sábado, 5 de março de 2011

Cientistas produzem células da memória em laboratório


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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pela primeira vez, cientistas americanos produziram células do cérebro humano que podem acelerar a busca por drogas e levar a novos tratamentos para o Alzheimer, uma doença devastadora e neurodegenerativa incurável.
A informação foi publicada nesta sexta-feira no site do jornal britânico "Guardian".
Os neurônios recém-produzidos podem ser úteis na busca por medicamentos que retardam a progressão da doença e pavimentar o caminho dos transplantes de células do cérebro para tratar a perda de memória associada à doença.
O Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta cerca de 465 mil pessoas no Reino Unido. A doença se espalha quando placas e emaranhados se formam no cérebro e células nervosas críticas morrem. Um em cada 14 pessoas com idade acima de 65 anos sofre da doença.
Nos estágios iniciais do Alzheimer, muitos pacientes sofrem lapsos de memória e lutam para encontrar as palavras certas. Depois de algum tempo, eles podem se tornar totalmente dependentes de seus cuidadores.
Pesquisadores dos EUA produziram remessas de neurônios do cérebro, acrescentando fatores químicos de crescimento a células-tronco embrionárias humanas. A técnica permite que os cientistas cultivem uma fonte quase ilimitada de células cerebrais.
Os neurônios feitos no laboratório eram do tipo que causa a perda de memória quando param de trabalhar nas fases iniciais da doença de Alzheimer.
"Esta é uma população de células que morre logo no início da doença e são essenciais para a função de memória. Então, compreender porque essas células morrem, e o que poderia impedi-las de morrer, será extremamente importante para a compreensão e o tratamento do Alzheimer", disse John Kessler, do departamento de neurologia da Universidade de Northwestern, em Chicago.
"Eu não quero que as pessoas pensem que de repente teremos um tratamento e uma cura para a doença. O que temos agora é algo que vai ser muito útil para nos levar até lá", acrescentou Kessler. A pesquisa foi publicada na revista "Stem Cells".
Enquanto as células do cérebro poderiam ajudar os fabricantes a produzir medicamentos que protegem os neurônios contra os estragos do Alzheimer, a perspectiva de transplantes de células do cérebro para tratar a doença é um sonho distante.
No último estudo, os neurônios foram feitos a partir de células-tronco embrionárias, que podem crescer em quase qualquer tecido do corpo. Se qualquer uma dessas células-tronco se confundissem com os neurônios, elas poderiam se transformar em tumores quando transplantadas para o cérebro.
Além disso, para impedir que o paciente rejeite o transplante, os pacientes teriam que tomar medicamentos para suprimir o sistema imunológico, o que aumenta o risco de câncer.
"Em primeiro lugar temos que verificar se essas células são seguras", Kessler.

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