segunda-feira, 25 de abril de 2011


25/04/2011 15h55 - Atualizado em 25/04/2011 16h24

Cientistas geram hidrogênio a partir de bactérias usadas para tratar água

Pesquisa foi conduzida pela Universidade Autônoma do México (Unam).
Micro-organismos 'Clostridium' produziram gás a partir de matéria orgânica.

Da EFE
Um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) desenvolveu um método para gerar hidrogênio com bactérias utilizadas no tratamento de águas negras, informou nesta segunda-feira (25) a instituição.
Os cientistas de um laboratório de pesquisa da faculdade de engenharia da Unam, liderados pelo pesquisador Germán Buitrón, aproveitaram os subprodutos do processo de tratamento da água residual para gerar energia de maneira sustentável.
A partir dos carboidratos contidos em resíduos orgânicos, muitos organismos anaeróbios podem produzir hidrogênio na ausência de luz.
No tratamento das águas por via anaeróbia (ausência de oxigênio), as bactérias do gêneroclostridium degradam a matéria orgânica presente na água e geram uma mistura de metano e dióxido de carbono conhecida como biogás.
O objetivo do projeto é utilizar esse processo para produzir hidrogênio, revelou a instituição em comunicado.
México bactéria hidrogênio 1 (Foto: Unam / Divulgação)Germán Buitrón Méndez, chefe do laboratório da Unam que conduziu a pesquisa. (Foto: Unam / Divulgação)
"O desafio é maximizar a geração (de hidrogênio), porque as quantidades obtidas são baixas. Atualmente, estudamos como fazer com que as velocidades de produção do hidrogênio aumentem", disse Buitrón.
O pesquisador ressaltou que "o principal interesse" no uso do hidrogênio está em "não gerar gases do efeito estufa, pois, como subproduto de sua combustão, só se produz água", e porque "tem um alto poder calorífico".
Segundo ele, o valor energético de um quilograma de hidrogênio é equivalente ao de 2,4 kg de metano, além de ter 2,75 vezes mais energia que os hidrocarbonetos.
Buitrón afirmou que, embora a matéria orgânica procedente das águas negras "seja talvez insuficiente para sustentar uma energia global", este processo poderia "ajudar a compensar, de maneira substancial, os custos do tratamento de líquidos", especialmente daqueles com altas concentrações de matéria orgânica.
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21/04/2011 05h54 - Atualizado em 21/04/2011 08h22

Cientistas criam 'nariz eletrônico' que pode ajudar a diagnosticar câncer

Com teste de hálito, aparelho identificou moléculas presentes em certos tumores, mas seu uso clínico ainda demorará.

Da BBC
Pesquisadores israelenses dizem ter desenvolvido um 'nariz eletrônico' que foi capaz de identificar sinais químicos de câncer no hálito de pacientes que sofrem de tumores no pulmão e em regiões do pescoço e da cabeça.
A expectativa é de que o aparelho seja desenvolvido para, no futuro, ajudar a diagnosticar a doença, por meio de testes semelhantes aos de bafômetros, segundo um estudo preliminar publicado no periódico British Journal of Cancer.
No entanto, uma organização britânica de estudos do câncer afirma que ainda serão necessários anos de estudo até que a novidade possa ser usada em clínicas.
O estudo israelense envolvendo o 'nariz eletrônico', chamado de Nano Artificial NOSE, contou com cerca de 80 voluntários, dos quais 22 sofriam de câncer nas áreas da cabeça e do pescoço (incluindo nos olhos e na boca) e 24 tinham câncer no pulmão - todos esses tipos de câncer geralmente são identificados tarde, em estágio avançado.
Também participaram 36 voluntários saudáveis. Um protótipo do 'teste do bafômetro' usou um método químico para identificar resíduos do câncer presentes no hálito dos pacientes.
Segundo o estudo, o aparelho conseguiu distinguir as moléculas encontradas nos hálitos de pessoas saudáveis das presentes no hálito de pacientes com tumores.
'Necessidade urgente'
O líder da equipe de pesquisas, professor Hossam Haick, do Technion - Israel Institute of Technology, disse que há 'uma necessidade urgente de desenvolver novas formas de identificar cânceres na região da cabeça e do pescoço porque seu diagnóstico é complicado e requer exames especializados'.
'Em um estudo pequeno e preliminar, mostramos que simples testes de hálito podem perceber padrões de moléculas que são encontradas em pacientes com certos cânceres', agregou Haick. 'Agora, precisamos testar esses resultados em estudos maiores, para descobrir se isso pode levar para um potencial método de diagnóstico.'
A médica Lesley Walker, do grupo de pesquisa Cancer Research UK, disse que é extremamente importante o esforço de identificar tumores o mais cedo possível, quando as chances de tratamento são maiores.
'Esses resultados iniciais interessantes (do estudo israelense) mostram potencial para o desenvolvimento de um teste de hálito capaz de detectar cânceres geralmente percebidos em um estágio avançado', agregou.
'Mas é importante deixar claro que esse é um estudo pequeno, em um estágio inicial, e que muitos anos de pesquisa serão necessários para descobrir se um teste de hálito poderá ser usado em clínicas.'