No segundo semestre de 2005, dois turistas que passaram uns dias numa pousada na região serrana do Rio de Janeiro desenvolveram uma doença estranha, que evoluiu com febre, toxemia, dor de cabeça e no corpo, exantema, e faleceram por causa das complicações. Mais tarde, os exames laboratoriais revelaram que eles haviam contraído febre maculosa, ou febre do carrapato, uma enfermidade transmitida pelo carrapato-estrela da espécie Amblyomma cajennense, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte, como bois e cavalos, mas também se aloja em cães, aves domésticas e roedores, especialmente na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.
Os sintomas da febre maculosa levam, em média, uma semana para aparecer. No início, são muito parecidos com os de infecções como a dengue hemorrágica, a febre tifóide, a leptospirose. Embora não sejam provocados por uma doença nova, se não forem reconhecidos a tempo, o quadro se agrava e o paciente corre risco de morte.
Infelizmente, os dois turistas que caminharam por trilhas no interior do Rio de Janeiro não foram as únicas pessoas infectadas pelo carrapato-estrela. Houve a incidência de surtos localizados nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraná e em outros municípios fluminenses.
Apesar de os primeiros sintomas da febre maculosa serem semelhantes aos de outras infecções, o que dificulta o diagnóstico precoce, havendo suspeita da doença, o tratamento tem de ser introduzido imediatamente para combater o agente etiológico e evitar complicações que podem ser fatais.
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