quinta-feira, 14 de abril de 2011

Peixes são usados para combater a dengue no Rio Grande do Norte


Edição do dia 14/04/2011
14/04/2011 21h14 - Atualizado em 14/04/2011 21h14

As piabas são distribuídas entre os moradores de Apodi, a 330 quilômetros de Natal. Elas chegam a comer 900 larvas de mosquito em uma hora.

No Nordeste do Brasil, no Rio Grande do Norte, a preocupação neste momento é com a dengue. A capital, Natal, entrou em estado de emergência. Mas uma cidade do interior potiguar recebeu o reforço de um predador natural das larvas do mosquito.
As piabas distribuídas entre os moradores de Apodi, a 330 quilômetros de Natal, estão ajudando a diminuir o número de casos de dengue no município.
Em 2004, quando os peixinhos foram usados pela primeira vez, houve uma redução de 35% nas notificações da doença, em relação a 2003. Desde então, o maior número de casos não passou de 15 em duas ocasiões. Este ano, até agora, foram 10. As piabas têm uma vantagem extra: prazo longo de validade .
"Enquanto você vai estar com um larvicida que dura 15 dias, o peixinho dura dois anos", disse o coordenador de endemias de Apodi, Damião Paiva.
Dona Raimunda aprova a iniciativa: "A nossa salvaguarda vai ser essas piabas porque toda vida a gente não pode entrar aí para dentro para fazer a limpeza", disse.
No laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pesquisadores atestaram o método sertanejo. "Esta piaba chega a comer 900 larvas de mosquito em uma hora, por exemplo, então, é uma piaba bastante ativa e voraz”, explicou a diretora do centro de biociências da UFRN, Maria de Fátima Freire.
Apesar da eficiência dos peixinhos, nada substitui o trabalho preventivo feito por cada cidadão.
“A colaboração da população é 80% do serviço de um agente de saúde. São vários instrumentos, na verdade, o principal é a conscientização, manter recipiente fechado", lembrou o supervisor de endemias de Natal Lucas Sheilyg.

 

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