17/03/2011 - 08h11
Japão já enfrenta risco de epidemias de cólera e tifo
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LUIS KAWAGUTI
CLAUDIA IZUMI
DE SÃO PAULO
CLAUDIA IZUMI
DE SÃO PAULO
O pânico gerado pela questão nuclear no Japão está desviando a atenção das autoridades de uma possível crise humanitária, que pode envolver as mais de 452 mil pessoas que estão vivendo em abrigos temporários.
Os desabrigados enfrentam chuva, neve e temperaturas de -5C em cerca de 2.400 ginásios, templos e escolas públicas que não possuem sistemas de aquecimento suficientes.
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Eles também têm que lidar com a escassez de alimentos no comércio. Só recentemente a comida começou a chegar aos abrigos, em transportes militares.
Em uma escola na cidade de Ofunato,os idosos têm preferência para ficar mais próximos dos aquecedores a gás, enquanto os jovens tentam lutar contra o frio jogando bola na neve.
O prefeito de Fukushima, Yuhei Sato, disse em entrevista à emissora japonesa NHK que faltam refeições quentes e itens de necessidade básica nos abrigos e criticou a ação do governo.
Outro problema da população que perdeu suas moradias é ter acesso a telefones.
A brasileira Thereza Yogi, 19, não conseguia falar com seu pai, Ilton Toshiaki Yogi, desde o terremoto. Só o localizou ontem, graças à boa vontade de desconhecidos.
"Recebi e-mails de duas pessoas, um japonês e um alemão, dizendo que ele está vivo, com outros cinco brasileiros, em um ginásio na cidade de Onagawa", disse.
EPIDEMIAS
O grande número de mortos, a falta de moradias e de reparo nas redes de esgoto e uma possível escassez de água tratada podem desencadear epidemias de cólera ou febre tifoide.
"As pessoas estão preocupadas com o que até o momento são níveis baixos de radioatividade, mas os problemas reais são lidar com o terremoto e o tsunami", disse Richard Wakeford, epidemiologista da universidade de Manchester.
Falta eletricidade em mais de 850 mil residências e água em aproximadamente 1,5 milhão delas.
O diretor de arte equatoriano José Valdivieso, 49, passa o dia todo em busca de comida, de bicicleta, em sua cidade, Akabane. "Ontem me saí bem. Quando o funcionário do mercado colocou uma nova remessa de leite, consegui pegar quatro caixas", disse.
Com agências internacionais.
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