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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Asteróides: o perigo que vem do espaço
Simulação mostra choque ocorrido há 65 milhões de anos e que dizimou os dinossauros
A queda de um grande asteróide provocaria uma catástofre na Terra. Mas o astrônomo Detlef Koschny diz que o risco é pequeno e que os corpos celestes que se aproximam do planeta são identificados com muita antecedência.
O choque de um asteróide contra a Terra parece mais um cenário de horror num filme de ficção científica do que uma situação real. Mas a ameaça existe, de acordo com especialistas. Por isso, eles querem criar um programa internacional de defesa espacial para proteger o planeta.
O assunto foi abordado durante um encontro, em dezembro passado, no Centro Europeu de Operações Espacial, em Darmstadt, na Alemanha. Como resultado do encontro, os especialistas recomendaram às Nações Unidas a formação de um grupo de trabalho internacional, com o objetivo de planejar missões de defesa espacial.
Apesar de raras, grandes catástrofes naturais causadas por asteróides já foram registradas na história do planeta. Por exemplo, a queda de um grande asteróide há 65 milhões de anos no México. O choque do corpo celeste com a Terra mudou radicalmente o clima do planeta e resultou no desaparecimento dos dinossauros. Outro caso mais recente, com impactos comparativamente bem menores, foi registrado em 1908, na Sibéria.
Koschny: 'É mais importante prestar atenção nos carros quando se atravessa a rua'
A cada 200 ou 300 anos há o risco de um asteróide perigoso cair sobre a Terra. O próximo a se aproximar do planeta é o Apophis, de 270 metros de diâmetro, que no dia 13 de abril de 2029 estará a uma distância de 30 mil quilômetros da Terra.
No entanto, o risco de um choque é pequeno, como explica o astrônomo Detlef Koschny, coordenador do departamento que monitora asteróides na Agência Espacial Europeia (ESA). Em entrevista à Deutsche Welle, o pesquisador explica que a população mundial não precisa ficar com medo, pois a aproximação de asteróides da Terra sempre é detectada com muitos anos de antecedência.
Deutsche Welle: O asteróide Apophis deverá passar perto da Terra em 2029 e em 2036. Isso lhe preocupa?
Detlef Koschny: Não, nós não estamos preocupados, porque a probabilidade de uma choque é pequena. Mas tratamos o tema com suificiente seriedade para dar início um projeto no qual nos ocuparemos com a observação e uma eventual defesa contra asteróides.
Que tipo de consequências poderíamos sofrer caso um asteróide se chocasse com a Terra nos dias de hoje?
Um bom exemplo é o que aconteceu na Sibéria em 1908. Um asteróide com cerca de 40 metros de diâmetro, o equivalente a um décimo do Apophis, explodiu a uma altura de 15 quilômetros acima da Terra. Felizmente, a explosão aconteceu na Sibéria, em Tunguska, uma região onde praticamente não há moradores. O asteróide destruiu uma área florestal equivalente a uma cidade como Berlim ou Londres. Se um corpo celeste semelhante caísse sobre uma cidade grande, ela seria destruída.
A probabilidade de um asteróide chocar-se contra a Terra depende do tamanho dele. Um impacto provocado por um corpo celeste de uma grandeza de quilômetros, semelhante ao que dizimou os dinossauros, acontece a cada 65 milhões de anos, do ponto de vista estatístico. Ou seja, é realmente raro.
Na Agência Espacial Europeia os asteróides são observados e catalogados. Isso quer dizer que o monitoramento do espaço com telescópios é feito dia e noite pelos astrônomos?
Sim, a princípio é exatamente isso. Nós estamos desenvolvendo uma rede de observação composta por muitos telescópios, que rastreiam todo o céu durante a noite. Isso acontece de maneira automática e se os computadores identificarem algo, os astrônomos precisam fazer uma análise mais detalhada.
Qual o procedimento no caso de descoberta de um asteróide perigoso para a Terra? Existe um alarme imediato para toda a comunidade internacional?
Há um filme no qual Bruce Willis pega o telefone e avisa imediatamente o presidente americano. Naturalmente isso não é verdade, pois seria um problema internacional. Caso houvesse a colisão de um asteróide, o planeta todo seria atingido. Não é possível saber de antemão onde o asteróide cairia. Uma possibilidade seria coordenar a implantação de medidas de segurança por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Como exatamente nós poderíamos nos proteger da queda de um asteróide?
Se um asteróide perigoso for descoberto, isso não significa que ele vai se chocar contra a Terra amanhã, isso poderá durar ainda de 10 a 15 anos. É tempo suficiente para planejar uma missão espacial que voe até o asteróide e o desvie. Seria necessário colidir uma grande massa contra o asteróide, para que ele saísse minimamente da sua rota. Os dez anos que faltariam [para a colisão] seriam suficientes para que ele se desviasse da Terra.
Então quer dizer que podemos olhar para o céu durante a noite de maneira mais tranquila?
Claro. Ninguém precisa ter medo de que uma pedra caia do céu sobre a sua cabeça. É mais importante prestar atenção nos carros quando se atravessa a rua.
Autor: Jan Bruck (df)
Revisão: Alexandre Schossler
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