A primeira publicação brasileira sobre biossegurança, lançada originalmente em 1996, foi tão bem-sucedida nas áreas da saúde pública, da biologia e da medicina experimental que acaba de ganhar sua segunda edição revista e ampliada. Organizado pelos pesquisadores Pedro Teixeira, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), e Silvio Valle, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), o livro Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar apresenta 22 capítulos escritos por 34 autores. A obra trata da evolução das abordagens em saúde e trabalho, discute a política de biossegurança mais adequada para o país e enfoca, entre outros assuntos, príons e sua importância em biossegurança, doenças emergentes, organismos transgênicos, riscos biológicos, hepatite B como doença ocupacional, mapas de riscos, biossegurança e arquitetura e resíduos de laboratórios. Para Pedro Teixeira, que também atua na Coordenação de Serviços Ambulatoriais e Laboratoriais da Ensp, "trata-se de uma obra indispensável para os profissionais que, de modo geral, conjugam pesquisa e saúde". Qual é o objetivo do livro? Pedro Teixeira: O livro apresenta os principais temas ligados à área de biossegurança e possibilita ao leitor decodificar esses temas fundamentais para a promoção da saúde. Nessa segunda edição, temos a pretensão de abordar também questões que vieram à tona nos últimos 14 anos. Todos os capítulos foram revisados e outros foram inseridos. Como exemplo, temos um capítulo que visa auxiliar o leitor na busca de informações sobre a área, usando as ferramentas da internet. Em outro capítulo, damos ênfase às questões da ergonomia. Prevenção e biotecnologia são conceitos presentes de forma transversal em grande parte dos capítulos, com destaque para o texto sobre segurança química, e, de outro ângulo, a proteção dos ambientes aparece nos ensaios sobre biossegurança e arquitetura e sobre os resíduos de laboratórios. Quais são os principais aspectos da biossegurança abordados no livro? Pedro Teixeira: Como o próprio título do livro diz, nossa abordagem foi de caráter multidisciplinar, na qual foram apresentados os principais conceitos da área, com ênfase nos riscos biológicos, químicos e radiológicos. A publicação reflete a preocupação em relação a barreiras de contenção e à construção dos mapas de risco, faz um apanhado da história da biossegurança e desenha um amplo panorama dos aspectos envolvendo a legislação. Os ensaios que compõem a coletânea transitam pelo tema da biossegurança, entendida como proteção ao trabalhador de saúde na pesquisa e na assistência, cobrindo também as áreas de esterilização química, proteção radiológica e organização dos laboratórios de saúde pública. Como foi o trabalho de organização e de revisão desta segunda edição? Pedro Teixeira: Comparo organizar um livro a pilotar um transatlântico: são muitas variáveis complexas envolvidas no processo. Em relação aos convites, foi a parte mais fácil, pois são profissionais extremamente qualificados que se tornaram amigos fraternos. A parte boa da organização de um livro é que possibilita inúmeros contatos durante o percurso, e as amizades vão se estreitando. O grande problema que considero é que, atualmente, os profissionais (autores) que escrevem capítulos para livros são os mesmos que ministram aulas e também participam de grupos de pesquisa do CNPq e publicam artigos em revistas indexadas, entre inúmeras atividades. Você acha que os conceitos que estão no livro podem auxiliar os profissionais que atuam em áreas de risco? Em relação às instituições, o que está sendo feito? Pedro Teixeira: O livro pode ajudar na compreensão desses conceitos, mas, em alguns casos, é necessário que haja uma mudança na cultura das instituições. Por exemplo: na Fiocruz, tivemos um grande avanço com a criação das comissões internas de biossegurança, que induzem a política de biossegurança nas unidades técnico-científicas. Hoje, várias unidades estão passando pelo processo de acreditação. As áreas de qualidade e biossegurança são fundamentais nesse processo e precisam cada vez mais de uma estrutura que possa atender a essas demandas. Qual é o público-alvo do livro? Pedro Teixeira: O público-alvo é bem diverso. Desde alunos de graduação até de pós-graduação, profissionais das áreas das ciências biológicas, médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, técnicos de laboratório, engenheiros de segurança, arquitetos, farmacêuticos e tantos outros profissionais que se identificam com o tema e, de certa forma, se apropriam dos conceitos da biossegurança apresentados no livro. Recebemos informação da editora que, por conta dessa clientela, a primeira edição de mil exemplares se esgotou em seis meses. Onde os interessados encontram o livro? Pedro Teixeira: Na livraria da Abrasco e demais livrarias parceiras. Caso haja dificuldade na aquisição, basta entrar em contato com a Editora Fiocruz. Serviço: EDITORA FIOCRUZ Av. Brasil 4.036 - sala 112 - Manguinhos CEP: 21040-361 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tels.: (21) 3882-9007 | 3882-9039 | 3882-9041 Fax: (21) 3882-9006 E-mail: comercialeditora@fiocruz.br Publicado em 23/12/2010. |
Aqui você encontra: Cultura, Educação, Artigos Científicos e sugestões para o seu estudo. O que irá diferenciar está revista eletrônica, ter, em um futuro breve, seus artigos em áudio, lidos pelos autores e/ou por programas e projetos de extensão como: 'Biblioteca Falada' - A UNESP/ FAAC, faz adaptação de textos e vídeos para áudios. Permitindo assim que DISLÉXICOS e DEFICIENTES VISUAIS tenham acesso ao conhecimento proposto. http://www.acessibilidadeinclusao.com.br/ José Robson de Almeida.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Biossegurança ganha nova edição
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