quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

( Fonte IG) Mateus Prado Saber usar o SISU pode fazer a diferença para entrar na faculdade


Saber usar o SISU pode fazer a diferença para entrar na faculdade
(Fiquem atentos as dicas são de 19/01/2011  15:37)

Mateus Prado

Educador analisa o Enem, os vestibulares e o ensino brasileiro 


Com sistema mais estável, cresce o dilema entre fazer inscrição no curso preferido ou no que tem nota para entrar



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Depois de muita confusão, o SiSU parece começar a se estabilizar. As notas de corte começam a ficar maiores, bem próximas do que serão após seu fechamento, na noite do dia 20. Alguns candidatos já perdem as esperanças de serem aprovados no curso dos sonhos e vivem o dilema entre deixar sua inscrição na opção preferida ou fazê-la em uma graduação para qual têm nota pra passar. Outros simplesmente passam por todas as notas de corte, até encontrar um lugar onde sua nota pode garantir uma vaga. Quando pode.
O aluno que hoje tem nota para passar em algum curso, ou nota muito próxima, precisa pensar bem suas estratégias para amanhã. Saber usar o SISU poderá ser a diferença entre entrar, ou não, no ensino superior público. Já na segunda chamada, mais de 30% das vagas estarão novamente à disposição e, desta vez, com nota de corte menor. No ano passado, quando o SiSU ofereceu menos vagas no primeiro semestre (cerca de 48 mil, contra as 83 mil atuais), quase 50% de quem passou na primeira chamada não apareceu para fazer sua inscrição. Depois das várias chamadas e da lista de espera, ainda sobraram mais de 7 mil vagas. Teremos este ano três chamadas e o aluno que declarar interesse poderá participar delas.
Acompanhe o raciocínio: preocupada em garantir uma vaga, grande parte dos alunos que não possuía nota suficiente para seu curso de preferência vai se inscrever em outras opções. Por exemplo, se um aluno quiser fazer direito, mas não tiver média suficiente e visualizar isso no sistema, pode mudar o curso e optar por fazer pedagogia ou ciências sociais, nos quais sua nota é suficiente. Outros candidatos que se inscreveram em cursos fora do seu Estado poderão não ter interesse em morar longe de casa. No ano passado, só 20% dos inscritos foram para uma faculdade em um Estado diferente do seu.

Nos dois casos, algumas pessoas que tiveram notas razoáveis no Enem simplesmente entraram na disputa por uma vaga para ver se podiam ser aprovadas. Vão encontrar seu nome na lista de aprovados, mostrar para os amigos, familiares e nada mais. Somam-se a isso as universidades públicas que não selecionam pelo sistema e divulgarão sua lista nos próximos dias. Quem, por exemplo, for aprovado na USP e em algum curso do sistema de seleção pode optar pela estadual paulista. A mesma coisa vale pra quem entrar na UFMG, na UFRGS, na UFJF, na UFSC, na UFTM, na UFV, na UFRJ pelo vestibular, na UERJ, na UFS, no PROUNI, entre tantas outras opções.

Também tem a questão de os alunos poderem concorrer, simultaneamente, a duas vagas no SISU. Isto distorce completamente a nota de corte e deixa os alunos sem parâmetros para comparação. Um aluno de nota alta que quer Medicina provavelmente se inscreveu em duas opções em que terá nota pra ser chamado, mas só será chamado em uma. Alguns alunos hoje passam só em seu curso de segunda opção, mas quando o sistema fechar, muitas pessoas podem ter como segunda opção o curso que ele quer como primeira. Automaticamente estes alunos saem desta lista de chamada, a nota de corte cai e este aluno melhora sua posição na classificação.

O raciocínio é um pouco difícil de entender, mas vamos com um exemplo mais claro. O curso de Medicina oferece cerca de 1300 vagas no SISU. A grosso modo, podemos dizer que os 650 alunos com as melhores notas, dos que querem Medicina, se inscreveram em duas opções e podem estar classificados nas duas. Na hora de se inscrever, cada candidato é considerado, para critérios de classificação, como se ele fosse duas pessoas distintas. Na hora que sair a lista de chamados, ele será uma só. Não pode um aluno cursar Medicina em Pelotas e na Faculdade de Saúde do Rio Grande do Sul ao mesmo tempo, mas hoje ele pode concorrer aos dois.

O resultado de tudo isto é que os candidatos ainda terão muitas chances de entrar em uma Federal. Mas será necessário muita atenção e paciência, por que as notas de corte atuais são péssimos, porém os únicos, parâmetros para a decisão.

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