Curador de arte prepara, concebe e
monta exposições
Guia de Carreiras destaca profissão nesta terça-feira, 27/7.
Profissional deve ser crítico, imaginativo e gostar de escrever.
Crítico, imaginativo, bom escritor e amante dos museus. Esses são alguns dos adjetivos ligados ao profissional que atua como curador de arte. Formado em áreas diversas, como história, literatura, filosofia ou comunicação, e especializado na área, o curador é responsável pela preparação, concepção e montagem de exposições.
Seu papel é estabelecer relações entre as obras e fazer com que dialoguem com o público. “É como um técnico de futebol, que escolhe o time, pegando os melhores jogadores para cumprir sua função”, compara o curador do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, Luiz Camillo Osorio. Os jogadores, no caso, são as obras de um ou mais artistas.
Osorio se graduou em economia na faculdade, mas descobriu a paixão pelas artes em viagens à Europa, onde fez seu primeiro curso de história da arte. Depois disso, fez especialização na mesma área no Brasil, além de mestrado e doutorado em filosofia, sempre com a arte como foco principal.
Desde essa época, monta exposições e é convidado por artistas para escrever sobre suas obras. O curador também foi crítico de arte do jornal “O Globo”, dirigiu o departamento de teoria e pesquisa do Museu de Arte Contemporânea (MAC), de Niterói, e atuou como curador independente.
Osorio lembra da primeira vez em que pensou que gostaria de trabalhar na área. “Estava em um museu de Madri. Sentei num café e tomei nota no caderno. Disse que aquele era um espaço com que gostaria de ter uma relação mais estreita, em que poderia trabalhar”. Na época, aos 21 anos, o curador ainda cursava economia.
Hoje, Osorio passa três dias da semana no MAM, onde planeja e monta exposições em parceria com artistas, museólogos, arquitetos e montadores, e dois dias da semana na Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio, onde ensina estética, no Departamento de Filosofia.
Além disso, viaja com frequência a outros países, onde tem contato com artistas e obras estrangeiros. “É preciso ficar sempre próximo de onde as obras estão mais vivas”, disse Osorio. O curador desenvolve atualmente uma exposição sobre o neoconcretismo, movimento brasileiro do final dos anos 50, ligado ao trabalho do paisagista Burle Marx e à construção de Brasília, para um museu de Berlim.
De acordo com Osorio, um candidato a curador deve ver o máximo de exposições possível e fazer cursos no Brasil e no exterior. Para entrar na área, pode apresentar projetos a museus, centros e espaços culturais e buscar estágios em museus. O salário inicial varia muito, mas um projeto independente, com três meses de trabalho, pode render cerca de R$ 5 mil, segundo o curador.
(Esta reportagem foi originalmente publicada em 27/07/2010, às 9h27)
Nenhum comentário :
Postar um comentário