segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Nova técnica contra paraplegia

Desenvolvida por brasileiros, ela combina células-tronco com exercícios. Cobaias recuperaram movimentos em laboratório

Rio - Uma nova técnica criada por pesquisadores brasileiros permitiu que ratos paraplégicos voltassem a andar. O método, desenvolvido no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, combina uso de células-tronco com exercícios físicos intensos.
Para testar a técnica, cientistas provocaram lesões por traumas na coluna de ratos, divididos em dois grupos: um começou o tratamento 48 horas após a lesão e, o outro, 14 dias depois do trauma.
No local dos ferimentos, foi injetado um preparado de células-tronco retiradas da medula óssea dos próprios ratos. Uma vez no organismo, as células-tronco se transformaram em células neurais e ajudaram a regenerar as regiões afetadas.
Paralelamente, os ratos foram submetidos a um trabalho de condicionamento muscular intenso, com seis sessões semanais de exercícios na piscina, de uma hora de duração cada.
Em uma escala que vai de zero (animais totalmente paralisados) a 21 (mobilidade excelente), alguns foram do nível 2 para o 17 em 45 dias. Quase todos conseguiram recuperar parte dos movimentos das patas traseiras, mesmo quando a terapia foi implementada ‘tardiamente’.
“Isso mostra que é possível recuperar os movimentos mesmo após a estabilização da lesão”, disse a criadora do método, Katherine Athayde de Carvalho.
MÉTODO É SEGURO 
Segundo pesquisadores, os testes já realizados comprovam a segurança do método. Agora, eles se preparam para pedir autorização à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para testar o método em humanos. “A técnica mostrou que as células-tronco não saem de controle e não se diferenciam em outros tecidos. E mais:por serem do próprio animal, não há risco de rejeição”, completou Katherine Carvalho.

O combate aos sintomas da TPM começa à mesa

Alimentação é fundamental para acabar com o mal-estar

POR CLARISSA MELLO
Rio - Uma mudança repentina de humor incomoda muita gente. Uma TPM (Tensão Pré-Menstrual) com todos os sintomas que se tem direito incomoda muito mais. Cerca de 85% das mulheres têm pelo menos um ou mais sintomas de desconforto no período que antecede a menstruação. Se você faz parte do seleto grupo de sortudas que não sofre desse mal, parabéns. Mas se você está nas estatísticas, não se desespere: há formas de prevenir e combater os sintomas da TPM.
Uma delas é a recém lançada pílula ZAX, do laboratório Hebron. Segundo o fabricante, o produto é feito à base de ácidos graxos e vitamina E que, juntos, reduzem a prolactina — hormônio responsável por aumentar os níveis de estresse. A pílula (uma caixa com 15 unidades é vendida a R$ 17 nas farmácias) também teria o poder de evitar os inchaços e atenuar as dores de cabeça típicas da TPM.
Quem não quiser recorrer a laboratórios farmacêuticos, deve investir na alimentação e nas atividades físicas. 
“Para diminuir os sintomas da TPM também é essencial evitar o tabagismo e alguns tipos de alimentos, como os ricos em cafeína”, ensina a presidente da Sociedade Brasileira de Ginecologia, Vera Lúcia Mota.
A nutricionista Márcia Daskal — que mantém um blog no site de culinária Panelinha — ressalta que, durante a TPM, a palavra de ordem é equilibrar. Segundo ela, diversos nutrientes ajudam a combater os sintomas.
“Dependendo do tipo de TPM, a pessoa deve investir em certos tipos de alimentos que reduzem a sensação de desconforto”, orienta.
Segundo ela, no período que antecede a menstruação, as mulheres têm mais vontade de comer alimentos ricos em carboidratos, que aumentam a produção de serotonina — hormônio responsável pela sensação de prazer. Mas antes de se jogar de cabeça (e boca) nos doces, chocolates e afins, fique atenta aos excessos.
“Comer dois quadradinhos de chocolate na sobremesa, tudo bem. Mas se comer com estômago vazio,substituindo uma refeição, o organismo absorve rapidamente o açúcar. E aí dá ainda mais vontade”, explica.
Não é só a serotonina que devolve o bem-estar ao corpo. Praticar exercícios físicos diariamente por pelo menos 30 minutos também ajuda a produzir endorfina, outra substância que traz a sensação de prazer e, de quebra, ainda ajuda a emagrecer.
“O exercício regular funciona mais do que o esporádico. Mas também vale a pena praticá-lo quando você sabe que vai entrar na TPM”, aconselha, ressaltando que as atividades estimulam a circulação sanguínea, diminuem a retenção de líquidos e ajudam a regular o intestino.
NO PRATO

Vitamina A - melhora o aspecto da pele. Encontrada na cenoura, salmão, batata-doce, brócolis, pêssego e pimentão vermelho. 

Vitamina B6: ajuda a regular mudanças de humor, retenção de líquido, fadiga e compulsão por açúcar. Presente no frango, atum, soja, lentilhas, farinha de trigo integral.
Vitamina C: alivia o estresse e a fadiga. Invista em morango, laranja, limão, nabo, acelga, abacaxi, repolho, pimentão verde, espinafre.
Vitamina E: contribui para o controle da ansiedade, depressão e compulsão alimentar. Fontes: óleo de germe de trigo, girassol, canola e milho, maçã, centeio, fubá, aspargos e brócolis.
Cálcio: reduz cólicas, as alterações de humor e a retenção de líquido. Leite, iogurte, queijo branco.
Magnésio: alivia cólicas e controla a compulsão por açúcar. Boas fontes: feijão-de-soja, feijão-branco, feijão-roxo, salmão, farinha de trigo integral, tofu, farinha de aveia, avelã, beterraba, abobrinha, cebola.

Livre de marcas e cicatrizes

Avanços na medicina estética permitem minimizar bastante problemas dermatológicos

POR CLARISSA MELLO
Rio - De cada 10 mulheres com problemas dermatológicos, 9 sonham com o dia em que poderão se livrar de vez de marcas de acnes, cicatrizes e manchas. Ainda não é possível eliminar totalmente os problemas. Mas avanços na medicina estética já permitem minimizar bastante os prejuízos.

Segundo a coordenadora de Laser da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro, Márcia Linhares, diversos tratamentos ajudam a melhorar o aspecto da pele — do simples uso tópico de cremes, até a aplicação do laser mais moderno. E o melhor: em alguns locais, é possível garantir atendimento a preços mais acessíveis.

“Esses tratamentos são caros, então a pessoa precisa pesquisar. Alguns locais da rede pública oferecem atendimento. Há também clínicas que cobram preços mais módicos. O fundamental, no entanto, é que o paciente busque sempre o atendimento de um dermatologista”, aconselha Márcia.
De acordo com a especialista, cada tipo de marca requer um tratamento específico. “Para tratar acnes, por exemplo, existem medicamentos, cremes e limpeza de pele. Mas isso não tira a marca. Quem tem a pele vermelha, lesionada, deve usar laser fracionado. Esse tipo de tratamento estimula a produção de colágeno e renova as células, fazendo com que as cicatrizes melhorem cerca de 70%”, indica Márcia.
TRATAMENTOS MODERNOS

Para o tratamento de manchas, como sardas, a diretora da clínica Health Esthetic, Renata Pligliasco, indica o tratamento combinado de peeling químico com o aparelho de laser Higialux (capaz de inibir a produção de colagenase, enzima responsável pela destruição do colágeno da pele).

“Para eliminar cicatrizes cirúrgicas, a melhor saída também é o laser”, explica. Mas é preciso ficar atento: para que o resultado seja realmente bom, são necessárias, no mínimo, quatro sessões.
Mas é fundamental ficar longe do sol. “Qualquer que seja o tratamento, o ideal é evitar o sol e passar protetor diariamente, ou o problema volta”, ressalta Márcia.
SERVIÇOS
VILA ISABEL
A cada seis meses, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj, abre inscrições para novos pacientes. Oferece atendimento gratuito em dermatologia. Para saber se há vagas, é preciso entrar em contato pelo telefone 2587-6100.
CENTRO
Santa Casa de Misericórdia tem tratamentos estéticos, inclusive laser, peelings e até remoção de tatuagens a preços populares. Funciona aos sábados, de 8h às 14h. Atendimento por ordem de chegada. Tel: 2220-1928.
BONSUCESSO
O ambulatório de dermatologia do Hospital Geral de Bonsucesso oferece diversos tratamentos, inclusive remoção de manchas e atendimento especializado em pele negra. Informações pelo 3977-9500.

Médicos reconstituem traqueia com pele e costelas do paciente

Cirurgiões franceses fizeram reconstruções em pessoas com câncer.
Técnica consiste no uso de tecidos do próprio transplantado.

Da France Presse
Uma equipe de cirurgiões franceses afirma ter conseguido pela primeira vez reconstruir a traqueia de vários pacientes com câncer, usando um pedaço da pele e tecidos dos próprios doentes.
"É a primeira substituição traqueal confiável do mundo", afirmou o professor Philippe Dartevelle, chefe do departamento de cirugia toráxica e vascular do Centro Marie Lannelongue, próximo a Paris, autor da inovação junto ao cirurgião plástico Frederic Kolb.
O transplante de traqueia praticado por Dartevelle e Kolb, chefe do serviço de cirugia plástica e de reconstrução do Instituto Gustave Roissy, consiste em substituir a traqueia destruída ou obstruída por um novo tubo, idêntico, construído com o próprio tecido do paciente, o que evita a possibilidade de rejeição.
O enxerto é fabricado com um pedaço de pele de 9 cm por 12 cm, retirado do antebraço do paciente, incluindo vasos sanguíneos. Depois, o tecido é "armado" com pedaços de cartilagem, retirados das costelas do paciente e cortados em finas tiras.
Em seguida, o pedaço de pele é dobrado e suturado para formar um tubo, que substituirá a traqueia. Ele deve ser rígido o suficiente para resistir à pressão da respiração e flexível o bastante para acompanhar os movimentos do pescoço. A técnica é utilizada atualmente por cirurgiões plásticos para reconstruir pedaços de nariz.
A técnica, aperfeiçoada progressivamente desde 2004, foi utilizada em sete pacientes em seis anos. Cinco deles, que sofriam de câncer, estão bem e levam uma vida normal. Dois faleceram em decorrência de uma infecção pulmonar. Os cirurgiãos explicaram que estes dois "fracassos" ocorreram devido ao tamanho do enxerto realizado, que ia até os brônquios - longo demais para fazer a expectoração das secreções bronquiais sem os "cílios" que cobrem a traqueia normal.
Os tumores da traqueia, duto que vai da laringe aos brônquios, podem matar um paciente em pouco tempo por causarem asfixia. "Quando se usa uma nova técnica, é preciso garantir que funcione e possa ser reproduzida", explicou Dartevelle.
A traqueia reconstituída é "perfeitamente vascularizada", destacou o médico, e apresenta epitélio (camada superior da pele).em sua superfície interna, que está em contato com a pele.
Experimentos têm sido feitos em animais para trocar o epitélio cutâneo usado até agora por um epitélio respiratório, produto de um cultivo com células ciliadas da nasofaringe.
"Até o momento, não havia uma solução aceitável para contar com uma verdadeira substituição traqueal", indicou Dartevelle, referido-se às diferentes técnicas testadas nos últimos cinquenta anos como transplantes, próteses e fragmentos de aorta.