quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Assistentes sociais trabalham pelos direitos da comunidade


Assistentes sociais trabalham pelos direitos da comunidade

Profissional é formado na carreira de serviço social.
Curso prepara para atuar em situações de desigualdades sociais.
Fernanda BassetteDo G1, em São Paulo
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Quando se fala em assistente social é quase impossível não pensar nos profissionais que atuam nos órgãos públicos em programas sociais e nas políticas públicas para a população carente das cidades. Formados em serviço social, estes profissionais promovem ações preventivas e trabalham para efetivar os direitos sociais da comunidade também na área de saúde, em empresas e ONGs. Este é o tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (12).

Foto: Noélia Ipê/Unesp
Alunas do curso de serviço social da Unesp durante atendimento (Foto: Noélia Ipê/Unesp)
"O curso tem como objetivo principal formar assistentes sociais capazes de compreender e atuar em diversas situações de desigualdades sociais. Geralmente o pobre é tratado diferentemente, seus direitos não são cumpridos. E são nessas situações que os assistentes sociais vão atuar, implementando propostas para a população carente", explicou a professora Vânia Maria Caio, diretora da Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

Segundo a professora Raquel Sant'Ana, vice-coordenadora do conselho de curso da Faculdade de Serviço Social da Universidade Estadual Paulista (Unesp), esse profissional é quem aplica de fato as políticas de assistência social e, geralmente, ajuda na elaboração de propostas.
  
"A formulação do programa Bolsa Família, por exemplo, do Governo federal, teve a participação de assistentes sociais antes de ser implantado. Nas prefeituras, o assistente social ajuda na formulação de programas sociais e atua até a sua execução", afirmou a professora.


 Eles também estão nas empresas privadas
O trabalho do assistente social não está limitado aos órgãos públicos. Muito pelo contrário. Esses profissionais estão presentes na área da saúde (em hospitais públicos ou privados), em empresas e também em ONGs.

Segundo a professora Vânia, as empresas privadas com mais de cem funcionários obrigatoriamente devem ter um assistente social trabalhando na área de recursos humanos, na administração de benefícios, gestão social, treinamentos, prevenção de acidentes do trabalho e seleção de pessoal.

"Todo problema envolvendo funcionários [como o alcoolismo, uso de drogas, problemas familiares] deve ser encaminhado para análise do assistente social da empresa. Ele não vai atuar como psicólogo, não vai fazer terapia, mas vai desenvolver um trabalho multidisciplinar entre o funcionário e a empresa", explicou.

De acordo com a professora Raquel, o assistente social também atua nos direitos sociais dos trabalhadores. "Ele vai orientar o trabalhador quando ele precisar se afastar do trabalho por doença e receber o salário pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], por exemplo", disse.

Outra campo de trabalho é nos setores de recrutamento de alunos bolsistas em universidades. "Normalmente o assistente social trabalha com os conselhos universitários para elaborar uma política de bolsas. Depois de tudo pronto, é o assistente social que coloca o projeto em prática", disse a professora Raquel. 

 Vivência na prática
Na grade curricular básica, a maioria dos cursos superiores engloba disciplinas da área de humanas como sociologia, antropologia, economia, legislação na área social e psicologia. Na área específica, traz disciplinas como fundamentos do serviço social, ética profissional, pesquisa, além das aulas práticas e do estágio supervisionado.

"O assistente social é um profissional que entende muito sobre a Constituição Federal, sobre previdência, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Estatuto do Idoso, entre outras questões envolvendo legislação", disse Raquel.

Além disso, é um profissional que convive com a realidade social do país logo nos primeiros semestres da maioria dos cursos, que exigem o estágio. Na PUC-Campinas, por exemplo, a carga horária de estágio supervisionado é de 400 horas.

 É preciso ser humano
Uma das principais características do 'candidato' a assistente social, segundo as professoras, é ser "humano" em suas ações. "Ele tem que gostar muito de trabalhar com pessoas, tem que ter capacidade de ser positivo em suas ações e ter sempre um sentimento de indignação. Os problemas sociais têm que mexer com ele", disse a professora Raquel.

"Antes de tudo, o assistente social tem que estar aberto para entender as pessoas e não carregar nenhum tipo de preconceito, pois ele terá contato com os mais variados problemas sociais. Ele tem que saber ouvir e saber acolher", completou a professora Vânia.
  • Ana Paula (continuação)|01/10/200918h59
    Se alguém quiser conversar sobre a profissão e saber o doce e o amargo que ela nos proporciona deixo meu msn: aninha_ss_uel@hotmail.com. 
  • Ana Paula (continuação)|01/10/200918h59
    Mas quem pensa que a profissão é para ajudar as pessoas está muito enganado. Não se dê o trabalho de fazer faculdade de Ser. Social para ajudar, isso você pode fazer a qualquer hora. É preciso muito amor pela profissão, pois infelizmente não é muito reconhecida e respeitada da maneira como devia... 
  • Ana Paula|01/10/200918h57
    Sou Assistente Social há 3 anos e posso dizer que não poderia ter feito escolha melhor. No 1º e 2º ano tive uma ´crisinha´...rs mas passou quando começaram os trabalhos de campo e em seguida o estágio. Aprendi muito com meu estágio, pois aí você começa a relacionar teoria-prática... 

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