Estilos de liderança e escola democrática
Leonor Lima Torres* & José A. Palhare*
RESUMO
Docentes e Investigadores do Instituto de Educação, Universidade do Minholeonort@iep.uminho.pt.
Referências bibliográficas
Afonso, A. J. (1998). Políticas educativas e avaliação educacional. Para uma análise sociológica da reforma educativa em Portugal (1985-1995). Braga: Centro de Estudos em Educação e Psicologia, Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho.
Apple, M. W. (1999). Políticas culturais e educação. Porto: Porto Editora.
Ball, S. J. (2001). Directrizes políticas globais e relações políticas locais em Educação. Currículo Sem Fronteiras,1(2), 99-116. Retirado em 3/11/2002 de www.curriculosemfronteiras.org
Deal, T. E. (1992). Leadership in a world of change. In S. D. Thompson (Ed.). School leadership: ablueprint for change (pp. 1-7). Newbury Park: Corwin Press.
Estêvão, C. V. (1998). A agenda oculta da gestão da qualidade total na educação. Organizações e Trabalho, 20, 51-61.
Estêvão, C. V. (2001). Justiça e educação. A justiça plural e a igualdade complexa na escola. São Paulo: Cortez Editora.
Estêvão, C. V. (2002). Globalização, metáforas organizacionais e mudança educacional. Dilemas e desafios. Porto: Edições ASA.
Frost, P. J.; Moore, L. F.; Louis, M. R.; Lundberg, C. C. & Martin, J. (Eds.) (1991). Reframing organizational culture. London: Sage Publications.
Hargreaves, A. & Fink, D. (2007). Liderança sustentável. Porto: Porto Editora.
Levacic, R.; Glover, D.; Bennett, N. & Crawford, M. (1999). Modern headship for the rationally managed school: Combining cerebral and insightful approaches. In T. Bush, L. Bell, R. Bolam, R. Glatter & P. Ribbins (Eds.). Educational Managemet. Redifining Theory, Policy and Practice (pp. 15-28). London: Paul Chapman Publishing Ltd.
Lima, L. C. (1994). Modernização, racionalização e optimização: Perspectivas neotaylorianas na organização e administração da educação. Cadernos de Ciências Sociais, 14, 119-139.
Lima, L. C. (1995). Reformar a administração escolar: A recentralização por controlo remoto e a autonomia
como delegação política. Revista Portuguesa de Educação, 8(1), 57-71.
Lima, L. C. (2000). Organização escolar e democracia radical. Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. São Paulo: Cortez Editora.
Lima, L. C. (2005). O agrupamento de escolas como novo escalão da administração desconcentrada. Revista Portuguesa de Educação, 17(2), 7-47.
Lima, L. C. (2007). Educação ao longo da vida. Entre a mão direita e a mão esquerda de Miró. São Paulo: Cortez Editora.
Lima, L. C. (2008). A “escola” como categoria na pesquisa em educação. Educação Unisinos, 12(2): 82-88.
Lima, L. C. & Afonso, A. J. (2002). Reformas da educação pública. Democratização, modernização, neoliberalismo. Porto: Edições Afrontamento.
Martin, J. (1992). Cultures in organizations. Three perspectives. New York/ Oxford: Oxford University Press.
Martin, J. (2002). Organizational culture. Mapping the terrain. London: Sage Publications.
Martin, J. & Meyerson, D. (1988). Organizational culture and the denial, channeling and acknowledgement of ambiguity. In L. R. Pondy, R. J. Boland, Jr. & H. Thomas (Eds.). Managing ambiguity and change (pp. 93-125). New York: John Wiley.
Meyerson, D. & Martin, J. (1987). Cultural change: An integration of three different views. Journal of Management Studies, 24, 623-647.
OECD (1995). Governance in transition: Public management reforms in OECD countries. Paris: OECD.
Sanches, M. F. (2007). Por uma cidadania política activa e crítica: Representações de alunos dos ensinos
básico e secundário. In M. F. Sanches, F. Veiga, F. Sousa & J. Pintassilgo (Orgs.). Cidadania e liderança escolar (pp. 143-166). Porto: Porto Editora.
Sennett, R. (2006). A cultura do novo capitalismo. Lisboa: Relógio D’Água Editores.
"O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar relações e novas realidades." (Arendt, 2001, p. 212)
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José Robson Almeida.
O sistema educativo português tem assistido, nas últimas duas décadas, ao aparecimento de medidas de política educativa cuja agenda reformista tem dado importância crescente às dimensões da gestão e da liderança escolares. Ao longo deste percurso marcado por ensaios e reajustamentos morfológicos nos órgãos de gestão, denota-se uma valorização crescente do papel das lideranças no desenvolvimento da autonomia das escolas. Percepcionada politicamente como uma solução óptima para a resolução dos problemas da indisciplina, do abandono e do insucesso, a liderança emerge paulatinamente como uma variável de controlo da excelência escolar, ao arrepio de uma cultura de gestão colegial historicamente enraizada nas escolas portuguesas. Apesar de serem claras as influências de inspiração neoliberal na forma como se reduz a
realidade educativa a indicadores de natureza gerencialista, é interessante, mesmo assim, problematizar a natureza da relação entre os estilos de liderança e gestão e os resultados escolares e o seu impacto no desenvolvimento democrático da escola. Partindo da análise crítica aos Relatórios de Avaliação Externa das Escolas, elegemos como objectivo central deste texto a discussão dos significados conferidos a uma "boa liderança", a uma "boa organização e administração escolar" e à sua eventual relação com os resultados escolares, de modo a compreendermos quais as tensões que este processo avaliativo comporta no plano das configurações e das práticas organizacionais das diferentes escolas-objecto. Interrogamo-nos se este processo não constituirá uma espécie de "missionarismo gestionário", que subverte as lógicas de decisão autónoma e democrática das escolas
realidade educativa a indicadores de natureza gerencialista, é interessante, mesmo assim, problematizar a natureza da relação entre os estilos de liderança e gestão e os resultados escolares e o seu impacto no desenvolvimento democrático da escola. Partindo da análise crítica aos Relatórios de Avaliação Externa das Escolas, elegemos como objectivo central deste texto a discussão dos significados conferidos a uma "boa liderança", a uma "boa organização e administração escolar" e à sua eventual relação com os resultados escolares, de modo a compreendermos quais as tensões que este processo avaliativo comporta no plano das configurações e das práticas organizacionais das diferentes escolas-objecto. Interrogamo-nos se este processo não constituirá uma espécie de "missionarismo gestionário", que subverte as lógicas de decisão autónoma e democrática das escolas
Palavras-chave: Liderança escolar; democracia e participação; cultura de escola; avaliação externa das escolas.
Docentes e Investigadores do Instituto de Educação, Universidade do Minholeonort@iep.uminho.pt.
Referências bibliográficas
Afonso, A. J. (1998). Políticas educativas e avaliação educacional. Para uma análise sociológica da reforma educativa em Portugal (1985-1995). Braga: Centro de Estudos em Educação e Psicologia, Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho.
Apple, M. W. (1999). Políticas culturais e educação. Porto: Porto Editora.
Ball, S. J. (2001). Directrizes políticas globais e relações políticas locais em Educação. Currículo Sem Fronteiras,1(2), 99-116. Retirado em 3/11/2002 de www.curriculosemfronteiras.org
Deal, T. E. (1992). Leadership in a world of change. In S. D. Thompson (Ed.). School leadership: ablueprint for change (pp. 1-7). Newbury Park: Corwin Press.
Estêvão, C. V. (1998). A agenda oculta da gestão da qualidade total na educação. Organizações e Trabalho, 20, 51-61.
Estêvão, C. V. (2001). Justiça e educação. A justiça plural e a igualdade complexa na escola. São Paulo: Cortez Editora.
Estêvão, C. V. (2002). Globalização, metáforas organizacionais e mudança educacional. Dilemas e desafios. Porto: Edições ASA.
Frost, P. J.; Moore, L. F.; Louis, M. R.; Lundberg, C. C. & Martin, J. (Eds.) (1991). Reframing organizational culture. London: Sage Publications.
Hargreaves, A. & Fink, D. (2007). Liderança sustentável. Porto: Porto Editora.
Levacic, R.; Glover, D.; Bennett, N. & Crawford, M. (1999). Modern headship for the rationally managed school: Combining cerebral and insightful approaches. In T. Bush, L. Bell, R. Bolam, R. Glatter & P. Ribbins (Eds.). Educational Managemet. Redifining Theory, Policy and Practice (pp. 15-28). London: Paul Chapman Publishing Ltd.
Lima, L. C. (1994). Modernização, racionalização e optimização: Perspectivas neotaylorianas na organização e administração da educação. Cadernos de Ciências Sociais, 14, 119-139.
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como delegação política. Revista Portuguesa de Educação, 8(1), 57-71.
Lima, L. C. (2000). Organização escolar e democracia radical. Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. São Paulo: Cortez Editora.
Lima, L. C. (2005). O agrupamento de escolas como novo escalão da administração desconcentrada. Revista Portuguesa de Educação, 17(2), 7-47.
Lima, L. C. (2007). Educação ao longo da vida. Entre a mão direita e a mão esquerda de Miró. São Paulo: Cortez Editora.
Lima, L. C. (2008). A “escola” como categoria na pesquisa em educação. Educação Unisinos, 12(2): 82-88.
Lima, L. C. & Afonso, A. J. (2002). Reformas da educação pública. Democratização, modernização, neoliberalismo. Porto: Edições Afrontamento.
Martin, J. (1992). Cultures in organizations. Three perspectives. New York/ Oxford: Oxford University Press.
Martin, J. (2002). Organizational culture. Mapping the terrain. London: Sage Publications.
Martin, J. & Meyerson, D. (1988). Organizational culture and the denial, channeling and acknowledgement of ambiguity. In L. R. Pondy, R. J. Boland, Jr. & H. Thomas (Eds.). Managing ambiguity and change (pp. 93-125). New York: John Wiley.
Meyerson, D. & Martin, J. (1987). Cultural change: An integration of three different views. Journal of Management Studies, 24, 623-647.
OECD (1995). Governance in transition: Public management reforms in OECD countries. Paris: OECD.
Sanches, M. F. (2007). Por uma cidadania política activa e crítica: Representações de alunos dos ensinos
básico e secundário. In M. F. Sanches, F. Veiga, F. Sousa & J. Pintassilgo (Orgs.). Cidadania e liderança escolar (pp. 143-166). Porto: Porto Editora.
Sennett, R. (2006). A cultura do novo capitalismo. Lisboa: Relógio D’Água Editores.
"O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções, mas para revelar realidades e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar relações e novas realidades." (Arendt, 2001, p. 212)
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José Robson Almeida.