sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Doença de Chagas Foto: José de Aragão Barbeiro (vetor da doença de chagas) que acabou de se alimentar com sangue humano Descrita em 1909 por Carlos Chagas, a doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase por Trypanosoma cruzi ou tripanossomíase americana (terminologia adotada pela Nomeclatura Internacional de Doenças, NID). Diz-se tripanossomíase qualquer enfermidade causada por protozoários flagelados do gênero Trypanosoma, que parasitam o sangue e os tecidos de vertebrados. O Trypanosoma geralmente é transmitido de um hospedeiro a outro por insetos – no caso humano, o principal vetor é um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão (insetos das espécies Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus). O Trypanosoma é transmitido no ato de alimentação do vetor. Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca, eliminando protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima. A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou durante a gravidez, de mãe para filho. Normalmente o quadro clínico da infecção surge de 5 a 14 dias após a transmissão pelo vetor e 30 a 40 dias para as infecções por transfusão sanguínea, mas as manifestações crônicas da doença de Chagas aparecem mais tarde, na vida adulta. A fase grave é caracterizada por febre de intensidade variável, mal-estar, inflamação dos gânglios linfáticos e inchaço do fígado e do baço. Podendo ocorrer e persistir durante até 8 semanas uma reação inflamatória no local da penetração do parasito (inchação), conhecida como chagoma. O edema inflamatório unilateral das pálpebras (sinal de Romaña), ocorre em 10 a 20% dos casos. As manifestações fatais, ou que podem constituir uma ameaça à vida, incluem inflamação do miocárdio (músculo presente no coração) e inflamações que comprometem a meninge e o cérebro. A fase crônica sintomática decorre com maior frequência de lesões cardíacas, com aumento do volume do coração, arritmias cardíacas, e comprometimento do trato digestivo, com inchação do esôfago e do estômago. A enfermidade é diagnosticada por exame de sangue. Não existe vacina contra a doença de Chagas, e a melhor maneira de enfrentá-la ainda se dá por meio da prevenção e do controle, combatendo sistemáticamente os vetores, mediante o emprego de inseticidas eficazes, construção ou melhoria das habitações de maneira a torná-las pouco próprias à proliferação dos triatomíneos, eliminação dos animais domésticos infectados, uso de cortinados nas casas infestadas pelos vetores, controle e descarte do sangue contaminado pelo parasita e seus derivados. Fontes: Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde, Luís Rey, editora Guanabara-Koogan Série Doenças, presente na página eletrônica do Centro de Informações Científica e Tecnológica (CICT) da Fiocruz 29/08/2006 às 15:11 Glossário de doenças

Doença de Chagas

 Foto: José de Aragão
Foto: José de Aragão

Barbeiro (vetor da doença de chagas) que acabou
de se alimentar com sangue humano

Descrita em 1909 por Carlos Chagas, a doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase por Trypanosoma cruzi ou tripanossomíase americana (terminologia adotada pela Nomeclatura Internacional de Doenças, NID). Diz-se tripanossomíase qualquer enfermidade causada por protozoários flagelados do gênero Trypanosoma, que parasitam o sangue e os tecidos de vertebrados. O Trypanosoma geralmente é transmitido de um hospedeiro a outro por insetos – no caso humano, o principal vetor é um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão (insetos das espéciesTriatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus).
Trypanosoma é transmitido no ato de alimentação do vetor. Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca, eliminando protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima. A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou durante a gravidez, de mãe para filho.
Normalmente o quadro clínico da infecção surge de 5 a 14 dias após a transmissão pelo vetor e 30 a 40 dias para as infecções por transfusão sanguínea, mas as manifestações crônicas da doença de Chagas aparecem mais tarde, na vida adulta. A fase grave é caracterizada por febre de intensidade variável, mal-estar, inflamação dos gânglios linfáticos e inchaço do fígado e do baço. Podendo ocorrer e persistir durante até 8 semanas uma reação inflamatória no local da penetração do parasito (inchação), conhecida como chagoma. O edema inflamatório unilateral das pálpebras (sinal de Romaña), ocorre em 10 a 20% dos casos. As manifestações fatais, ou que podem constituir uma ameaça à vida, incluem inflamação do miocárdio (músculo presente no coração) e inflamações que comprometem a meninge e o cérebro. A fase crônica sintomática decorre com maior frequência de lesões cardíacas, com aumento do volume do coração, arritmias cardíacas, e comprometimento do trato digestivo, com inchação do esôfago e do estômago.
A enfermidade é diagnosticada por exame de sangue. Não existe vacina contra a doença de Chagas, e a melhor maneira de enfrentá-la ainda se dá por meio da prevenção e do controle, combatendo sistemáticamente os vetores, mediante o emprego de inseticidas eficazes, construção ou melhoria das habitações de maneira a torná-las pouco próprias à proliferação dos triatomíneos, eliminação dos animais domésticos infectados, uso de cortinados nas casas infestadas pelos vetores, controle e descarte do sangue contaminado pelo parasita e seus derivados.
Fontes:
29/08/2006 às 15:11 Glossário de doenças

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