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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Medicina Ortomolecular: Perguntas e respostas
Quem se beneficia da medicina ortomolecular?Todas as pessoas que desejam prevenir doenças podem se beneficiar da medicina ortomolecular, especialmente as que já sentem os sintomas inespecíficos de desgaste orgânico, e somente depois que forem descartadas outras doenças que também podem dar origem a esses sintomas. Os mais comuns incluem:
cansaço maior que o habitual
falta de motivação
perda de memória
dificuldades sexuais
sono não reparador
infecções repetitivas
sinais e sintomas de estresse
Muitos atletas, esportistas e freqüentadores de academias de ginástica também procuram a Medicina ortomolecular para aprimorar sua performance e muito especialmente não ficar ingerindo indiscriminadamente aditivos alimentares que podem “detonar” com o organismo.
essalto que nenhum complexo de micronutrientes pode substituir um modo de vida adequado, como nutrição equilibrada e atividade física entre outros hábitos de saúde.
Mas sem dúvida, a alimentação inadequada, fumo, álcool, radiação, poluição, metais de transição e tóxicos, contribuem para a geração de radicais livres que, em excesso, superam os mecanismos de defesa naturais das células e provocam o estresse oxidativo, onde milhões de células são danificadas e perdem sua função. E aí que a medicina ortomolecular entra, junto com a mudança nos hábitos de vida, em direção à saúde.
A medicina ortomolecular procura também retardar o envelhecimento patológico. O uso orientado e individualizado de substâncias antioxidantes fortalece as defesas imunológicas, melhora a qualidade das células e ativa as funções orgânicas que tendem a diminuir com o passar do tempo.O tratamento da medicina ortomolecular é observado somente a longo prazo?Em geral alguns dos efeitos benéficos, como o aumento da disposição e ânimo, aumento da libido, melhora do sono e da performance física aparecem nas primeiras semanas de tratamento. Mas tudo irá depender de cada organismo em particular para que se possa dizer por quanto tempo há necessidade de suplementação, que deve sempre ocorrer junto com mudanças de hábito de vida, como melhorar a alimentação, fazer ginástica, parar com o fumo.São utilizadas doses muito altas, as chamadas “megadoses” de vitaminas? Não. Não existe a necessidade de altas doses de vitaminas, na verdade o mais importante é reconhecer a deficiência, se existir, e administrar de modo harmônico. Muitas pessoas estão ingerindo vitaminas com doses abaixo do ideal. Se tomarmos como exemplo os Estados Unidos, país bem mais desenvolvido que o nosso, veremos que pesquisas sérias já constataram deficiência de vitaminas básicas naquela população. Veja abaixo a percentagem da população norte-americana que está ingerindo doses menores que as mínimas recomendadas.
vitamina A vitamina E vitamina B6 cálcio magnésio zinco
homens 60,9% 64,4% 52,6% 55,4% 65,7% 67,6%
mulheres 59,9% 73,0% 64,2% 78,0% 75,7% 82,6%
Essa é a realidade norte-americana. No Brasil não conheço nenhum estudo com essa extensão, imagino que a situação não deve ser tão diferente assim.A Medicina Ortomolecular é conhecida por combater os “radicais livres”. Como é feito esse combate?Sabemos que nossas células são formadas por moléculas, e essas moléculas são constituídas por átomos. De modo característico, os átomos das moléculas das células possuem um número par de elétrons em sua última camada.
Diante de certas doenças, e também com a entrada de contaminantes químicos presentes na alimentação ou na poluição do ar, formam-se várias substâncias que possuem um número ímpar de elétrons na sua última camada. Como nosso organismo exige que esses elétrons estejam em número par, várias células começam a “roubar” elétrons de uma outra célula para completar o elétron que está faltando. O resultado final é uma reação em cascata, em que vários átomos da parede da célula “roubam” um elétron de outra célula, e desse modo acaba por provocar lesões em alguns tecidos. Postula-se que certas vitaminas e minerais possuem capacidade de interromper ou dificultar esse processo.O que provoca o aparecimento desses adicais Livres?As mudanças na nutrição, junto com o sedentarismo e o estresse, certamente contribuem para a formação de radicais livres, e o aparecimento de doenças do coração e o câncer, que vem aumentando assustadoramente. Contribuem ainda para o aparecimento das doenças, a ingestão de frutas e verduras poluídas com agrotóxicos, o excesso de sal de cozinha e açúcar refinado, o cozimento excessivo de alimentos, o refinamento dos cereais e a inclusão dos aditivos alimentares.
A medicina ortomolecular fornece ao organismo nutrientes anti radicais livres ou mesmo substâncias que facilitam no combate aos mesmos. espiramos ar contaminado por poluentes, nossa água é contaminada com minerais, recebemos radiação o tempo todo. Todos esses fatores produzem radicais livres.E o organismo não consegue sozinho enfrentar essas mudanças?Nosso organismo possue um extraordinário mecanismo de compensação e reequilíbrio contra os radicais livres. No entanto, pela presença de doenças ou pelo simples passar do tempo, o organismo vai perdendo sua eficiência natural.
É nesse momento que a Medicina Ortomolecular age, jamais substituindo uma alimentação equilibrada ou a necessidade de atividade física, mas fornecendo ao organismo nutrientes que facilitam o combate, ou mesmo substâncias que são anti-radicais livres.
O uso orientado e individualizado de substâncias antioxidantes fortalece as defesas imunológicas, melhora a qualidade das células e ativa as funções orgânicas que tendem a diminuir com o passar do tempo.Sabemos que existe um tipo de exame que é realizado através do fio de cabelo. Como é feito e para que serve?O mineralograma, que pode ser realizado pelo cabelo mas também de outras formas, é um dos exames que são utilizados. Ele mensura a quantidade de minerais pesados (tóxicos) e também nutrientes, e o resultado quando interpretado corretamente pode auxiliar no diagnóstico e no tratamento. Existem também outros exames, como o HLB, um exame que utiliza algumas gotas de sangue do dedo, realizado no próprio consultório, e que serve especialmente como triagem, já que é rápido e barato.
Nenhum desses exames substitui o bom exame clínico, que muitas vezes inclui os exames de laboratório habituais, que todo médico costuma solicitar.Qual a importância da alimentação na produção de radicais livres? Somos descendentes de pessoas que tinham alimentação muito diferente da nossa. Temos um sistema digestivo preparado para outro tipo de alimento, Para ilustrar essas mudanças, pode-se lembrar do fato de que durante 2,5 milhões de anos nossos antepassados ingeriram todos os alimentos crus, e nos últimos 500 mil anos passaram a processar a comida pelo calor. Se você parar para pensar, vai ver que do café da manhã ao jantar, a maioria do que ingerimos é de algum modo assada, cozida ou frita.
Esse processo não é ruim em si mesmo, foi graças a ele que podemos ingerir e digerir feijão, lentilha ou ervilhas secas, que não conseguimos absorver se não forem modificadas pelo calor. O problema começa no desequilíbrio no uso tanto do calor quanto da ingestão de várias substâncias.
Calor em excesso destrói cerca de 40 % das vitaminas A e D, cerca de 60 % da vitamina E, 80% do ácido fólico e da vitamina B1 e 100 % da vitamina C. O problema prossegue com a refinação dos cereais, que chegam a perder de 60 a 80 % de seu valor nutritivo e 90% de suas fibras. Continua com a inclusão de substâncias totalmente estranhas, os aditivos alimentares, a ingestão em excesso do sal de cozinha, e persiste com o excesso de açúcar refinado.
Durante milhões de anos, nossos antepassados consumiam algo em torno de 8 gramas de frutose por dia (o tipo de açúcar proveniente das frutas e do mel), e cerca de 300 gramas de glicose, provenientes principalmente de alimentos ricos em amido, e nosso organismo se acostumou a processar essa quantidade por dia.
É preciso lembrar que o açúcar comum, ingerido em largas quantidades , quando entra em contato com a água, forma quantidades iguais de frutose e glicose, o que provocou um sério desequilíbrio na proporção dos açúcares que ingerimos, sobrecarregando o organismo com aproximadamente 10 vezes mais frutose do que nosso corpo foi preparado para processar.
A lista de problemas é parcial, mas já dá para perceber que não é à toa que as doenças degenerativas, desde o diabetes ou a hipoglicemia até as doenças do coração e o câncer estejam aumentando assustadoramente. Já se tentou argumentar que essas doenças só apareceram porque o homem vive mais que seus antepassados, que morriam antes que elas tivessem oportunidade de aparecer, mas isso não corresponde à verdade dos fatos. Junto com o sedentarismo e o estresse, as mudanças na nutrição certamente contribuem para a geração de radicais livres, e com o aparecimento de doenças. Os suplementos, vitaminas e minerais, precisam mesmo de um médico ou podem ser adquiridos na forma de complemento industrializado? Para se ter idéia da necessidade de que a suplementação seja feita por médico e de modo individualizado, considere o seguinte:
A ingestão de vitamina E, por exemplo, traz duas armadilhas: em primeiro lugar, sua ingestão diária, durante um longo período de tempo, pode inibir as defesas orgânicas encarregadas de eliminar radicais livres. Com o tempo o organismo diminui suas próprias defesas! É também importante que vitamina esteja sob a forma de Alfa-TocofeOL (com OL no final). Se estiver sob a forma de Alfa-TocofeIL (com IL no final), convém não ingerir.
Algumas vitaminas “importadas” trazem a vitamina E nessa forma, bem mais barata, mas prejudicial à saúde se não for administrada de forma equilibrada com selênio, vitamina C e Beta Caroteno.
O Beta Caroteno, que é um precursor da vitamina A, não provoca intoxicação mesmo em doses relativamente elevadas. Já a vitamina A, usada sem controle e durante longos períodos de tempo, pode provocar reações de intoxicação. Infelizmente alguns milagrosos polivitamínicos misturam Beta-caroteno e Vitamina A em doses que podem intoxicar a médio e longo prazo.
A ingestão de ferro só está justificada se a pessoa tiver determinados tipos (não todos) de anemia, o que só pode ser verificado por médico através de exame clínico e laboratorial. O ferro é um potente oxidante, ele provoca a formação de radicais livres, que aumentam o desgaste das células e promovem o envelhecimento. Exatamente o inverso do que se procura!!!
O complexo B não traz grandes complicações. Mesmo assim, doses altas de vitamina B12 aumenta o apetite e engorda. E mesmo a vitamina C, que parece ser realmente benéfica para aumentar a resistência do organismo, deve ser administrada com cuidado em portadores de cálculo renal e gota, assim como pode interferir no resultado de alguns exames de laboratório.
Como você pode perceber, falar em só tomar vitaminas sob controle médico não é apenas um jargão: existem riscos reais e a lista acima é apenas um resumo. A administração de vitaminas e sais minerais pode ser um valioso instrumento terapêutico, mas necessitam sempre de orientação de um médico.
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