familiares. Um bom começo é estimulá-la com palavras que demonstrem confiança em sua capacidade de participar de um grupo, de interagir com outras pessoas ou até de se colocar em evidência (como o teatro). E jamais obrigá-la a fazer algo que não queira.
Diante de uma desistência, como no caso de não querer participar da festa escolar, o melhor é acolhê-la com carinho. Quem sabe até acompanhá-la em uma situação que ela tema. Sempre com o cuidado de os pais não ficarem presos no medo da criança e, assim, desestimulá-la de qualquer participação social.
Se com o passar do tempo e a ajuda da família e da escola (principal meio social onde muitas coisas são observadas e trabalhadas) não houver nenhuma mudança, faz-se necessário procurar ajuda de um profissional da área da psicologia. Vale a pena! Pessoas assim sofrem muito com suas inseguranças e medos.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)