Descoberto novo sistema planetário 'sinuca'
Paula Rothman, de INFO OnlineTerça-feira, 09 de novembro de 2010 - 13h28Divulgação |
Ilustração do sistema NN Serpentis |
SÃO PAULO – Uma “bola branca”, uma vermelha, uma amarela e uma azul: astrônomos descobrem novo sistema planetário cujos corpos celestes fazem o conjunto lembrar uma mesa de sinuca.
Os resultados publicados na Astronomy Physics são fruto de duas décadas de observações de uma equipe internacional composta por instituições do Reino Unido (universidades de Warwick e de Sheffield), Alemanha ( univerisdades Georg-August em Gottingen e Eberhard-Karls em Tubingen), Chile (Universidade de Valparaiso) e Estados Unidos (Universidade do Texas em Austin).
Utilizando a ULTRACAM, uma câmera projetada pelas instituições britânicas, os pesquisadores observaram um estranho sistema binário a 1670 anos-luz da Terra chamado NN Serpentis.
Ele possui duas estrelas, dois sóis, uma classificada como anã vermelha e outra como anã branca, que estão ligadas por uma órbita extremamente próxima. Quando uma estrela chega ao fim de sua vida, o que ela vai se tornar depende da massa com que ela nasceu. Estrelas que possuem muita massa podem se tornar buracos-negros ou estrelas de nêutron. Já corpos com massa média ( menos de oito vezes a do Sol) se tornarão anãs-brancas. Uma anã-branca típica tem a massa do Sol, porém é apenas um pouco maior, em tamanho, do que a Terra (o que a torna uma das formas mais densas de matéria). Já as chamadas de “anãs-vermelhas” são estrelas pequenas, com a massa menor do que 50% a do Sol.
Por sorte, a Terra está no mesmo plano que o sistema NN Serpentis, o que torna possível observar a anã vermelha eclipsando a anã-branca a cada 3 horas e 7 minutos. Para comprovar a tese de que poderia haver pelo menos um planeta orbitando essas duas estrelas, os astrônomos usaram justamente os freqüentes eclipses para observar um padrão de pequenas, mas significativas, irregularidades em sua órbita.
Os pesquisadores conseguiram então demonstrar que esse padrão alterado deve ser resultante de interferência gravitacional de dois planetas gigantes gasosos. O maior deles teria seis vezes a massa de Júpiter e orbitaria o sistema binário a cada 15,5 anos. O segundo teria órbita menor, de 7,75 anos, e teria 1,6 vezes a massa de Júpiter. Os dois planetas podem não ter a mesma massa, mas provavelmente possuem o mesmo tamanho - que, acredita-se, seja parecido com o da anã-vermelha.
No nosso Sistema Solar, gigantes gasosos apresentam cores azuis ou amarelas dominantes; os astrônomos acreditam que se o mesmo padrão se repetir no NN Serpentis, seria possível compará-lo a uma grande sinuca, com uma bola branca (a anã-branca) e três coloridas ( a anã-vermelha e os gigantes gasosos que seriam azuis e amarelos).
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