ARTIGOS DA
RLE – sobre História da Educação
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Resumo
SCOCUGLIA,
Afonso Celso. Pesquisa Histórica da Educação do Tempo Presente. Rev. Lusófona
de Educação, 2007, no.10, p.27-40. ISSN 1645-7250.
Nosso objetivo neste trabalho foi expor e defender a relevância da história
da educação do tempo presente para a pesquisa histórico-educacional. Partimos
dos alicerces da história do tempo presente, destacando alguns conceitos
construtores desse campo oriundos de autores como Rémond, François e Chartier
(1996). A seguir, trabalhamos os avanços e os desafios enfrentados pelos
pesquisadores desse campo. As fontes disponíveis para as pesquisa da história
da educação do tempo presente foram destacadas, argumentando que a abundância
delas e a proximidades do pesquisador em relação ao tempo da sua ação não
facilitam a pesquisa e não diminuem sua necessária rigorosidade. Os alicerces
da história do tempo presente, os desafios, os avanços, suas fontes abundantes
e sua aplicação rigorosa constroem uma nova epistemologia para a história da
educação, marcada pelas incertezas que referenciam a centralidade da
problematização na pesquisa histórica. Toda essa argumentação é reforçada pela
idéia originária de que a educação, como uma prática social, exige de seus
pesquisadores a consecução dos depoimentos orais, das informações e de todos os
tipos de documentação oriundas dos sujeitos que a fizeram/fazem.
Palavras-chave: História da Educação; história do tempo presente; história
da educação do tempo presente.
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BRAS, José Viegas e GONCALVES, Maria Neves. Os saberes e poderes da reforma de 1905.
Rev. Lusófona de Educação, 2009, no.13, p.101-121. ISSN 1645-7250.
Neste artigo, revisitamos a reforma de 1905 ao
nível das inovações curriculares e dos dispositivos pedagógicos que a
singularizaram. Como enfoques metodológicos, assumimos o currículo enquanto
construção social, e estabelecemos uma conexão entre pedagogia do poder e do
saber, na linha de Nietzsche e de Foucault de que, por detrás de todo o saber,
o que está em jogo é uma luta de poder, estando o poder político
intrinsecamente correlacionado com o saber. Abordamos, num primeiro momento, a
nova configuração curricular proposta por este diploma - elaborado pelo
director geral de Instrução Pública, Abel Andrade, e promulgado pelo ministro
do Reino, Eduardo José Coelho - e colocamos em evidência, por um lado, os
mecanismos que fizeram com que a educação física integrasse definitivamente o
currículo dos alunos do liceu e, por outro, a forma como abriu caminho para um
novo conhecimento e para uma nova construção do corpo. Num segundo momento,
relevamos a importância do que designamos por novos mecanismos de regulação
onde incluímos o caderno diário, o incentivo à prática pedagógica de arquivar e
expor os trabalhos dos alunos e a cooperação entre o liceu e a família. Por
fim, concluímos que esta reforma deve ser vista em articulação com a reforma
anterior de Jaime Moniz e que ambas acabam por corresponder a duas peças
fundamentais do movimento reformista cuja aposta, em última análise, era a
formação da futura elite governante.
Palavras-chave: Reforma; configuração
curricular; educação física; saber; poder.
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Resumo
BRAS, José Gregório Viegas. A higiene e o
governo das almas: o despertar de uma nova relação . Rev.
Lusófona de Educação, 2008, no.12, p.113-138. ISSN 1645-7250.
A higiene deu início a um novo processo de psicologização. A higiene
invadiu a sociedade e medicalizou os hábitos de vida, introduziu o dever de
saúde, levando cada um a cuidar de si próprio. A higiene mais não é do que um
saber que veio permitir uma nova salvação, um novo exercício de regulação e
vigilância. É um saber que veio estruturar a sociedade, transformar a população
e cada um em particular. Este processo de mudança veio exigir de todos uma
busca de aperfeiçoamento a partir de uma nova matriz, um novo imaginário. Um
novo mundo mental foi criado, novas formas de pensar, sentir e agir foram
introduzidas na vida das pessoas, e nesta precisa medida, podemos dizer que uma
nova alma foi criada. A partir deste novo saber, cada um se problematizou (se
pensou) e construiu de maneira diferente. Neste sentido, a higiene é também um
conhecimento “psi”.
Palavras-chave: saúde; governo; corpo; educação física.
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Resumo
GONCALVES, Maria Neves Leal. A greve académica
de 1907. Suas repercussões políticas e educacionais. Rev. Lusófona de
Educação, 2007, no.9, p.61-84. ISSN 1645-7250.
Este artigo procura revisitar a greve académica de 1907 e integrá-la num
cenário de declínio da Monarquia Constitucional e numa conjuntura promissora da
nova ordem republicana. Num primeiro momento, aborda-se a origem, o
desenvolvimento e as consequências desta rebelião estudantil, enfocando uma
multiplicidade de olhares, coevos, de publicistas, escritores e políticos e
dando igualmente voz a alguns estudantes que vivenciaram esses acontecimentos.
Num segundo momento, procede-se à abordagem das intervenções parlamentares que
esta questão académica despoletou na Câmara dos Deputados, com destaque para os
discursos eloquentes de António José de Almeida, um dos grandes tribunos
republicanos do seu tempo.
Palavras-chave: Greve; estudantes; Universidade; Câmara de Deputados.
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http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1645-72502007000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Resumo
OLIVEIRA, Maria Augusta
Martiarena de, TAMBARA, Elomar e AMARAL, Giana Lange do. Imagens do
quotidiano escolar: uma análise das fotografias de práticas escolares
publicadas no Relatório Intendencial de 1928, do governo de Augusto Simões
Lopes (1924-1298). Rev. Lusófona de Educação, 2010, no.16, p.89-102.
ISSN 1645-7250.
O presente artigo realizou a análise das fotografias de temática do
quotidiano escolar, produzidas no governo de Augusto Simões Lopes, intendente
municipal da cidade de Pelotas, Brasil, durante os anos de 1924 e 1928. Para a
realização desta pesquisa foram utilizados o Relatório Intendencial de 1928,
jornais da época, como o Diário Popular, o Libertador e a Opinião Pública, o
Almanach de Pelotas e a Revista Illustração Pelotense. Como referencial
teóricometodológico, utilizou-se a Nova História Cultural, além de buscar
pesquisadores que utilizam imagens em seus trabalhos, como Borges, Leite e
Ciavatta. Através da análise das fontes, conclui-se que as imagens foram uma
forma de propaganda governista, utilizada pelo então intendente, embora de
forma complementar às imagens de prédios escolares, além disso, a análise
permite o conhecimento de práticas escolares e formas de assistência aos alunos
na década de 1920.
Palavras-chave: República; relatórios; educação; propaganda.
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http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1645-72502010000200008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Resumo
ADAO, Áurea e REMEDIOS, Maria José. Memória para a
frente, e... o resto é lotaria dos exames: A reforma do ensino liceal em
1947 . Rev. Lusófona de Educação, 2008, no.12, p.41-64. ISSN
1645-7250.
A promulgação, em 1947, de um diploma legal reformando o ensino liceal,
precedido e procedido de importantes dispositivos legais, enquadra-se na
política educativa do Estado Novo, que se confronta então com o problema da
identidade do ensino secundário e, especialmente, do ensino liceal. Nessa
época, a Assembleia Nacional constituía um espaço político onde os discursos
proferidos punham em evidência as medidas de governação de Oliveira Salazar e,
simultaneamente, tornavam por vezes públicas as realidades existentes. Por
outro lado, a imprensa periódica desempenhava, dentro dos condicionalismos que
lhe eram impostos, o principal instrumento de difusão mais alargada das
políticas adoptadas. Utilizando como fontes primárias, documentação existente
no Arquivo Histórico do Ministério da Educação, actas das sessões da Assembleia
Nacional e artigos de imprensa, com este estudo pretende-se pôr em destaque: o
processo de preparação da reforma de 1947; os conteúdos das intervenções e o
sentir dos deputados sobre o funcionamento dos liceus; o papel desempenhado por
alguns jornais, com a publicação de artigos, estudos e notícias, que
contribuíram naturalmente para a (in)formação da opinião pública sobre o
sentido e valor do ensino liceal e daquela reforma.
Palavras-chave: História da Educação; políticas educativas; ensino liceal;
Estado Novo.
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Resumo
MIMOSO, Anabela Brito de
Freitas. Provérbios: uma fonte para a História da Educação. Rev.
Lusófona de Educação, 2008, no.12, p.155-163. ISSN 1645-7250.
Embora geralmente de origem erudita, os provérbios acabaram por ser
consagrados pelo povo que os preservou do esquecimento e os divulgou. Sob a
forma de sentença, encerram conhecimentos milenares feitos de experiência e
seduzem-nos, ainda hoje, pela agudeza do raciocínio, pela beleza das suas
metáforas. É tempo de a História da Educação se interessar também pelo
conhecimento da importância que o povo tem dado ao saber e de perceber como tem
entendido ele o processo de ensino/aprendizagem. O estudo foi levado a cabo
recorrendo à análise de conteúdo e, contrariamente ao esperado, chegouse à
conclusão de que os provérbios conferem à educação uma grande importância,
expressa não só pelo número de provérbios a ela dedicados (411), mas também
pelas apreciações positivas aí contidas.
Palavras-chave: Paremeologia; educação; provérbios; literatura.
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Resumo
PINTASSILGO, Joaquim. O associativismo
docente do ensino liceal português durante o período republicano e a sua
imprensa: as representações dos professores sobre a profissão e a
construção de identidades . Rev. Lusófona de Educação, 2008, no.12,
p.79-96. ISSN 1645-7250.
O presente artigo tem como finalidade o estudo do papel do associativismo
docente e da sua imprensa no que diz respeito à produção de representações
sobre a profissão docente e respectiva identidade no âmbito dos professores do
ensino secundário. As perguntas para as quais procuraremos obter respostas são
as seguintes: Quais as crenças e valores que se procuram partilhar? Que tipo de
associativismo docente se pretende concretizar? Quais as preocupações,
reivindicações e formas de luta que são esboçadas? As principais fontes deste
trabalho são as publicações periódicas das três associações com actividade no
período republicano. Essas publicações são a Revista do Ensino Médio e
Profissional (1913-1916), órgão da Associação do Magistério Oficial dos
Liceus e Escolas Industriais; a Revista dos Liceus (1916), órgão da
Associação dos Professores dos Liceus do Norte; e o Boletim da Associação
dos Professores das Escolas Industriais e Comerciais (1921-1927).
Palavras-chave: profissão; associação; representações; identidade.
Resumo
MOGARRO, Maria João. Comemorações,
rituais e quotidianos na formação de professores (1959-1989) . Rev.
Lusófona de Educação, 2008, no.12, p.139-154. ISSN 1645-7250.
Este artigo analisa as comemorações, rituais e quotidianos que marcaram a
existência de uma instituição de formação de professores, a Escola do
Magistério Primário de Portalegre (1959 1989). A análise dos discursos que a
instituição e os actores educativos produziram sobre a vida escolar permite
também conhecer os valores, normas e regras que enquadraram os processos de
formação e a actividade profissional. O período cronológico considerado abrange
duas fases, uma anterior a 1974 e a outra a seguir à Revolução do 25 de Abril,
tendo a Escola funcionado sob dois regimes político-ideológicos opostos. Esta
instituição estabeleceu um regime fortemente disciplinar, baseado nos valores fundamentais
do catolicismo conservador e do nacionalismo, e desenvolveu mecanismos de
controlo sobre os comportamentos e as atitudes; após 1974, esta dimensão da
vida escolar passou a ser marcada pelos princípios da liberdade e da autonomia.
Foram utilizadas várias fontes de informação, como documentos de arquivo
(livros de actas, relatórios, ordens de serviço), artigos de imprensa
pedagógica, fotografias, materiais didácticos, trabalhos de alunos e
entrevistas a directores, professores e alunos.
Palavras-chave: rituais; valores; controlo; autonomia; disciplina; formação
de professores.
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Resumo
FERNANDES,
Rogério. Movimentações da classe docente em Portugal (finais da década de 60).
Rev. Lusófona de Educação, 2010, no.15, p.15-38. ISSN 1645-7250.
O presente trabalho insere-se no Projecto intitulado Percursos do
associativismo e do sindicalismo docentes em Portugal - 1890-1990,cujo
financiamento principiou em 1 de Janeiro de 2010, pela FCT e de que o
signatário é investigador responsável. O seu objectivo é contribuir para o
estudo do tema geral supracitado, nas suas formas históricas: a sua motivação
imediata é a análise do conflito que, nos finais da década de 60, opôs os
docentes do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário às autoridades educacionais
devido à despromoção profissional de que foram vítimas relativamente aos demais
sectores do professorado do Ensino Secundário. Em anexo, o estudo recolhe
documentação inédita e matéria jornalística até agora esquecida.
Palavras-chave: Classe docente; ciclo preparatório; ensino técnico;
associativismo; sindicalismo.
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Resumo
BRAGA, Paulo Drumond. Os Ministros da
Educação Nacional (1936-1974): Sociologia de uma Função. Rev.
Lusófona de Educação, 2010, no.16, p.23-38. ISSN 1645-7250.
Entre 1936 e 1974, período que corresponde à maior parte da história do
Estado Novo, as questões relativas à educação estiveram sob a alçada do
ministério da Educação Nacional, que substituiu o ministério da Instrução
Pública. Este artigo pretende caracterizar os homens que, nesse mesmo período,
desempenharam a função de ministros da Educação Nacional. Serão estudados
aspectos como as gerações a que pertenciam, a respectiva formação académica e
os cursus honorum, sempre em comparação com os restantes membros do governo de
Portugal.
Palavras-chave: Estado Novo; educação; ministro da Educação Nacional.
Resumo
POL,
Milan, HLOUKOVA,
Lenka, NOVOTNY,
Petr et al. Em busca do conceito de cultura escolar: Uma contribuição para
as discussões actuais. Rev. Lusófona de Educação, 2007, no.10,
p.63-79. ISSN 1645-7250.
Este artigo gira em torno do conceito de cultura escolar. As suas inúmeras
definições e a evidente ausência de delimitação deste conceito serviram como
impulso para o nosso estudo, uma vez que, a própria noção de cultura de escola
tende a ser limitada. As várias definições de cultura escolar estão devidamente
documentadas, fora da Pedagogia, por três ciências tradicionais - Gestão,
Antropologia e Sociologia - e o potencial de “aproximação integrativa“ está
centrado no sujeito. Estas várias definições incluem a caracterização dos
diferentes modos como se define cultura da escola. Este artigo assenta na
análise de artigos relevantes escritos em inglês, alemão, checo e eslovaco.
Palavras-chave: cultura escolar; aproximação integrativa; organização;
contribuições científicas.
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A consolidação da Educação e Formação profissional na
Escola Secundária nos últimos 50 anos, em Portugal
Maria de Fátima Cerqueira, Alcina Manuela de Oliveira
Martins
Resumo
Ao longo das últimas cinco décadas, temos assistido a uma presença, cada
vez mais consistente, do ensino profissionalmente qualificante no sistema
educativo português. A actual abertura das escolas secundárias da rede pública
à educação e formação profissional tornou-se um facto incontornável, com a
última revisão curricular do ensino secundário a permitir um arrojado salto no
seu desenvolvimento, ao qual não é alheia a sua crescente valorização e
consolidação no contexto da acção educativa.
A procura da educação, nomeadamente de características técnico-profissionais, torna-se mais intensa a partir dos anos 1960 - é a fase em que a teoria do capital humano se torna o modelo dominante nos sistemas educativos internacionais,
privilegiando a correlação entre investimento no ensino e a expansão da economia, com grandes reflexos em Portugal, e que se materializa, em 1973, Mas, a partir dos anos 1980, o discurso político volta a ser fortemente marcado pela ideologia dos recursos humanos, o que faz da qualificação profissional um
elemento naturalmente integrante da política educativa portuguesa. Este traço, acentua-se ao longo das décadas que se seguem, repercutindo-se nas várias reformas das políticas educativas que, entretanto, vão surgindo, culminando na
Reforma do Ensino Secundário, em 2004, cujos objectivos assumem plenamente a importância do ensino profissionalmente qualificante, com uma expressão no sistema educativo mais intensa que nunca.
A procura da educação, nomeadamente de características técnico-profissionais, torna-se mais intensa a partir dos anos 1960 - é a fase em que a teoria do capital humano se torna o modelo dominante nos sistemas educativos internacionais,
privilegiando a correlação entre investimento no ensino e a expansão da economia, com grandes reflexos em Portugal, e que se materializa, em 1973, Mas, a partir dos anos 1980, o discurso político volta a ser fortemente marcado pela ideologia dos recursos humanos, o que faz da qualificação profissional um
elemento naturalmente integrante da política educativa portuguesa. Este traço, acentua-se ao longo das décadas que se seguem, repercutindo-se nas várias reformas das políticas educativas que, entretanto, vão surgindo, culminando na
Reforma do Ensino Secundário, em 2004, cujos objectivos assumem plenamente a importância do ensino profissionalmente qualificante, com uma expressão no sistema educativo mais intensa que nunca.
Palavras-chave: Educação e formação, reforma
educativa, ensino profissionalmente qualificante.
Texto completo – Consulte o endereço
http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/2369