Arquiteto domina desde o projeto até a decoração de uma edificação
Profissão é regulamentada e fiscalizada pelo CREA.
O crescimento no número de escolas fez cair a oferta de empregos.
O crescimento no número de escolas fez cair a oferta de empregos.
Projetar, supervisionar e executar obras de arquitetura/edificações; trabalhar com reformas e restaurações; além de atuar no controle e planejamento do espaço como urbanista, paisagista e designer de interiores. Essas são algumas das funções do profissional formado em arquitetura e urbanismo _tema do Guia de Carreiras desta semana no G1.
Vista de um condomínio projetado pelos arquitetos Ângelo Arruda e Gogliardo Maragno, em Campo Grande
A formação do arquiteto e urbanista é muito ampla e, segundo Leonardo Castriota, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), durante muito tempo o profissional era identificado como aquele que atuava no projeto, na construção ou em uma reforma. "Mas o arquiteto e urbanista é muito mais que isso. Uma das funções paralelas é trabalhar com o planejamento de cidades", disse.
O professor destacou, no entanto, que as atuações de um arquiteto e de um urbanista são completamente diferentes mas, mesmo assim, a graduação é unificada. Não existe um curso superior apenas de arquitetura ou somente de urbanismo. "Em alguns países a formação é distinta. O arquiteto tem uma base mais técnica de engenharia e o urbanista tem uma formação direcionada para o planejamento", afirmou Castriota.
Mais escolas, menos empregos
Segundo Gilberto Belleza, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais da área é o aumento no número de escolas de arquitetura no país e, conseqüentemente, as dificuldades de inserção no mercado de trabalho.
"Atualmente, com o grande crescimento do número de escolas de arquitetura e conseqüentemente do número de arquitetos, o mercado tornou-se complicado. O que percebemos é uma escassa quantidade de trabalho, a falta de profissionais capacitados e com boa formação, e, principalmente, um achatamento nos honorários profissionais pela concorrência de preços num mercado livre de atuação", avalia Belleza.
Belleza: faltam profissionais com boa formação
A mesma opinião é compartilhada pela professora Maria Inês Sugai, ex-coordenadora do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que, no entanto, tem uma visão um pouco mais otimista.
"Há quem diga que o mercado de trabalho não tem mais como absorver os cerca de seis mil jovens que se formam anualmente no Brasil. Mas, apesar dessas avaliações pouco otimistas, prevalece o entendimento de que há boas perspectivas, principalmente nas centenas de cidades de pequeno e até médio porte que têm dificuldades para atender à recente legislação que torna obrigatória a elaboração de Planos Diretores nas cidades acima de 20 mil habitantes", exemplificou.
Segundo Maria Inês, no início dos anos 90 o país tinha cerca de 70 cursos de arquitetura e urbanismo. Hoje, esse número saltou para 182.
Na edição 2005 do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) foram avaliados 166 cursos de todo o país. Desses, 63 (38%) receberam conceito 3 e sete (4,2%) obtiveram 5, a nota mais alta. Entre as graduações de conceito máximo, seis são de universidades federais e uma de instituição particular. Do total de cursos, 25,3% ficaram sem conceito pois não apresentavam alunos ingressantes ou concluintes.
Profissão regulamentada
Assim que termina a faculdade, todo arquiteto precisa tirar um registro profissional no CREA (Conselho Regional de Engenheiros e Arquitetos) de sua região. Há mais de 40 anos, o órgão disciplina a carreira e as formas de atuação do profissional. Segundo o arquiteto Ângelo Arruda, presidente da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA), quem não tem registro está exercendo a profissão de maneira ilegal e, portanto, cometendo um crime.
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