28/09/2007 - 10h05 Brasil tem segundo maior índice de analfabetismo da América do Sul
Bruno Aragaki Da Redação
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A queda de 29,1% na taxa de analfabetismo entre 1996 e 2006 não foi suficiente para tirar o Brasil do incômodo penúltimo lugar no ranking de alfabetização na América do Sul. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira, o percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005.
Analfabetismo na América Latina e Caribe* |
Haiti | 45,2 |
Nicarágua | 31,9 |
Guatemala | 28,2 |
Honduras | 22,0 |
El Salvador | 18,9 |
República Dominicana | 14,5 |
Bolívia | 11,7 |
Jamaica | 11,3 |
Brasil | 11,1 |
Peru | 8,4 |
México | 7,4 |
Colômbia | 7,1 |
Equador | 7,0 |
Panamá | 7,0 |
Venezuela | 6,0 |
Paraguai | 5,6 |
Porto Rico | 5,4 |
Belize | 5,3 |
Bahamas | 4,2 |
Costa Rica | 3,8 |
Chile | 3,5 |
Antilhas Holandesas | 3,1 |
Argentina | 2,8 |
Cuba | 2,7 |
Uruguai | 2,0 |
Trinidad e Tobago | 1,2 |
Guiana | 1,0 |
Barbados | 0,3 |
Média | 9,95 |
*Dados do Cepal 2005 |
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Em relação a todos os países latino-americanos e caribenhos, o Brasil também vai mal no quesito: tem o 9º pior índice do grupo.
Mais grave ainda é a situação do Nordeste, que tem o mais elevado índice entre as cinco regiões do país. Na média, um em cada cinco nordestinos declarou que não sabe ler nem escrever um bilhete simples. Se fosse um país, o Nordeste teria o 5º pior desempenho em alfabetização da América Latina e Caribe, à frente apenas de Honduras, Guatemala, Nicarágua e Haiti.
Na comparação de dados de população urbana da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) com os da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) em 2005, o Brasil se saiu pior do que vizinhos de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo, como Peru, Venezuela e Colômbia.
A taxa brasileira de analfabetismo, 11,1% entre os maiores de 15 anos, ficou, em 2005, acima da média do grupo, que foi 9,95%. O número divulgado pelo IBGE referente a 2006, 10,4%, também está acima dessa linha.
O contingente de analfabetos no Brasil acima de 15 anos, 14 milhões de pessoas, coloca o país no grupo das 11 nações com mais de 10 milhões de não-alfabetizados, ao lado do Egito, Marrocos, China, Indonésia, Bangladesh, Índia, Irã, Paquistão, Etiópia e Nigéria.
O grupo é considerado prioritário para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que criou programa de metas de erradicação de analfabetismo até 2015.
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