Estudo diz como espermatozoide vai atrás de óvulo
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Como os espermatozoides correm em direção aos óvulos? Esse mistério da biologia parece finalmente ter sido solucionado. Duas pesquisas divulgadas na versão on-line da revista "Nature" afirmam ter encontrado o que causa essa atração.
A descoberta, dizem os cientistas, poderia ajudar a solucionar alguns casos de infertilidade masculina, além de ser um passo importante para a criação de um anticoncepcional hormonal para homens.
A atração aconteceria devido a um canal de íons --uma espécie de poro das células-- único dos espermatozoides, o chamado CatSper.
SXC |
Canal de íons, uma espécie de poro das células, nos espermatozoides "sentiria" a presença de progesterona |
Esse canal "sentiria" a presença do hormônio feminino progesterona, que é liberado por células granulosas em volta do óvulo antes da fecundação, e provocaria a entrada de átomos de cálcio nos espermatozoides.
O aumento do nível de cálcio faria os espermatozoides mexerem seus flagelos (popularmente conhecidos como caudas) mais rápido.
Além de permitir o deslocamento, esse movimento é essencial para que o espermatozoide rompa a barreira gelatinosa de proteína que envolve o óvulo.
Estudos anteriores já haviam mostrado um elo entre a deficiência de CatSper e a infertilidade masculina, mas a descoberta atual é o resultado mais significativo.
A forma exata como o fenômeno acontece, especialmente a maneira como o hormônio feminino "ativa" o espermatozoide, no entanto, não foi desvendada pelas novas pesquisas.
Como o tempo de resposta entre a liberação da progesterona e a "ativação" do cálcio foi extremamente pequeno (menos de um segundo), entre outras razões, o grupo liderado por Benjamin Kaupp, do Centro Europeu de Estudos Avançados, na Alemanha, concluiu que a ação do hormônio feminino acontece de uma forma diferenciada nos espermatozoides.
Assim como outros hormônios esteroides, a progesterona costuma agir via um receptor (uma fechadura química da célula). Nesse caso, porém, os testes indicam que há um mecanismo específico ainda desconhecido.
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