A série “Vida Real” do jornal Diário Catarinense, que sabatina os candidatos e candidatas ao Governo Estadual, pautou o ensino médio (DC, 25/7/2010, p.6-7). A escolha desse tema é muito oportuna diante da importância da escolarização média no sistema estadual de ensino.
Os candidatos e candidatas ao executivo catarinense fizeram análises razoáveis sobre o ensino médio catarinense, mas não apresentam propostas concretas para transformá-lo radicalmente. O mote dominante é a valorização e capacitação contínua dos professores, mas não indicam efetivamente como isso será operacionalizado. A jornalista Mayara Rinaldi acertou ao indicar que a palavra-chave para resumir a radiografia do ensino médio catarinense – e brasileiro – é “desigualdade”. Por um lado, é importante sublinhar que enquanto o ensino fundamental está quase universalizado, parte significativa dos adolescentes entre 15 e 17 de Santa Catarina não está matriculada no ensino médio. Por outro lado, segundo os resultados do ENEM, há uma clivagem entre os colégios privados e públicos – com exceção das escolas técnicas, dos colégios de aplicação e dos colégios militares. O ensino médio tem contribuído para perpetuar desigualdades sociais e escolares, em boa medida devido à fragilidade dos poderes públicos. Nesta direção, o ministro da Educação, Fernando Haddad, reconheceu que “o ensino médio é o elo frágil da educação brasileira”. Os candidato e candidatas ao governo estadual devem considerar que, de forma diferente dos ensinos fundamental e superior, o ensino médio é o nível de escolarização de responsabilidade direta do Governo Estadual. E ele joga um papel decisivo na democratização da escolarização e no acesso ao ensino superior. |
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