Orientação aos alunos da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio.


1º) APRESENTAÇÃO - TEMA - Responde à pergunta O QUE?
É o objeto a ser investigado, o problema a ser resolvido, a curiosidade a ser satisfeita. É o que provoca uma “coceira nas idéias”, como define Rubem Alves.
E foi isso que aconteceu quando os coordenadores do curso técnico em Agronegócio, Victor e Julio, reuniram as turmas de 2010 para falar sobre o Projeto de Enriquecimento Curricular – PEC 2011.
O problema surge a partir de um assunto que desperta nossa curiosidade.
Priscila Ribeiro, que é uma aluna muito curiosa foi logo sugerindo um assunto para a pesquisa:


Os professores gostaram da ideia.
—Bacana esse tema!—Exclamou o Prof. Julio com seu entusiasmo peculiar.
—Realmente —ponderou Prof. Victor—, é um problema que precisamos resolver. Sabemos muitas coisas sobre o Agronegócio em Iúna, mas não temos informações comprovadas.
—É mesmo —completou Mayara com seu vocabulário impecável-, só temos conhecimento empírico sobre esse assunto e, como futuros técnicos em Agronegócio, precisamos comprovar essas informações por meio de estudo científico.
Todos gostaram da colocação de Nayara. E é claro que Lorrayne puxou as palmas.
—Esse tema “Agronegócio em Iúna” está muito vago. Precisamos deixar mais claro o que queremos, —apontou Priscila Ribeiro.
Professor Julio sugeriu dividir a turma em grupos e cada grupo apresentar um ‘parpite’, ou seja, um tema a partir do assunto proposto.
Jakson foi o primeiro a se movimentar, seguido de Cesar Augusto, Cirlene, Daiane, Elenilda, Mateus, Maycon e Paulo Vitor.
Jeferson liderou a segunda equipe com Lucas, Wilian, Ronan, Elielton, Maria Suelem, Helivander, Ingrid, Lorrayne, Amanda e Kleber.
O terceiro grupo foi organizado por Oseias, reunindo Éricka, Luessandro, Mônica, Priscila Silva, Uanderson, e Thais.
A quarta equipe, por iniciativa de Fabíola, reuniu uma turma feminina: Ana Claudia, Ester, Jane Kelly, Kamila, Larissa e Mayara.
Após breve discussão, os grupos começaram a apresentar suas idéias temáticas, começando por Jakson.


Jeferson, com seu jeito topa-desafio, apresentou o tema do seu grupo:


Enquanto isso, um brilho inquieto ia tomando conta dos olhos dos professores Victor e Julio, de um jeito que só brilha olho de pesquisador.
—Os temas estão legais, não é Julio?
—Não estou surpreso, Victor, esses alunos são porretas!
Luessandro apresentou
o tema de seu grupo:

Por fim, a quarta equipe
com um tema bastante feminino:

E assim, de um mesmo
assunto surgiram temas
para quatro projetos:



2º) JUSTIFICATIVA – Responde às pergunta POR QUÊ? e PARA QUEM?
Para fazermos algo com motivação e qualidade, dependemos da importância que esse objeto tem para nós. Dificilmente sentiremos prazer em fazer algo que não tenha uma boa razão para ser feito.
Justificar a realização de um projeto significa, então, falar sobre a sua importância, sobre a contribuição que ele trará para a sociedade ou para o setor em que ele se insere.
Observemos o tema proposto pelo grupo do Jonathan: A representação da força jovem rural no agronegócio em Iúna.
—Por que vocês querem pesquisar esse tema?—Indagou professor Victor?
—Porque tem relevância social. —Respondeu Lorrayne na ponta da língua.
—Relevância social?! O que é isso? —Questionou Amanda.
—Aprendi na aula de metodologia de pesquisa da pedagoga Ivanete.
—Ah, agora me lembrei. É dizer se a pesquisa contribuirá para o desenvolvimento do nosso município.
—Então, pessoal, qual é a relevância do projeto?
E Lucas se adiantou ao grupo, explicando com seu estilo diplomático:
—Professor! Acredito que essa pesquisa é importante porque permitirá às instituições ligadas ao setor verificar a tendência, o futuro do agronegócio em Iúna a partir da participação dos jovens rurais. Podemos fazer a seguinte pergunta investigativa:



É nosso objetivo encontrar respostas para essa e outras perguntas e produzir um retrato dessa realidade no nosso município. Esta e outras perguntas vão justificar a realização do projeto.

3º) OBJETIVO – Responde à pergunta PARA QUÊ?
Lakatos e Marconi (2002, p. 157), atestam que “o objetivo torna explícito o problema, aumentando o conhecimento sobre determinado assunto”. O pesquisador deve elaborar um objetivo geral e tantos objetivos específicos quanto se fizerem necessários para dar conta do objetivo geral. Os objetivos definem o lugar aonde o pesquisador quer chegar.
A partir do tema proposto pelo Jefferson e a justificativa do Lucas, a equipe começou a coçar as ideias e sugeriram os seguintes objetivos:







Como podemos perceber, o objetivo define o que o pesquisador deverá realizar para dar conta do tema proposto, ou seja, para solucionar o problema.
A essa altura da discussão, os professores estabeleceram a seguinte estratégia. Vamos preparar um esquema para elaboração de projeto, a partir do tema proposto pela equipe do Jeferson. Mas todos devem participar.

4º) HIPÓTESE – Como imaginamos a solução do problema?
Nesta etapa o pesquisador deve se desafiar, ou seja, tentar imaginar o resultado da pesquisa apresentando alternativas para a solução do problema.
E não é que nesse momento o Lelis apareceu? E foi logo dizendo suas hipóteses para o problema do Jeferson.



Tatielly concordou com Lelis e acrescentou:



Pedro, sempre ponderado e preocupado com o futuro da zona rural, apresentou outra hipótese:




A essa altura, o professor Julio, empolgado com o envolvimento e a participação inteligente dos alunos, solicitou a atenção de todos para outro passo importante do projeto.

5º) DELIMITAÇÃO - Até onde pretendemos conduzir a investigação?
—Pessoal, nosso projeto está ficando muito bacana, mas penso que o município de Iúna é muito grande e poderá ser difícil uma pesquisa com tamanha abrangência.
—Concordo, professor —adiantou Pâmila—. Acho que deveríamos delimitar nossa pesquisa a apenas um distrito do município, e sugiro Nossa Senhora das Graças.
Após algumas considerações, todos concordaram com a delimitação proposta pela colega.



Quando o próprio tema e os objetivos não estabelecem os limites da investigação, é preciso que o pesquisador o faça. A isso chamamos delimitação. “Refere-se à abrangência geográfica (local), ao período (ano/s) e outros fatores, que a pesquisa contempla”. Com relação ao período, não significa o ano em que o estudo foi realizado, mas o período investigado.
Uma pesquisa pode, por exemplo, ser feita em 2011, mas investigar algo que aconteceu na década de 1980.
No caso do tema com que estamos ilustrando, poderíamos, por exemplo, em 2011 realizar uma pesquisa sobre o êxodo do jovem rural em Iúna de 2000 a 2010.

6º) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA – O que existe escrito sobre o assunto que iremos pesquisar?
Todo e qualquer assunto que queiramos investigar, está inserido num contexto de conhecimento já existente. Esse conhecimento constitui a base teórica do trabalho.
Antes de iniciar a busca de informações que responderão aos objetivos propostos, os alunos-pesquisadores devem buscar essa base teórica na literatura disponível, com a devida orientação dos professores com relação aos principais autores.
A leitura deve ser organizada previamente, para que não se perca tempo com aprofundamento em assuntos que não se relacionam com os objetivos da pesquisa.
—No caso do projeto que aqui estamos alinhavando - grupo do Jéferson - como podemos organizar a Revisão Bibliográfica? —indagou o professor Julio.
Gessica adiantou-se e sugeriu:
—Acho que devemos iniciar pela história do agronegócio no Brasil e, na continuidade, podemos falar sobre o cenário histórico do desenvolvimento rural de Iúna.

A Revisão Bibliográfica foi,
então, organizada em três itens:


Como podemos perceber, a revisão bibliográfica é o cenário onde a pesquisa acontece.
Ao escrever a revisão bibliográfica, o pesquisador deve observar as normas da ABNT para a redação de trabalhos científicos. Por isso, deve ir anotando as referências de todas as citações feitas no texto, lembrando-se que nas citações diretas (transcrição da idéia do autor tal como ele escreveu) deve-se, além do autor e do ano da obra consultada, registrar também o número da página.

8º) METODOLOGIA - Como faremos esta pesquisa?
Este é o momento em que o pesquisador define com clareza a maneira como fará a pesquisa.
Nesta hora chega à escola o professor Danilo, coordenador do Curso de Logística.
—Seja bem-vindo, professor! —recepcionou prof. Julio—. Chegou em boa hora. Íamos fazer uma retrospectiva sobre a classificação da pesquisa segundo seu objetivo. Pode fazer para nós?
—Claro —topou professor Danilo entusiasmado—, vamos lá pessoal. Vamos ver se vocês se lembram das aulas de metodologia de pesquisa da nossa Pedagoga Ivanete —disse com seu jeito (santo do pau oco) próprio dos torcedores do Fluminense.
—É mole! —Exclamou Pedro. —Aprendi tudo! O objetivo aponta a profundidade da pesquisa. Tipo assim: se vamos entrar numa mata, podemos:
• identificar o tipo de vegetação; ou identificar o tipo de vegetação e classificar cientificamente todas as árvores encontradas; ou identificar o tipo de vegetação, classificar cientificamente todas árvores encontradas e estudar o impacto dessas árvores no ambiente em comparação com as áreas sem árvores.
- E Lorrayne, —paaaaaaaalmas!
—Resumiu bem, Pedro, agora vamos separar essas etapas como se fossem temas de pesquisa diferentes. A qual delas o projeto de vocês, Representação da força jovem rural no agronegócio em Iúna estaria relacionado?
—E Gustavo, prontamente: —Ao primeiro, professor Danilo.
—Vocês concordam com o Gustavo?
—Eu concordo, adiantou-se Felipe, porque nosso projeto se propõe a “apenas entrar na mata”, ou seja, vamos apenas “dar uma olhada” na juventude rural e sua relação com o Agronegócio, não vamos aprofundar pra saber porque eles pensam assim e nem queremos saber as causas que estão por trás do pensamento deles, nem o que poderia ser feito pra eles mudarem de idéia.
—Gente, mais palmas! —Precisa dizer quem gritou????.
—Isso mesmo, Pedro. Então, pessoal, vamos agora dar nomes aos bois. —Não entendo por que o Danilo adora esse negócio de “dar nomes aos bois”. Será alguma estratégia subjetiva do pessoal da Logística? Pensava professor Victor com seus botões. —Mas não pode ser “boi preto” nem “boi branco” —disse prof. Danilo —que depois explicou tratar-se de uma “brincadeira” que surgiu na sala da Coordenação. Mas não contou a brincadeira...
—Professor! Não entendi nada desse negócio de boi preto e boi branco, mas o que importa é a boiada, né mesmo? Que tal boi rosa, pink, lilás... —sugeriu Renata com seu senso de humor.
—Tatiane, venha ao quadro, por favor. Faça três colunas. Agora pessoal, classifique o fictício projeto da mata ilustrado pelo Pedro e depois digam em qual nível se encontra o nosso projeto.
E lá se foi Tatiane, que foi escrevendo enquanto a turma se manifestava.
Pesquisa exploratória Pesquisa descritiva Pesquisa explicativa
Identificar os tipos de vegetação que ocorrem no sítio do Lucas. Identificar os tipos de vegetação que ocorrem no sítio do Lucas e classificar cientificamente todas as árvores encontradas Identificar os tipos de vegetação que ocorrem no sítio do Lucas, classificar cientificamente todas as árvores encontradas e identificar o tipo de vegetação, classificar cientificamente todas as árvores encontradas e estudar o impacto dessas árvores no ambiente em comparação com as áreas sem árvore.
Representação da força jovem rural no agronegócio em Iúna. - -
—Muito bem! —Exclamou prof. Danilo todo elegante em sua colorida camisa do Logística.
—Muito bem para os alunos, né professor? —questionou prof. Julio com seu senso de justiça. —Porque você mesmo não falou nada. Então agora, por favor, faça pra nós uma síntese do significado de cada um desses tipos de pesquisa.
E disparou o professor Danilo, com aquela pressa que ele não tem.
—Vamos fazer uma síntese da classificação da pesquisa segundo seus objetivos com base em Antônio Carlos GIL. Segundo este autor:


A pesquisa
exploratória...







A pesquisa
descritiva...





A pesquisa
explicativa...




E o professor Julio, apressadamente...
—Agora é minha vez, Lorrayne. Palmas para o professor Antônio Carlos Gil!
Vendo a cara de “pôxa!!!!” do prof. Danilo, prof. Julio foi logo explicando:
—Brincadeira, pessoal, fiz isso para chamar a atenção de vocês para a corretíssima postura do prof. Danilo ao citar a fonte de onde ele trouxe a informação. Não se esqueçam! Nunca devemos “roubar” o conhecimento de outra pessoa porque temos inteligência e oportunidade para construir novos conhecimentos com mão própria.
—Obrigado, colega, mas agora que tal você fazer uma retrospectiva sobre a classificação da pesquisa de acordo com o tipo de abordagem e a fonte dos dados??
—É pra já! De acordo com o tipo de abordagem temos:

Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa
Traduz em números as opiniões e informações a serem classificadas e analisadas. Vale-se de técnicas estatísticas. É descritiva e as informações não podem ser quantificáveis.

E de acordo com a fonte de coleta de dados e informações, temos:

Quanto aos procedimentos Quanto ao objeto
Pesquisa de campo Pesquisa de campo
Pesquisa experimental Pesquisa de laboratório
Pesquisa de fonte de papel ou internet Pesquisa bibliográfica

—Pessoal —diz prof. Victor —,vamos agradecer a visita do professor Danilo e retomar a discussão sobre a metodologia do nosso projeto de pesquisa. Relembrando os objetivos:


O que fazer para darmos conta de cada um desses objetivos?
Para facilitar, conforme já citado pelo Lucas, devemos formular perguntas de investigação (PI). Então vamos lá:

Objetivos Pergunta de investigação (PI) Resposta à PI Tipo/Técnica/Recurso
Objetivo 1 Onde podemos encontrar informações sobre a população jovem do município, do ponto de vista demográfico (idade, sexo, escolaridade)? No IBGE . Pesquisa bibliográfica.
. Leitura
. Internet
Onde encontraremos informação sobre o local de trabalho dos jovens rurais de Iúna a e atividade realizada? Não há nada escrito sobre este assunto. Então teremos que buscar essas informações junto aos alunos. . Pesquisa de campo.
. Entrevista com questionário.
. Aplicar questionário junto aos jovens residentes no distrito de Nossa Senhora das Graças, por meio de visita.
Objetivos 2 e 3 Como podemos verificar a expectativa do jovem rural e sua visão em relação ao agronegócio? Isto também perguntaremos a eles. . Pesquisa de campo.
. Entrevista com questionário.
. Aplicar questionário junto aos jovens residentes no distrito de Nossa Senhora das Graças, por meio de visita.*
(*) Observamos que para dar conta de parte do objetivo um e dos objetivos dois e três, os pesquisadores deverão realizar uma pesquisa de campo, ou seja, ir até o local onde se encontra a informação. No caso do nosso exemplo, será elaborado um só questionário com perguntas relacionadas aos três objetivos.

—Como vimos até aqui —continuou o prof. Victor com sua aura azul-acadêmica, —a Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda a ação desenvolvida com método, no nosso caso, o método científico. Não podemos esquecer que o que caracteriza um trabalho científico não é o tema e nem a dimensão da pesquisa, mas o modo como ela é realizada.
E continuou: —O capítulo “Metodologia” inclui, ainda, a definição do universo em que se situará a pesquisa e a amostra a ser utilizada.
Universo ou população é o conjunto de coisas, pessoas, fenômenos, lugares que apresentem pelo menos uma característica em comum. Quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrange a totalidade dos componentes do universo, surge a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população. A esta parte escolhida, aleatoriamente ou não, denomina-se amostragem.
—Professor, no caso do nosso trabalho, o Universo é constituído dos jovens rurais de Iúna residentes no distrito de Nossa Senhora das Graças, não é? —Indagou Pedro, sempre com perguntas oportunas.
—Exatamente. Para conhecermos a opinião desses jovens, não é necessário ouvir todos eles. Podemos chegar com segurança a essa opinião através de entrevista a um grupo que represente o total, ou seja, uma amostra do todo. Nesse caso, alguns critérios devem ser rigorosamente observados pelo pesquisador.
—No caso do projeto em questão —continuou—, devemos levar em consideração o território, ou seja, definir um critério de seleção da amostragem que abranja todo o distrito.
—Professor, já sei! —Falou Patrick eufórico. —Podemos entrevistar os jovens que estudam. Como nas escolas tem jovem de todos os cantos do distrito, asseguramos o caráter aleatório da amostra e, ao mesmo tempo, garantimos a representatividade do universo.
—Colega, que resposta chique! —Gritou Lorrayne. —Paaaaaaaalmas!
—E como vamos definir essa amostra para que ela não fique tendenciosa ou comprometa a representação? —Questionou Mateus preocupado.
—Sugiro aplicar o questionário junto a todos os estudantes residentes na zona rural do distrito de Nossa Senhora das Graças, que estejam estudando e sejam maiores de 16 anos, —disse Nayara.
—E para facilitar —completou Matheus, —podemos dividir nossa equipe em duplas e cada dupla visitar uma escola.
—Boa sugestão —acolheu prof. Victor, —vamos agora sistematizar essa metodologia elaborando um quadro sintético.
—Deixa comigo, —ofereceu-se Tatiane Kely indo ao quadro.
Tipo de pesquisa Universo Amostra Coleta de dados Técnica/ Instru-mento de coleta
. Segundo o objetivo: Exploratória
. Segundo a abordagem: quantitativa
. Segundo o procedi-mento e o objeto (fonte de dados): pesquisa de campo. Jovens rurais de Iúna residentes no distrito de Nossa Senhora das Graças.
Jovens rurais de N. S. das Graças, estudantes, maiores de 16 anos. Escolas de ensino fundamental e médio localizadas na sede do distrito e no entorno, que recebem alunos de N. S. das Graças. . Busca no site do IBGE;
Entrevista por meio de questionário estruturado.
9º) CRONOGRAMA – Quando realizaremos cada etapa da pesquisa?
—Professor! —Levantou-se Thais —Penso que deveríamos agora elaborar um cronograma.
—Cro... o que? —perguntou Evandro.
—Cro-no-grama. A previsão cronológica da execução de cada passo do projeto, ou seja, quando vamos fazer cada coisa. É a previsão do tempo que será gasto na realização do trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas. Entendeu?
—Paaaaaaaaaaaaaaalmas! (Adivinhem quem gritou lá do fundo da sala...)
—Ah, agora lembrei! —Exclamou Evandro. —Mas também, depois de uma explicação comprida dessa. Que a professora Ivanete não saiba do meu lapso. A gente não pode tirar as aulas dela da cabeça nem um minuto. Bem que ela avisou: “deixem a metodologia entrar na veia pra nunca mais sair da vida de vocês”. Na hora achei que ela estava meio doida, mas agora estou entendendo o que ela quis dizer. Podem deixar, eu faço.
E foi ao quadro.
Atividade Mês
3 4 5 6 7 8 9 10 11
Elaboração do projeto. x x
Organização das equipes. x
Trabalho de campo. x x x
Levantamento de dados documentais. x x
Tratamento dos dados. Trabalho estatístico. x
Análise dos dados e discussão dos resultados. x
Elaboração do relatório. x
Redação do artigo. x
Apresentação no Seminário. x
Avaliação. x


10º) ORÇAMENTO - Quanto custará a pesquisa?
Géssica levanta-se nesse momento com ar de preocupação.
—Pessoal, estou pensando em um detalhe. Esse projeto terá um custo. Usaremos impressoras, faremos viagens...
—É mesmo —concorda Tatiely com aquela timidez que ela não tem, —precisamos saber quanto vamos gastar.
—Bem pensado —apoiou Maria Sebastiana. —Precisamos relacionar todos os materiais e serviços com os respectivos custos e, inclusive, deixar claro quem vai bancar cada despesa.
—Oportuna observação —asseverou prof. Julio. —Quem pode vir ao quadro e alinhavar esse orçamento?
—Eu, professor —adiantou Kaio. —Pessoal, é só falar que eu escrevo. Manda aí tudo o que vamos precisar.
Após relacionar todos os materiais, equipamentos e serviços necessários, sugeriu:
—Precisamos indicar alguém para fazer o levantamento do custo.
—Pode deixar por minha conta —prontificou-se Mateus. —Falou em dinheiro é comigo mesmo. E tenho uma idéia: que tal procurarmos parceiros para colaborar com nossos projetos?
—Que idéia porreta! —Exclamou professor Julio, completando: —O pesquisador não deve trabalhar sozinho. Deve buscar parcerias junto aos setores públicos e privado, em especial
aqueles que tenham relação com a área ou o assunto da pesquisa.
—Professor! —Levanta-se Lorrayne... —Ah, não, Lorrayne, chega de palmas.
—Não, professor, agora não quero palmas, quero falar. Também tenho coceira na idéia, sabia?
—Gente, vamos ouvir a Lorrayne, —reapareceu o professor Victor receptivo.
—É o seguinte: acho que o pesquisador não pode trabalhar, trabalhar e produzir conhecimento para as traças das gavetas. Precisamos pensar na divulgação do resultado das nossas pesquisas e já incluir isso no projeto.
—Bem pensado, Lorrayne.
—Prestei atenção nas aulas de Metodologia e comecei a pensar num modo para divulgar nossos artigos.
—E qual é a sua sugestão?
—Podemos realizar um Congresso. Já estou até vendo o baner: Congresso HC de Parpite. O que vocês acham, colegas?
E todos em coro:
—Paaaaaaaaaaaaaalmas para a Lorrayne!
—Segurem as palmas, ainda não acabei. Sabem que o site da nossa Escola tem um link para publicação de artigos?
—Tem. —Confirmou prof. Victor.
—Então vamos estreá-lo com nossos artigos.
E surge o professor Julio não contendo o entusiasmo.
—Eita turma porreta! Agora pessoal, vamos à última etapa do projeto: as referências. Vamos recordar alguns detalhes importantes. Vai lá, professor Victor, conclua para nós.

11º) REFERÊNCIAS – Que fontes consultamos para escrever o projeto?
E o prof. Victor retomou a batuta.
—Não podemos confundir bibliografia com referência. Bibliografia é todo o conjunto de material bibliográfico que o pesquisador consulta para realizar o trabalho. Referência é apenas a relação das obras efetivamente utilizadas e citadas no texto. Por isso, usamos o título Referências, e deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) . Vamos aproveitar a oportunidade e recapitular como escrever a referência de diferentes tipos de obra. Observem a ordem dos elementos e os termos em grifo.
. Livro
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2001.

. Periódico
SILVA, W. C. da; ARAÚJO, C. B. de; RUIZ, M. B. O lugar da pesquisa na formação do professor: uma linha de investigação em movimento. Movimento. Gragoatá, Niterói, n. 2, p. 149-160, set. 2000.

. Arquivo eletrônico
MOTTA, P. A. F. Metodologia científica. (Apostila). Juiz de Fora, 2002. Disponível em: <www.artnet.com.br/pmotta/seq_metod_apostintrod.rtf>. Acesso em: 14 de março de 2006.
. Livro/Coletânea
LÜDKE, M. A pesquisa e o professor da escola básica: que pesquisa, professor? In: CANDAU, V. M. (org.) Ensinar e aprender: sujeitos, saberes e pesquisa. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 2ª ed. P. 101-114.

No caso acima, LUDCKE é autora do texto consultado, publicado em um livro com vários autores, organizado por CANDAU.

—E agora, pessoal, mãos à obra!
E o encontro foi encerrado no estilo HC: Paaaaalmas!

* * *

Meu carinho e sinceros agradecimentos aos alunos das turmas 2010 do Curso Técnico em Agronegócio, precursores da retomada da Educação Profissional na Escola Henrique Coutinho e personagens deste texto.
Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
O PROJETO DE PESQUISA PASSO-A-PASSO publicado 20/06/2011 por Ivanete Gomes Silveira em http://www.webartigos.com

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