Alguma coisa está fora da Ordem... Paulo Chico | ||
No próximo domingo, dia 17, 135 mil bacharéis em Direito farão as provas de mais um temido Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com tão pouco tempo para efetuar a revisão do que foi - ou deveria ter sido - aprendido ao longo da faculdade, resta desejar a eles que tenham melhor sorte do que aquela que (não) sorriu para a maioria do inscritos no última edição da avaliação, aplicada em dezembro de 2010. Dados da OAB divulgados na última semana revelam que o Exame do final do ano passado reprovou 88,27% dos 106.891 inscritos - e, na prática, apesar de diplomados, eles não podem exercer a função de advogados. Em números absolutos, apenas 12.534 candidatos foram aprovados. No Rio de Janeiro, e também no país afora, houve mesmo uma situação cômica, se não fosse trágica. Em todo o país, 90 instituições de ensino não conseguiram aprovar ao menos um de seus alunos no Exame da Ordem. No Rio, três faculdades chegaram ao final da avaliação nesta condição. Isto é, com o expressivo índice de 0% de aproveitamento. Mas, afinal, o que acontece com o Exame? O | nível de exigência das questões - elaboradas pela Fundação Getulio Vargas é alto demais? Trata-se mesmo de uma prova somente para superdotados? Ou, justamente ao contrário, o nível da formação superior em Direito é que anda baixo demais? Ou, ainda, será que, simplesmente, não é injusto cobrar das faculdades que elas resolvam problemas de formação herdados ainda da escola básica? "Lamentavelmente, esse resultado é um reflexo do ensino jurídico do Brasil e da irresponsabilidade governamental de liberar mais cursos. Só na gestão da presidenta Dilma Rousseff já foram liberados mais 33. Temos mais de 1 mil cursos de Direito e cerca de 600 mil vagas em oferta - e não há efetivamente mestres e doutores para preparar todos esses alunos", dispara o presidente da OAB, Ophir Cavalcante. A OAB chegou a enviar, no dia 6 de julho, ofício ao Ministério da Educação, solicitando que o órgão imponha um regime de supervisão às instituições de ensino de Direito que não | conseguirem aprovar pelo menos um de seus inscritos no Exame. No ofício, Ophir Cavalcante classifica como "lamentável" a estatística. "Algumas dessas instituições têm cometido um verdadeiro 'estelionato educacional', enganando estudantes que acreditam estar recebendo uma boa educação", pontuou ele, para prosseguir. "Um ensino jurídico não qualificado compromete a formação dos operadores do Direito. E o advogado bem preparado é e será sempre sinônimo de uma Justiça melhor. Contudo, hoje, a maioria, quando termina o curso e se submete ao Exame de Ordem ou a um concurso, é reprovada. Ou seja, no final, o bacharel verifica que tem um diploma na mão, mas que não vale nada." O ministro Fernando Haddad respondeu, no dia 7, que a fiscalização sugerida pela Ordem já é feita pelo Exame Nacional de Estudantes (Enade). Vale lembrar que, em junho deste ano, o MEC anunciou o fechamento de quase 11 mil vagas em 136 cursos de direito, que não apresentaram índices satisfatórios de desempenho na avaliação governamental. |
Aqui você encontra: Cultura, Educação, Artigos Científicos e sugestões para o seu estudo. O que irá diferenciar está revista eletrônica, ter, em um futuro breve, seus artigos em áudio, lidos pelos autores e/ou por programas e projetos de extensão como: 'Biblioteca Falada' - A UNESP/ FAAC, faz adaptação de textos e vídeos para áudios. Permitindo assim que DISLÉXICOS e DEFICIENTES VISUAIS tenham acesso ao conhecimento proposto. http://www.acessibilidadeinclusao.com.br/ José Robson de Almeida.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
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