segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Designer faz identidade visual e projeta produtos e embalagens


Designer faz identidade visual e projeta produtos e embalagens

O mercado de trabalho da profissão permite muitas possibilidades.
Há mais de cem cursos de graduação no país.
Luísa BritoDo G1, em São Paulo
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Foto: Divulgação
Aluna usa máquina de trabalhar com madeiras no curso da Uerj (Foto: Divulgação Esdi/Uerj)
Desenhar a imagem de uma marca, projetar um novo produto, fazer uma embalagem de sabão em pó com dispositivo que permite abrir e fechar. Todas essas atividades e muitas outras fazem parte do trabalho de um designer, tema do Guia de Carreiras desta semana.

Para ser um designer o estudante deve ser criativo, curioso por imagens e objetos, e estar sempre atento às diversas mudanças que ocorrem na sociedade. Também é recomendável ter conhecimento sobre arte. “É importante ter habilidade de raciocínio tridimensional e uma formação multidisciplinar. O design promove e provoca mudanças”, cita o coordenador da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gabriel Patrocínio.
Segundo os professores, outra habilidade desejável é saber desenhar. No entanto, não é obrigatório ter traços perfeitos. “As ferramentas dos programas de computador ajudam muito [quem não sabe desenhar]”, diz o professor Moraes.

 Mercado de trabalho
A profissão tem um campo de atuação amplo e está em expansão no mercado de trabalho, segundo profissionais da área ouvidos peloG1 . “As empresas estão entendendo que o que diferencia o produto é o design. Máquinas e materiais [de qualidade] todos podem ter hoje em dia”, afirma o professor Dijon Moraes, vice-reitor da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e docente do curso de design.

Não há dados sobre o número total de profissionais no país. Segundo a Associação de Designers Gráficos (ADG), anualmente se formam cerca de quatro mil novos profissionais. Uma pesquisa feita com os 200 designers associados revelou que 55% trabalham em empresas do setor, 15% são autônomos e os demais atuam em agências de publicidade, inhouse, de promoção, gráficas, editoras, entre outras.

De acordo com o presidente da ADG, Marco Aurélio Kato, a profissão não é regulamentada e não há um piso salarial fixo da categoria no país. Segundo ele, designers recém-formados geralmente ganham de R$ 1.000 a R$ 2.000.



 Curso
Há 97 cursos de design no Brasil e outras 41 graduações intituladas de desenho industrial, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). A duração da graduação varia de quatro a cinco anos.

A maioria oferece formação em programação visual e projeto e produto. Outros cursos também dispõem de design de interiores e de moda. Em geral, o aluno escolhe uma dessas habilitações. Poucas escolas oferecem formação dupla como é o caso da Esdi, da Uerj, na qual o estudante se gradua em programação visual e projeto e produto fazendo um curso de cinco anos, com aula em período integral durante os dois primeiros anos.

Já na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pessoa pode escolher fazer uma formação complementar numa segunda habilitação e passar mais dois anos estudando. Segundo a coordenadora do curso, Anna Maria Busko, isso é possível porque 60% das disciplinas são compartilhadas entre as duas habilitações (design de produto e visual).

Na maior parte das faculdades, há um ciclo básico das habilitações que pode durar de um a dois anos. Nesse período, o estudante aprende geometria, desenho técnico, história da arte, introdução ao design, cor, percepção visual, entre outras disciplinas. Depois desse tempo, os alunos passam a ter aulas específicas da formação que escolheram.

Pelas diretrizes curriculares do MEC, os estudantes devem fazer um estágio curricular obrigatório (dentro ou fora da universidade) e entregar um trabalho de conclusão de curso no final da graduação. Na Uerj, não há a obrigatoriedade do estágio, porque as instituições estaduais de ensino superior não são obrigadas a seguir as diretrizes do MEC. No entanto, segundo o diretor, os estudantes são incentivados a ter uma atividade prática durante a graduação. “É a complementação do curso no mercado. É interessante para o aluno”, opina Patrocínio.

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